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Title:
METHOD FOR PRODUCING A FIBRIN BIOPOLYMER, MEANS FOR APPLYING SAID FIBRIN BIOPOLYMER AND METHOD FOR APPLYING SAID FIBRIN BIOPOLYMER
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2018/191801
Kind Code:
A1
Abstract:
A method for producing a fibrin biopolymer, means for applying said fibrin biopolymer, and a method for applying said fibrin biopolymer, according to which dehydration and grinding of biopolymer components (serine protease purified from serpent venom and cryoprecipitate rich in fibrinogen extracted from large animals) is predicted, resulting in the production of two powder components, the properties of which remain unaltered for a long period of time, without the need for freezing; said two powder components are provided separately, or are mixed together and impregnated on a supporting element, or only one of them is impregnated on a supporting element, or, even, only one of them is mixed with a substance which gives it consistency; suitable application means are provided, which involve providing a diluent liquid, stored separately or mixed with one of the powdered components.

Inventors:
RAMOS BIGHETT MOACYR (BR)
SARTORI BARRAVIERA SEABRA FERREIRA ANA SILVIA (BR)
Application Number:
PCT/BR2018/050102
Publication Date:
October 25, 2018
Filing Date:
April 16, 2018
Export Citation:
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Assignee:
KAIVO PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM SAUDE LTDA (BR)
International Classes:
A61L24/10; A61F13/02; A61K35/16; A61K35/58; A61L15/32; A61L31/16; A61M35/00; A61P7/04; B05B7/08
Foreign References:
US7189410B12007-03-13
US4427651A1984-01-24
BR102014011436A22016-02-23
US20160058908A12016-03-03
US20160015792A12016-01-21
EP1706132B12011-03-23
US6454786B12002-09-24
Other References:
THOMAZINI-SANTOS, I. A. ET AL.: "Surgical adhesives", J. VENOM. ANIM. TOXINS, vol. 7, no. 2, 2001, Retrieved from the Internet
Attorney, Agent or Firm:
CAMELIER DA SILVA, Alberto Luís (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1) "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA ", caracterizado por prever as seguintes etapas:

- Etapa 1 : desidratação e subsequente trituração do crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais (preferivelmente bubalinos - búfalos), de modo a resultar em um primeiro componente em pó, cujas propriedades são mantidas inalteradas por um longo período de tempo, dispensando a necessidade de congelamento;

- Etapa 2 : desidratação e subsequente trituração da serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente, ou a utilização do mesmo componente proveniente de sua síntese em laboratório através de métodos conhecidos (produzida por tecnologia recombinante, com a finalidade de se extrair sua forma sintética, ativa, sendo ela a partir de organismos procariotos, por exemplo, bactérias, ou de eucariotos, por exemplo, fungos e leveduras, ou ainda demais métodos com a mesma finalidade), de modo a resultar em um segundo componente em pó, cujas propriedades são mantidas inalteradas por um longo período de tempo, dispensando a necessidade de congelamento;

- Etapa 3 : armazenamento do referido primeiro componente em pó obtido na Etapa 1 em uma câmara independente e estanque;

- Etapa 4: armazenamento do referido segundo componente em pó obtido na Etapa 2 em outra câmara independente e estanque;

- Etapa 5 : armazenamento de um líquido diluente em outra câmara independente e estanque;

- Etapa 6 : no momento do uso, pulverização e subsequente mistura entre os dois componentes em pó e o líquido diluente respectivamente armazenados nas Etapas 3, 4 e 5, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos;

- - como uma alternativa em substituição às Etapas 3, 4 e 6:

- Etapa 7 : mistura entre os referidos primeiro e segundo componentes em pó obtidos respectivamente nas Etapas 1 e 2, e subsequente impregnação dos mesmos a um elemento de suporte;

- Etapa 8 : no momento do uso, liberação do líquido diluente armazenado na Etapa 5 sobre o elemento de suporte impregnado com os dois componentes em pó obtido na Etapa 7, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, igualmente resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos;

- - como outra alternativa em substituição às Etapas 3, 4 e 6, e às Etapas 7 e 8 :

- Etapa 9 : impregnação do referido primeiro componente em pó obtido na Etapa 1 a um elemento de suporte;

- Etapa 10 : mistura entre o segundo componente em pó obtido na Etapa 2 e o líquido diluente armazenado na Etapa 5, e consequente armazenamento desta mistura em uma câmara independente e estanque;

- Etapa 11 : no momento do uso, liberação da mistura (segundo componente em pó + diluente) armazenada na Etapa 10 sobre o elemento de suporte impregnado com apenas um dos componentes em pó obtido na Etapa 9, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, igualmente resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos;

- - e como outra alternativa em substituição às Etapas 3, 4 e 6, e às Etapas 7 a 11 : - Etapa 12 : mistura entre o primeiro componente em pó obtido na Etapa 1 e uma substância capaz de lhe dar consistência (por exemplo, um colágeno), resultando na obtenção de uma lâmina que constitui, ela própria, um elemento de suporte;

- Etapa 13 : mistura entre o segundo componente em pó obtido na Etapa 2 e o líquido diluente armazenado na Etapa 5, e consequente armazenamento desta mistura em uma câmara independente e estanque;

- Etapa 14: no momento do uso, liberação da mistura (segundo componente em pó + diluente) armazenada na Etapa 13 sobre o elemento de suporte configurado pelo primeiro componente em pó em forma de lâmina obtido na Etapa 12, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, igualmente resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos.

2) "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a desidratação da serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente, ou a utilização do mesmo componente proveniente de sua síntese, e do crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais, ser obtida por secagem simples, secagem a ar quente, filtração, prensagem mecânica, desidratação osmótica, liofilização (congelamento seguido de sublimação), ou outros.

3) "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a trituração da serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente, ou a utilização do mesmo componente proveniente de sua síntese, e do crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais, ser obtida por moagem, centrifugação mecânica, bombardeamento mecânico, ou outros.

