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Title:
DENTAL IMPLANT, METHOD FOR OBTAINING SAME AND USES THEREOF
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2019/082153
Kind Code:
A1
Abstract:
The present disclosure describes a dental implant that rests on cortical bone and is immediately able to support a load. In particular, the implant is implanted in the orifice from which the tooth has been extracted, if such an orifice exists, or alternatively in a hole made for placement of the implant, in cortical bone, and externally between cortical bone and gum, the implant slightly surrounding the mandible or maxilla. In one embodiment, with a view to achieving enhanced fixing, the implant may further comprise screws that fix the outer part of the implant to the maxilla/mandible, and expandable parts or rings that fix the implantable part to the bone itself, said implantable part being that part of the implant which sits in the orifice of the extracted tooth or in the hole made in the cortical bone and which has an implant/bone interface zone with a cellular structure.

Inventors:
CORREIA PEREIRA SILVA FILIPE SAMUEL (PT)
SALGADO PINTO PAULO FILIPE (PT)
NOVAIS CARVALHO ÓSCAR SAMUEL (PT)
ALVES DANTAS TELMA SOFIA (PT)
Application Number:
PCT/IB2018/058396
Publication Date:
May 02, 2019
Filing Date:
October 26, 2018
Export Citation:
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Assignee:
UNIV DO MINHO (PT)
International Classes:
A61C8/00; A61C8/02
Domestic Patent References:
WO2008125852A12008-10-23
WO1996022061A11996-07-25
Foreign References:
US20030232308A12003-12-18
US20030224328A12003-12-04
RU1557709C1994-10-30
Attorney, Agent or Firm:
SILVESTRE ALMEIDA FERREIRA, Luis Humberto (PT)
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Claims:
R E I V I N D I C A Ç Õ E S

Implante dentário para fixação na zona intra-óssea de uma cavidade dental, que compreende:

uma parte inferior em contacto com a zona intra-óssea da cavidade, para servir de âncora,

em que a parte inferior do implante compreende uma pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias,

em que a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias está apta a receber componentes expansíveis;

uma parte superior do implante que compreende pelo menos duas abas, em que as referidas abas compreendem orifícios para alojar meios de fixação e em que cada aba tem uma superfície exterior que compreende uma estrutura celular.

Implante de acordo com a reivindicação anterior, em que a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias estão dispostas numa superfície externa da parte inferior do implante de forma alternada.

Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias estão dispostas na superfície externa da parte inferior do implante de forma descentrada, de preferência não alinhadas.

Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a superfície externa da parte inferior do implante compreende uma estrutura celular, em particular a zona em contacto com o osso.

Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores que compreende um orifício central interno apto a fixar um pilar e/ou uma coroa.

6. Implante de acordo com a reivindicação anterior, em que o orifício central interno é roscado.

7. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a parte inferior do implante tem forma cónica, frustocónica, frustocilíndrica.

8. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a parte inferior do implante tem forma de raiz de um dente.

9. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o implante compreende um pilar para fixar a coroa.

10. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o implante compreende um pilar e uma coroa.

11. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que as reentrâncias da parte inferior do implante são orifícios cilíndricos, rasgos semicircunferências, ou suas combinações.

12. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias compreende componentes expansíveis e em que os referidos componentes expansíveis são cilindros externos, ganchos, anéis ou suas combinações.

13. Implante de acordo com a reivindicações anterior, em que os componentes expansíveis são termicamente expansíveis a temperaturas entre os 40-50 °C.

14. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que os componentes expansíveis têm um diâmetro que varia entre 0,4-2 mm.

15. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que os componentes expansíveis têm uma altura que varia entre 1-3 mm.

16. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que os componentes expansíveis dos rasgos semi-circunferenciais serem em forma de anel.

17. Implante de acordo com a reivindicação anterior, em que o anels tem uma espessura e altura que varia entre 0,4-2 mm e um diâmetro que varia entre os 2-8 mm.

18. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que os componentes expansíveis são de material de memória de forma, preferencialmente Nitinol.

19. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em a estrutura celular é uma matriz celular.

20. Implante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o material do implante é selecionado da seguinte lista: material metálico, liga metálica, compósito de matriz metálica, cerâmico, compósito cerâmico, polímero, compósito polimérico, ou suas misturas.

21. Implante de acordo com a reivindicação anterior, em que o material metálico, liga metálica ou compósito de matriz metálica compreende titânio, CoCrMo, aço inox, ou suas misturas.

22. Implante de acordo com a reivindicação 20, em que o cerâmico ou compósito cerâmico compreende zircónia, hidroxiapatita, ou suas combinações.

23. Implante de acordo com a reivindicação 20 em que o polímero ou compósito polimérico é selecionado de materiais que compreendem poliéter-éter-cetona, poli(methil metacrilatro ), ou suas misturas.

24. Estojo para cirurgia dentaria que compreende o implante descrito em qualquer uma das reivindicações anteriores e componentes extensíveis descritos em qualquer uma das reivindicações anteriores.

Description:
D E S C R I Ç Ã O

IMPLANTE DENTÁRIO, PROCESSO DE OBTENÇÃO E SEUS USOS

Domínio técnico

[0001] A presente divulgação insere-se na área dentária, mais especificamente na área de implantes dentários. Numa realização, a solução compreende um implante que se fixa no osso cortical e que contém texturas, anéis e partes expansíveis que permitem uma melhor fixação do implante e integração óssea.

Antecedentes

[0002] O sistema de implantes dentários convencional inclui implantes e técnicas de colocação de implantes dentários que se baseiam no enroscamento do implante dentro do osso cortical e também do osso trabecular, na mandíbula e no maxilar. Estes implantes apresentam algumas limitações, entre as quais o não acompanhamento da recessão óssea; a promoção de recessão óssea por falta de aplicação de cargas na zona adjacente ao implante; a necessidade de longos períodos de ósseo integração antes de poderem ser aplicadas cargas de mastigação; e, em virtude de necessitarem de ser roscados, a rotação do implante não permite que o implante seja uma peça única que contemple a zona intra-óssea e extra-óssea, nem permite que a geometria da parte intra óssea se ajuste à geometria da cavidade natural de um dente extraído.

[0003] O conceito de implante subgengival não é recente. O documento de patente US4,702,697 refere que uma pequena placa é colocada sobre o osso cortical e sob a gengiva, e moldada ao osso cortical. Essa placa contém uma zona, com uma saliência que contém uma rosca, voltada para o exterior da gengiva, onde se fixará o pilar ou a coroa. Este implante, para ficar solidário com o osso cortical, necessita de um período de tempo para que ocorra a integração óssea, após a qual poderá ser colocado o pilar e a coroa, e serem aplicadas cargas de mastigação. [0004] O implante da presente divulgação distingue-se ainda da maior parte dos implantes convencionais por não possuir uma rosca para ligação ao osso. A sua fixação é obtida por anéis ou cilindros ou outros componentes expansíveis, acoplados no corpo do implante que entra no orifício do dente extraído ou no orifício criado no osso cortical, e por pequenos parafusos, na zona externa ao osso e interna à gengiva. Isto permite que o implante tenha geometrias diversas, adaptadas à anatomia do osso de cada paciente, e que o exterior do implante, ou coroa, possa inclusivamente ficar ancorada nos dentes adjacentes, desta forma aumentando a fixação e rigidez do mesmo.

[0005] O método de fixação óssea através de componentes mecanicamente expansíveis, tipo bucha de um parafuso, é bastante comum. O uso de materiais expansíveis com memória de forma e recorrendo a temperatura também já tem alguns anos. O documento de patente EP1017868 apresenta um implante dentário que consiste em NiTi (Nitinol) e que expandirá quando dentro do osso, devido à aplicação de temperatura.

[0006] Estes factos são descritos de forma a ilustrar o problema técnico resolvido pelas realizações do presente documento.

