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Title:
ENDOPROSTHESIS FOR ENDOVASCULAR TREATMENT OF THORACIC-ABDOMINAL AORTIC ANEURYSMS OR DISSECTIONS AND ENDOPROSTHESIS FOR ENDOVASCULAR TREATMENT OF ABDOMINAL AORTIC ANEURYSMS OR DISSECTIONS WHICH COMPROMISE THE ILIAC ARTERIES
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2015/109375
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to an endoprosthesis (1) for endovascular treatment of thoracic-abdominal aortic aneurysms or dissections, wherein the endoprosthesis (1) has a proximal region (2), an intermediate region (3) and a distal region (4), comprising five inner cylinders (5), (7), (9), (11) and (13) parallel to the longitudinal axis of the endoprosthesis (1), said inner cylinders (5), (7), (9), (11) and (13) having elliptical apertures (6), (8), (10), (12) and (14) in the intermediate region (3). The present invention also relates to an endoprosthesis (50) for endovascular treatment of abdominal aortic aneurysms or dissections which compromise the iliac arteries, wherein the endoprosthesis (50) has a proximal region (51), an intermediate region (52) and a distal region (53), comprising an inner cylinder (54) parallel to the longitudinal axis of the endoprosthesis (50), said inner cylinder (54) having an elliptical aperture (55) in the intermediate region (52).

Inventors:
LOURENÇO MARCO ANTONIO (BR)
DE SOUZA CHARLES CRISTIAN FACCHINI (BR)
MASIERO FILHO ISAIAS (BR)
Application Number:
PCT/BR2014/000043
Publication Date:
July 30, 2015
Filing Date:
January 23, 2014
Export Citation:
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Assignee:
BIOKYRA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO LTDA (BR)
International Classes:
A61F2/07
Domestic Patent References:
WO2013040663A12013-03-28
WO2006113501A12006-10-26
WO2013071222A12013-05-16
Attorney, Agent or Firm:
HESSLING, Marjory Ann (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Endoprótese para tratamento endovascular de aneurismas ou dissecções toracoabdominais da aorta, em que dita endoprótese (1 ) é dotada de região proximal (2), região intermediária (3) e região distai (4), caracterizada pelo fato de possuir cinco cilindros internos (5), (7), (9), (11 ) e (13), paralelos ao eixo longitudinal da endoprótese (1 ), ditos cilindros internos (5), (7), (9), (11 ) e (13) sendo dotados de aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) elípticas dispostas na região intermediária (3).

2. Endoprótese para tratamento endovascular de aneurismas ou dissecções da aorta abdominal que comprometam as artérias ilíacas, em que dita endoprótese (50) é dotada de região proximal (51 ), região intermediária (52) e região distai (53), caracterizada pelo fato de possuir um cilindro interno (54), paralelo ao eixo longitudinal da endoprótese (50), dito cilindro interno (54) sendo dotado de abertura (55) elíptica disposta na região intermediária (52).

Description:
ENDOPRÓTESE PARA TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE ANEURISMAS

OU DISSECÇÕES TORACOABDOMINAIS DA AORTA E ENDOPRÓTESE PARA TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE ANEURISMAS OU DISSECÇÕES DA AORTA ABDOMINAL QUE COMPROMETAM AS ARTÉRIAS ILÍACAS

Campo de aplicação

A presente invenção pertence ao campo das próteses implantáveis no interior do corpo humano, especialmente ao campo dos dispositivos que previnem colapso de estruturas tubulares do corpo como próteses vasculares endoluminais ou endopróteses arteriais revestidas (stent graft).

Introdução

A presente invenção se refere a uma endoprótese para o tratamento endovascular de aneurismas ou dissecções toracoabdominais da aorta e de aneurismas ou dissecções da aorta abdominal que comprometam as artérias ilíacas.

