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Title:
CAPSULE FOR A FLANGED CORK STOPPER, CAPSULATED STOPPER COMPRISING SAID CAPSULE AND METHOD FOR PRODUCING THE CAPSULATED STOPPER
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2018/208183
Kind Code:
A1
Abstract:
The invention relates to a capsule (1) for a flanged cork stopper, the capsule (1) having a body (2) that comprises a top (3) and a cavity (4) having at least two anti-rotation striations (5) disposed therein, and the capsule further comprising an axial retention chamber (6) disposed inside said cavity (4), wherein the retention chamber (6) is configured to receive and to retain axially a flange of a flanged cork stopper. The invention also relates to a capsulated stopper comprising a flanged stopper, the flange of which is coupled to the capsule (1) of the invention. The invention further relates to the method for producing said capsulated stopper.

Inventors:
DOS SANTOS RIBEIRO RICARDO MANUEL CORREIA (PT)
DE RIBEIRO PONTES SARAH LAGORSSE (PT)
Application Number:
PCT/PT2018/050017
Publication Date:
November 15, 2018
Filing Date:
May 09, 2018
Export Citation:
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Assignee:
AMORIM CORK RES LDA (PT)
International Classes:
B65D39/16; B65D41/28
Domestic Patent References:
WO2014170286A12014-10-23
Foreign References:
GB659632A1951-10-24
EP1772420A12007-04-11
FR803505A1936-10-02
Attorney, Agent or Firm:
MOREIRA, Pedro Alves (PT)
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Claims:
Neste caso, o topo (3) da cápsula e o topo (6a) da câmara de retenção podem ser fechados e mesmo coincidentes num único elemento.

Faz-se notar que o material de cortiça que constitui a rolha (8) flangeada é adequado ao processo de produção da rolha (7) capsulada, uma vez que a sua natureza flexível proporciona as necessárias características de compressão e expansão, respetivamente para inserção na câmara (6) de retenção da cápsula (1) e subsequente ocupação do espaço livre da mesma câmara (6) para retenção axial da rolha (8) flangeada.

A rolha (7) capsulada assim produzida dispensa a aplicação de elementos químicos de adesão entre a cápsula e a rolha de cortiça, proporcionando uma solução meramente mecânica mais amiga do ambiente, mais conveniente para recipientes de produtos alimentares e que suporta forças de remoção pelo menos idênticas às que se verificam nas rolhas do tipo "Bartop" do estado da técnica.

A descrição aqui apresentada deve ser compreendida como exemplificativa e não limitativa do âmbito da presente invenção, o qual está definido nas reivindicações independentes anexas, servindo as reivindicações dependentes para explicitar formas de realização particulares da invenção.

REIVINDICAÇÕES

1. Cápsula (1) para rolha de cortiça flangeada, a cápsula (1) possuindo um corpo (2) que compreende um topo (3) e uma cavidade (4) dentro da qual estão dispostas pelo menos duas estrias (5) antirrotação, caracterizada por compreender ainda uma câmara (6) de retenção axial disposta no interior da referida cavidade (4), em que a câmara (6) de retenção está configurada para receber e reter axialmente uma flange de uma rolha de cortiça flangeada.

2. Cápsula (1) de acordo com a reivindicação 1 , caracterizada por a referida câmara (6) de retenção compreender um topo (6a) de câmara e um fundo (6b) de câmara, em que o topo (6a) de câmara e o fundo (6b) de câmara são abertos e definidos, respetivamente, como uma aba de topo e uma aba de fundo.

3. Cápsula (1) de acordo com a reivindicação 1 , caracterizada por a referida câmara (6) de retenção compreender um topo (6a) de câmara e um fundo (6b) de câmara, em que o topo (6a) de câmara é fechado e o fundo (6b) de câmara é aberto e definido como uma aba de fundo.

