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Title:
DENTAL IMPLANT
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2019/014736
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a dental implant (1) comprising a core (2); at least one screw thread (3); a first region (12) and a second region (13); a central axis (11); the surface of the core (2) defining an angle (6) with the central axis (11) in the first region (12) and an angle (7) with the central axis (11) in the second region (13); and the surface of the screw thread (3) defining an angle (8) with the central axis (11) in the first region (12) and an angle (9) with the central axis (11) in the second region (13). Said implant (1) is characterized in that the diameter (14) of the core (2) decreases at a rate in the first region (12) towards the apical end (16) such that the angle (6) is greater than the angle (8), and the diameter (14) of the core (2) decreases at a rate in the second region (13) towards the apical end (16) such that the angle (7) is the same as the angle (9). Furthermore, the present invention envisages an implant (1) comprising at least one helical chamber (5), said helical chamber (5) comprising a depth and a length (5.1).

Inventors:
THOMÉ GENINHO (BR)
MERTIN FELIX ANDREAS (BR)
CALIXTO SALATTI RAFAEL (BR)
Application Number:
PCT/BR2017/050231
Publication Date:
January 24, 2019
Filing Date:
August 16, 2017
Export Citation:
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Assignee:
JJGC IND E COMERCIO DE MATERIAIS DENTARIOS S A (BR)
International Classes:
A61C8/00
Foreign References:
BR102014031426A22016-07-19
US5312256A1994-05-17
US4229169A1980-10-21
US4407620A1983-10-04
US5312256A1994-05-17
US5897319A1999-04-27
Other References:
See also references of EP 3656346A4
Attorney, Agent or Firm:
DANNEMANN, SIEMSEN, BIGLER & IPANEMA MOREIRA (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1 . Implante dentário (1 ), compreendendo:

um núcleo (2) possuindo um diâmetro (14);

pelo menos uma rosca (3) definida sobre o núcleo (2);

pelo menos uma primeira região (12);

pelo menos uma segunda região (13);

uma extremidade coronal (17);

uma extremidade apical (16);

um eixo médio (1 1 ) que define um comprimento (10) do implante (1 ) medido entre a extremidade apical (16) e a extremidade coronal (17);

a superfície do núcleo (2) definindo um ângulo (6) com o eixo médio (1 1 ) na primeira região (12) e um ângulo (7) com o eixo médio (1 1 ) na segunda região (13);

a superfície de rosca (3) definido um ângulo (8) com o eixo médio (1 1 ) na primeira região (12) e um ângulo (9) com o eixo médio (1 1 ) na segunda região (13);

o dito implante (1 ) caracterizado pelo fato de que:

o diâmetro (14) do núcleo (2) possui uma taxa de decrescimento na primeira região (12) em direção à extremidade apical (16), de modo que o ângulo (6) seja maior que o ângulo (8),

o diâmetro (14) do núcleo (2) possui uma taxa de decrescimento na segunda região (13) em direção à extremidade apical (16), de modo que o ângulo (7) seja igual ao ângulo (9), e

compreende ao menos uma câmara helicoidal (5), a dita câmara helicoidal (5) compreendendo uma profundidade e um comprimento (5.1 ).

2. Implante dentário (1 ) de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o ângulo (8) é zero.

3. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o ângulo (6) entre a superfície do núcleo (2) e o eixo médio (1 1 ) na primeira região (12) varia de 2Q a 12Q.

4. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o ângulo (7) entre a superfície do núcleo (2) e o eixo médio (1 1 ) na segunda região (13) varia de 14Q a 18Q, e sendo preferencialmente de 16Q.

5. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o diâmetro da extremidade coronal (17) varia de 3,5 mm a 5,0 mm, sendo preferencialmente um dentre 3,5 mm, 3,75 mm, 4,0 mm, 4,3 mm e 5,0 mm.

6. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o valor máximo do diâmetro (14) do núcleo (2) varia de 3,2 mm a 4,6 mm, sendo preferencialmente um dentre 3,2 mm, 3,45 mm, 3,7 mm, 3,95 mm e 4,6 mm.

7. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a extremidade apical (16) possui formato semiesférico com diâmetro máximo que varia de 1 ,65 mm a 2,2 mm.

8. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o comprimento (10) do implante (1 ) varia de 6 mm a 20 mm, sendo preferencialmente um dentre 8 mm, 10 mm, 1 1 ,5 mm, 13 mm, 16 mm e 18 mm.

9. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o comprimento da segunda região (13) é de 1 ,0 mm a 2,0 mm maior que o diâmetro da extremidade coronal (17), sendo preferencialmente 1 ,0 mm maior que o diâmetro da extremidade coronal (17).

10. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o comprimento da segunda região (13) varia de 4,5 mm a 6,6 mm.

1 1 . Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a pelo menos uma rosca (3) tem início na extremidade apical (16) e percorre o implante (1 ) em direção à extremidade coronal (17), encerrando de 0,3 mm a 1 ,0 mm abaixo da dita extremidade coronal (17).

12. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de compreender uma espessura de crista de rosca (3.1 ) na segunda região (13), a qual tem uma medida constante de, no máximo, 0,1 mm, sendo preferencialmente de 0,04 mm. 13. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de compreender uma espessura de crista de rosca (3.1 ) na primeira região (12) a qual é variável e crescente em direção à extremidade coronal (17).

14. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a rosca (3) tem um passo (3.2) e uma altura de filete de rosca (3.3), o passo de rosca (3.2) variando de 0,6 mm a 0,75 mm, enquanto a altura do filete de rosca (3.3) variando de um valor mínimo de 0,15 mm a 0,35 mm e um valor máximo de 0,20 mm a 0,55 mm.

15. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de compreender uma interface protética (4) selecionada de um grupo que inclui cone-morse, hexágono externo e hexágono interno.

16. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a profundidade varia ao longo do comprimento (5.1 ) de modo que o menor valor de profundidade ocorre nas extremidades da câmara helicoidal (5).

17. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato da profundidade da câmara helicoidal (5) possuir um valor menor do que a mínima altura de filete de rosca (3.3) nas extremidades da câmara helicoidal (5) e um valor maior do que a máxima altura de filete de rosca (3.3) próximo ao ponto médio do comprimento (5.1 ) da câmara helicoidal (5).

18. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a câmara helicoidal (5) compreende faces de transição (5.2) nas laterais, cada qual possuindo angulação em relação à superfície do núcleo (2) que varia de 20°a 160°.

19. Implante dentário (1 ) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que ao menos uma câmara helicoidal (5) se estende desde a segunda região (13) até a primeira região (12).

Description:
Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "IMPLANTE DENTÁRIO". CAMPO DA INVENÇÃO

[001 ] A presente invenção se refere a implantes osseointegráveis em geral, mais especificamente a presente invenção refere-se a implante dentário compreendendo regiões de geometria otimizada e câmaras helicoidais.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

[002] Os implantes dentários osseointegráveis são componentes artificiais, feitos de materiais biocompatíveis, como exemplo titânio ou cerâmicas. Estes implantes são inseridos em tecido ósseo e, posteriormente ocorre a integração com o mesmo. Os implantes dentários visam reabilitar o paciente, de modo a ancorar componentes protéticos que receberão próteses dentárias responsáveis por substituir dentes naturais perdidos por motivos diversos.

[003] De forma geral, o sucesso de um implante dentário como âncora de um componente protético depende de sua estabilidade ao longo do tempo. Como é de conhecimento daqueles versados na técnica, existem, basicamente, dois tipos de estabilidade, quais sejam: estabilidade primária e estabilidade secundária.

[004] Fundamentalmente, a estabilidade primária representa a estabilidade mecânica do conjunto (implante/osso) e, quando é obtida no momento da instalação do dito implante, pode possibilitar o uso da técnica de carga imediata (quando a prótese é imediatamente instalada após colocação do implante). Por sua vez, a estabilidade secundária representa a estabilidade obtida com a osseointegração do implante e é obtida após determinado período de tempo.

[005] Idealmente, a estabilidade primária deve ser alcançada no momento da instalação do implante, sendo que esta depende substancialmente das características do osso e também das características geométricas do implante, como por exemplo, a geometria e dimensões das roscas, angulação entre núcleo e roscas, tratamentos de superfície do implante, entre outros aspectos. [006] Em um segundo momento, e em médio-longo prazo, a estabilidade secundária depende, entre outros aspectos, da aceitação da peça pelo corpo do paciente e de sua integração com o tecido ósseo, fatos tais que são determinados principalmente pelas seguintes características: condição clínica do paciente, qualidade do material do implante, tratamento da superfície do implante e ausência de necrose óssea no alvéolo cirúrgico.