Estado da técnica

O tratamento endovascular de aneurisma ou dissecção de aorta é realizado através do implante de uma endoprótese vascular revestida (dispositivo minimamente invasivo constituído por um tubo de polímero-gra/ϊ anexo a uma estrutura de suporte-sfenf) que tem por finalidade excluir ou isolar o saco aneurismático ou região de dissecção e restabelecer o fluxo sanguíneo normal da artéria.

No entanto, a incidência de aneurismas em regiões onde existem ramificações vitais na aorta (artérias subclávias, carótidas e artérias viscerais) dificulta o implante de endopróteses vasculares revestidas (stent graft) convencionais, disponíveis no mercado de dispositivos médicos.

As ramificações vitais não podem ser obstruídas, pois isso provocaria a insuficiência dos órgãos ou regiões irrigadas pelos ramos.

Malina et al. (Malina M. et al., "EVAR and complex anatomy: An update on fenestrated and branched stent grafts", 2008, Scandinavian Journal of Surgery, n.97: 195-204, 2008) estimam que 20% dos pacientes que desenvolvem aneurismas da aorta apresentam morfologias de colo de aneurisma da aorta abdominal não apropriadas para o uso das endopróteses padrão ou convencionais necessitando cruzar os ramos viscerais para conseguir um selamento eficiente da endoprótese, ou seja, o isolamento do aneurisma.

Tsilimparis et al. (Tsilimparis, N. and Ricotta II, J.J., "Type IV

Thoracoabdominal Aneurysms: Whafs Next?", 2012, Endovascular Today, March.) corroboram as estimativas de Malina et al, destacando que 20% dos pacientes com aneurismas da aorta não podem ser tratados com os dispositivos comercialmente disponíveis pelo fato do aneurisma comprometer os ramos viscerais.

No mesmo sentido, Murphy et al. (Murphy, E.H. et al., " Fenestrated

Endografting for the Treatment of Descending Thoracic Aneurysms", 2009, Endovascular Today, January, pp26-33.) afirmam que mais de 20% dos pacientes com aneurisma de aorta abdominal poderiam evitar a cirurgia aberta e se beneficiar do tratamento endovascular caso existissem dispositivos que pudessem ser usados sobre as ramificações vitais.

Esforços têm sido feitos para superar essas limitações incorporando fenestrações (orifícios ou janelas) ou ramos nas endopróteses durante o processo de fabricação - ver Anderson (Anderson, J. L, "Fenestrated and branch aortic stent grafts", Endovascular Today, April, 2004, pp. 40-46) e Stanley et al. (Stanley, B.M.; Semmens, J.B.; Lawrence-Brown, M.M.D.; Goodman, M.A. e Hartley, D. E., " Fenestration in endovascular grafts for aortic aneurysm repair: new horizons for preserving blood flow in branch vessels", J. Endovasc. Ther., 2001 , v. 8, pp. 16-24).

Apesar de apresentarem resultados satisfatórios, estes dispositivos exigem um elevado grau de customização, levando em consideração a anatomia de cada paciente, o que aumenta significativamente o custo de produção destes dispositivos e o tempo de espera para realizar o procedimento, uma vez que devem ser produzidos sob encomenda.

Uma solução técnica encontrada para a manutenção dos ramos vitais da artéria aorta é descrita por Kasirajan (Kasirajan, K., "Tandem Endografts for Type II TAAAs", 201 , vol.10, n.5, pp.30-34.) através do tratamento de um aneurisma aórtico toracoabdominal usando inúmeras endopróteses comerciais {off-the-sheif). Kasirajan (201 1 ) utiliza uma técnica usando endopróteses arteriais simplesmente conectadas (uma dentro da outra) ou conectadas em paralelo, ou seja, posicionando uma ou duas endopróteses em paralelo dentro de outra endoprótese arterial reta ou bifurcada.