4. Cápsula (1) de acordo com a reivindicação 2 ou 3, caracterizada por o topo (6a) de câmara coincidir com o topo (3) do corpo (2) de cápsula.

5. Cápsula (1) de acordo com a reivindicação 1 ou 4, caracterizada por as referidas estrias (5) antirrotação estarem dispostas dentro da referida câmara (6) de retenção.

6. Cápsula (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada por as referidas estrias (5) antirrotação estarem dispostas no exterior da referida câmara (6) de retenção.

1 Cápsula (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada por as referidas estrias (5) antirrotação estarem dispostas paralelamente entre si.

Cápsula (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada por as referidas estrias (5) antirrotação estarem dispostas de modo a que duas estrias (5) adjacentes formem um ângulo obtuso ou um ângulo agudo entre si.

Cápsula (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada por compreender ainda uma rosca disposta no interior da referida cavidade (4) do corpo (2) de cápsula.

Rolha (7) capsulada para recipientes, em particular garrafas, caracterizada por compreender:

• uma rolha (8) de cortiça possuindo um corpo (9) cilíndrico e uma flange

(10), e

• uma cápsula (1) como reivindicada em qualquer uma das reivindicações anteriores acoplada à flange (10) da referida rolha (8) de cortiça.

Rolha (7) capsulada de acordo com a reivindicação 10, caracterizada por a referida flange (10) estar disposta numa das extremidades do referido corpo (9) cilíndrico da rolha (8) de cortiça.

Rolha (7) capsulada de acordo com a reivindicação 10, caracterizada por a flange (10) estar disposta numa parte situada entre ambas as extremidades do corpo (9) cilíndrico da rolha (8) de cortiça.

Processo de produção da rolha (7) capsulada de qualquer uma das reivindicações 10 a 12, caracterizado por compreender um passo de colocação de uma flange (10) de uma rolha (8) de cortiça flangeada dentro de uma câmara (6) de retenção axial de uma cápsula (1) de qualquer uma das reivindicações 1 a 9.

2

Description:
DESCRIÇÃO

"CÁPSULA PARA ROLHA DE CORTIÇA FLANGEADA, ROLHA CAPSULADA COMPREENDENDO A REFERIDA CÁPSULA E PROCESSO DE PRODUÇÃO DA ROLHA CAPSULADA"

CAMPO DA INVENÇÃO

A presente invenção refere-se a uma cápsula para ser acoplada a uma rolha de cortiça possuindo uma flange. A invenção refere-se ainda a uma rolha capsulada compreendendo a referida cápsula e ao processo de produção da rolha capsulada.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

As rolhas de cortiça são utilizadas desde o Século XVIII para tapar ou vedar recipientes, em particular garradas de vinho, estando largamente difundidas no mercado. De um modo geral não existiam alternativas às rolhas de cortiça até surgirem as rolhas vedantes de material plástico, em meados dos anos 90 do Século XX.

Ainda num outro grupo, encontram-se as rolhas geralmente utilizadas em garrafas de bebidas espirituosas, conhecidas como rolhas "Bartop" , as quais possuem um corpo de cortiça e uma cápsula que é geralmente de outro material, tal como plástico, vidro ou madeira.

As rolhas "Bartop" são essencialmente utilizadas com o propósito de tapar o recipiente, razão pela qual não são normalmente utilizáveis no engarrafamento de vinho tranquilo que requer níveis de vedação mais elevados do que os proporcionados por estas rolhas. As "Bartop" , quando engarrafadas, não requerem compressão radial por parte de uma ferramenta auxiliar, pelo que o engarrafamento pode ser feito apenas por intermédio de uma força mecânica ou manual na direção longitudinal (também denominada direção axial), no sentido do exterior para o interior do recipiente, que irá introduzir a rolha no gargalo do recipiente até à cápsula. A cápsula fica no exterior do recipiente para facilitar uma abertura posterior, não necessitando de qualquer dispositivo saca-rolhas para ser retirada.