[007] É mandatório, portanto, prover um implante de material biocompatível que seja propício à integração com o tecido ósseo e dotado de características mecânicas que favoreçam sua estabilidade; simplificando e facilitando a completa reabilitação do paciente.

[008] Por sua vez, no que concerne ao procedimento cirúrgico, existem diversas técnicas de instalação de implantes. Basicamente, o procedimento de instalação de um implante dentário envolve as seguintes etapas: abertura do tecido mole para acesso ao tecido ósseo; aplainamento da região de instalação do implante (se necessário); realização de uma perfuração piloto com uma broca para este fim; abertura gradual do orifício de inserção do implante por meio de perfurações sequenciais e adequação do perfil da abertura de inserção com broca para este fim (se necessário).

[009] Em determinados casos, na instalação de implantes rosqueados são utilizados um ou mais machos de criação de rosca para preparar a superfície óssea, de forma a permitir a correta recepção da rosca do implante.

[0010] Ademais, aqueles versados na técnica reconhecerão que existem tipos de tecidos ósseos distintos quanto ao nível de dureza. Basicamente, existem quatro tipos de ossos, conforme classificação óssea de Lekholm e Zarb (1985): Tipo 1 - osso residual formado por osso cortical homogéneo; Tipo 2 - osso residual formado por uma camada espessa de osso cortical circundando osso trabecular denso; Tipo 3 - osso residual formado por uma camada fina de osso cortical circundando osso trabecular denso; Tipo 4 - osso residual formado por uma camada fina de osso cortical circundando osso esponjoso de baixa densidade. [001 1 ] Os ossos tidos como duros (tipos 1 e 2) são mais difíceis de perfurar, no entanto, possibilitam mais facilmente que uma estabilidade primária adequada seja obtida na instalação de um implante dentário. Seguindo a mesma lógica, nota-se que ossos tidos como moles (tipos 3 e 4) são mais facilmente perfurados, no entanto, mais difíceis de obter uma estabilidade primária.

[0012] Adicionalmente, é essencial citar que uma mesma região óssea pode compreender diferentes perfis de dureza, fato este que representa uma maior complexidade na instalação de um implante.

[0013] Como já dito, durante procedimento de instalação do implante, pode-se fazer uso de machos para criação de roscas no local de inserção, porém, este procedimento não é indicado para ossos tidos como moles. Ademais, representa uma etapa adicional do processo cirúrgico.

[0014] Por outro lado, já são conhecidos implantes que dispõe de extremidade apical cortante, de forma a substituir ou minimizar a etapa do uso de machos de abertura de rosca. Nestes implantes, a própria extremidade apical (em conjunto com o corpo do implante) prepara a superfície óssea, realizando a confecção da rosca na qual o implante será apoiado.

[0015] Por exemplo, no documento US 4,229,169, Smith et al. define um implante dentário para inserção em osso maxilar compreendendo um parafuso de metal autorroscante. No US 4,407,620, Shinjo vai mais adiante, definindo um parafuso autoatarrachante que compreende uma haste roscada alongada com uma cabeça de condução em uma das extremidades e uma ponta de perfuração na extremidade oposta, onde a ponta de perfuração inclui, pelo menos, duas estrias igualmente espaçadas umas das outras em torno de um eixo central da haste, cada estria tendo uma aresta de corte.

[0016] O implante proposto por Shinjo é especialmente adaptado para tipos ósseos esponjosos. Porém, na prática este apresentava quatro grandes problemas: faltava estabilidade durante a etapa de perfuração em diferentes tipos de osso; não havia possibilidade de escoamento dos restos de corte para o exterior; havia, proporcionalmente, apenas uma pequena área roscada, reduzindo a estabilidade do implante logo após a instalação; e, principalmente, o risco em caso de excesso de torque do gume inferior perfurante adentrar outras estruturas biológicas lesionando, por exemplo, nervos motores do paciente.

[0017] Os implantes foram gradualmente sendo aperfeiçoados, de forma a incluir uma maior área possível de rosca para prover estabilidade após instalação, ápices redondos para mitigar a chance de lesões durante a instalação, e gumes cortantes integrados às roscas para ao menos prover a função de autorrosqueamento. No documento US 5,312,256, Scortecci descreve um implante odontológico de ápice redondo e corpo cilíndrico no qual são providas aberturas que permitam o crescimento ósseo e um apoio hexagonal para recebimento de um componente protético e parafuso de retenção do mesmo. Na porção apical do implante proposto Scortecci inclui duas partes de roscas largas, numeradas 1 1 e 12, para o autorrosqueamento ('self-tapping') e ou retenção em osso onde já foi aberta rosca. O documento US 5,897,319 é representativo dos implantes mais frequentemente adotados atualmente.