Segundo Lobato et al. (Lobato, A.C. et al., "The Sandwich technique: how to make it work for thoracoabdominal aneurysm exclusion", Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 201 1 , vol.18, pp-1 -2.) e Kolvenbach et al. (Kolvenbach, R.R. et al., "Urgent Endovascular Treatment of Thoraco-abdominal Aneurysm Using a Sandwich Technique and Chimney Grafts - A Technical Description" , European Journal of Vascular Surgery, 2010, xx, pp-1-7.), as técnicas de uso de endopróteses em paralelo (chimney, snorkel e sandwich) têm se difundido atualmente como uma solução possível para os casos de extrema urgência, pois fazem uso de endopróteses comerciais convencionais (off-the- she/ή. Porém, como destacam Tsilimparis e Ricotta II (2012), não existem dados de médio ou longo prazo confirmando a eficiência desses tipos de técnicas, fazendo com que o seu uso em procedimentos eletivos seja ainda questionável no meio médico. Malina et al. (2008) alertam que a técnica em paralelo chimney, quando usada em grandes comprimentos, pode gerar grandes canais entre as endopróteses ocasionando vazamentos tipo I (Type I endoleak).

Iniciativas para resolver o tratamento tanto de aneurismas do arco aórtico quanto de aneurismas toracoabdominais foram feitas por Chuter (WO2005027784), cuja solução busca construir endopróteses já ramificadas sem necessidade de customização. Conforme descrito por Chuter (2005) a endoprótese revestida possui pequenos ramos pré-definidos que são prolongados com outras endopróteses para a manutenção das ramificações vitais da aorta. Porém, como descreve Chuter (2005), são necessárias diferentes configurações para diferentes regiões da aorta, ou seja, a solução não é universal. Chuter (2005) descreve ainda algumas configurações de soluções para próteses endoluminais com vários segmentos cilíndricos paralelamente posicionados dentro de um cilindro maior, porém há espaços entre os cilindros que poderão ocasionar vazamentos entre os mesmos podendo prejudicar o tratamento. Em outro documento, Chuter et al. (US20100312326) descreve algumas configurações de soluções para endopróteses bifurcadas modulares que baseiam-se em um corpo cilíndrico principal com cilindros internos conectados e direcionados para fora do cilindro principal transformando-se em ramos, similares às configurações descritas por Greenberg (US20090048663). Essa solução também pode apresentar vazamentos nas conexões das endopróteses periféricas, ou na conexão das endopróteses periféricas com os vasos colaterais, causando problemas de revascularização do aneurisma.

Parodi (WO20 3071222) descreve, de forma genérica, soluções de endopróteses fenestradas e ramificadas chamadas de "universais" para o tratamento de aneurisma da aorta. Segundo Parodi (WO2013071222) sua solução baseia-se em diferentes configurações de cilindros de diferentes diâmetros posicionados lado a lado paralelamente ao longo do eixo da aorta, compartilhando paredes internas e externas, dependendo da configuração (Parodi, WO2013071222, [0095] p.20). A solução de Parodi (2013) se assemelha às configurações descritas por Greenberg et al. (US20060247761 ). Nas configurações descritas por ambos, podem haver problemas de vazamento entre os cilindros conectados lateralmente, assim como podem ocorrer problemas de turbulência com o fluxo sanguíneo devido à posição de cilindros perpendiculares ou inclinados em relação ao movimento do sangue na artéria. Isso pode prejudicar a evolução da revascularização dos ramos viscerais.

Hartley et al. (US20110257731 ) descrevem uma endoprótese revestida para tratamento do arco torácico da aorta. O dispositivo consiste de dois ou três segmentos de tubos, suturados entre si, dentro de uma endoprótese e suturados internamente na própria endoprótese, similar à descrição de Parodi (2013). Em outro documento, Hartley et al. (WO03082 53) descrevem algumas configurações de endopróteses arteriais revestidas com ramos internos conectados às fenestrações, com o objetivo de manutenção dos ramos vitais da aorta. Em ambos os documentos os mesmo problemas supracitados ocorrem, ou seja, há riscos de vazamentos entre as conexões dos cilindros, riscos de turbulência no fluxo sanguíneo devido à posição dos cilindros internos e riscos de vazamentos na conexão das endopróteses periféricas com os vasos colaterais, causando problemas de revascularização do aneurisma tornando o tratamento ineficiente.

