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Patent Searching and Data


Title:
MEDIASTINAL DRAINAGE SYSTEM
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2019/010555
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a system comprising a flexible bag for storing the drained secretion, said bag being provided with an anti-collapsing device, and being, on the one hand, connected to a "T" valve, which is provided with a protective lid, and, on the other hand, to the anti-reflux valve, which controls the flow, consisting of a circular one-piece core made of elastomeric material, which is attached to the housing, said core containing a central plug connected by radial rods to the bordering edge of the circular body thereof, such that, when said core is used in housings with only two passageways, an inlet and an outlet, said valve constitutes a one-way valve. Inside the housing, said system also comprises a device for breaking up clots at the inlet and an anti-blocking device starting from the point of maximum opening of the core.

Inventors:
VARGAS FONSECA LUIZ HENRIQUE (BR)
Application Number:
PCT/BR2018/050231
Publication Date:
January 17, 2019
Filing Date:
July 09, 2018
Export Citation:
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Assignee:
ZAMMI INSTRUMENTAL LTDA (BR)
International Classes:
A61M1/04; A61M27/00; A61M39/20; A61M39/24
Domestic Patent References:
WO2015024081A12015-02-26
WO2015002481A12015-01-08
Foreign References:
CN202859741U2013-04-10
CN205659181U2016-10-26
DE202007011811U12007-11-08
Other References:
See also references of EP 3653237A4
Attorney, Agent or Firm:
RODRIGUES SILVA, Francisco Carlos (BR)
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Claims:
Reivindicações

1 . SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, , caracterizado pelo fato de que compreende uma bolsa flexível (8) para armazenamento da secreção drenada dotada de um dispositivo anti-colabamento (9), sendo por um lado conectada a uma válvula "T" (10) a qual é provida de tampa protetora (21 ) e, por outro, à válvula (1 ) anti-refluxo de controle de fluxo consistindo de um núcleo em peça única (2) circular de material elastomérico, o qual é fixado ao invólucro (3), dito núcleo contendo um plugue central (4) ligado por hastes radiais (5) à borda limítrofe (6) de seu corpo circular, de modo que em sendo dito núcleo (2) utilizado em invólucros de apenas duas vias, uma entrada (7) e uma saída (7'), dita válvula (1 ) constituindo-se em uma válvula unidirecional.

2. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que dita bolsa flexível (8) possui ainda uma alça (1 1 } para fixação e transporte.

3. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o referido dispositivo anti- colabamento (9) é dotado de conector de entrada (12) e sistema de canais (13) que evita colabamento da bolsa flexível (8) e obstrução da saída da válvula (1 ), possuindo ainda uma saída de ar com conector luer fêmea (14) e uma tampa protetora (15) para o dito conector luer fêmea.

4. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que, conectado à referida válvula (1 ) anti-refluxo, encontra-se um tubo de drenagem (18) fabricado em material flexível para permitir o procedimento de ordenha com uma pinça oclusora (17).

5. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que compreende ainda um conector cónico graduado (18) para conexão do dito sistema de drenagem com drenos de qualquer tamanho, e um conector em "T" (19) com saída luer fêmea, dotado de uma válvula sem agulhas (20) para acesso com seringa, permitindo assim aspiração e lavagem do tubo de drenagem (16).

8, SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o dito dispositivo anti- colabamento (9) compreende sistema de canais (13) formado por paredes verticais (22) que se elevam a partir da base do dispositivo de modo a garantir um espaçamento entre a face posterior da bolsa flexível (8) e o tubo de entrada (16).

7. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o dito dispositivo anti- colabamento (9) pode receber na sua saída de ar padrão luer (14) uma segunda válvula (23) similar á válvula anti-refluxo (1 ), adaptada para fornecer uma saída de ar com abertura automática.

8. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que alternativamente pode incluir uma outra válvula (24) anti-extravasamento instalada na saída de ar do dispositivo anti-colabamento (9), cujo topo do plugue resta posicionado próximo de sua saída.

9. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 caracterizado pelo fato de que a entrada (7) do invólucro (3) é provida de um dispositivo de fracionamento de coágulos (25) composto por lâminas em formato de cruz.

10. SISTEMA DE DRENAGEM MEDIASTINAL, de acordo com a reivindicação 1 caracterizado pelo fato de que o invólucro (3) é provido de um dispositivo anti-obstrução (26) composto por lâminas longitudinais a partir do ponto de abertura máxima do núcleo (2).