4) "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o líquido diluente conter cloreto de cálcio em sua composição.

5) "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por prever o acréscimo opcional de outros componentes, conservantes e estabilizantes, aos dois produtos pulverulentos, para incrementar a manutenção de suas propriedades biológicas.

6) "MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", que prevê três opções de realização, sendo que, em uma primeira opção de realização, ditos meios de aplicação são caracterizados por serem configurados por um frasco de spray (15) internamente provido de três câmaras independentes e estanques (15a), que abrigam, respectivamente, os dois componentes em pó (serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente e crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) e o líquido diluente, sendo que, das referidas câmaras (15a), partem respectivos dutos independentes (15b), os quais, no interior do bico pulverizador (15c) do frasco (15), se interligam a respectivos canais helicoidais também independentes (15d), devidamente enrolados entre si, terminando em respectivos bocais aspersores (15e).

7) "MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 6, e em uma segunda opção de realização, caracterizados por serem configurados por uma bandagem adesiva (16) provida de área adesiva apropriada, devidamente coberta por tiras protetoras (16a), área adesiva esta que circunda um elemento de suporte central (16b), impregnado com um ou ambos os componentes em pó (apenas o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais, ou este e a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente), sendo que, sobre o referido elemento de suporte central (16b), é previsto um compartimento independente e estanque (16c), no interior do qual é disposto o líquido diluente, que pode ou não ser dotado do outro componente em pó já nele diluído (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente), dito compartimento (16c) sendo provido de meios de liberação apropriados (16d), que, quando acionados, liberam a saída do referido líquido.

8) "MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 7, caracterizados por os referidos meios de liberação (16d) do líquido diluente armazenado no referido compartimento (16c) serem configurados por um selo de vedação de uma abertura prevista entre o referido compartimento (16c) e o elemento de suporte (16b), selo este que responsável pela expulsão do líquido sob pressão para sobre o referido elemento de suporte (16b), impregnado com um ou ambos os componentes em pó.

9) "MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 6, e em uma terceira opção de realização, caracterizados por serem configurados por uma a tira curativa (17) configurada por um dos dois referidos produtos em pó (o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) misturado a uma substância capaz de lhe dar consistência, tal como um colágeno, adquirindo a forma de uma lâmina ou folha (17a), que constitui um elemento de suporte, sendo que dita lâmina (17a) é fornecida com um frasco de spray usual (17b), em cuja câmara interna se encontra o outro produto em pó (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente) já misturado a um líquido diluente.

10) "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", que prevê três sequências de procedimentos, dependendo do meio aplicador utilizado, sendo que, quando da utilização do frasco de spray (15), dito processo de aplicação é caracterizado pelo pressionamento do bico pulverizador (15c) do frasco a uma distância predeterminada da superfície do ferimento a ser tratado, com o que os dois produtos em pó (serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente e crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) e o líquido diluente contidos nas três câmaras independentes (15a) do frasco (15) são direcionados helicoidalmente até o exterior, através dos canais helicoidais independentes (15d) e dos bocais aspersores também independentes (15e), a partir dos quais os dois produtos em pó e o líquido são helicoidalmente pulverizados no ar ambiente, independente e concomitantemente, sendo os três componentes então devidamente misturados no ar, durante o percurso desenvolvido entre os bocais aspersores (15e) do bico pulverizador (15c) e o ferimento a ser tratado, atingindo o referido ferimento já devidamente homogeneizados e polimerizados, e formando sobre ele uma película selante e transparente.

11) "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por a pulverização dos dois componentes em pó e do líquido diluente armazenados nas referidas câmaras (15a) ser obtida através do bombeamento sob alta pressão de um gás propelente, preferivelmente, gás carbónico inerte, previsto no interior do frasco (15), responsável pela expulsão dos três referidos componentes de suas respectivas câmaras (15a), os quais, passando pelos respectivos dutos independentes (15b), atingem o interior dos respectivos canais helicoidais independentes (15d) previstos no bico de pulverização (15c), alcançando o exterior através dos respectivos bocais aspersores (15e) igualmente independentes.

12) "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por a mistura entre os dois componentes em pó e o líquido diluente ocorrer após a pulverização dos mesmos pelos bocais aspersores (15e) do referido bico pulverizador (15c), ao atingirem o exterior do frasco, componentes estes que, por inércia, continuam a se dispersar no ar ambiente em movimentos helicoidais, misturando-se entre si ao longo do percurso desenvolvido entre os bocais aspersores (15e) do bico pulverizador (15c) e a superfície do ferimento a ser tratado, e formando sobre a referida superfície, a referida película selante e transparente.

13) "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 10, e quando da utilização da bandagem adesiva (16), caracterizado pela retirada das tiras protetoras (16a) da referida bandagem (16), pela fixação desta última na pele do usuário, valendo-se da área adesiva nela prevista, e pela disposição do elemento de suporte central (16b), impregnado com um ou ambos os componentes em pó (apenas o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais, ou este e a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente), exatamente acima do referido ferimento, sendo que, valendo-se dos meios de liberação (16d) previstos no compartimento (16c) disposto acima do elemento de suporte (16b), libera-se a saída do líquido contido no seu interior por sobre o referido elemento de suporte (16b), líquido este que pode ou não ser dotado de um dos componentes em pó já nele diluído (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente), efetivando-se a mistura entre os três componentes, e formando, sobre a superfície do ferimento, a referida película selante e transparente.

14) "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 13, caracterizado por a liberação do líquido diluente armazenado no referido compartimento (16c) ser obtida através da ruptura de um selo de vedação de uma abertura prevista entre o referido compartimento (16c) e o elemento de suporte (16b), selo este responsável pela expulsão do líquido sob pressão para sobre o referido elemento de suporte (16b) impregnado com um ou ambos os componentes em pó. 15) "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", de acordo com a reivindicação 10, e quando da utilização da tira curativa (17), caracterizado pela aplicação da lâmina (17a) exatamente sobre o ferimento a ser tratado, lâmina esta configurada por um dos dois componentes em pó (crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) e por uma substância que lhe dá consistência, tal como um colágeno, sendo que, valendo-se do frasco de spray (17b) que acompanha a referida lâmina (17a), borrifa-se sobre ela a mistura na qual já se encontra diluído o outro componente em pó (serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente), efetivando-se a mistura entre os três componentes, e formando, sobre a superfície do ferimento, a referida película selante e transparente.