Descrição Geral

[0007] A presente divulgação descreve uma solução que colmata as limitações anteriormente referidas, por não ser de roscar e por apoiar-se apenas no osso cortical e, em boa parte ser um implante subgengival.

[0008] A presente divulgação distingue-se na medida em que pequenos anéis, descentrados alternadamente, ou pequenos cilindros, ou ainda pequenos ganchos, ou componentes com outras geometrias mas com a mesma função, são colocados na superfície do corpo do implante, na zona do implante que entrará no orifício do osso cortical, e serão expandidos pela aplicação de temperatura, garantindo uma fixação forte dessa zona do implante ao osso cortical. Este método permite que o corpo principal do implante seja em qualquer material, Titânio (Ti), zirconia (YTZP), poliéter- éter-cetona (PEEK), ou outro, e os elementos fixadores e expansíveis sejam noutro material, por exemplo Nitinol.

[0009] Um aspeto da presente invenção, descreve um implante dentário para fixação na zona intra-óssea de uma cavidade dental, que compreende:

uma parte inferior em contacto com a zona intra-óssea da cavidade, para servir de ancora;

em que a parte inferior do implante compreende uma pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias;

em que a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias está apta a receber componentes expansíveis;

uma parte superior do implante que compreende pelo menos duas abas, em que as referidas abas compreendem orifícios para alojar meios de fixação e em que cada aba tem uma superfície exterior que compreende uma estrutura celular.

[0010] Numa realização, a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias podem estar dispostas na superfície externa da parte inferior do implante de forma alternada.

[0011] Numa realização, a pluralidade de reentrâncias e/ou protuberâncias podem estar dispostas na superfície externa da parte inferior do implante de forma descentrada, de preferência não alinhadas.

[0012] Numa realização, a superfície exterior da parte inferior do implante pode compreender uma estrutura celular, em particular a zona em contacto com o osso.

[0013] Numa realização, o implante pode compreender um orifício central interno apto a fixar um pilar ou uma coroa. De preferência, o orifício central interno é roscado.

[0014] Numa realização, a parte inferior do implante tem forma cónica. De preferência; a parte inferior do implante tem forma da raiz de um dente.

[0015] Numa realização, o implante pode compreender um pilar para fixar a coroa.

[0016] Numa realização, o implante pode compreender um pilar e uma coroa. [0017] Numa realização, as reentrâncias parte inferior do implante podem ser orifícios cilíndricos, rasgos semicircunferências ou suas combinações.

[0018] Numa realização, os componentes expansíveis podem ser cilindros externos, ganchos, anéis ou suas combinações. De preferência, os componentes expansíveis são termicamente expansíveis a temperaturas entre os 40-50 °C.

[0019] Numa realização, os componentes expansíveis podem ter um diâmetro que varia entre 0,4 a 2 mm. De preferência, os componentes expansíveis têm uma altura que varia entre 1 a 3 mm.

[0020] Numa realização, os componentes expansíveis dos rasgos semi-circunferenciais podem ser em forma de anel. De preferência, os anéis têm uma espessura e altura que varia entre 0,4 a 2 mm e um diâmetro que varia entre os 2 e os 8 mm.

[0021] Numa realização, os componentes expansíveis podem ser num material de memória de forma, preferencialmente Nitinol. Níquel-titânio, também conhecido como nitinol, é uma liga metálica de níquel e titânio, em que os dois elementos estão presentes em percentagens atómicas praticamente iguais. O nitinol exibe duas propriedades únicas que são relacionadas: efeito térmico de memória e superelasticidade (também chamada de pseudoelasticidade).

[0022] Numa realização o material do implante pode ser selecionado da seguinte lista: material metálico, uma liga metálica, compósito de matriz metálica, um cerâmico, um compósito cerâmico, um polímero, compósito polimérico, ou suas misturas.

[0023] Numa realização, a estrutura celular é uma matriz celular.

[0024] Numa realização, o material metálico, liga metálica ou compósito de matriz metálica pode compreender titânio, CoCrMo, aço inox ou suas misturas, entre outras.