[0018] No entanto, problemas na instalação de implantes ainda são recorrentes e intensificados devido aos diferentes tipos de ossos. Isto porque, apesar de conhecidos, nem sempre estes ossos são dispostos de forma homogénea ou claramente identificáveis em cada paciente. O cirurgião deve, portanto, adaptar sua estratégia de inserção e torque de instalação do implante durante a cirurgia, o que pode levar a erros, principalmente em cirurgiões menos experientes. Ainda, as variadas geometrias de diversos implantes se refletem em características de instalação distintas, como maior ou menor torque durante a instalação. Essa variância no torque de instalação do implante pelo tipo de osso em que é instalado dificulta ainda mais o trabalho do cirurgião.

[0019] Idealmente, os torques de aplicação durante a instalação de implantes seriam similares, permitindo que o cirurgião reconheça na prática quando um implante está corretamente inserido, sem incorrer risco do implante não estar corretamente instalado. Ocorre que cirurgiões se habituam não só com o procedimento de instalação de um tipo de implante, mas também com a força necessária para fazer a instalação. Isso dificulta, por exemplo, a alteração do tipo implante uma vez que o médico/dentista, acostumado com determinado implante, reluta em ser retreinado ou ainda, de modo a minimizar o risco de o implante ficar frouxo, acaba por apertar demasiadamente o implante, o que poderá gerar problemas devido ao torque excessivo na instalação, tais como fissuras no tecido ósseo ou em alguns casos até em necrose óssea.

[0020] É desejável, portanto, que um implante, independentemente de diâmetro, apresente um torque de instalação semelhante e, seja possível de ser instalado em todos os tipos de osso, minimizando erros devido à escolha incorreta de implante.

[0021 ] É necessário, portanto, que um implante seja capaz de obter estabilidade em diversos tipos de ossos, facilitando seu uso e instalação e, a obtenção de estabilidade, tanto primária como secundária; este implante deve ainda prover um torque de instalação uniforme que reduza as chances de erros por parte dos cirurgiões. Ademais, o implante deve ser capaz de abrir a própria rosca para que, em parte, substitua as etapas de aberturas com brocas de perfil.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[0022] Assim, o objetivo fundamental da presente invenção é revelar um implante dentário que compreende um núcleo; pelo menos uma rosca definida sobre o núcleo; uma primeira região e uma segunda região e um eixo médio, sendo que a superfície do núcleo define um ângulo com o eixo médio na primeira região e um ângulo com o eixo médio na segunda região. Além disso, deve compreender uma superfície de rosca que defina um ângulo com o eixo médio na primeira região e um ângulo com o eixo médio na segunda região.

[0023] Mais especificamente, a presente invenção descreve um implante em que o diâmetro do núcleo possui uma taxa de decrescimento na primeira região em direção à extremidade apical, de modo que o ângulo do núcleo em relação ao eixo médio seja maior que o ângulo da rosca em relação ao mesmo eixo. Ainda, o diâmetro do núcleo possui uma taxa de decrescimento na segunda região em direção à extremidade apical, de modo que o ângulo do núcleo seja igual ao ângulo da rosca, ambos em relação ao eixo médio do implante.

[0024] Complementarmente, a presente invenção releva um implante que compreende, ao menos, uma câmara helicoidal, sendo que a dita câmara helicoidal compreende uma profundidade, a qual é medida em relação à crista da rosca. Ademais, esta câmara helicoidal compreende um comprimento, o qual é medido entre sua extremidade inferior e sua extremidade superior.

[0025] Adicionalmente, a presente invenção prevê um implante em que a rosca compreende uma espessura de crista de rosca na primeira região variável e crescente em direção à extremidade coronal do dito implante.

[0026] Ainda, a presente invenção prevê um implante em que a rosca tem um passo e uma altura de filete de rosca, o passo de rosca variando entre um valor mínimo e um valor máximo, enquanto a altura do filete de rosca varia entre um valor mínimo e um valor máximo ao longo do implante.