Description:
[001] A presente invenção trata de um sistema coletor de drenagem mediastinal ou pleural para remoção de ar, líquidos e sólidos (por exemplo, coágulos) do espaço mediastinal ou pleural do paciente, que podem ser resultantes de processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos entre outros.

Histórico da Invenção

[002] O coletor de drenagem mediastinal é um dispositivo médico-hospitalar utilizado nas cirurgias torácicas e ou cirurgias cardíacas e destina-se à evacuação de conteúdo líquido e/ou gasoso da cavidade torácica. No centro de terapia intensiva, a drenagem torácica e a toracocentese são procedimentos frequentes, respectivamente, no tratamento e diagnóstico das intercorrências pleurais.

[003] Esses dispositivos, além de destinar-se a evacuação dos fluidos, possibilitam o controle com mensu ração da quantidade e do tipo de secreção drenada dos derrames pleurais ou pericárdicos, empiemas, hemotórax, pneumotórax. Os dispositivos coletores de drenagem pleural ou mediastinal utilizam o princípio da sifonagem subaquática, princípio baseado em uma válvula unidirecional, também denominada drenagem pleural fechada ou drenagem em selo d'água.

[004] A sifonagem subaquática ou selo d'água evita que ocorra o pneumotórax aberto, ou seja, a entrada de ar atmosférico na cavidade torácica (cavidade pleural, pericárdica ou mediastinal), mantendo em equilíbrio a pressão intratorácica, que é negativa em relação à atmosférica. Breve Descrição das Figuras

[005] A presente invenção poderá ser bem compreendida a partir das figuras ilustrativas em anexo, as quais de uma forma esquemática e não limitativa de seu escopo representam:

- Figura 1 - Diagrama esquemático de um dispositivo de drenagem mediastinal do estado da técnica;

- Figura 2 - Diagrama esquemático de sistema de drenagem sob aspiração do estado da técnica;

- Figura 3 - Diagrama esquemático de sistema coletor sem haste imersa ou líquido no frasco coletor do estado da técnica;

- Figura 4 - Diagrama esquemático de sistema coletor com três frascos do estado da técnica;

- Figura 5 - Diagrama esquemático de sistema de drenagem do estado da técnica;

- Figura 6 -· Ilustração de dispositivos alternativos do estado da técnica;

- Figura 7 - Diagrama esquemático da válvula anti-refluxo utilizada na presente invenção;

- Figura 8 - Diagrama esquemático do sistema da presente invenção;

- Figura 9 - Diagrama esquemático do dispositivo anti-colabamento segundo a presente invenção;

- Figura 10 - Válvula anti-refluxo utilizada na presente invenção adaptada para fornecer uma saída de ar com abertura automática;

- Figuras 1 1 A-C - Diagrama esquemático do funcionamento da válvula anti-refluxo utilizada na presente invenção;

- Figura 12 - Diagrama esquemático do sistema de drenagem com uma válvula (23 ou 24) anti-refluxo adaptada na saída de ar;

- Figura 13 - Diagrama esquemático da válvula anti-refluxo aperfeiçoada utilizada na presente invenção; - Figura 14 - Diagrama esquemático da válvula, detalhando o dispositivo de fracionamento de coágulos no conector de entrada da válvula e o dispositivo anti-obstrução, no conector de saída da válvula;

- Figura 15 - Diagrama esquemático da válvula anti-refluxo aperfeiçoada da presente invenção, ilustrando situação de ordenha vigorosa, em que o dispositivo anti-obstrução atua para impedir o deslocamento da válvula além da posição de abertura máxima.

O Estado da Técnica

[006] A Figura 1 ilustra um sistema do estado da técnica que consiste em um frasco rígido (A) dotado de tampa (B) provida de dois conectores (C, D), uma entrada de ar (E) e um tubo de respiro (F). Um desses conectores fica conectado ao dreno torácico (G) através do tubo (H) e o outro fica aberto para a atmosfera. Para que o sistema funcione o frasco deve ter um selo d ! água ou soro fisiológico (I) até que o nível fique pelo menos 2 cm acima da saída do tubo de respiro. A esse arranjo é adicionado o dreno torácico que depois de inserido na cavidade torácica ou pleural é conectado ao arranjo por meio do tubo de drenagem.