[0025] Numa realização, o cerâmico, compósitos cerâmicos podem compreender compreende zircónia, hidroxiapatita, ou suas combinações, entre outros.

[0026] Numa realização, o polímero ou compósito polimérico podem selecionados de materiais que compreendem poliéter-éter-cetona (PEEK), poli(methil metacrilatro) (PMMA) ou suas misturas. [0027] A presente divulgação descreve ainda um estojo para cirurgia dentaria que compreende o implante descrito em qualquer uma das reivindicações anteriores e componentes extensíveis descritos em qualquer uma das reivindicações anteriores.

[0028] A presente divulgação descreve num implante dentário, com fixação rígida ao osso cortical, em que o implante pode ser sujeito a carga imediata.

[0029] Para que isto possa acontecer este implante é apoiado apenas na componente mais resistente do osso, o osso cortical, e possui uma fixação em vários pontos do osso cortical.

[0030] A presente divulgação diferencia-se na medida em que o implante aqui proposto, para além da parte que fica moldada à superfície externa do osso cortical, contém uma zona que entrará no orifício natural do dente que foi extraído, ou alternativamente num furo feito nessa mesma zona, no osso cortical, e aí será fixado através de anéis ou cilindros ou outros componentes expansíveis, que garantem uma ligação forte e imediata nessa zona. Para além disso o implante será ainda fixado ao osso cortical, através de pequenos parafusos que fixarão a parte do implante situada na parte externa do osso e sub-gengival, e que darão maior rigidez à ligação implante- osso. Desta forma a ligação fica praticamente isenta de movimento relativo osso- implante, o que permite que seja sujeito a cargas imediatas de mastigação. Isto permite que o pilar e a coroa sejam aplicados de imediato, ou alternativamente que o implante tenha um corpo único, ou seja, já contenha o pilar e a coroa, como peça única.

[0031] No caso de uma implantação imediatamente após extração do dente, o implante terá uma componente que entra no orifício de onde foi extraído o dente, devendo a geometria da zona do implante que entra no orifício ser o mais próxima possível da da raiz do dente extraído. Alternativamente, caso já não exista orifício, por o dente ter sido extraído há bastante tempo, dever-se-á fazer um furo, apenas da profundidade da espessura do osso cortical, e a zona central do implante deverá ser inserida nesse furo. [0032] Numa realização, o implante da presente divulgação compreende as seguintes características:

uma parte inferior do implante que entra no furo e é interna ao osso cortical, compreende orifícios cilíndricos (13) ou rasgos semicircunferências (reentrâncias ou cavidades circunferenciais) (15), onde se colocam componentes expansíveis como pequenos cilindros externos ou ganchos (14), de preferência com dimensões entre 1 a 4 milímetros (cujo diâmetro é igual ao dos orifícios) ou anéis (16), respetivamente, que quando sujeitos a temperatura entre 40 a 50^C, por um período de 5 a 120 segundos, expandem e criam uma forte ligação entre o implante e o osso cortical do orifício. Esta forma de fixação, que evita que o implante tenha que rodar para entrar no orifício, permite que este possa ter qualquer geometria, quer da raiz do implante, ou seja a parte do implante que entrará no osso cortical, quer da parte exterior do implante, a coroa, que assim pode ficar perfeitamente ancorada nos dentes adjacentes.

[0033] Numa realização, o implante compreende ainda uma aba (1) que ficará sobreposta sobre o osso cortical e debaixo da gengiva. Esta aba pode compreender por exemplo 4 orifícios (4) na zona lateral que permitirão que parafusos (5) fixem rigidamente esta aba ao osso cortical e uma estrutura celular (7) na zona que contacta o osso cortical, de forma a acelerar a ósseo-integração.