Description:
"PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA, MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA, E PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA".

CAMPO TÉCNICO

[ 001 ] A presente patente de Invenção refere-se a um processo de obtenção de biopolímero de fibrina, aos meios de aplicação do referido biopolímero de fibrina, e ao processo de aplicação do referido biopolímero de fibrina, biopolímero de fibrina este que apresenta, como características primordiais, o fato de ser fabricado em escala industrial, de poder ser adquirido comercialmente em farmácias, sem a necessidade de prescrição médica, e de poder ser aplicado topicamente pelo próprio usuário, fora de ambientes hospitalares, sem a presença de um profissional especializado da área médica, de modo a constituir um produto final, qual seja, prioritariamente, um medicamento OTC ("over-the-conter medicine", isto é, um medicamento de venda livre, respeitando-se a limitação de registros junto a cada órgão de saúde em cada país), destinado ao consumidor comum, empregado para tratar cortes, arranhões, feridas e sangramentos em geral, mesmo aqueles ocorridos durante cirurgias. Tal biopolímero de fibrina tem seus principais componentes obtidos exclusivamente a partir de materiais de origem animal, notadamente : /. trombina-símile purificada de veneno de serpente, ou o mesmo componente sintetizado em laboratório; e //. crioprecipitado contendo fibrinogênio de animais de grande porte, tais como bois e cavalos, e mais particularmente, bubalinos (búfalos).

DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA

[ 002 ] Conforme é do conhecimento da técnica, a fibrina é um biopolímero natural que tem características de bioatividade, biocompatibilidade e biodegradabilidade. Pelo fato de proporcionarem excelentes propriedades de selagem e colagem entre tecidos, tais biopolímeros de fibrina têm sido comumente chamados de "selantes" ou "colas" de fibrina.

[003] Mais particularmente, biopolímeros de fibrina obtidos a partir de sangue humano já são também conhecidos da técnica há muito tempo. Ditos biopolímeros de fibrina são empregados em procedimentos cirúrgicos, com a finalidade de reduzir o sangramento e proporcionar uma aderência firme entre os tecidos.

[004] Como se sabe, as primeiras pesquisas sobre biopolímeros (ou selantes ou colas) de fibrina datam da década de 1940, biopolímeros estes que eram constituídos por fibrinogênio e trombina, ambos provenientes de seres humanos.

[005] A partir da década de 1970, foram sendo desenvolvidas diversas novas propostas de biopolímeros de fibrina, igualmente envolvendo a mistura desses dois componentes (fibrinogênio e trombina), porém, apenas um deles continuando a ser extraído de seres humanos (o fibrinogênio), enquanto que a trombina humana passou a ser substituída por trombinas bovinas ou trombinas purificadas do veneno de serpentes.

[006] Um exemplo desse tipo de biopolímero de fibrina é aquele descrito no documento BR PI 9103724-7, publicado em 30/03/1993, referente a uma "COLA DE FIBRINA DERIVADA DE VENENO DE COBRA E PROCESSO PARA SUA PREPARAÇÃO". Segundo aquela proposta, a cola de fibrina era formada por duas soluções, uma delas consistindo de um crioprecipitado rico em fibrinogênio obtido a partir de plasma humano fresco, e a outra consistindo de uma fração de veneno de serpente liofilizado.

[007] Outros exemplos de biopolímeros de fibrina já conhecidos da técnica são aqueles descritos nos documentos WO 2007/121748, publicado em 01/11/2007, e US 9.446.166, publicado em 24/07/2014.

[008] Como se constata, nos biopolímeros de fibrina conhecidos da técnica, um dos componentes do (o crioprecipitado contendo fibrinogênio) é invariavelmente proveniente do ser humano. Além disso, nos biopolímeros de fibrina aprovados comercialmente para uso, os dois componentes (fibrinogênio humano e trombina) precisam ser mantidos congelados a 20°C negativos, para não perderem suas propriedades, sendo que, no momento do uso do biopolímeros, os mesmos precisam ser descongelados e misturados.

[ 009 ] Para a aplicação desses biopolímeros, são também conhecidos da técnica dispositivos aplicadores, formados ou por duas câmaras comunicáveis entre si, ou por duas seringas contíguas, cada qual comportando um dos componentes do biopolímero, bem como por uma câmara misturadora, capaz de misturá-los, quando da aplicação do biopolímeros na superfície do tecido ou órgão a ser tratado; tais dispositivos igualmente precisam ser armazenados em congeladores, para manter congelados os componentes previstos no seu interior. Da mesma forma, pouco antes de o biopolímero ser aplicado, é necessário retirar tais dispositivos do congelador para que os componentes contidos em suas câmaras ou seringas sejam descongelados, ditos dispositivos sendo, então, empregados para misturar os componentes, bem como para aplicar o biopolímero recém-formado sobre a superfície do local a ser tratado. Obviamente, dada a complexidade da forma de aplicação proporcionada por esses dispositivos (através da aspersão por meio de seringas e agulhas), estes só podem ser manuseados por profissionais da área médica (médicos ou enfermeiros), já habituados a manejar instrumentos cirúrgicos.

[ 010 ] Por outro lado, já são conhecidos da técnica métodos para fornecer fármacos e/ou biopolímeros por fluidização dos mesmos. Como se sabe, fluidização é o processo através do qual partículas sólidas são transformadas em estado líquido através da suspensão das mesmas em um gás ou líquido. Assim, segundo métodos já desenvolvidos, as partículas finas de um fármaco e/ou biopolímero são fluidizadas por um gás portador (preferivelmente dióxido de carbono ou de azoto) ou por uma solução líquida qualquer. Para tanto, tais componentes são injetados em um microtubo, onde o pó e o líquido ou gás entram em contato e são misturados. A mistura resultante é, então, pulverizada, a partir da ponta do microtubo, para o local do corpo a ser tratado.