A construção destas rolhas "Bartop" é bem conhecida e compreende uma cápsula que possui uma forma substancialmente cilíndrica, dispondo de uma cavidade e com uma parede lateral e uma superfície de topo que fecha a extremidade superior da cápsula. A extremidade inferior da cápsula é total ou parcialmente aberta, definindo uma cavidade, de modo a receber e alojar uma extremidade de uma rolha de cortiça cilíndrica que pode ser assim acoplada à cápsula. Na parede lateral interior da cápsula podem existir estrias, orientadas numa direção axial do cilindro definido pela cápsula. A montagem da rolha cilíndrica de cortiça é relativamente simples, bastando inserir uma extremidade desta na abertura inferior da cápsula e empurrar a rolha até que a superfície plana da extremidade inserida da rolha se encoste à superfície de topo interior (também plana) da cápsula. A fixação da rolha é realizada por colagem das superfícies em contacto na parte superior (e interior) da cápsula, ficando as estrias em contacto com a parte inserida da parede lateral da rolha.

Para remover uma rolha "Bartop" da garrafa, o consumidor aplica forças combinadas de rotação (radialmente em relação à rolha) e tração (axialmente em relação à rolha) na cápsula, sendo essas forças transmitidas ao corpo (9) cilíndrico de cortiça que está inserido no gargalo da garrafa, o que provoca a expulsão da rolha capsulada do referido gargalo. Estas forças combinadas de tração e de rotação são essencialmente contrariadas pela cola que fixa a superfície transversal plana da extremidade do corpo cilíndrico de rolha de cortiça à superfície de topo interior da cápsula.

A utilização de colas para o acoplamento do corpo cilíndrico de cortiça à cápsula já provou ser um método eficaz em certas condições de utilização mas, em condições extremas, verifica-se que a sua eficácia pode ficar comprometida. De facto, para temperaturas e humidades muito elevadas, por exemplo, as colas mais comuns perdem a capacidade de adesão, ocorrendo descolagens ou defeitos no produto final.

Por outro lado, no caso de se pretender utilizar as rolhas "Bartop" em vinhos tranquilos e tendo em conta a forma como estes são acondicionados (armazenados em garrafas deitadas), existe uma probabilidade de ocorrência de fenómenos de absorção de líquido através da rolha e, consequentemente, o contacto direto do vinho com a cola da rolha capsulada. Embora as colas estejam preparadas para contacto alimentar e não constituam qualquer risco para o consumidor, esta situação não é desejável uma vez que pode verificar-se a adulteração da qualidade sensorial do vinho vedado por estas rolhas.

Além disso, a utilização de cola para acoplamento do corpo cilíndrico de cortiça à cápsula também limita a gama de revestimentos e/ou tratamentos de superfície a aplicar no referido corpo de cortiça. Uma grande parte destes produtos de revestimento, como elastómeros de silicone, apresenta uma tensão superficial muito baixa e consequentemente pouca ou nenhuma adesão à cola. Assim sendo, recorrendo a um acoplamento isento de adesão por cola, seria possível aumentar a gama de revestimentos e ou tratamentos de superfície disponíveis para a produção das rolhas de cortiça, quer para bebidas espirituosas quer para vinhos tranquilos.

Existe assim a necessidade na técnica de uma rolha capsulada melhorada, do tipo "Bartop" , para vedar recipientes de produtos alimentares, por exemplo garrafas de vinho tranquilo, que permita, simultaneamente, dispensar a utilização de adesivos químicos na sua produção/conceção e suportar forças combinadas de tração e rotação necessárias à sua remoção do recipiente.