[007] O selo d ! água ou sifonagem funciona como uma válvula unídirecíonal de débito de conteúdo, no sentido eferente às pleuras onde os fluidos ou gases alojados na cavidade são removidos por gravidade. O fluxo se estabelece no sentido do compartimento mais elevado para o inferior, o frasco rígido coletor deve ser mantido em desnível inferior em relação ao tórax do paciente para que não ocorra formação de pneumotórax.

[008] Embora este dispositivo seja amplamente utilizado na prática médica, ele possui alguns problemas, como o frasco ter que ficar obrigatoriamente em um nível abaixo da cavidade pleural ou mediastinal do paciente, do contrário não há drenagem. Ainda, existe a possibilidade de ocorrer a sifonagem do conteúdo do frasco para a cavidade torácica do paciente ocasionando graves consequências.

[009] O frasco deve ser mantido em posição vertical, com o orifício de saída do tubo submerso ao liquido do selo d'água, pois do contrário pode haver a entrada de ar na cavidade torácica do paciente, podendo causar um pneumotórax.

[010] Para permitir a drenagem, a tampa do frasco deve possuir uma entrada de ar, sendo assim, o conteúdo do frasco fica em contato com o ar ambiente, estando sujeito à contaminação. Além disso, devido à pressão interna da cavidade torácica do paciente, forma-se uma coluna de líquido no tubo de drenagem, que oscila para cima e para baixo com a respiração do paciente. Portanto, se o conteúdo do frasco estiver contaminado pode haver a contaminação do tubo de drenagem e, consequentemente, do paciente.

[011] O selo d'agua funciona como uma válvula "unidírecíonal", impedindo a entrada de ar na cavidade torácica, mas não o retorno do líquido pelo tubo. Para que funcione, o nível de líquido deve estar pelo menos 2 cm acima do orifício de saída do tubo do respiro de saída de gases. Portanto, para que haja drenagem, a pressão no interior da cavidade deve ser maior do que a coluna de líquido acima do orifício de saída do tubo. Conforme ocorre a drenagem, este nível aumenta, dificultando ainda mais a drenagem.

[012] Para minimizar este efeito, geralmente os profissionais de saúde esvaziam periodicamente o frasco e trocam o líquido de seu interior. Porém, este procedimento além de gerar trabalho adicional, proporciona um grande risco ao paciente, pois se for feito da forma errada poderá resultar em vários problemas, como pneumotórax, retorno do líquido drenado, sangramento e contaminação, ele precisa ser feito sempre que o nível aumenta, gerando a necessidade de vigilância constante pelo profissional. Além disso, devido ao selo d'agua, a pressão normal na cavidade torácica que deve estar entre - 4mmHg e -8mmHg, nunca chega a estes valores, pois devido à coluna de líquido na saída do tubo do selo d'água, a drenagem cessa enquanto a pressão ainda está positiva. Portanto, a drenagem não é completa, pois é interrompida com a pressão na cavidade ainda positiva.

[013] Devido a todos os problemas, a drenagem por selo d'água necessita de cuidados e atenção constante, o que obriga o paciente a ficar internado durante o procedimento. Além disso, esse dispositivo dificulta bastante a mobilização do paciente, impedindo que ele deixe o hospital.

[014] Como alternativa para acelerar a drenagem é comum a utilização de um procedimento conhecido como ordenha, onde o profissional de saúde com o auxílio de uma pinça comprime e desliza a pinça ao logo do tubo de drenagem no sentido do paciente para o frasco, gerando momentaneamente pressão negativa. Entretanto, este procedimento além de exigir muito esforço físico, é extremamente ineficiente, pois assim que se abre a pinça, a pressão no sistema equaliza com a pressão ambiente e a pressão negativa cessa.

[015] Ainda, para minimizar os efeitos da coluna de líquido do selo d'agua e melhorar o efeito anti-refluxo, podem-se utilizar até três frascos para um sistema de drenagem sob aspiração.

[016] A Figura 2 ilustra um conjunto de dois frascos (J, K), necessariamente um deles funcionará como válvula unidirecional, enquanto que o segundo frasco controlará a quantidade de pressão negativa aplicada ao espaço pleural por uma fonte de aspiração contínua que depende da diferença da coluna líquida entre os dois frascos.