[0034] Numa realização, o implante poderá ser feito com um corpo único (Figura 1 c) e Figura 2 c)), que já contenha a zona intra-óssea, a aba, e a zona da coroa, ou ser feito em duas partes (Figura 1 b) e Figura 2 b)), uma, o implante propriamente dito, que entra no osso cortical, com a aba, e que já contém o pilar, e sobre o qual será montada outra parte, a coroa, ou em três partes principais (Figura 1 a) e Figura 2 a)), uma, o implante propriamente dito, que entra no osso cortical, já com aba, onde enroscará outra parte, o pilar, e sobre o qual será fixada outra parte, a coroa, sendo que neste último caso, a parte do implante que entra no osso cortical, quer seja no orifício do dente recém-extraído (Figura 2), quer seja no furo realizado no osso cortica l (Figura 1), possui um orifício central interno roscado (3) onde será enroscado o pilar;

[0035] Numa realização, o implante, para além de estar globalmente apoiado no osso cortical, de forma a manter um contacto estreito entre implante e osso, possui ainda vários pontos de fixação por meio de parafusos, que permitem que fique rigidamente fixo ao osso. Esta fixação não permite deslocamentos relativos entre osso e implante, permitindo a aplicação imediata de carga sem que fique comprometida a integração óssea do implante, mesmo com cargas de mastigação.

[0036] Numa realização, o implante pode possuir ainda uma estrutura celular, na zona em que está em contacto com o osso, permitindo uma integração óssea eficaz e acelerada, incluindo adequada vascularização em toda a superfície do implante. Esta estrutura celular deve ter uma geometria que não coloque em causa os furos para os parafusos.

[0037] Numa realização, a estrutura celular poderá ter forma de favo de mel, em particular por cada favo ser um quadrado, um hexágono, um pentágono, um octógono, suas combinações. Em particular como representado em detalhe da figura 7.

[0038] Numa realização, em termos de materiais, o implante ou as suas partes, assim como os parafusos acessórios são de metal ou liga metálica ou compósito de matriz metálica à base de titânio ou Liga de Cobalto-Crómio-Molibdénio (CoCrMo) ou aço inox ou outro metal ou liga metálica aceite para implantes médicos, ou por um cerâmico como zircónia, alumina, ou outro material aceite para implantes médicos, ou compósito cerâmico, ou ainda por um polímero como PEEK, poli(metil metacrilatro) PMMA, ou outro polímero aceite em implantes médicos, ou compósito polimérico. Os restantes elementos, nomeadamente os anéis ou partes expansíveis, são de Ninitol (NiTi) ou de outro material expansível, com memória de forma, aceite para implantes médicos.

[0039] Numa realização, quanto ao processo de manufatura dos implantes (quer simples quer integrados por partes) os implantes serão feitos à medida da anatomia de cada paciente. Inicialmente serão obtidas imagens anatómicas do osso e dente. Com estas deverão ser manufaturados os implantes contendo a aba que abraçará o osso cortical e eventualmente a coroa, na opção do implante integrado. As técnicas de manufatura serão convencionais, por maquinação CNC, laser, ou por tecnologias aditivas, ou outras tecnologias convencionais.

[0040] Numa realização, a zona do implante em contacto com o osso terá uma estrutura celular, que promove uma rápida e eficaz integração com o osso, e ainda permitindo a adequada vascularização em toda a superfície do implante.

[0041] O implante descrito na presente divulgação, apresenta as seguintes vantagens: capacidade do implante de ter qualquer geometria, quer da zona que entra no osso, quer da coroa, por não exigir que rode para poder ser implantado, permitindo assim que ele tenha uma liberdade geométrica que lhe permita ser ancorado ou ajustado no furo do dente extraído, na mandíbula/maxila, ou que a zona externa, a coroa, possa ter uma geometria que lhe permita ficar ancorada em dentes adjacentes;

capacidade de ficar ancorado apenas no osso cortical e ser fixado em vários pontos, ou seja, no furo central e com, por exemplo, quatro parafusos, o que permite que possa ser aplicada carga imediata pois não existirá movimento relativo implante- osso e não existirá o risco de falha na ósseo integração;

capacidade do implante ser uma peça única, muito semelhante aos dentes naturais, minimizando assim o uso de peças diversas com a consequente redução de resistência mecânica das mesmas e a provável acumulação de bactérias nas interfaces entre as peças;