[0027] A presente invenção prevê ainda um implante em que as ditas câmaras helicoidais apresentam uma profundidade que varia ao longo de seu comprimento, de modo que o menor valor de profundidade ocorre nas extremidades da referida câmara helicoidal.

[0028] Ademais, a presente invenção apresenta câmara helicoidal com profundidade que possui um valor menor do que a mínima altura de filete de rosca nas extremidades da dita câmara helicoidal e um valor maior do que a máxima altura de filete de rosca próximo ao ponto médio do comprimento da dita câmara helicoidal.

[0029] Por fim, a presente invenção provê um implante em que a referida câmara helicoidal se estende desde a segunda região do implante até a primeira região do mesmo.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS [0030] A Figura 1 ilustra uma vista frontal do implante proposto destacando angulações de núcleo e roscas.

[0031 ] A Figura 2 ilustra uma segunda vista frontal do implante proposto destacando as regiões ao longo do corpo do mesmo.

[0032] A Figura 3 ilustra uma terceira vista frontal do implante proposto destacando propriedades de roscas e câmaras helicoidais.

[0033] A Figura 4 ilustra uma vista em perspectiva inferior do implante proposto destacando extremidade apical, propriedades de roscas e câmaras helicoidais.

[0034] A Figura 5 ilustra uma vista em perspectiva superior do implante proposto destacando extremidade coronal.

[0035] A Figura 6 ilustra: (a) corte transversal da abertura óssea (artificial) após inserção do implante proposto; (b) corte transversal da abertura óssea (artificial) com o implante proposto instalado.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[0036] As Figuras 1 a 5 ilustram um implante 1 , de acordo com uma modalidade preferida da presente invenção, o qual pode ser fabricado em qualquer material biocompatível próprio para uso em implantes osseointegráveis, preferencialmente em Titânio ou ligas desse metal, em particular titânio comercialmente puro (Grau4). Em uma concretização possível, o implante da presente invenção pode ser fabricado de material cerâmico.

[0037] Como pode ser observado nas figuras anexas, o implante 1 é dotado de um núcleo 2, pelo menos uma rosca 3, uma extremidade apical 16 e uma extremidade coronal 17 oposta; o dito implante 1 tendo a forma geral de um parafuso de rosca simples ou dupla. O comprimento 10 do implante 1 é definido por um eixo médio 11 , sendo medido entre a dita extremidade apical 16 e a extremidade coronal 17.

[0038] Na porção superior da extremidade coronal 17 (no interior do implante) está disposta uma interface protética 4 do implante 1 , a qual pode ser de qualquer tipo conhecido na técnica como, por exemplo, cone-morse, hexágono externo ou hexágono interno ou qualquer outro tipo de interface protética propícia.

[0039] Na extremidade coronal 17, o diâmetro externo (diâmetro da rosca) 15 do implante 1 , medido na porção mais larga deste varia entre 3,5 mm e 5,0 mm, preferencialmente 3,5 mm, 3,75 mm, 4,0 mm, 4,3 mm ou 5,0 mm, porém, não restrito a estas medidas (vide figura 2). Por sua vez, o diâmetro 14 do núcleo 2 do implante 1 tem valor máximo de 3,2 mm a 4,6 mm, preferencialmente 3,2 mm, 3,4 mm, 3,6 mm, 3,9 mm ou 4,6 mm, porém não restrito a estas medidas (vide figura 1 ). Em uma realização preferencial, a extremidade apical 16 é, preferencialmente, arredondada, possuindo um formato semiesférico, tendo um diâmetro que varia de 1 ,65 mm a 2,2 mm, porém não restrito a estas medidas (vide figura 4). É válido observar que o máximo diâmetro externo de rosca 15 será igual ao diâmetro medido na extremidade coronal 17.

[0040] A referida extremidade apical 16 possui um diâmetro reduzido em comparação ao corpo do implante 1. Essa característica da extremidade apical 16 permite que o implante seja inserido em uma abertura óssea de diâmetro reduzido. Mais especificamente e em uma realização preferível, o diâmetro da extremidade apical 16 do implante 1 permite a inserção após passagem de broca de valor de 2,0 mm. Adicionalmente, a inserção do implante 1 poderá ser realizada após utilização de broca de diâmetros variados, como 2,8 mm ou superior, dependendo da condição clínica de cada paciente.