[017] A Figura 3 mostra outro modelo de dispositivo coletor ligado ao dreno pleural, sem haste imersa ou líquida no frasco coletor, utilizado para coletar sangue com a finalidade de autotransfusão em situações de trauma com sangramento continuado. [018] Assim como o sisíema de dois frascos, o sistema de três frascos (L, M, N) ilustrado na Figura 4 requer uma fonte geradora de sucção contínua (não ilustrada). O primeiro frasco coletor (L) não interfere com a drenagem aspirativa. O segundo frasco (M) funciona como válvula unidirecional e o terceiro frasco (N) controla a sucção exercida sobre o sistema. A fonte geradora de sucção estará condicionada à diferença de profundidade das hastes no selo d'água submersas.

[019] Existem ainda sistemas de drenagem mais modernos onde os frascos de drenagem são substituídos por apenas um único sistema, constituído por uma câmara coletora, câmara de selo d'água e câmara para controle de sucção, conforme representado na Figura 5. Entretanto, embora mais sofisticados, o princípio de funcionamento e a ocorrência de problemas técnicos e exposição do paciente a infecções continuam os mesmos dos demais dispositivos acima descritos.

[020] Assim, observou-se que os modelos de frascos duplos ou múltiplos, por exemplo, aqueles das Figuras 2, 3 e 4, solucionam alguns dos problemas daquele de frasco único, porém produzem outros problemas relacionados com a complexidade do procedimento, aumento de custo, restrição da deambulação do paciente e riscos ligados ao uso de rede de vácuo como variação e perda de pressão, dentre outros. Já o modelo ilustrado na Figura 5, além de ser de alto custo, também está sujeito aos mesmos problemas, quais sejam, complexidade do procedimento, aumento de custo, restrição da deambulação do paciente e riscos ligados ao uso de rede de vácuo como variação e perda de pressão, dentre outros.

[021] A Figura 6 ilustra dispositivos que tentam resolver alguns desses problemas, utilizando bolsas flexíveis (P) ao invés de frascos rígidos (A), e válvulas anti-refluxo (Q) ao invés do selo d'água (I). Entretanto, esses dispositivos também apresentam alguns problemas que serão descritos adiante. [022] Um dos problemas desses dispositivos é que a válvula anti-refluxo para uso em sistemas de drenagem deve possuir baixa pressão de abertura e refluxo zero, principalmente em baixas pressões. Esses dispositivos utilizam válvulas anti-refluxo do tipo duckbill (bico de pato). Com esse tipo de válvula é praticamente impossível obter essas duas características ao mesmo tempo (baixa pressão de abertura e refluxo zero), devendo-se optar por uma delas nas especificações do projeto. Nos dispositivos mostrados nas Figuras 1 -5 optou-se pela característica de baixo refluxo em baixas pressões. Portanto, essas válvulas possuem uma pressão de abertura alta quando comparadas ao selo d'água. Sendo assim, embora permitam uma maior mobilidade do paciente, esses dispositivos prolongam o tratamento, exigindo que o paciente permaneça com o dreno instalado por mais tempo. Outro problema comum a esse tipo dispositivo é o acúmulo de sangue em torno da válvula, com a consequente coagulação do mesmo, podendo gerar problemas como contaminação, entupimento e perda da eficiência da válvula. Além disso, pode haver o acúmulo de coágulos vindos do paciente, no interior da válvula, o que pode impedir o completo fechamento da válvula, levando a mesma a permitir o refluxo e entrada de ar.

[023] Para contornar o problema da alta pressão de abertura, poderia ser utilizado aspiração a vácuo, mas como estes sistemas utilizam bolsas flexíveis, isto não é possível. Outro recurso seria a ordenha, mas essas válvulas não são eficientes o suficiente para manter o vácuo, e assim como no selo d'água, a pressão negativa gerada pela ordenha é apenas temporária.

[024] Outro problema apresentado por esses dispositivos se relaciona com o alto custo quando comparado com os frascos rígidos. Além disso, esses dispositivos em geral são projetados para uso em procedimentos de drenagem de pneumotórax ou de hemotorax, não podendo ser utilizados nos dois procedimentos ao mesmo tempo, o que representa uma limitação de uso. Isso se explica pelo fato de que é comum um paciente com hemotorax, por exemplo, evoluir para um pneumotórax, ou um paciente com pneumotórax apresentar sangramento eventual. Isto limita a utilização desses dispositivos que utilizam bolsas fechadas que não possuem saída de ar, necessária em casos de pneumotórax. Ainda, nos dispositivos desenvolvidos para pneumotórax, os reservatórios são muito pequenos para o caso de haver sangramento, inviabilizando sua utilização.