capacidade de auto ajuste entre o implante e o osso, na zona do orifício, resultante do ajustamento progressivo da liga com memória de forma, mantendo esta uma força de contacto com o osso, mesmo durante a reassimilação óssea da componente necrosada do osso, em virtude da furação, quando esta é necessária; capacidade da geometria do implante poder compensar, do ponto de vista geométrico, uma eventual recessão óssea, pré-existente na mandíbula/maxila do paciente, funcionando também como um enxerto ósseo, permitindo assim que a geometria da mandíbula/maxila ganhe as dimensões adequadas, esteticamente, devido á colocação do implante;

capacidade de reduzir a probabilidade de recessão óssea peri-implantar, ao longo do tempo, ou seja, na zona adjacente ao osso, como acontece nos implantes convencionais, pois a distribuição de tensões é homogénea sobre a zona cortical, não permitindo zonas de excesso de tensões, nas bordas do furo, como acontece nos implantes convencionais;

capacidade de acompanhar a recessão óssea da mandíbula e da maxila, resultante da idade do paciente, não ficando zonas do implante expostas, como acontece com implantes endosseos convencionais.

[0042] Isto deve-se ao facto do implante da presente divulgação estar fixo apenas no osso cortical, podendo acompanhar a recessão óssea do mesmo, e de não estar fixo ao longo do osso cortical e também do trabecular, como acontece nos implantes convencionais, em que a zona do implante fixa no osso trabecular não permite que este acompanhe a recessão óssea do osso cortical.

Breve descrição das figuras

[0043] Para uma mais fácil compreensão, juntam-se em anexo as figuras, as quais representam realizações preferenciais que não pretendem limitar o objeto da presente descrição.

[0044] Figura 1 - Representa uma realização de um implante que entra num furo realizado no osso cortical. O implante poderá ser feito com um corpo único (c), que já contenha a zona intra-óssea e a zona do pilar e da coroa, ou ser feito em duas partes principais(b), o implante, que entra no osso cortical e que já contém o pilar, sobre o qual será montado outra parte, a coroa, ou ainda ser feito em três partes principais (a), o implante, que entra no osso cortical e que possui um furo no seu topo, onde será aparafusado outra parte, o pilar, e sobre o qual será montada ainda outra parte, a coroa. [0045] Figura 2 - Representa uma realização de um implante que entra no orifício deixado pelo dente recém extraído. O implante poderá ser feito com um corpo único (c), que já contenha a zona intra-óssea e a zona do pilar e da coroa, ou ser feito em duas partes principais(b), o implante, que entra no osso cortical e que já contém o pilar, sobre o qual será montada outra parte, a coroa, ou ainda ser feito em três partes principais (a), o implante que entra no osso cortical e que possui um furo no seu topo, onde será aparafusada outra parte, o pilar, e sobre o qual será montada outra parte, a coroa.

[0046] Figura 3 - Representa uma realização de um implante com abas (1) com a parte central (2) para ancorar num furo realizado no osso cortical, e com um orifício interno roscado (3), no seu topo, onde será aparafusado o pilar, em que as abas apresentam orifícios (4) para entrada dos parafusos (5), e rasgos ou orifícios (6) para os anéis ou cilindros ou ganchos com memória de forma (14)(16), e ainda uma estrutura celular (7).

[0047] Figura 4 - Representa uma realização de um implante com a parte central (2) ancorada no orifício realizado no osso cortical (8), com um orifício interno roscado (3), no seu topo, onde será enroscado o pilar (9), e sobre o qual será montada a coroa (10). As abas possuem vários orifícios (4) para entrada dos parafusos (5)(Figura 3).

[0048] Figura 5 - Representa uma realização de um implante em peça única ou integrado (12), ancorada no osso cortical que constitui o orifício do dente recém extraído, com as abas (1) e os parafusos (5) e os respetivos orifícios (4) por onde os parafusos passam.