As configurações genéricas dos documentos citados apresentam características semelhantes baseando-se em fenestrações no corpo principal e ramos conectados ao corpo principal que servem para o acoplamento de outras endopróteses revestidas e que, de um modo geral além dos problemas supracitados podem ocasionar ainda dificuldades no procedimento cirúrgico e na recuperação do paciente. Mesmo sendo chamadas de "universais", as configurações descritas requerem precisão de posicionamento nas conexões com os ramos viscerais para a diminuição da probabilidade de vazamentos.

Como existem inúmeras pequenas ramificações da aorta que mantém o fluxo de sangue para medula espinhal, a colocação de uma endoprótese toracoabdominal pode ocasionar paraplegia no pós-operatório. Nenhuma das configurações descritas apresenta alternativa para a diminuição do risco de paraplegia do paciente no pós-operatório.

Como pode ser inferido da descrição anterior, existe espaço para uma prótese vascular endoluminal ou endoprótese arterial revestida que supere as desvantagens do estado da técnica e que proveja um dispositivo de preciso e seguro acoplamento a endopróteses arteriais revestidas comercialmente disponíveis, proporcionando uma maior eficiência do selamento das uniões acopladas, dessa forma minimizando qualquer possibilidade de vazamento entre as conexões, mantendo um fluxo sanguíneo interno sem turbulências, garantindo a perviedade dos ramos vitais da aorta, proporcionando ao cirurgião maior segurança, agilidade e garantindo a eficácia do tratamento ao paciente.

Objetivos da invenção

Um dos objetivos da presente invenção é, portanto, prover uma endoprótese para tratamento endovascular de acordo com as características da reivindicação 1. Outro objetivo da presente invenção é prover uma endoprótese para tratamento endovascular de acordo com as características da reivindicação X. Demais características e detalhamentos das características são representadas pelas reivindicações dependentes de número Y a Z.

Breve descrição das figuras

Para melhor entendimento e visualização do objeto da presente invenção, a mesma será agora descrita com referência às figuras anexas, representando o efeito técnico obtido por meio de uma modalidade exemplar não limitante do escopo da presente invenção, em que, esquematicamente:

Figura 1A: apresenta uma vista ântero-superior de um modelo tridimensional de uma primeira modalidade preferencial do dispositivo objeto da presente invenção;

Figura 1 B: apresenta um detalhamento do dispositivo da Figura A;

Figura 2A: apresenta uma vista superior em perspectiva de um modelo tridimensional do dispositivo objeto da presente invenção;

Figura 2B: apresenta um detalhamento do dispositivo da Figura 2A;

Figura 3A: apresenta uma vista inferior em perspectiva de um modelo tridimensional do dispositivo objeto da presente invenção;

Figura 3B: apresenta um detalhamento do dispositivo da Figura 3A;

Figura 4A: apresenta uma vista em perspectiva de um modelo tridimensional de uma modalidade preferencial adicional do dispositivo objeto da presente invenção;

Figura 4B: apresenta um detalhamento do dispositivo da Figura 4A;

Figura 5A: apresenta uma vista superior em perspectiva de um modelo tridimensional do dispositivo da Figura 4A;

Figura 5B: apresenta um detalhamento do dispositivo da Figura 5A;

Figura 6A: apresenta uma vista inferior em perspectiva de um modelo tridimensional do dispositivo da Figura 4A; e Figura 6B: apresenta um detalhamento do dispositivo da Figura 6A. Referências numéricas das figuras