[ 011 ] Ainda que se tenha tentado empregar tal método de fluidização para o fornecimento de biopolímero de fibrina, isso nunca foi conseguido na prática, em função da já citada necessidade de congelamento dos componentes, e pelo fato de que o material reconstituído e fluidizado, formado pela mistura de um fibrinogênio e uma trombina, forma um coágulo que acaba por entupir a válvula dos sprays convencionais.

[ 012 ] Os referidos biopolímeros de fibrina conhecidos da técnica, por serem obtidos a partir de sangue humano, apresentam uma série de problemas. Um deles reside no fato de que o sangue humano utilizado na produção do biopolímero pode conter fatores contaminantes, como vírus contagiosos, entre outros, podendo constituir, portanto, um elemento potencialmente transmissor de doenças infecciosas.

[ 013 ] Outro grande inconveniente reside na escassez da matéria-prima necessária para a obtenção daqueles biopolímeros, qual seja, o sangue humano. De fato, como é sabido, no Brasil e em diversos países do mundo, é proibida a comercialização de sangue humano, o qual, portanto, só pode ser obtido através da doação voluntária das pessoas. Particularmente no Brasil, é ainda muito baixo o número de doadores permanentes, o que faz com que os estoques dos bancos de sangue apresentem-se sempre em níveis muito baixos.

[ 014 ] Desta forma, com a constante falta de sangue nos bancos de sangue, há escassez desta matéria-prima, imprescindível para a fabricação dos biopolímeros de fibrina. Em alguns países, a pouca quantidade de biopolímero de fibrina que se consegue fabricar só é utilizada em situações de extrema necessidade, mais especificamente, em aplicações ditas "nobres" (grandes cirurgias, tais como as cirurgias de transplante de fígado e as cirurgias cardíacas e cerebrais, entre outras). Assim sendo, estes grandes procedimentos cirúrgicos com a utilização de biopolímero de fibrina, mesmo no Exterior, acontecem apenas em situações específicas de uso, sendo que no Brasil, o uso de biopolímeros de fibrina em muitas destas cirurgias é evitado, uma vez que exige a importação do biopolímero de fibrina fabricado em outros países, a um custo substancialmente elevado.

[ 015 ] Como se constata, biopolímeros de fibrina constituem um produto caro e escasso, que é fabricado artesanalmente no interior de laboratórios, em pequeníssima escala, e que é passível de ser empregado apenas e tão somente em ambientes hospitalares, por profissionais especializados da área médica. Atualmente, essa produção só ocorre em laboratórios do Exterior, não existindo produção pela indústria nacional brasileira.

[ 016 ] Por todas essas razões, até hoje, os biopolímeros de fibrina nunca puderam constituir um produto industrializado, disponível no mercado para o consumidor final, e passível de ser adquirido como um produto OTC {"over the counter"), ou seja, um produto que pudesse ser adquirido em pontos de venda (farmácias e drogarias), sem a necessidade de prescrição médica, ou até mesmo com prescrição, porém de forma direta pelo consumidor final.

[ 017 ] Como já acima mencionado, os biopolímeros de fibrina, por serem um produto extremamente caro e escasso, só se encontram disponíveis entre as paredes de laboratórios de hospitais e universidades (e produzidos apenas no Exterior), onde são mantidos congelados, e só são empregados quando da necessidade premente em grandes cirurgias, no próprio ambiente hospitalar, onde são descongelados pouco antes de sua aplicação pelos próprios médicos ou enfermeiros, durante a cirurgia.

[ 018 ] Mais recentemente, foi desenvolvido um biopolímero de fibrina inovador, no qual não apenas a trombina, mas também o fibrinogênio, passaram a ser de origem animal. Tal biopolímero de fibrina encontra-se descrito no documento BR 10 2014 011436-0, publicado em 23/02/2016, referente a um "SELANTE DE FIBRINA PARA USO TÓPICO, M ÉTODO DE FORMAÇÃO DO M ESMO E SEU USO".

[019] Segundo o referido documento, o selante de fibrina nele previsto passou a ser compreendido por uma serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente, por um crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais, preferivelmente bubalinos (búfalos), e por um diluente configurado por cloreto de cálcio. Tais componentes são mantidos separadamente em frascos individuais, os quais precisam ficar no interior de congeladores, para que seu conteúdo seja mantido congelado a 20°C negativos até o seu uso, sem o que as propriedades dos componentes são totalmente comprometidas.

[020] Somente no momento do uso, tais frascos são retirados do congelador e mantidos à temperatura ambiente (entre 15 e 25°C), durante 10 a 20 minutos, para que ocorra o descongelamento dos componentes neles contidos.

[021] Uma vez descongelados, injeta-se primeiramente o diluente no frasco que contém a serinoprotease, sendo o mesmo agitado e reservado. Com uma seringa e agulha, aspira-se, então, todo o conteúdo desse frasco (a serinoprotease diluída) . Com outra seringa e agulha, aspira-se todo o conteúdo do frasco que contém o crioprecipitado. Realiza-se, então, a aplicação tópica dos dois componentes, com as duas seringas em paralelo e com seus respectivos biséis dirigidos para o local a ser tratado, ditos componentes polimerizando-se "in situ", após serem devidamente misturados.

[022] Por não mais conter nenhum componente proveniente de sangue humano, sendo agora um produto exclusivamente de origem animal, o selante de fibrina descrito naquele pedido BR 10 2014 011436-0 não apresenta qualquer risco de transmissão de doenças veiculadas pelo sangue humano, el im inando o i nconveniente dos biopolímeros de fibrina convencionais de serem potenciais transm issores de doenças infecciosas.