[0041 ] A inserção do implante em aberturas ósseas de diâmetro reduzido é especialmente vantajosa em pacientes que apresentam ossos dos tipos III e IV (ossos moles/trabeculares), isto porque, este procedimento levará a alta compactação do tecido ósseo, aumentando as possibilidades de obtenção de estabilidade primária, mesmo nestes tipos de tecidos ósseos.

[0042] O comprimento 10 do implante 1 varia de 6 mm a 20 mm, sendo preferencialmente 8 mm, 10 mm, 1 1 ,5 mm, 13 mm, 16 mm ou 18 mm. Ao longo do comprimento 10 são definidas ao menos duas regiões; uma primeira região 12, com alto poder de compactação óssea, sendo, portanto, uma região dita compressiva, e uma segunda região 13, com alto poder de corte e inserção, sendo uma região dita cortante. O comprimento da segunda região 13 é de 1 ,0 mm a 2,0 mm maior que o diâmetro medido na extremidade coronal 17 do implante 1 , sendo preferencialmente 1 ,0 mm maior que o referido diâmetro. Nas modalidades preferidas, o comprimento da segunda região 13 varia de 4,5 mm a 6,6 mm.

[0043] As roscas 3, definidas sobre o núcleo 2, têm início na extremidade apical 16 e percorrem o implante 1 na direção da extremidade coronal 17, encerrando de 0,3 mm a 1 ,0 mm abaixo da dita extremidade coronal 17.

[0044] A saída da rosca 3, ou seja, onde se encerra a dita rosca, varia dependendo do diâmetro do implante, quanto menor o diâmetro externo 15 da rosca 3, mais cedo inicia-se a saída da rosca com objetivo de reforçar a extremidade coronal 17 do implante 1 , aumentando a espessura de parede. Por outro lado, em implantes 1 de maior diâmetro externo 15 a saída da rosca 3 ocorre de forma mais abrupta, mais próxima à extremidade coronal 17 do implante 1.

[0045] Em uma realização preferencial, a espessura da crista da rosca 3.1 na segunda região 13 tem uma medida constante de, no máximo, 0,1 mm, sendo preferencialmente 0,04 mm. Já a espessura da crista da rosca 3.1 na primeira região 12 é variável ao longo do implante 1 , com um valor menor próximo à segunda região 13 e um valor maior próximo à extremidade coronal 17 (vide figuras 3 e 4).

[0046] É importante ressaltar que a variação no valor de espessura de crista de rosca 3.1 é especialmente provida para que a primeira região 12 apresente alta capacidade de compactação óssea para que haja, consequentemente, a obtenção de estabilidade primária mesmos em ossos moles (vide figuras 3 e 4).

[0047] Adicionalmente, o passo de rosca 3.2 varia de 0,6mm a 0,75 mm, enquanto a altura do filete de rosca 3.3 varia progressivamente de um mínimo de 0,15 mm a 0,35 mm e um máximo de 0,20 mm a 0,55 mm (vide figuras 3 e 4).

[0048] É importante ressaltar que a variação de altura de filete de rosca 3.3 é relacionada às diferenças de diâmetros entre a superfície do núcleo 2 e a superfície das roscas 3 ao longo do implante 1 , sendo que a superfície do núcleo 2 é definida pela linha que delimita o diâmetro 14 e superfície da rosca 3 é definida pela linha que delimita o diâmetro externo 15 (vide figura

1 )-

[0049] A extremidade apical 16, assim como o núcleo 2 do implante 1 tem formato substancialmente cónico, definidos por ângulos medidos a partir do eixo médio do implante 11. O ângulo 6 do núcleo 2 na primeira região 12, é medido entre o eixo médio 11 do implante e a linha que define a superfície do núcleo 2 na primeira região 12 do implante, variando de 2 Q a 12 Q . Por sua vez, o ângulo 7 do núcleo 2 na segunda região 13, é medido entre o eixo médio 11 do implante e a linha que define a superfície do núcleo 2 na segunda região 13, variando de 14 Q a 18 Q , sendo preferencialmente de 16 Q (vide figura 1 ).

[0050] Em outras palavras, ao observar apenas o núcleo 2 do implante, vê-se que o mesmo possui perfil substancialmente cónico, tanto na primeira região 12, como na segunda região 13. Esta característica geométrica no núcleo 2 é, também, responsável pela característica cortante da segunda região 13 e pela característica compactante da primeira região 12.