1 endoprótese

2 região proximal

3 região intermediária

4 região distai

5 cilindro interno

6 abertura

7 cilindro interno

8 abertura

9 cilindro interno

10 abertura

1 1 cilindro interno

12 abertura

13 cilindro interno (quinto cilindro)

14 abertura (do quinto cilindro)

15 região de entrada de fluxo proximal

16 região de saída de fluxo distai

17 stent proximal

18 stent distai

19 marcas radiopacas proximais

20 marcas radiopacas distais

50 endoprótese

51 região proximal

52 região intermediária

53 região distai

54 cilindro interno

55 abertura

56 região de entrada de fluxo proximal

57 stent proximal

58 saída de fluxo

59 marca radiopaca

60 stent distai

Descrição detalhada da invenção

Modalidade "toracoabdominal" A endoprotese (1 ) objeto da presente invenção pode ser fabricada a partir de um revestimento tubular - graft de material polimérico biocompatível (ePTFE, poliéster ou similar) com ou sem a estrutura de suporte - stent de material biocompatível (aço inoxidável, polímero, nitinol, aço cromo molibdênio ou material similar).

Em uma modalidade preferencial da invenção, representada pelas figuras 1A a 3B, a endoprotese (1 ) de acordo com a invenção é dotada de três seções distintas, sendo uma região proximal (2), uma região intermediária (3) e uma região distai (4). A endoprotese (1 ) é concebida para o tratamento endovascular de aneurismas ou dissecções toracoabdominais da aorta.

A endoprotese (1 ) possui uma estrutura de suporte - stent proximal (17) e stent distai (18) - aqui representada por vários anéis em forma do tradicional "z- stent Gianturco" (ver também US 4,580,568) espaçados entre si. Porém, essa estrutura pode ter configuração diferente ou diminuída dependendo das dimensões do diâmetro, comprimento e do local de colocação da endoprotese específica.

Para os técnicos no assunto são notórias as várias configurações de formas e materiais possíveis nas estruturas com stent (17, 18). O "z-stenf convencional ou tradicional caracteriza-se por possuir ápices simétricos com raios de curvatura geralmente iguais. Como exemplos para ilustração podem ser citados os diversos stents utilizados como estrutura de suporte para as endopróteses revestidas descritos em WO2012/051532A2, WO2012/015670A1 e US2012/0165917A1 entre outros.

Os diâmetros da endoprotese (1 ) revestida são definidos pelo revestimento tubular - graft e podem variar de 18 a 60mm. O comprimento da endoprotese revestida (1 ) objeto da presente invenção poderá variar de 60 a 250mm.

A endoprotese (1 ) apresenta uma região de entrada de fluxo proximal (15) e uma região de saída de fluxo distai (16). Na configuração da endoprotese (1 ) existem cinco cilindros internos (5), (7), (9), (1 ) e (13), internos ao corpo principal e distribuídos ao longo da parede interna do mesmo. Esses cilindros (5), (7), (9), (1 1 ) e (13) conectam o fluxo da região de entrada de fluxo proximal (15) e liberam o fluxo por meio das respectivas aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) que ficam na região intermediária (3) da endoprotese (1 ).

Devido ao posicionamento dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 ) e (13) ser paralelo à direção do fluxo sanguíneo, os problemas de turbulência são minimizados ou eliminados, proporcionando segurança durante o tratamento e segurança ao paciente. A disposição dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 1 ) e (13), independentes e posicionados na direção do fluxo sanguíneo, facilita a cateterização dos ramos viscerais, diminuindo os riscos e o tempo do procedimento cirúrgico. O comprimento e disposição dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 1 ) e (13) permite uma grande área de selamento e fixação proximal das endopróteses periféricas. Essas características contribuem para a evolução da revascularização dos ramos viscerais tornando o procedimento rápido, seguro e eficaz para o cirurgião e para o paciente.