[ 023 ] Além disso, deixando de util izar o com ponente extraído do sangue humano, que foi su bstituído por um com ponente extraído do sangue de animais (bubali nos, ou búfalos), a matéria-prima, antes escassa e cara, tornou-se agora abundante e barata, possi bi litando uma eventual fabricação do biopolímero de fibrina em grande escala .

[ 024 ] Adicionalmente, o selante de fibrina previsto e descrito no documento BR 10 2014 011436-0 apresenta efeito altamente coagulante, capaz de entupir os vasos sanguíneos, e, consequentemente, estancar sangramentos de forma imediata, e ainda cria uma película transparente sobre o local da aplicação, que acelera a multipl icação celu lar, agi lizando a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estim ulação do surgi mento de novos vasos sanguíneos.

[ 025 ] Entretanto, apesar das vantagens acima mencionadas em relação aos biopolímeros de fibrina convencionais, o selante de fibrina descrito no documento BR 10 2014 011436-0 contin ua a exigir que seus componentes (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente e o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) sejam mantidos congelados até o momento do uso, continuando a lim itar, portanto, a fabricação e o em prego do biopolímero ú nica e exclusivamente a ambientes hospitalares.

[ 02 6 ] Além disso, pela forma como os com ponentes têm de ser m isturados e aplicados no momento do uso (através do uso de agulhas e seringas), a uti lização desse selante de fibrina continua a exigir a atuação de um profissional da área médica, sendo necessariamente em pregado por médicos ou enfermeiros, durante a ocorrência das cirurgias .

[ 027 ] Assim sendo, também nunca foi possível fornecer o selante de fi brina previsto naquele docu mento BR 10 2014 01 1436-0 como um produto final, industrializado, fabricado em grande escala, e comercialmente disponível no mercado, ou seja, passível de ser adquirido em pontos de venda (farmácias e drogarias) como um produto OTC ("over the counter"), sem a necessidade de prescrição médica.

[ 028 ] Diante de tudo o que foi acima exposto, conclui-se que, até hoje, não se conseguiu desenvolver um biopolímero de fibrina que fosse fornecido na forma de um produto final, industrializado, fabricado em larga escala e a um baixo custo, que pudesse ser adquirido diretamente pelo consumidor em pontos de venda, sem a necessidade de prescrição médica (produto OTC), e que pudesse ser utilizado e aplicado pelo próprio consumidor diretamente sobre o local de seu corpo a ser tratado, fora de ambientes hospitalares, e sem a necessidade da assistência de um profissional da área médica.

OBJETIVOS DA INVENÇÃO

[ 029 ] Pensando justamente na obtenção de uma solução que pudesse atender, simultaneamente, a todas essas necessidades, o Depositante iniciou estudos e pesquisas a respeito do assunto, no sentido de :

a) viabilizar a fabricação do biopolímero de fibrina de uma forma que não exigisse seu congelamento, como até hoje necessário;

b) viabilizar o fornecimento do biopolímero de fibrina de uma forma que permitisse a aquisição desse produto pelo usuário final em pontos de venda, e sem a necessidade de prescrição médica, ou mesmo com prescrição, respeitando-se a legislação sanitária local, porém diretamente pelo consumidor.

c) viabilizar a aplicação do biopolímero de fibrina de uma forma que possibilitasse o uso tópico pelo próprio usuário, e não mais por um profissional da área médica (médico ou enfermeiro); e

d) viabilizar a obtenção de um produto final, industrializado, produzido em larga escala e a um baixo custo.

[ 030 ] Para atingir esses objetivos, o Depositante criou estes novos "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA, MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA, E PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", os quais constituem o objeto da presente patente de Invenção.

[ 031 ] Segundo a presente invenção, o processo de obtenção de biopolímero de fibrina ora inovado prevê a desidratação e a trituração de ambos os componentes do biopolímero, quais sejam : /. a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente, ou a utilização desse mesmo componente proveniente de sua síntese em laboratório, através de métodos conhecidos pela ciência (produzida por tecnologia recombinante, com a finalidade de se extrair sua forma sintética, ativa, sendo ela a partir de organismos procariotos, por exemplo, bactérias, ou de eucariotos, por exemplo, fungos e leveduras, ou ainda, demais métodos com a mesma finalidade); e //. o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais (preferivelmente bubalinos, ou búfalos); como resultado, obtém-se dois produtos pulverulentos, cujas propriedades são mantidas inalteradas por um longo período de tempo, dispensando, assim, a necessidade de congelamento; eventual e opcionalmente, a estes dois produtos pulverulentos, poderão ser acrescidos outros componentes, como conservantes e estabilizantes, para incrementar e assegurar ainda mais a manutenção de suas propriedades biológicas.

[ 032 ] Em uma primeira opção de realização, os dois produtos em pó (crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais e serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente) são fornecidos separadamente no interior de respectivas câmaras independentes e estanques, dispostas em um primeiro meio aplicador ora igualmente inovado, sendo previsto o fornecimento de um líquido diluente, que é armazenado separadamente em outra câmara independente e estanque igualmente prevista no referido meio aplicador. [ 033 ] Nesta opção de realização, quando da utilização do biopolímero para tratar um ferimento qualquer, os dois produtos em pó e o líquido diluente são devidamente misturados entre si, atingindo o ferimento já devidamente homogeneizados e polimerizados, na forma de uma película selante e transparente, que, disposta sobre o ferimento, estanca o sangramento de forma quase imediata, e acelera a cicatrização e a recuperação dos tecidos.

[ 034 ] Em uma segunda opção de realização, os dois produtos em pó (crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais e serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente) são fornecidos já devidamente misturados e impregnados a um elemento de suporte previsto em um segundo meio aplicador ora inovado, sendo também previsto o fornecimento de um líquido diluente, que é armazenado separadamente em um compartimento independente e estanque previsto no referido meio aplicador.

[ 035 ] Em uma variação desta segunda opção de realização, o referido elemento de suporte é formado por apenas um dos dois produtos em pó (o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais), enquanto que o outro produto em pó (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente) é fornecido já diluído no líquido diluente armazenado no referido compartimento previsto no segundo meio aplicador.