[0051 ] Finalmente, o ângulo 8 de rosca 3 na primeira região 12 e o ângulo 9 de rosca na segunda região 13, são medidos entre o eixo médio do implante 11 e a linha que define a superfície mais externa da dita rosca 3, sendo que o ângulo 9 de rosca na segunda região 13 tem, preferencialmente, o mesmo valor do ângulo 7 do núcleo 2 na segunda região 13, e ângulo 8 de rosca na primeira região 12 é, preferencialmente, igual a zero (vide figura 1 ).

[0052] Diferentemente do observado em relação ao núcleo 2, as roscas 3 possuem perfil substancialmente cónico na segunda região 13 e perfil cilíndrico na primeira região 12. Tal característica geométrica é, também, responsável pela característica cortante da segunda região 13 e pela característica compactante da primeira região 12.

[0053] Como pode ser observado, devido a geometria do implante 1 , o diâmetro 14 do núcleo 2 apresenta uma taxa de decrescimento na primeira região 12 em direção à extremidade apical 16, tal que o ângulo 6 do núcleo 2 na primeira região 12 será maior que o ângulo 8 de rosca 3 na primeira região 12.

[0054] Da forma similar, o diâmetro 14 do núcleo 2 apresenta uma taxa de decrescimento na segunda região 13 em direção à extremidade apical 16, tal que o ângulo 7 do núcleo 2 na segunda região 13 será igual ao ângulo 9 da rosca 3 na segunda região 13. Em outras palavras, os ângulos 7 e 9 são congruentes. Na segunda região 13, a taxa de decrescimento do diâmetro 14 do núcleo 2 é igual a taxa de decrescimento do diâmetro 15 das roscas 3.

[0055] Tendo já sido descrita, em parte, a geometria macro do implante 1 , resta relacionar suas características geométricas aos procedimentos de instalação. Isto porque para instalação de implantes dentários, múltiplas brocas são utilizadas para abertura do tecido ósseo. Brocas gradativamente mais largas são aplicadas até que seja atingido diâmetro adequado para inserção do implante. Por exemplo, em um procedimento comum do estado da técnica, para instalação de um implante com diâmetro de 4,8 mm, uma primeira broca de 2,0 mm é utilizada, em seguida, uma segunda broca de 3,5 mm é utilizada, se necessário. Em alguns casos, são necessários ainda, uma broca de perfil e macho de criação de perfil de rosca. Somente então, o implante poderá ser instalado.

[0056] Neste ponto, surge uma vantagem do presente implante. Tendo, por exemplo, este implante 1 diâmetro de 4,1 mm e tendo perfis cortante (da segunda região 13) e compactante (da primeira região 12), o mesmo pode ser instalado, em ossos tidos como moles, diretamente após a aplicação de broca de 2,0 mm. Esta inserção, também, só é possível pelo formato da extremidade apical 16.

[0057] Portanto, o implante 1 permite que menos passagens de broca sejam necessárias (dependendo do tipo de osso e condição clínica do paciente); uma maior capacidade de compactação óssea seja obtida (pela primeira região 12); um alto nível de estabilidade primária seja obtido, mesmo em ossos tipo 3 e 4, o que em muitos casos, possibilita carga imediata no paciente; não sendo necessária a passagem de macho de criação de rosca em ossos moles tipo 3 e 4 e a segunda região 13 seja hábil de inserção em ossos mais duros (cortical) do tipo 1 e 2.

[0058] Adicionalmente ao já descrito, o implante 1 dispõe de, ao menos, uma câmara helicoidal 5 que compreende um comprimento 5.1 , medido entre suas extremidades inferior e superior, de modo que a sua extremidade inferior se inicia, preferencialmente uma rosca acima da extremidade apical 16 e sua extremidade superior termina, preferencialmente, duas roscas após o ponto de interseção entre a primeira região 12 e a segunda região 13.

[0059] A câmara helicoidal 5 tem como um dos objetivos direcionar o material ósseo para a primeira região 12, aumentando a compressão e compactação nessa região e, consequentemente, a estabilidade primária do implante 1.

[0060] A câmara helicoidal 5 possui ainda uma profundidade medida a partir da crista de rosca 3.1 até a base da dita câmara. Esta profundidade sendo variável ao longo de seu comprimento 5.1 , sendo que o menor valor de profundidade é localizado nas extremidades inferior e superior da câmara helicoidal 5. Em outras palavras, a câmara helicoidal 5 inicia-se rasa, sendo que sua profundidade aumenta gradativamente em direção à linha média do comprimento 5.1 da dita câmara 5.