Consequentemente, existe a necessidade na técnica de uma cápsula que possibilite um acoplamento meramente mecânico a um corpo de rolha de cortiça e que assegure uma força resistente à aplicação de forças combinadas de tração e rotação que seja pelo menos idêntica à que se verifica nas cápsulas de acoplamento por adesão química do estado da técnica. SUMÁRIO DA INVENÇÃO

A presente invenção refere-se a uma cápsula (1) para rolha de cortiça flangeada, a cápsula (1) possuindo um corpo (2) que compreende um topo (3) e uma cavidade (4) dentro da qual estão dispostas pelo menos duas estrias (5) antirrotação, caracterizada por compreender ainda uma câmara (6) de retenção axial disposta no interior da referida cavidade (4), em que a câmara (6) de retenção está configurada para receber e reter axialmente uma flange de uma rolha de cortiça flangeada. A câmara (6) de retenção da cápsula (1) compreende um topo (6a) de câmara e um fundo (6b) de câmara.

Numa forma de realização, o topo (6a) de câmara e o fundo (6b) de câmara são abertos e definidos, respetivamente, como uma aba de topo e uma aba de fundo.

Numa outra forma de realização, o topo (6a) de câmara é fechado e o fundo (6b) de câmara é aberto e definido como uma aba de fundo.

Ainda numa outra forma de realização, o topo (6a) de câmara da câmara (6) de retenção coincide com o topo (3) do corpo (2) de cápsula.

Numa forma de realização preferida, as referidas estrias (5) antirrotação estão dispostas dentro da referida câmara (6) de retenção. Numa forma de realização alternativa, as referidas estrias (5) antirrotação estão dispostas no exterior da referida câmara (6) de retenção.

As estrias (5) antirrotação podem ser paralelas umas em relação às outras ou podem ser dispostas de modo a que duas estrias (5) adjacentes formem um ângulo obtuso ou um ângulo agudo entre si. Numa forma de realização particular, a cápsula de acordo com a invenção compreende adicionalmente uma rosca disposta no interior da referida cavidade (4) do corpo (2) de cápsula. A invenção também se refere a uma rolha (7) capsulada para ser utilizada em recipientes, em particular garrafas, a rolha (7) capsulada compreendendo uma rolha (8) de cortiça que possui um corpo (9) cilíndrico e uma flange (10); e uma cápsula (1) da invenção acoplada à flange (10) da referida rolha (8) de cortiça. Numa forma de realização da rolha (7) capsulada, esta compreende uma rolha (8) de cortiça cuja flange (10) está situada numa das extremidades do seu corpo (9) cilíndrico.

Numa forma de realização alternativa, a rolha (7) capsulada compreende uma rolha (8) de cortiça cuja flange (10) está disposta numa parte situada entre ambas as extremidades do corpo (9) cilíndrico.

A invenção refere-se ainda ao processo de produção da referida rolha (7) capsulada, cujo processo compreende um passo de colocação de uma flange (10) de uma rolha (8) de cortiça dentro de uma câmara (6) de retenção axial de uma cápsula (1) de acordo com a invenção.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

De seguida procede-se à descrição detalhada da invenção fazendo referência aos desenhos anexos, nos quais:

A Fig. 1 é uma vista em perspetiva de uma forma de realização da cápsula de acordo com a invenção. A Fig. 2 é uma representação esquemática da cápsula da Fig. 1 , que mostra a construção da cápsula na sua cavidade.

A Fig. 3 é uma vista lateral da cápsula das Fig. 1 e 2, que mostra esquematicamente a construção da cápsula na sua cavidade.

A Fig. 4 é uma representação esquemática em vista lateral de uma rolha de cortiça flangeada. A Fig. 5 ilustra esquematicamente numa vista lateral uma rolha capsulada de acordo com a presente invenção, a qual foi construída a partir do acoplamento da cápsula das Fig. 1 a 3 com a rolha de cortiça flangeada da Fig. 4.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

A presente invenção refere-se a uma cápsula para ser acoplada a uma rolha de cortiça possuindo uma flange. A invenção refere-se também a uma rolha capsulada compreendendo a referida cápsula e ao processo de produção da rolha capsulada.

