Trata a presente solicitação de patente de Invenção de uma inédita 5"BARRA ARTICULADA EM TRÊS PLANOS PARA UTILIZAÇÃO EM IMPLANTES DENTÁRIOS", particularmente de uma barra articulada dotada de meios que permitem sua articulação nos três planos geométricos, projetada para realização de prótese sobre implante dentário, que após a fixação mecânica ou química torna-se rígida adequando-se à maioria dos casos de biomecânica de prótese sobre implante lOindependendo do número de implantes, angulação, distância entre eles e altura de interoclusão.

Tecnicamente a implantodontia é uma especialidade da odontologia que se refere aos implantes dentários, sendo que essa técnica tem sofrido uma incrível evolução ao longo dos tempos, diretamente relacionada às primeiras pesquisas sobre 15a integração óssea. A técnica é indicada para o tratamento de pacientes que apresentam perda total ou parcial dos elementos dentários.

Atualmente, os profissionais dedicados a essa área têm condições de proporcionar uma reabilitação funcional estável e estética para os casos de pacientes, que inicialmente não apresentavam esperança de ter uma dentição fixa que pudesse 0manter-se na boca de forma confiável e confortável

Basicamente, o implante dentário é constituído por um cilindro em material biocompatível, colocado no maxilar superior ou na mandíbula do paciente, em que passados alguns meses, após a osseointegração, serão fixados os novos dentes. De forma bem resumida, o implante funciona como um substituto da raiz do 25dente originalmente perdido.

Geralmente, os implantes são realizados em duas etapas, sendo a primeira a fase cirúrgica quando é instalado o implante em titânio no osso do paciente. Na segunda etapa, após a osseointegração, é realizada uma microcirurgia para expor a extremidade superior do implante para instalação do pilar protético, 30dando início a fase laboratorial ou fase profética sobre implante.

No atual ESTADO DA TÉCNICA mais conservador a fase profética é disposta em uma moldagem simples, mais especificamente uma forma com "transfer" de moldagem sobre os pinos ou prolongadores do implante, procedendo ao registro de mordida. Este material segue para o protético e retorna sobre a forma de uma estrutura metálica, que servirá de base e/ ou ancoragem longitudinal da prótese, estrutura esta de formatação bipartida, unida centralmente por meio de resina, com o 5objetivo de oferecer maior facilidade para que o profissional faça os ajustes corretos de dita estrutura em relação aos pinos do implante. Uma vez ajustada, a estrutura metálica referenciada retorna novamente para o protético, que finaliza a prótese a ser utilizada sobre o implante. Como se pode notar pela descrição, esse procedimento mais convencional é um tanto trabalhoso devido a idas e vindas do dentista para o lOprotético e vice-versa, além de requerer vários ajustes para obtenção de um resultado final satisfatório. Por outro lado, é comum acontecer erros de moldagem, erro técnico em prótese, distorções, desaptações, deformação de solda, etc.

Faz parte do estado da técnica ferramentas viabilizadoras de cirurgia guiada para implante, para tanto sendo necessária uma barra protética, em titânio,

15 ^' mferior cujas furações são concordantes com as furações de um monta-implante, de modo a resultar em um protocolo de mandíbula. Esse modelo de fazer implantes agiliza as várias idas e vindas da estrutura metálica para o profissional protético, porém ainda apresenta alguns inconvenientes de ordem operacional, como, por exemplo, a dificuldade no primeiro registro de mordida. Outro aspecto negativo é que,

20apesar de ser um sistema guiado, pode ocorrer alguma interferência quando da colocação da barra pré-fabricada sobre os pinos dos implantes.

O PI 0403475-9 trata de um pedido que viabiliza o tanto quanto foi dito acima, e ao qual foi dada original disposição construtiva, com vistas a melhorar a sua utilização e desempenho em relação aos outros modelos usualmente encontrados no

25mercado, visto ser constituído de um conjunto de ferramentas e conexões para o uso de implantes, contendo uma barra de titânio totalmente pronta para o parafusamento direto, e uma barra com anéis para cimentação, guias recambiáveis coloridas para fresas de acordo com seus diâmetros, acessórios e fresas de regular diâmetro, especiais com demarcações de altura (considerando e descontando a espessura da

30barra cirúrgica metálica), conexões hexágono-internas e conexões hexágono- externas.