[025] Além disso, as bolsas flexíveis podem sofrer colabamento, ou obstruir o tubo de entrada da bolsa, dependendo do posicionamento, prejudicando a drenagem a ser realizada.

[026] Essas observações levaram a necessidade de se produzir um sistema que resolva definitivamente, ou que pelo menos minimize drasticamente, os problemas apresentados pelos dispositivos do estado da técnica acima descritos. Portanto, um sistema de ação continua que seja independente de rede externa de vácuo, não restrinja a movimentação do paciente e que traga menor risco de infecções sem onerar excessivamente o procedimento é altamente desejado pelos profissionais do ramo.

[027] A presente invenção propõe justamente a correção dos problemas acima apontados para os dispositivos de drenagem do estado da técnica.

[028] A presente invenção trata, portanto, de um sistema coletor de drenagem mediastinal que compreende uma bolsa flexível e uma válvula anti-refluxo de controle de fluxo do tipo Gartwheei, tal como aquela objeto do pedido de patente WO201502481 do mesmo depositante. As Figuras 7-15 ilustram os elementos do sistema de acordo com a presente invenção.

[029] A Figura 7 ilustra esquematicamente a válvula (1 ) anti-refluxo de controle de fluxo que possui características que a tornam ideal para o uso no sistema de drenagem mediastinal segundo a presente invenção. Dita válvula (1 ) compreende um núcleo em peça única (2) circular de material elastomérico, o qual é fixado ao invólucro (3) ou corpo (3) da válvula (1 ). Dito núcleo compreende um plugue central (4) ligado por hastes radiais (5) à borda limítrofe (6) de seu corpo circular. Assim, sendo dito núcleo (2) utilizado em invólucros de apenas duas vias, uma entrada (7) e uma saída (7'), dita válvula (1 ) constitui-se em uma válvula unidirecional.

[030] Outrossim, referida válvula (1 ) tem como vantagens permitir uma baixíssima pressão de abertura, possuir refluxo zero, não possuir áreas de estagnação que possam permitir o acúmulo e coagulação do sangue, além de tamanho e volume interno reduzidos.

[031] O invólucro (3) da válvula (1 ) sofreu ainda alguns aperfeiçoamentos para permitir um melhor funcionamento na função de drenagem. Um dos melhoramentos foi a inclusão de um dispositivo de fracionamento de coágulos (25) na entrada (7) do invólucro (3) da válvula (1 ). Este dispositivo de fracionamento de coágulos (25) é composto por lâminas no formato de cruz, conforme ilustrado na figura 13 e em maiores detalhes na figura 14, onde há também ilustração de vista superior do dispositivo de fracionamento de coágulos (25). Estas lâminas se encarregam de cortar possíveis coágulos vindos do paciente, que poderiam eventualmente ficar presos entre as hastes radiais (5) do núcleo (2) e prejudicar o funcionamento da válvula (1 ). Com este aperfeiçoamento, a chance de mau funcionamento devido a coágulos vindos do paciente, fica muito reduzida. Outro aperfeiçoamento é o dispositivo anti- obstrução (26), existente no interior do invólucro (3) ou corpo da válvula, conforme ilustrado na figura 13 e em maiores detalhes na figura 14, referido sistema de obstrução (26) sendo formado por lâminas longitudinais, que começam a partir do ponto de abertura máxima do núcleo (2) no sentido do fluxo da saída (7'), e cria um anteparo que impede o deslocamento do núcleo (2) além da posição de sua abertura máxima, que poderia ocorrer em caso de ordenha vigorosa do tubo, conforme ilustrado na figura 15. Sendo assim, o dispositivo anti-obstrução (28) garante o fluxo de saída da válvula (1 ) e a torna muito mais segura. Ainda, a figura 14 ilustra a vista superior do dispositivo anti- obstrução (26), [032] A Figura 8 ilustra o sistema de drenagem completo onde pode ser visto uma bolsa flexível (8) para armazenamento da secreção drenada que possui um dispositivo anti-colabamento (9) e está por um lado conectada a uma válvula "T" (10), ou similar, usada para descarte do conteúdo da bolsa, que é dotada de tampa protetora (21 ) e, por outro, à válvula (1 ) anti-refluxo de alta eficiência, do tipo Cartwheel. Referida bolsa flexível (8) possui ainda uma alça (1 1 ) para fixação e transporte, especialmente desenvolvida para permitir maior flexibilidade e praticidade ao sistema de drenagem,

[033] O dispositivo anti-colabamento (9) possui um conector de entrada (12) e um sistema de canais (13) que evita colabamento da bolsa flexível (8) e obstrução da saída da válvula (1 ). Possui ainda uma saída de ar com conector luer fêmea (14) que pode também ser utilizada como um ponto de coleta de amostras e uma tampa protetora (15) para o conector luer fêmea.