Os termos "compreender" , "possuir" , "incluir" , "conter" e suas diversas formas verbais, devem ser interpretados como termos abrangentes, i. e. , significando, por exemplo, "incluindo mas não se limitando a" , a menos que se indique especificamente em contrário por utilização do termo "consistir" ou de uma sua forma verbal.

No contexto da presente invenção, o termo "recipiente" refere-se a um objeto com uma forma fechada, geralmente de corpo globular, com uma boca ou gargalo, destinado a receber um produto alimentar ou não alimentar. A rolha capsulada que compreende a cápsula da presente invenção destina-se a recipientes. Em especial mas não exclusivamente, destina-se a recipientes de produtos alimentares, nomeadamente a recipientes de bebidas, por exemplo, garrafas para bebidas selecionadas do grupo compreendendo vinho, cerveja, bebidas espirituosas, água, refrigerantes e semelhantes. Pode, naturalmente, utilizar-se de igual modo a rolha capsulada da invenção em recipientes para produtos não alimentares, uma vez que a natureza da rolha não está limitada pelo tipo de recipiente que esta pode fechar, tapar ou vedar, nem tão-pouco pelo produto contido nesse recipiente.

A expressão "boca de recipiente" refere-se à parte aberta de um recipiente, por exemplo, um gargalo de uma garrafa. Na presente descrição, para efeitos de simplificação explicativa e de leitura da mesma, recorre-se aos exemplos de "garrafa" e "gargalo" , sem que esta simplificação vise limitar a utilização da cápsula e rolha capsulada da invenção a estes elementos.

A expressão "rolha capsulada" da presente invenção, refere-se a um sistema constituído por uma rolha de cortiça flangeada acoplada a uma cápsula da invenção.

A expressão "rolha de cortiça flangeada" refere-se a uma rolha de cortiça compreendendo um corpo cilíndrico e uma flange. Uma tal rolha de cortiça flangeada é utilizada como um dos componentes do sistema de rolha capsulada da invenção. A expressão "rolha de cortiça" refere-se a uma rolha de cortiça natural, cortiça natural colmatada, cortiça aglomerada, cortiça microaglomerada ou a suas combinações. A mesma expressão também se refere a rolhas compósitas, compreendendo maioritariamente material de cortiça associado a outro material compatível, por exemplo, material polimérico, fibras ou combinações destes.

No contexto da presente descrição, rolha de cortiça natural é uma rolha compreendendo um corpo formado apenas de cortiça natural. Rolha de cortiça natural colmatada é uma rolha de cortiça natural com os poros colmatados com pó de cortiça. Rolha de cortiça aglomerada é uma rolha compreendendo um corpo formado de cortiça aglomerada com granulometria superior ou igual a 2 mm. Rolha de cortiça microaglomerada é uma rolha compreendendo um corpo formado de cortiça microaglomerada, ou seja, com granulometria inferior a 2 mm. A expressão "corpo cilíndrico" refere-se ao corpo da referida rolha de cortiça flangeada, corpo esse que possui uma forma substancialmente cilíndrica ou cónica com duas extremidades. Uma destas extremidades pode ser chanfrada ou boleada e destina-se a ser inserida parcial ou totalmente na boca ou gargalo de um recipiente, e a extremidade oposta pode compreender a referida flange ou esta pode estar disposta numa parte do corpo cilíndrico entre as extremidades do mesmo.