Ciente do estado da técnica, suas lacunas e limitantes, o inventor, pessoa atuante no segmento em apreço, após estudos e pesquisas, criou a "BARRA ARTICULADA EM TRÊS PLANOS PARA UTILIZAÇÃO EM IMPLANTES DENTÁRIOS" em questão, que confere uma estrutura móvel ou barra articulada biomecânica em prótese sobre implante com grau de liberdade de movimentaçãotridimensional, que após a fixação, mecânica ou química, no munhão se torna rígida, se adequando facilmente a maioria dos casos, independendo do número de implantes, angulação, distância entre eles e altura de introdução. Portanto, a estrutura cirúrgica que serve de apoio para a prótese é formatada de maneira definitiva no próprio consultório de onde segue para a etapa protética. Numa variação construtiva,a barra articulada pode partir ou ser incorporada ao próprio munhão, não havendo a necessidade da argola de fixação.

Variações e deslocamentos são comuns de ocorrer durante o procedimento de colocação do implante, quer seja por uma movimentação indevida do paciente, ou mesmo imprecisão em alguma etapa de execução por parte doprofissional.

Basicamente, o produto em questão é formado por braços retráteis com extremidades côncavas ou esféricas acopláveis às extremidades compatíveis as pontas das argolas ancoradas nos munhões, desse modo copiando o movimento de uma rótula. Como já comentado, em uma variação construtiva os braços retrateispodem derivar do próprio munhão, neste caso não sendo necessárias as argolas.

A barra aqui pleiteada apresenta como vantagens mais preponderantes:

• Maior praticidade no procedimento de implante tanto no consultório quanto na etapa protética;

• Menor número de componentes, o que facilita o manuseio na cavidade bucal; · Menor tempo cirúrgico e/ ou de procedimento;

• Maior precisão e rapidez nos ajustes da prótese;

• Melhor adaptação;

• Menor custo;

• Facilidade na exequibilidade do procedimento, não dependendo da destrezamanual do profissional;

• Passível de utilização na maioria dos casos dentários.

A invenção será mais bem explicada através dos desenhos abaixo relacionados de forma ilustrativa e não limitativa:

Figura 1 : Vista em elevação da barra articulada em três planos montada nos implantes dentários;

Figura 2: Vista em perspectiva da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, montada no munhão explodido em relação ao implante;

Figura 3: Vista em elevação da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, explodida em relação ao implante, munhão, porca, arruela e parafusos;

Figura 4: Vista em perspectiva da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, explodida em relação ao implante, munhão, porca, arruela e parafusos, com detalhe da fixação da argola e mão-francesa extrema;

Figura 5: Vista em elevação do munhão, com detalhe em vista superior; Figura 6: Vista em elevação da argola extrema, com detalhe em vista superior;

Figura 7: Vista em elevação da argola intermediária, com detalhe em vista superior;

Figura 8: Vista em elevação em corte do braço retrátil, com detalhe mostrando movimentação;

Figura 9: Vista em corte mostrando o ajuste e fixação entre os braços com extremidades esféricas;

Figura 10: Vista em corte da esfera da barra articulada em outra disposição construtiva com extremidades diferenciadas;

Figura 11 : Vista em perspectiva esquemática mostrando a aplicação da prótese confeccionada com a barra articulada;

Figura 12: Vista em perspectiva da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, em uma variação construtiva derivando direto do munhão;

Figura 13: Vista em perspectiva da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, em uma segunda variação construtiva derivando direto do munhão com encaixe esférico encapsulado e regulagem no braço externo; Figura 14: Vista em perspectiva explodida da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, em uma segunda variação construtiva derivando direto do munhão com encaixe esférico encapsulado e regulagem no braço externo;

5 Figura 15: Vista em corte da barra articulada em três planos para utilização em implantes dentários, em uma segunda variação construtiva derivando direto do munhão com encaixe esférico encapsulado e regulagem no braço externo;

Figura 16: Vista superior do munhão com suporte para apoio da prótese

(cant lever).