[ 036 ] Assim, em ambas as variações desta segunda opção de realização, quando da utilização do biopolímero para tratar um ferimento qualquer, o elemento de suporte formado por um ou ambos os componentes em pó recebe sobre si, respectivamente, o líquido diluente dotado ou não do outro componente em pó já nele diluído, sendo que, em ambos os casos, os três produtos são devidamente misturados, igualmente atingindo o ferimento devidamente homogeneizados e polimerizados, na forma de uma mesma película selante e transparente, que, disposta sobre o ferimento, estanca o sangramento de forma quase imediata, e acelera a cicatrização e a recuperação dos tecidos.

[ 037 ] E em uma terceira opção de realização, um dos dois referidos produtos em pó (o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) é misturado a uma substância capaz de lhe dar consistência (por exemplo, um colágeno), de modo a ser fornecido na forma de uma lâmina ou folha, a qual constitui, ela própria, um elemento de suporte; já o outro produto em pó (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente) é misturado a um líquido diluente, dita mistura sendo acondicionada no interior de uma câmara estanque prevista em um frasco de spray usual .

[ 038 ] Assim sendo, nesta opção de realização, quando da utilização do biopolímero para tratar um ferimento qualquer, o produto em pó concretizado na forma de lâmina recebe a aspersão da mistura na qual já se encontra diluído o outro produto em pó, sendo os três produtos igualmente misturados, atingindo o ferimento devidamente homogeneizados e polimerizados, e formando uma mesma película selante e transparente, que, disposta sobre o ferimento, estanca o sangramento de forma quase imediata, e acelera a cicatrização e a recuperação dos tecidos.

[ 039 ] Também segundo a presente invenção, são previstos meios de aplicação do biopolímero de fibrina resultante deste novo processo de obtenção. Tais meios de aplicação podem ser configurados por um frasco de spray, por uma bandagem adesiva ou por uma tira curativa.

[ 040 ] No primeiro caso, o frasco de spray é internamente provido de três câmaras independentes, que abrigam, respectivamente, os dois componentes em pó e o líquido diluente, disposição esta totalmente inovadora em relação aos frascos de spray convencionais.

[ 041 ] No segundo caso, a bandagem adesiva é provida de um elemento de suporte que é impregnado com um ou ambos os componentes em pó, elemento de suporte este encimado por um compartimento independente e estanque, que abriga o líquido diluente, dotado ou não de um componente em pó já nele diluído, dito compartimento sendo provido de meios de liberação apropriados, capazes de liberar a saída do líquido nela contido; tal disposição apresenta-se também totalmente inovadora em relação às bandagens adesivas convencionais.

[ 042 ] E no terceiro caso, a tira curativa é configurada por uma lâmina ou folha formada integralmente por um dos componentes em pó (o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais), graças à mistura de uma substância que lhe dá consistência (por exemplo, um colágeno), constituindo, ela própria, um elemento de suporte, sobre o qual é borrifada, através de um frasco de spray convencional, uma mistura contendo o líquido diluente e o outro componente em pó já nele diluído (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente); tal tira curativa igualmente apresenta disposição totalmente inovadora.

[ 043 ] Ainda, segundo a presente invenção, é previsto o processo de aplicação do biopolímero de fibrina resultante deste novo processo de obtenção, processo de aplicação este que prevê três sequências de procedimentos, dependendo do meio aplicador empregado.

[ 044 ] Assim, quando da utilização do primeiro meio aplicador (o novo frasco de spray acima mencionado), os dois componentes em pó e o líquido diluente contidos nas três câmaras independentes do frasco são helicoidalmente pulverizados no ar ambiente, de forma independente e concomitante, a uma distância predeterminada da superfície do ferimento a ser tratado, sendo os três componentes, então, devidamente misturados no ar, durante o percurso dessa distância, de modo a atingirem o ferimento já devidamente homogeneizados e polimerizados, na forma da película selante e transparente acima mencionada.

[ 045 ] Já quando da utilização do segundo meio aplicador (a nova bandagem adesiva acima mencionada), fixa-se a referida bandagem sobre o ferimento a ser tratado, fazendo-se coincidir com ele o elemento de suporte já impregnado com um ou ambos os componentes em pó; valendo-se, então, dos meios de liberação previstos no compartimento disposto acima do elemento de suporte, libera-se o líquido contido no seu interior para sobre o referido suporte, líquido este que, respectivamente, ou é o líquido diluente dotado do outro componente em pó já nele diluído, ou é o líquido diluente sozinho; dito líquido, ao se misturar com um ou ambos os componentes em pó já impregnados ao elemento de suporte, provoca igualmente a formação da mesma película selante e transparente acima mencionada, a qual é depositada sobre o ferimento.

[ 046 ] E quando da utilização do terceiro meio aplicador (a nova tira curativa acima mencionada), aplica-se a referida tira sobre o ferimento a ser tratado, a qual é configurada pela lâmina integralmente formada por um dos componentes em pó mediante a mistura com uma substância capaz de lhe dar consistência (por exemplo, um colágeno); valendo-se, então, de um frasco de spray convencional, borrifa-se sobre a referida lâmina a mistura do líquido diluente na qual já foi diluído o outro componente em pó, mistura esta que, por sua vez, ao se misturar com o componente em pó da lâmina, provoca igualmente a formação da mesma película selante e transparente acima mencionada, depositada sobre o ferimento.

[ 047 ] Como se constata, com os novos processos de obtenção e de aplicação de biopolímero de fibrina, bem como com os novos meios aplicadores do referido biopolímero, conseguiu-se obter, pela primeira vez, um biopolímero de fibrina na forma de um produto final propriamente dito, que poderá ser fabricado em escala industrial, que estará disponível comercialmente em pontos de venda (farmácias e drogarias), e que poderá ser adquirido e utilizado pelo próprio consumidor, sem a necessidade de prescrição médica, e sem a presença de um profissional especializado da área médica.