[0049] Figura 6 - Representa uma realização de um implante integrado (12) com as abas (1), os furos para os parafusos (4), os parafusos (5), e os orifícios (13) onde entrarão os pequenos cilindros ou ganchos (14) em material com memória de forma, ou os rasgos (15) onde entrarão os anéis (16) em material com memória de forma.

[0050] Figura 7 - Representa uma realização um implante integrado ou em peça única em que a superfície do mesmo, em contacto com o osso, tem uma superfície celular (7), que permite uma melhor ligação ao osso cortical e ainda uma adequada vascularização ao longo da superfície do implante.

Descrição Detalhada

[0051] A presente divulgação descreve num implante dentário que pode ser sujeito a carga imediata pois está firmemente ancorado numa área de osso cortical bastante substancial.

[0052] A presente divulgação descreve num implante dentário, que se apoiado no osso cortical, e que pode ser sujeito a carga imediata. Em particular, o implante ficará implantado no orifício de onde foi extraído o dente, caso este orifício ainda exista, ou alternativamente num furo realizado para colocação do implante, a nível do osso cortical, e externamente, entre o osso cortical e a gengiva, rodeando ligeiramente a mandíbula ou maxila.

[0053] Numa realização, de forma a reforçar a fixação, o implante pode compreender ainda parafusos que fixam à maxila/mandíbula a parte externa do implante e anéis ou partes expansíveis, que fixarão a parte implantável, ou seja, a parte do implante que ficará no orifício do dente extraído ou no furo realizado no osso cortical, ao próprio osso, e que inclui uma zona de interface do implante com o osso com uma estrutura celular (7) que permitirá e acelerará a integração óssea, incluindo vascularização adequada em toda a superfície do implante.

[0054] Numa realização, conforme as figuras 4 e 5, é possível ver que a aba (1) do implante está apoiada no osso cortical, abraçando-o. Para além disto, caso não exista orifício natural no osso resultante da extração do dente que aí residia (Figura 1), o implante possui uma zona (2) que entrará num furo a realizar no osso cortical, ficando aí firmemente preso (figura 4). Para além disto existem vários orifícios (4) na aba onde passarão pequenos parafusos (5) de fixação das abas ao osso cortical. [0055] Numa realização, no caso de uma extração seguida de implantação o implante pode compreender ainda o equivalente à raiz do dente (Figura 2, 5, e 6), e que entrará no orifício deixado pela raiz do dente (Figura 5) devendo a sua geometria ser o mais próxima possível da raiz do dente extraído. Esta parte, que entra no orifício da raiz do dente, contém anéis (16) externos ou pequenos cilindros ganchos (14), feitos de material com memória de forma, preferencialmente Nitinol, e que quando sujeitos a temperatura expandirão e criarão uma ligação forte com o osso cortical do orifício. Os anéis poderão ter cerca de 0,4 a 2 mm de espessura e de altura e um diâmetro que pode oscilar entre os 2 e os 8 mm, enquanto os cilindros poderão ter cerca de 0,4 a 2 mm de diâmetro e 1 a 3 mm de altura, ambos dependendo da geometria do implante e deverão ser de NiTi ou outro metal ou liga metálica, ou outro material com memória de forma, e que expanda com temperatura. Tanto os anéis como os cilindros e ganchos deverão estar próximos, com intervalos equivalentes à sua própria dimensão, para garantir uma superfície de contacto com o osso de pelo menos cerca de 50% da superfície do implante. Esta forma de fixação, que evita que o implante tenha que rodar, para entrar no orifício, permite que este tenha uma qualquer geometria, como a do orifício da raiz do dente, o que lhe permite que fique perfeitamente ancorado no osso cortical do dente extraído.

[0056] Numa realização, devido à elevada rigidez da fixação, é possível a aplicação imediata de carga, como a da mastigação. São providenciadas três opções: a primeira (Figura 1 a) e Figura 2 a) em que o implante contém um orifício no seu topo (ver também (3) (Figura 3)) onde será roscado o pilar (ver também (9)(Figura 4)) (implante simples), sobre o qual será montada a coroa; a segunda (Figura lb) e Figura 2b)) que consiste num implante que já contém a zona do pilar, sobre o qual será montada a coroa; e a terceira (Figura lc) e Figura 2c)) que consiste num implante integral, numa peça única, que inclui já o pilar e a coroa, num componente único.