10 A "BARRA ARTICULADA EM TRÊS PLANOS PARA UTILIZAÇÃO EM

IMPLANTES DENTÁRIOS" desse pedido de patente de invenção trata de uma estrutura móvel que consiste de uma barra (1) com liberdade de movimento tridimensional (X, Y, Z), ou seja, nos três planos geométricos, viabilizado pelos braços (2 e 3) retráteis e articuláveis (a) em relação as argolas (4 e 5) ancoradas nos

ISmunhões (6), em que ditos braços (2 e 3) e argolas (4 e 5) apresentam as extremidades com encaixes côncavos (7) e/ ou esféricos (8), configurando um produto que se adéqua a quase todos os casos de implantes, independente da quantidade, angulação e distância entre eles, bem como a altura da interoclusão. Em uma variação construtiva, a barra pleiteada tem os braços (2 e 3) derivantes dos 0encaixes (7 ou 8) no próprio munhão (6).

O implante (9) consiste de uma peça cilíndrica, em titânio, dotada de rosca (10) a ser inserida no osso da mandíbula e/ ou no maxilar, que serve como ancoragem para o recebimento da prótese (P). Após a incorporação de dito implante (9) ao osso do paciente, o cirurgião dentista insere um munhão (6) compatível com a

25extremidade superior do implante (9), preferencialmente fixado por meio de parafuso (11). Dito munhão (6) é igualmente dotado de rosca (12) superior de eixo concêntrico às argolas (4 e 5) de ancoragem da peça estrutural da prótese, nesse caso a barra (1) articulada, ou então pode ser de acabamento liso para adesivação química.

Mais particularmente, a barra (1) articulada é formada por um conjunto

30de braços (2 e 3) retráteis, em que um braço (2) é dotado de uma extensão (13) que se encaixa de forma deslizante no braço (3) complementar, possibilitando a abertura e fechamento distais. A extensão (13) formata um acabamento corrugado (14) apropriado para receber um parafuso (15) e consequente travamento na posição desejada. O conjunto de braços (2 e 3) sempre apresentará as extremidades com um encaixe côncavo (7) e/ ou outro encaixe esférico (8). Isso é necessário para que os referidos braços (2 e 3) se unam de modo articulado (a) às argolas (4 e 5) de 5ancoragem nos munhões (6), que tal qual os braços (2 e 3) apresentam encaixe côncavo (7) e/ ou encaixe esférico (8). Por outro lado, a barra (1) apresenta argolas (4) intermediárias que se conectam em dois braços (2 ou 3), sendo que pela conformação das extremidades esféricas (8), tanto a de acabamento com canais côncavos (16) como as de canais irregulares (17) é possível fazer o giro e/ ou lOarticulação entre braços (2 e 3) e argolas (4 e 5), que naturalmente se adéquam aos implantes (9) em quaisquer condição de posicionamento. Ao perfeito ajuste da barra (1) aos implantes (9) soma-se a possibilidade de aumentar ou reduzir o espaçamento (E) dos braços (2 e 3). Desse modo, a barra (1) em tela apresenta liberdade de movimento tridimensional, ou seja, nos três planos (X, Y, Z) geométricos. Por sua

15vez, a argola (4 ou 5) é passível de receber uma mão-francesa (18) que atribui maior suportação à porção inicial da barra (1). Por fim, a barra (1) articulada é assentada à aba (A) superior do munhão (6), que pode ser acrescida de arruelas (19) de ajuste vertical, sendo que após o devido nivelamento, todo o conjunto é fixado por meio de porca (20) superior.

20 Em uma variação construtiva, a barra (1) tem os braços (2 e 3) derivando diretamente dos munhões (6), não havendo necessidade da utilização das argolas (4 e 5).

Em uma segunda variação construtiva a barra tem os braços (2 e 3) inseridos no encaixe encapsulado (Ε') diretamente no munhão (6), sendo o braço 25externo (3) dotado de orifícios (21) para receber o parafuso (15) de fixação da extensão (13) do braço (2), dessa maneira possibilitando o ajuste distai. Tal como, o braço externo (3), o encaixe encapsulado (Ε') apresenta um orifício (22) para recebimento do parafuso (15) de fixação.

Por fim, o munhão (6) poderá apresentar um suporte (23) com oblongos 30(24) a serem preenchidos com resina, com o objetivo de ancorar a prótese, suporte este também denominado de cant lever.

Dessa forma, a estrutura, formatada no próprio consultório, constituída pela barra (1) articulada, munhão (6), arruelas (19), porcas (20) e parafusos (11 e 15), ou apenas do munhão (6) com os devidos encaixes (7 e 8) ou suporte (23), segue pronta e devidamente ajustada para a etapa protética.