[ 048 ] Dito produto, que, como já mencionado, poderá se apresentar na forma de um frasco de spray, na forma de uma bandagem adesiva ou na forma de uma tira curativa (acompanhada de um frasco de spray convencional), poderá ser aplicado sobre ferimentos em geral, desde os pequenos cortes resultantes de simples acidentes domésticos (cortes com facas, lâminas de barbear, arranhões, machucados decorrentes de tombos, etc.) até as grandes feridas, constituindo um produto altamente eficaz para interromper sangramentos e para acelerar a cicatrização dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos.

[ 049 ] Desta forma, com o processo de obtenção, o processo de aplicação e os meios de aplicação do biopolímero de fibrina ora inovados, conseguiu- se alcançar uma solução inovadora e revolucionária no campo da medicina, que preenche todos os requisitos exigidos para a obtenção de uma patente: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial .

[ 050 ] De fato, esta nova solução conseguiu atender, simultaneamente, todas as necessidades do atual estado da técnica, uma vez que viabilizou o que, até hoje, nunca havia sido conseguido: a fabricação de um biopolímero de fibrina na forma de um produto final, industrializado, produzido em larga escala, a um baixo custo, que não mais exige o congelamento de seus componentes, que pode ser adquirido diretamente pelo usuário final em pontos de venda, sem a necessidade de prescrição médica, e que pode ser aplicado topicamente pelo próprio usuário, fora do ambiente hospitalar e sem a necessidade de um profissional da área médica.

[ 051 ] Por todas essas razões, os processos e meios ora desenvolvidos pelo Depositante merecem a proteção de uma patente de Invenção.

DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[ 052 ] A complementar a presente descrição, de modo a se obter uma melhor compreensão das características do objeto da patente, um conjunto de desenhos acompanha este relatório, no qual, de maneira exemplificada e não limitativa, foi representado o seguinte: - a Figura 1 é um diagrama de blocos, ilustrando as etapas do processo de obtenção de biopolímero de fibrina ora inovado;

- as Figuras 2 e 3 são ilustrações esquemáticas de um primeiro meio aplicador do biopolímero de fibrina fabricado segundo o processo de obtenção ilustrado na Figura 1, mostrando-o através de cortes longitudinal e transversal, respectivamente;

- as Figuras 4 e 5 são detalhes ampliados e igualmente esquemáticos do meio aplicador ilustrado nas Figuras 2 e 3;

- as Figuras 6, 7 e 8 são ilustrações esquemáticas de um segundo meio aplicador do biopolímero de fibrina fabricado segundo o processo de obtenção ilustrado na Figura 1, mostrando-o através de vista inferior, vista lateral e vista superior, respectivamente; e

- a Figura 9 é uma ilustração esquemática de um terceiro meio aplicador do biopolímero de fibrina fabricado segundo o processo de obtenção ilustrado na Figura 1, mostrando-o através de perspectiva.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[ 053 ] A presente patente de Invenção refere-se a um "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", aos "MEIOS DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA", e ao "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERIDO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA".

[ 054 ] Segundo a presente invenção, e conforme ilustra o diagrama de blocos da Figura 1, o "PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BIOPOLÍMERO DE

FIBRINA" ora inovado é constituído pelas seguintes etapas:

- Etapa 1 : desidratação e subsequente trituração do crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais (preferivelmente bubalinos - búfalos), de modo a resultar em um primeiro componente em pó, cujas propriedades também são mantidas inalteradas por um longo período de tempo, igualmente dispensando a necessidade de congelamento; - Etapa 2 : desidratação e subsequente trituração da serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente, ou a utilização do mesmo componente proveniente de sua síntese em laboratório através de métodos conhecidos pela ciência (produzida por tecnologia recombinante, com a finalidade de se extrair sua forma sintética, ativa, sendo ela a partir de organismos procariotos, por exemplo, bactérias, ou de eucariotos, por exemplo, fungos e leveduras, ou ainda demais métodos com a mesma finalidade), de modo a resultar em um segundo componente em pó, cujas propriedades são mantidas inalteradas por um longo período de tempo, dispensando a necessidade de congelamento;

- Etapa 3 : armazenamento do referido primeiro componente em pó obtido na Etapa 1 em uma câmara independente e estanque;

- Etapa 4: armazenamento do referido segundo componente em pó obtido na Etapa 2 em outra câmara independente e estanque;

- Etapa 5 : armazenamento de um líquido diluente em outra câmara independente e estanque;

- Etapa 6 : no momento do uso, pulverização e subsequente mistura entre os dois componentes em pó e o líquido diluente respectivamente armazenados nas Etapas 3, 4 e 5, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos;

- - como uma alternativa em substituição às Etapas 3, 4 e 6 :

- Etapa 7 : mistura entre os referidos primeiro e segundo componentes em pó obtidos respectivamente nas Etapas 1 e 2, e subsequente impregnação dos mesmos a um elemento de suporte;

- Etapa 8 : no momento do uso, liberação do líquido diluente armazenado na Etapa 5 sobre o elemento de suporte impregnado com os dois componentes em pó obtido na Etapa 7, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, igualmente resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos;

- - como outra alternativa em substituição às Etapas 3, 4 e 6, e às Etapas 7 e 8 :

- Etapa 9 : impregnação do referido primeiro componente em pó obtido na Etapa 1 a um elemento de suporte;

- Etapa 10 : mistura entre o segundo componente em pó obtido na Etapa 2 e o líquido diluente armazenado na Etapa 5, e consequente armazenamento desta mistura em uma câmara independente e estanque;

- Etapa 11 : no momento do uso, liberação da mistura (segundo componente em pó + diluente) armazenada na Etapa 10 sobre o elemento de suporte impregnado com apenas um dos componentes em pó obtido na Etapa 9, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, igualmente resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos;

- - e como outra alternativa em substituição às Etapas 3, 4 e 6, e às Etapas 7 a 11 :

- Etapa 12 : mistura entre o primeiro componente em pó obtido na Etapa 1 e uma substância capaz de lhe dar consistência (por exemplo, um colágeno), resultando na obtenção de uma lâmina que constitui, ela própria, um elemento de suporte;

- Etapa 13 : mistura entre o segundo componente em pó obtido na Etapa 2 e o líquido diluente armazenado na Etapa 5, e consequente armazenamento desta mistura em uma câmara independente e estanque;

- Etapa 14: no momento do uso, liberação da mistura (segundo componente em pó + diluente) armazenada na Etapa 13 sobre o elemento de suporte configurado pelo primeiro componente em pó em forma de lâmina obtido na Etapa 12, ocorrendo a consequente homogeneização e polimerização dos três componentes, igualmente resultando na obtenção de uma película selante e transparente, capaz de estancar o sangramento e acelerar a cicatrização e a recuperação dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos.