As entradas dos cilindros internos (5), (7), (9), ( 1 ) e (13), assim como as suas aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) na região intermediária (3) do corpo principal da endoprótese (1 ), podem apresentar estruturas de suporte tipo stent (17) ou anéis metálicos ou plásticos para manter os mesmo abertos.

As aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) dos cilindros internos (5), (7), (9), (11 ) e (13), dispostas na região intermediária (3), aliadas à conicidade dessa região intermediária (3) do corpo principal, permitem um espaço maior de manobra para o cirurgião entre a endoprótese (1 ) e a parede da aorta do paciente. Esse espaço facilita a cateterização de todos os ramos viscerais proporcionando maior segurança e agilidade ao cirurgião.

As aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) são elípticas para facilitar a movimentação dos cateteres para seletivação dos ramos e a adaptação das endopróteses periféricas para as diferentes posições dos ramos viscerais. As grandes aberturas (6), (8), (10), (12) e ( 4) elípticas proporcionam também uma boa faixa para manobras não havendo necessidade de precisão de posicionamento e de angulação na altura da saída para os ramos viscerais.

Essas características contribuem para uma maior segurança e eficiência no tratamento tanto para o cirurgião quanto para o paciente.

A união dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 1 ) e (13) com a parede interna do corpo principal da endoprótese (1 ), assim como a união das suas aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) com o corpo principal da endoprótese (1 ), pode ser feita por meio de sutura, colagem ou soldagem.

A Figura 2B mostra o detalhe da endoprótese (1 ) na região proximal (2), evidenciando a região de entrada de entrada de fluxo proximal (15) a as entradas dos cinco cilindros internos (5), (7), (9), (1 ) e ( 3).

A Figura 3B mostra em detalhe a região intermediária (3) e a região distai (4) da endoprótese (1 ) mostrando as aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) dos cilindros internos (5), (7), (9), (11 ) e (13), assim como a região de saída de fluxo distai ( 6) na região distai (4).

A presença de um quinto cilindro interno (13) com entrada de fluxo e abertura (14), representa um diferencial crucial da endoprótese (1 ) da presente invenção em relação ao estado da técnica, porporcionando um efeito técnico inédito que permite manter um fluxo sanguíneo também para a medula espinhal, com o objetivo de diminuir o risco de paraplegia pós-operatório. Esse quinto cilindro interno (13) pode ser ocluído alguns dias após o procedimento cirúrgico, caso não tenha mais utilidade e caso o risco da paraplegia tenha diminuído ou tenha sido eliminado. Essa característica contribui para uma maior segurança e eficiência no tratamento tanto para o cirurgião quanto para o paciente, eliminando potenciais sequelas significativas do tratamento.

Finalmente, é de se notar que 1 endoprótese (1 ) deve, preferencialmente, apresentar marcas radiopacas (19, 20) para facilitar sua visualização por fluoroscopia durante o procedimento de implante. As marcas radiopacas proximais (19) e distais (20) são representadas na configuração da endoprótese (1 ), porém, como é óbvio para qualquer técnico da área, as marcas radiopacas (19, 20) podem assumir diferentes geometrias e ser fabricadas em diferentes materiais, assim como podem assumir diferentes posicionamentos na endoprótese (1 ), como, por exemplo, nas entradas dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 1 ) e (13) e/ou nas respectivas aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) e/ou na região de entrada de fluxo proximal (15) e/ou região de saída de fluxo distai (16) do corpo principal da endoprótese (1 ).

Modalidade "ilíaca"

Em uma modalidade preferencial adicional da invenção, representada pelas figuras 4A a 6B, a endoprótese (50) de acordo com a invenção é dotada de três seções distintas, sendo uma região proximal (51 ), uma região intermediária (52) e uma região distai (53). A endoprótese (50) é concebida para ser usada nos aneurismas da aorta abdominal que comprometem a região das artérias ilíacas.