O termo "flange" refere-se a um rebordo ou aba formada de modo integrante na rolha de cortiça a partir do mesmo material desta. A flange está normalmente disposta numa extremidade do corpo cilíndrico da rolha de cortiça flangeada, conforme ilustrado na Fig. 3, mas poderá também estar disposta numa parte do corpo cilíndrico entre as extremidades deste (não mostrado), sendo, em qualquer dos casos, a dimensão radial da flange superior à dimensão radial do corpo cilíndrico. A flange é o elemento constituinte da rolha de cortiça flangeada que serve para acoplar a última a uma cápsula da invenção, formando uma rolha capsulada de acordo com a presente invenção. A flange poderá adotar qualquer forma adequada à função mencionada como, por exemplo, a forma de um cilindro de diâmetro superior ao diâmetro do referido corpo cilíndrico. No entanto, são preferidas as formas de disco circular ou aba, podendo estas formas ser contínuas ou transversalmente seccionadas.

A "cápsula" da presente invenção é o elemento da rolha capsulada que está acoplado à flange de uma rolha de cortiça flangeada e que, em utilização, após engarrafamento, fica disposto no exterior de um recipiente tapado ou fechado/vedado pela rolha capsulada, ficando a cápsula a cobrir a extremidade livre do gargalo do recipiente e ficando a referida parte cilíndrica da rolha de cortiça inserida no interior do gargalo para o tapar ou fechar/vedar.

A cápsula é o elemento da rolha capsulada que serve para ser manipulado pelo utilizado r/consumidor com vista a remover a rolha capsulada do gargalo de um recipiente sem ser necessário recorrer a ferramentas mecânicas, como os saca-rolhas, permitindo ainda uma reutilização meramente manual. A cápsula também confere à rolha capsulada uma importante vantagem estética face a rolhas convencionais sem cápsula.

A cápsula da invenção pode ser fabricada a partir de qualquer material adequado como, por exemplo, vidro, madeira, metal, material polimérico, material compósito ou combinações destes. É preferida a utilização de materiais poliméricos, em particular material plástico.

A cápsula (1) da invenção é concebida para ser acoplada a uma rolha (8) de cortiça flangeada (representada de modo esquemático e exemplificativo na Fig. 4). Esta cápsula (1) não é adequada para ser combinada com as rolhas cilíndricas de cortiça convencionais que não possuem flange.

A presente invenção dispensa a utilização de adesivos químicos no acoplamento entre a cápsula e o corpo de rolha de cortiça, o que proporciona o desenvolvimento de rolhas do tipo "Bartop" estáveis a longo prazo para aplicação, por exemplo, em vinhos tranquilos sujeitos a condições severas de acondicionamento e transporte. Permite ainda a utilização de revestimentos ou tratamentos de superfície normalmente utilizados em rolhas de vinho convencionais mas que não podem ser utilizados em rolhas "Bartop" do estado da técnica.

Desta forma, é assegurado um desempenho melhorado a longo prazo, que preenche os requisitos de transporte, armazenamento e consumo dos vinhos tranquilos, contribuindo para melhorar a estabilidade do vinho tranquilo em condições de acondicionamento e transporte normalmente não recomendados para este produto quando em associação com as rolhas "Bartop" do estado da técnica.

Fazendo referência às Fig. 1 a 3, a cápsula (1) possui um corpo (2) que compreende um topo (3) e uma cavidade (4) dentro da qual estão dispostas pelo menos duas estrias (5) antirrotação. A cápsula (1) compreende ainda uma câmara (6) de retenção axial disposta no interior da referida cavidade (4). A câmara (6) de retenção está configurada para receber e reter axialmente (ou seja, ao longo de um eixo longitudinal que é substancialmente perpendicular a um eixo radial da cápsula e da rolha flangeada) uma flange de uma rolha de cortiça flangeada.

Como se pode ver na Fig. 2, a cápsula (1) de acordo com a invenção compreende um topo (6a) de câmara e um fundo (6b) de câmara. Na forma de realização ilustrada nas Fig. 1 e 2, o topo (6a) de câmara e o fundo (6b) de câmara são abertos e definidos, respetivamente, como uma aba de topo e uma aba de fundo. Ambas as abas definem batentes para uma flange (10) de uma rolha (8) de cortiça flangeada (como no exemplo da Fig. 4), cuja flange (10), após acoplamento à cápsula (1), fica introduzida na câmara (6) de retenção da cápsula e impedida de se deslocar axialmente em relação a esta.