[034] Conectado à válvula anti-refluxo de alta eficiência (1 ), encontra-se um tubo de drenagem (16) fabricado em material flexível de modo a proporcionar maior comodidade e conforto do paciente e para permitir o procedimento de ordenha com uma pinça oclusora (17). Um conector cónico graduado (18) provê conexão do sistema de drenagem de acordo com a presente invenção com drenos de qualquer tamanho e um conector em "T" (19) com saída luer fêmea, dotado de uma válvula sem agulhas (20) para acesso com seringa, permite a aspiração e lavagem do tubo de drenagem (18) em caso de obstrução por coágulos.

[035] Dentre todos os aperfeiçoamentos introduzidos pelo sistema de drenagem segundo a presente invenção, destaque especial deve ser dado ao referido dispositivo anti-colabamento (9), como especificamente ilustrado na Figura 9.

[036] De acordo com referida Figura 9, o dispositivo anti-colabamento (9) possui uma saída de ar padrão luer fêmea (14), com tampa protetora (15), que pode ser usada para permitir a saída de ar quando o paciente apresenta fuga aérea, ou ainda, permitir a aspiração do conteúdo da bolsa flexível (8) com uma seringa, para coleta de amostras. Referido dispositivo anti-colabamento (9) também possui um sistema de canais (1 3) formado por paredes verticais (22) que se elevam a partir da base do dispositivo de modo a garantir um espaçamento entre a face posterior da bolsa flexível (8) e o tubo de entrada (1 6) mostrado na Figura 8, de modo que a bolsa flexível (8) nunca irá colabar na região abrangida pelo referido dispositivo anti-colabamento (9), do mesmo modo que garantirá que a seção do conector de entrada (12), conectado à saída da válvula anti-refluxo de alfa eficiência (1 ) nunca seja obstruída, independentemente do seu posicionamento. Além disso, referido dispositivo anti-colabamento (9) garante um caminho livre para a saída de ar da bolsa flexível (8).

[037] Deve ser observado que, opcionalmente, o dispositivo anti-colabamento (9) pode receber na sua saída de ar padrão luer (14) uma segunda válvula (23) similar aquela válvula anti-refluxo (1 ), adaptada para fornecer uma saída de ar com abertura automática, como pode ser visto na Figura 1 0.

[038] Essa válvula (23) pode ser adaptada diretamente na saída de ar (14) do dispositivo anti-colabamento (9). Dita válvula (23) mantém a saída de ar fechada quando não há pressão dentro da bolsa flexível (8). Se houver fuga aérea e a pressão de ar dentro da bolsa flexível (8) aumentar, referida válvula (23) abre automaticamente, permitindo a saída do ar e aliviando a pressão inferna, para permitir a drenagem. Do mesmo modo, por ser uma válvula anti- refluxo, dita válvula (23) evita a entrada de ar para o interior da bolsa flexível (8), mantendo o conteúdo drenado estéril e livre de contaminação.

[039] Além disso, uma outra versão da referida (23), a válvula (24) conforme visto na Figura 1 1 , na aplicação do sistema de drenagem segundo a presente invenção, apresenta uma característica especial relativa ao seu fechamento para impedir que o conteúdo da bolsa extravase em situações que normalmente ocorrem quando a pressão no interior da bolsa flexível (8) aumenta muito, ou ocorrer um fluxo muito rápido. Essas ocorrências normalmente se manifestam quando a bolsa flexível está cheia e, por algum motivo, é comprimida, o que levaria ao extravasamento do seu conteúdo drenado. Ou seja, a válvula (24) permitiria a saída de ar, mas não permitiria a saída do líquido contido no interior da bolsa flexível (8). Esta característica especial é possível devido ao desenho diferenciado do compartimento interno da válvula (24). Repare que o topo do plugue da válvula fica muito próximo da saída da válvula, de modo que o espaçamento entre o plugue e a saída é suficiente para a saída de ar, conforme indicado na Figura 1 1 -B, mas no caso de um fluxo aumentado de líquido, a válvula sobe e fecha a saída, conforme indicado na Figura 1 1 -C, evitando o extravasamento acidental do conteúdo da bolsa. Já no caso da outra válvula (23), o desenho do compartimento interno da válvula é similar ao da válvula principal (1 ) e é feito de modo a garantir que não haja obstrução do fluxo de saída em nenhuma hipótese, permitindo também um alto fluxo de ar através da mesma. Desta forma, esta válvula (23) não impede o extravasamento acidental do conteúdo da bolsa e, portanto, quando utilizada obriga que a bolsa fique na posição vertical, para impedir o extravasamento do conteúdo da bolsa. Entretanto, esta válvula (23) possui um conector de saída padrão luer fêmea, que pode ser fechado com a tampa protetora (15) de modo a evitar o extravasamento do conteúdo da bolsa em caso de transporte do paciente, por exemplo.