A endoprótese (50) possui uma estrutura de suporte - stent proximal (57) e distai (60) - composta de vários anéis em forma do tradicional "z-stent Gianturco" (ver também US 4,580,568) espaçados entre si. Porém, essa estrutura pode ter configuração diferenciada ou diminuída dependendo das dimensões do diâmetro, comprimento e do local de colocação da endoprótese específica.

Para os técnicos no assunto são notórias as várias configurações de formas e materiais possíveis nas estruturas com stent (57, 60). O "z-stenf convencional ou tradicional caracteriza-se por possuir ápices simétricos com raios de curvatura geralmente iguais. Como exemplos para ilustração podem ser citados os diversos stents utilizados como estrutura de suporte para as endopróteses revestidas descritos em WO2012/051532A2, WO2012/015670A1 e US2012/0165917A1 , entre outros.

Os diâmetros da endoprótese (50) revestida são definidos pelo revestimento tubular - graft e podem variar de 5 a 25mm. O comprimento da endoprótese (50) revestida objeto da presente invenção poderá variar de 40 a 200mm.

A endoprótese (50) apresenta ainda uma região de entrada de fluxo proximal (56). Na configuração da endoprótese (50) existe um cilindro interno (54), interno ao corpo principal posicionado ao longo da parede interna do mesmo. Esse cilindro (54) conecta o fluxo da região de entrada de fluxo proximal (56) e libera o fluxo por meio da abertura (55) que fica na região intermediária (52) da endoprótese (50).

A entrada do cilindro interno (54) pode apresentar estruturas de suporte tipo stent proximal (57) ou anéis metálicos ou plásticos para manter o mesmo aberto, assim como a abertura (55) do mesmo na região intermediária (52) do corpo principal da endoprótese (50).

A Figura 5B mostra o detalhe da endoprótese (50) na região proximal (51 ), mostrando a região de entrada de fluxo proximal (56) no corpo principal e o cilindro interno (54).

A Figura 6B mostra em detalhe a região distai (53) da endoprótese (50) mostrando saída de fluxo (58) na região distai (53).

Como a endoprótese (50) é concebida para uso em artéria ilíaca, ela possui apenas um cilindro interno (54) que será usado na cateterização da artéria ilíaca interna. A característica da endoprótese (50) de possuir o cilindro interno (54) paralelo ao fluxo sanguíneo evita turbulências no fluxo sanguíneo. O cilindro interno (54) na posição longitudinal também atua como facilitador para a cateterização dos vasos periféricos e sua grande área interna permite um selamento eficaz da endoprótese periférica que é/será conectada à endoprótese (50). A grande abertura (55), elíptica, e a forma cónica do corpo principal trazem segurança para o cirurgião no posicionamento e nas manobras para cateterização dos vasos periféricos.

Essas características contribuem para uma maior segurança e eficiência no tratamento tanto para o cirurgião quanto para o paciente, eliminando potenciais riscos do tratamento, facilitando a fabricação e disponibilização de uma endoprótese universal.

Finalmente, a endoprótese (50) deve apresentar marcas radiopacas (59) para facilitar sua visualização por fluoroscopia durante o procedimento de implante. A marca radiopaca (59) é representada na configuração da endoprótese (50), porém como é óbvio para qualquer técnico da área, as marcas radiopacas (59) podem assumir diferentes geometrias e ser fabricadas em diferentes materiais assim como podem assumir diferentes posicionamentos na endoprótese (50), como, por exemplo, na entrada do cilindro interno (54) e/ou abertura (55) do mesmo e/ou na região de entrada de fluxo proximal (56) do corpo principal da endoprótese (50).

Considerações finais

Como pode ser inferido a partir da descrição acima, a endoprótese (1 , 50) de acordo com a invenção possui efeito técnico novo e inventivo, propiciando um melhor desempenho de suas funções principais assim como uma maior segurança para o cirurgião e consequentemente maior efetividade no tratamento da doença da aorta do paciente.