Numa forma de realização não ilustrada, o topo (6a) de câmara da câmara (6) de retenção é fechado compreende e o fundo (6b) de câmara é aberto e definido como uma aba de fundo. Nesta forma de realização, na fase de acoplamento da rolha (8) de cortiça flangeada à cápsula (1), a flange (10) da rolha (8) é introduzida na câmara a partir da abertura definida pela aba do fundo (6b) de câmara, ficando assim impedida de se deslocar axialmente em relação à câmara (6) por meio do topo (6a) fechado e da aba do fundo (6b) da câmara(6). O processo de acoplamento da rolha (8) de cortiça flangeada à cápsula (1) é descrito mais em pormenor abaixo.

Numa forma de realização particular, o topo (6a) de câmara coincide com o topo (3) do corpo (2) de cápsula, resultando num único elemento de construção da cápsula (1). Naturalmente que neste caso, o topo (6a) de câmara (e consequentemente o topo (3) do corpo (2) da cápsula) poderá ser aberto ou fechado consoante a opção construtiva do especialista. Este é o caso da forma de realização ilustrada nas Fig. 1 e 2, sendo o topo (3) da cápsula aberto e delimitado pela aba ilustrada nessas figuras e identificada como (6a). Nesta forma de realização, o acoplamento da rolha (8) de cortiça flangeada é feito a partir desta abertura de topo.

É de referir que o referido fundo (6b) da câmara de retenção da cápsula (1) será sempre aberto, podendo variar apenas a configuração construtiva adotada para definir a sua aba ou rebordo. Caso assim não fosse, não seria possível construir uma rolha (7) capsulada (ver a Fig. 5) por acoplamento mecânico de uma rolha (8) de cortiça flangeada à cápsula na fase de produção da rolha (7) capsulada. Na forma de realização preferida, das Fig. 1 a 3, a cápsula (1) compreende estrias (5) antirrotação dispostas dentro da câmara (6) de retenção. Esta conceção proporciona uma solução compacta e otimizada uma vez que permite suportar forças combinadas de tração (forças axiais) e de rotação (forças radiais) pelo menos idênticas às soluções do estado da técnica.

Numa forma de realização não ilustrada, as referidas estrias (5) antirrotação estão dispostas no exterior da referida câmara (6) de retenção. Neste caso, as estrias estão dispostas numa parte da cavidade (4) da cápsula (1) entre o topo (3) do corpo (2) da cápsula e o topo (6a) de câmara de retenção. A cápsula (1) desta forma de realização está concebida para ser acoplada a uma rolha (8) flangeada, cuja flange (10) está disposta numa parte do corpo (9) cilíndrico entre as extremidades deste.

Em qualquer dos casos, as estrias (5) antirrotação servem para impedir movimentos relativos de rotação da cápsula (1) relativamente ao corpo (9) cilíndrico.

As estrias (5) antirrotação poderão estar dispostas paralelamente entre si ou, em alternativa, podem ser dispostas de modo a que duas estrias (5) adjacentes formem um ângulo obtuso ou um ângulo agudo entre si. A disposição não paralela de estrias (5) proporciona um efeito antirrotação melhorado relativamente à disposição paralela de estrias (5).

Numa outra forma de realização não ilustrada, a cápsula (1) da presente invenção compreende ainda uma rosca disposta no interior da cavidade (4) do corpo (2) de cápsula. Esta rosca permite dotar uma rolha (7) capsulada que utilize a cápsula (1) da função adicional de aperto por rosca a um gargalo de um recipiente devidamente configurado para receber uma rolha assim concebida. Esta solução poderá encontrar aplicação em recipientes de produtos não-alimentares ou mesmo em garrafas de bebidas espirituosas.