[0061 ] É essencial destacar aqui que a profundidade da câmara 5 possui um valor menor do que a altura mínima do filete de rosca 3.3 nas extremidades da câmara helicoidal 5 e, um valor maior do que a máxima altura do filete de rosca 3.3 na linha média comprimento 5.1 da câmara 5 (vide figuras 4 e 5).

[0062] Em outras palavras, e como pode ser observado nas figuras, a extremidade da câmara helicoidal 5 representa um diminuto corte na crista da rosca 3 e vai, gradativamente, aumentando de profundidade ao longo de seu comprimento, até que atinja e ultrapasse a superfície do núcleo 2. Vale ressaltar que a câmara helicoidal 5 não invade a extremidade apical 16, ou seja, a câmara helicoidal 5 não se estende até a extremidade do implante 1.

[0063] Além disso, a câmara helicoidal 5 possui faces de transição 5.2 nas porções laterais, que tem por objetivo facilitar o escoamento de material ósseo no interior da câmara 5. Estas faces de transição 5.2 são inclinadas em relação à superfície do núcleo 2 possuindo um ângulo esta superfície que varia de 20 Q a 160 s . Em outras palavras, as faces de transição 5.2 representam as paredes laterais inclinadas da câmara helicoidal 5.

[0064] É importante destacar ainda que há possibilidade de aplicação de um contra torque no implante 1 , durante a inserção do mesmo no tecido ósseo. Durante este contra torque as câmaras helicoidais 5, também, possibilitam o escoamento de tecido ósseo em seu interior, só que em sentido oposto ao que ocorre na aplicação de torque.

[0065] Outra vantagem obtida pelo implante 1 da presente invenção é a capacidade de se manter um torque de instalação semelhante para diferentes diâmetros de implante. Isso é possível dado à combinação do implante com uma broca de sobrecontorno (não mostrada).

[0066] A broca de sobrecontorno possui um diâmetro tal que o diâmetro do implante 1 medido na extremidade coronal 17 deve ser menor do que o da broca. Essa diferença de diâmetro diminui para um osso mais duro, ou seja, remove-se mais osso para brocas de maior diâmetro, de modo que o implante 1 interage com menos material, possibilitando a manutenção de um torque mais uniforme.

[0067] Essa manutenção de torque facilita o trabalho do dentista/médico no momento da instalação do implante, uma vez que independentemente do tipo de osso em que se trabalha, a força exercida será a mesma. Evitam-se assim, torques excessivos que podem quebrar o implante ou torque a menos que poderá deixar o implante frouxo, o que pode causar sua saída da abertura de inserção.

[0068] Por fim, vale observar que a existência que duas regiões (regiões 12 e 13) com perfis geométricos distintos no implante 1 possibilita que o implante 1 obtenha sucesso na instalação em paciente que apresentam região óssea compreendendo diferentes perfis de dureza. Esta condição fica clara ao observar a figura 6, na qual pode se observar uma abertura óssea (artificial) compreendendo porção de osso mole (trabecular) na parte superior e osso duro na parte inferior (cortical). A primeira região 12, por meio de sua geometria, possibilita elevada compactação óssea na região trabecular e consequente estabilidade primária. Por sua vez, a segunda região 13, por meio de sua geometria, apresenta capacidade de corte para inserção em osso duro (cortical). Ademais, as roscas 3 em contato com o osso cortical geram tração durante a instalação, facilitando assim, a inserção do implante.

[0069] Tendo sido descrito um exemplo de concretização preferido, deve ser entendido que o escopo da presente invenção abrange outras possíveis variações, sendo limitado tão somente pelo teor das reivindicações apensas, aí incluídos os possíveis equivalentes.

LISTA DE REFERÊNCIAS:

1 Implante

2 Núcleo

3 Rosca

3.1 Crista de rosca

3.2 Passo de rosca

3.3 Altura do filete de rosca

4 Interface Protética

5 Câmara Helicoidal

5.1 Comprimento da câmara helicoidal

5.2 Faces de Transição da câmara helicoidal

6 Ângulo do núcleo na primeira região

7 Ângulo do núcleo na segunda região

8 Ângulo da rosca na primeira região

9 Ângulo da rosca na segunda região

10 Comprimento do implante

1 1 Eixo médio do implante

12 Primeira região Segunda região

Diâmetro do núcleo Diâmetro externo da rosca Extremidade apical Extremidade coronal