A solução descrita neste documento apresenta, portanto, algumas vantagens significativas em relação aos dispositivos descritos do estado da técnica, a saber:

a) Tem um corpo principal cónico, o que dá um espaço maior de manobra para o cirurgião entre a endoprótese (1 , 50) e a parede da aorta. Esse espaço facilita a cateterização de todos os ramos viscerais proporcionando maior segurança e agilidade ao cirurgião; b) A extensão dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 1 ) e (13) independentes e posicionados na direção do fluxo sanguíneo permite um eficiente selamento e fixação proximal das endopróteses periféricas, favorecendo tanto o procedimento quanto a evolução da revascularização dos ramos viscerais;

c) Possibilidade se ser uma endoprótese (1 , 50) de prateleira (off-the- s/?e/ ), com tamanhos padrões para uso universal e para uso em casos de emergência;

d) Os cilindros internos (5), (7), (9), (1 ) e (13) permitem uma pré- cateterização com fios guias de pequeno diâmetro, facilitando a cateterização dos ramos viscerais e diminuindo os riscos e o tempo do procedimento cirúrgico; e) As grandes aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) elípticas facilitam a movimentação dos cateteres para seletivação dos ramos e a adaptação das endopróteses periféricas para as diferentes posições dos ramos viscerais;

f) Não há necessidade de personalizações ou customizações da endoprótese (1 , 50) como é o caso das endopróteses fenestradas disponíveis no mercado;

g) Devido à disposição dos cilindros internos (5), (7), (9), (1 1 ) e (13) e das grandes aberturas (6), (8), (10), (12) e (14) elípticas, não há necessidade de precisão de posicionamento e angulação na altura da saída para os ramos viscerais;

h) A endoprótese (1 ) permite tratar aneurismas toracoabdominais com quatro ramos viscerais ou menos, com uma mesma endoprótese (1 ); i) A presença de um quinto cilindro (13), permite manter um fluxo sanguíneo para medula espinhal, com o objetivo de diminuir o risco de paraplegia, podendo ser sua abertura (14) ocluída após alguns dias caso não tenha mais utilidade e caso o risco da paraplegia tenha diminuído;

j) Permite adaptação dos principais tipos de endopróteses disponíveis no mercado para completar o procedimento.

A solução descrita neste documento apresenta também as seguintes vantagens na prática cirúrgica em relação às técnicas em paralelo que vêm sendo usadas cada vez mais no tratamento de aneurismas que comprometem regiões ramificadas da aorta:

a) Possibilita a cateterização e implante de endopróteses periféricas nas conexões para ramos viscerais, um por vez, sem necessidade de cateterizar todos ao mesmo tempo como em técnicas em paralelo como chimney, snor el, sandwich e polvo);

b) Necessita de apenas um acesso nos membros superiores e utilização de introdutor ou bainha de menor perfil, diminuindo os riscos locais, como dissecções arteriais, trombose, ruptura da artéria, perfurações, embolias, dificuldade de passagem de dispositivos e diminuição do risco de complicações sistémicas como AVC;

c) Diminuição do risco de vazamento proximal em relação às técnicas em paralelo por causa do selamento efetivo e adequado das endopróteses periféricas nos cilindros internos (5), (7), (9), ( ) e (13) por apresentar uma grande área de selamento.

Conclusão

Será facilmente compreendido por aqueles versados na técnica que modificações podem ser realizadas na presente invenção sem com isso se afastar dos conceitos expostos na descrição acima. Essas modificações devem ser consideradas como compreendidas pelo escopo da presente invenção. Consequentemente, as concretizações particulares descritas em detalhe anteriormente são somente ilustrativas e exemplares e não limitativas quanto ao escopo da presente invenção, ao qual deve ser dada a plena extensão das reivindicações em anexo e de todos e quaisquer equivalentes da mesma.