[040] As Figuras 1 1 A-C ilustram um diagrama esquemático das situações citadas anteriormente com relação à válvula (24). Na Figura 1 1 -A observa-se a válvula (24) em repouso, ou seja, na posição fechada. Na Figura 1 1 -B observa- se a válvula (24) na posição aberta para a passagem de ar, e na Figura 1 1 -C observa-se a válvula (24) na posição fechada, devido à alta pressão na entrada, evitando a saída de líquidos.

[041] Essa característica do sistema de drenagem mediastinal segundo a presente invenção é especialmente interessante para o tratamento em sistema de home care, pois diminui a necessidade de verificação e manutenção da bolsa flexível (8), garantindo a drenagem mesmo em caso de fuga aérea, e protegendo o paciente contra o derramamento acidental do conteúdo da bolsa flexível (8). Além disso, como a válvula (23 ou 24) mantém o sistema fechado e o conteúdo da bolsa flexível (8) isolado do ar ambiente, no caso de tratamento hospitalar, o sangue coletado nas primeiras horas do pós-operatório pode ser reinfundido no próprio paciente.

[042] Podemos ver ainda na Figura 12 o sistema completo com a válvula anti- refluxo adaptada (23 ou 24), instalada na saída de ar do dispositivo anti- colabamento.

[043] Mediante a descrição acima, os profissionais do ramo envolvendo drenagem mediastina! ou pleural apreciarão que o sistema desenvolvido de acordo com a presente invenção proporcionará, dentre outras, as seguintes vantagens imediatas:

- dispor de sistema incluindo uma válvula extremamente eficiente que garante a drenagem de toda a secreção da cavidade torácica do paciente;

- dispor de sistema totalmente portátil que permite o transporte do paciente com segurança e sem cuidados especiais, podendo até mesmo ser transportado em cima de uma maca;

- dispor de sistema que não necessita de manutenção;

- dispor de sistema que possui saída de ar para o caso de fuga aérea, com válvula anti-refluxo opcional, que mantém o conteúdo da bolsa flexível estéril, livre de contaminação e evitando o derramamento acidenta! do conteúdo da bolsa flexível;

- dispor de sistema que permite a coleta de amostras de secreção para análise laboratorial;

- dispor de sistema que permite o esvaziamento do conteúdo da bolsa flexível sem pôr em risco o paciente; - dispor de sistema que permite a troca da bolsa flexível, caso seja necessário, bastando desconectar o conector e conectá-lo a uma bolsa flexível nova;

- dispor de sistema que devido à eficiência da válvula, permite a geração de pressão negativa dentro da cavidade torácica do paciente, com um procedimento de ordenha leve;

- dispor de sistema que permite a conexão a drenos de tórax comuns de qualquer tamanho e a possibilidade de aspiração ou lavagem do tubo de drenagem, em sistema fechado, em caso de obstrução por coágulos, utilizando apenas uma seringa sem agulha, através da válvula instalada na extensão do tubo de drenagem;

- dispor de dispositivo de fracionamento de coágulos (25) na entrada (7) do invólucro (3) da válvula (1 ), prevenindo o mau funcionamento da válvula, devido a coágulos vindo do paciente;

- dispor de dispositivo anti-obstrução (26), no interior do invólucro (3) da válvula (1 ) composto por lâminas longitudinais que começam a partir do ponto de abertura máxima do núcleo (2) no sentido do fluxo da saída (7'), impedindo o deslocamento do plugue da válvula, além da posição de abertura máxima, e, consequentemente, a sua ruptura, em caso de ordenha vigorosa do tubo de drenagem.




 
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