Fazendo particular referência à Fig. 5, a presente invenção também se refere a uma rolha (7) capsulada para recipientes, em particular garrafas.

A rolha (7) capsulada da invenção compreende:

• uma rolha (8) de cortiça possuindo um corpo (9) cilíndrico e uma flange (10) e

• uma cápsula (1) da invenção, tal como definida anteriormente, acoplada à flange (10) da referida rolha (8) de cortiça.

Como já mencionado anteriormente, a flange (10) da rolha (8) de cortiça pode estar situada numa das extremidades do corpo (9) cilíndrico da mesma rolha (8) de cortiça ou pode estar disposta numa parte situada entre ambas as extremidades do corpo (9) cilíndrico. Para o segundo caso, terá de ser utilizada uma cápsula (1) que tenha uma parte da sua cavidade (4) entre o topo (3) do corpo (2) de cápsula e o topo (6a) de câmara de retenção, disponível para alojar uma porção remanescente do corpo (9) cilíndrico entre a flange e uma das extremidades do mesmo corpo (9).

A invenção refere-se ainda ao processo de produção da rolha (7) capsulada descrita acima. O processo compreende colocar uma flange (10) de uma rolha (8) de cortiça flangeada dentro de uma câmara (6) de retenção axial de uma cápsula (1) da invenção.

Para colocar a flange (10) de uma rolha (8) de cortiça flangeada dentro da câmara (6) de retenção axial, é necessário inserir axialmente o corpo (9) cilíndrico da rolha(8) flangeada através do topo (6a) de câmara ou do fundo (6b) de câmara até à flange (10). Como se referiu anteriormente, o fundo (6b) de câmara é aberto e está dimensionado de modo a permitir a livre passagem (axial) do corpo (9) cilíndrico da rolha (8) mas não da flange (10). No caso em que se pretende inserir a rolha (8) flangeada através do topo (6a) de câmara, também este deverá estar dimensionado para possuir uma abertura de dimensão adequada para deixar passar o corpo (9) cilíndrico da rolha (8) mas não a flange (10). Assim sendo, durante a inserção axial da rolha (8), o topo (6a) de câmara deixa o corpo (9) cilíndrico passar para dentro da câmara (6) de retenção. Quando a flange (10) alcança o topo (6a), terá de estar radialmente comprimida para poder passar também pela abertura. Esta compressão radial é realizada através de um dispositivo mecânico que não é objeto da invenção, pelo que não será aqui descrito. Quando a flange (10) passa pelo topo (6a) de câmara, a referida compressão radial cessa e a flange (10) recupera a sua forma original, ocupando o espaço interior da câmara (6) de retenção axial que está configurada para receber e reter a referida flange (10) da rolha (8) de cortiça, uma vez que tanto o topo (6a) de câmara como o fundo (6b) de câmara estão concebidos para impedirem o deslocamento axial da flange (10) e, por conseguinte, da rolha (8) de cortiça flangeada.

O recurso a abas de retenção como formas de realização do topo (6a) e do fundo (6b) de câmara constitui a concretização preferida para proporcionar o necessário constrangimento axial à flange (10) da rolha (8) de cortiça após produção da rolha (7) capsulada.

Quando são proporcionadas estrias (5) no interior da câmara (6) de retenção de cápsula, a força de expansão da flange (10) que ocorre (por recuperação elástica devida à memória de forma do material de cortiça) quando esta entra na câmara (6), faz com que a flange (10) ocupe o espaço livre disponível no interior da mesma e, simultaneamente, proporcione tensões de compressão nos pontos de contacto com as estrias (5), impedindo, respetivamente, movimentos relativos de deslocamento radial e de rotação entre a cápsula (1) e a flange (10) da rolha (8) de cortiça. São aplicados os mesmos princípios quando se pretender inserir a flange (10) da rolha (8) de cortiça na câmara (6) de retenção através do fundo (6b) de câmara aberto.