[0057] Numa realização, a zona de interface do implante com o osso tem uma estrutura celular (7) que permitirá e acelerará a integração óssea, incluindo vascularização adequada em toda a superfície do implante. Para além disto essa estrutura celular permitirá ainda alojar materiais bioativos ou antibacterianos o que permitirão uma mais rápida ósseo integração e cicatrização. Na zona do implante que entrará no furo cortical, existem orifícios (13) ou rasgos (15) semi-circunferenciais onde são alocados cilindros ou ganchos (14) ou anéis (16) feitos com um material de memória de forma, preferencialmente Nitinol. Os anéis e os cilindros e ganchos deverão ter uma superfície externa com uma estrutura irregular com rugosidade que permita uma ligação forte ao osso e uma rápida ósseo-integração.

[0058] Numa realização, uma vez colocado o implante de forma definitiva, deverá ser aplicada temperatura na coroa, que difundirá para a zona intra óssea. Esta temperatura expandirá os cilindros, ganchos, ou anéis, e promoverá uma forte ligação entre o implante e o osso. Deverão ta mbém ser colocados os parafusos (5) nas abas, e aparafusados ao osso cortical. Os parafusos poderão ter um comprimento entre 1 a 3 mm e um diâmetro entre 0,5 a 2 mm.

[0059] Numa realização, a aba (1) (Figura 5) do implante permite que as cargas aplicadas no dente dêem origem a tensões suficientemente distribuídas ao longo do osso cortical, o que evitará zonas de sobretensões normalmente existentes nos bordos superior e inferior do furo do osso cortical, na região perimplantar, nos implantes convencionais e que originam uma recessão óssea acentuada ao longo do tempo.

[0060] Numa realização, o corpo do implante assim como os parafusos acessórios poderão ser feitos de um metal ou liga metálica, ou compósito de matriz metálica, à base de titânio, ou CoCrMo, ou aço inox, ou outro metal ou liga metálica aceite para implantes médicos, ou por um cerâmico como zircónia, alumina, ou outro aceite para implantes médicos, ou composto cerâmico, ou ainda por um polímero como PEEK, PMMA, ou outro polímero aceite em implantes médicos, ou compósito polimérico. Preferencialmente deverá ser cerâmico à base de zircónia. Os outros acessórios, nomeadamente os anéis e cilindros expansíveis, deverão ser feitos de NiTi ou de outro material expansível, aceite para implantes médicos. Preferencialmente deverão ser de Nitinol.

[0061] Numa realização, quanto ao processo de manufatura dos implantes, e em ambos os casos anteriores, os implantes serão feitos à medida da anatomia de cada paciente. Inicialmente deverão ser obtidas imagens anatómicas do osso. Com estas deverão ser manufaturados os implantes contendo a aba que abraçará o osso cortical, e eventualmente o pilar e a coroa, na opção do implante integrado. As técnicas de manufatura serão convencionais, por maquinação CNC, ou por tecnologias aditivas ou subtrativas, incluindo ablação laser, entre outras tecnologias convencionais.

[0062] O termo "compreende" ou "compreendendo" quando utilizado neste documento destina-se a indicar a presença das características, elementos, inteiros, passos e componentes mencionados, mas não impede a presença ou a adição de uma ou mais outras características, elementos, inteiros, passos e componentes, ou grupos dos mesmos.

[0063] A presente divulgação não é, naturalmente, de modo algum restrita às realizações descritas neste documento e uma pessoa com conhecimentos médios da área poderá prever muitas possibilidades de modificação da mesma e de substituições de características técnicas por outras equivalentes, dependendo dos requisitos de cada situação, tal como definido nas reivindicações anexas.

[0064] As seguintes reivindicações definem adicionalmente realizações preferenciais.