[ 055 ] A desidratação da serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente e do crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais pode ser obtida por secagem simples, secagem a ar quente, filtração, prensagem mecânica, desidratação osmótica, liofilização (congelamento seguido de sublimação), ou outros métodos.

[ 056 ] A trituração da serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente e do crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais pode ser obtida por moagem, centrifugação mecânica, bombardeamento mecânico, ou outros métodos.

[ 057 ] E, preferivelmente, o líquido diluente contém, em sua composição, cloreto de cálcio.

[ 058 ] Também segundo a presente invenção, os "MEIOS DE APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA" resultante do processo de obtenção acima descrito podem ser configurados por um frasco de spray (15) (conforme ilustrado esquematicamente nas Figuras 2 a 5), por uma bandagem adesiva (16) (conforme ilustrado esquematicamente nas Figuras 6 a 8), ou por uma tira curativa (17) (conforme ilustrado esquematicamente na Figura 9).

[ 059 ] No primeiro caso (ver Figuras 2 a 5), o frasco de spray (15) é internamente provido de três câmaras independentes e estanques (15a), que abrigam, respectivamente, os dois componentes em pó (serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente e crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais), bem como o líquido diluente. Das referidas câmaras (15a), partem respectivos dutos independentes (15b), os quais, no interior do bico pulverizador (15c) do frasco (15), se interligam a respectivos canais helicoidais também independentes (15d), devidamente enrolados entre si, terminando em respectivos bocais aspersores (15e).

[060] No segundo caso (ver Figuras 6 a 8), a bandagem adesiva (16), de qualquer formato apropriado (retangular, quadrado, circular, ou outros), é provida de uma área adesiva apropriada, devidamente coberta por uma ou mais tiras protetoras (16a), área adesiva esta que circunda um elemento de suporte central (16b) (por exemplo, uma almofada), que é impregnado com um ou ambos os componentes em pó (apenas o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais, ou este e a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente). Sobre o referido elemento de suporte central (16b), é previsto um compartimento independente e estanque (16c), no interior do qual é disposto o líquido diluente, que pode ou não ser dotado do outro componente em pó já nele diluído (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente), dito compartimento (16c) sendo provido de meios de liberação apropriados (16d), que, quando acionados, liberam a saída do referido líquido.

[061] Preferivelmente, os referidos meios de liberação (16d) do líquido diluente armazenado no referido compartimento (16c) são configurados por um selo de vedação que veda uma abertura prevista entre o referido compartimento (16c) e o elemento de suporte (16b), selo este que, quando rompido, ocasiona a expulsão do líquido sob pressão para sobre o referido elemento de suporte (16b) já impregnado com um ou ambos os componentes em pó.

[062] E no terceiro caso (ver Figura 9), a tira curativa (17) é configurada por um dos dois referidos produtos em pó (o crioprecipitado rico em fibrinogênio extraído de grandes animais) misturado a uma substância capaz de lhe dar consistência (por exemplo, um colágeno), de modo a adquirir a forma de uma lâmina ou folha (17a), de qualquer formato apropriado (retangular, quadrado, circular, ou outros), a qual constitui, ela própria, um elemento de suporte; dita lâmina (17a) é fornecida com um frasco de spray usual (17b), em cuja câmara interna se encontra o outro produto em pó (a serinoprotease purificada a partir de veneno de serpente) já misturado a um líquido diluente.

[ 063 ] Ainda segundo a presente invenção, o "PROCESSO DE APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO DE FIBRINA" resultante do processo de obtenção ora inovado prevê três sequências de procedimentos, dependendo do meio de aplicação a ser utilizado.

[ 064 ] Em uma primeira sequência de procedimentos, que emprega, como meio aplicador, o frasco de spray (15) ora inovado, pressiona-se o bico pulverizador (15c) do frasco a uma distância predeterminada da superfície do ferimento a ser tratado, com o que os dois produtos em pó e o líquido diluente contidos nas três câmaras independentes (15a) do frasco (15) são direcionados helicoidalmente, e de forma independente, até o exterior, através dos canais helicoidais independentes (15d) e dos bocais aspersores também independentes (15e), a partir dos quais os dois produtos em pó e o líquido são helicoidalmente pulverizados no ar ambiente, independente e concomitantemente entre si, sendo os três componentes então devidamente misturados no ar, durante o percurso desenvolvido entre os bocais aspersores (15e) do bico pulverizador (15c) e o ferimento a ser tratado, de modo a atingirem o ferimento já devidamente homogeneizados e polimerizados, formando sobre ele uma película selante e transparente, conforme anteriormente mencionado.

[ 065 ] Mais particularmente, a pulverização dos dois componentes em pó e do líquido diluente armazenados nas referidas câmaras (15a) é obtida através do bombeamento sob alta pressão de um gás propelente (preferivelmente, gás carbónico inerte) previsto no interior do frasco (15), responsável pela expulsão dos três referidos componentes de suas respectivas câmaras (15a), os quais, passando pelos respectivos dutos independentes (15b), atingem o interior dos respectivos canais helicoidais independentes (15d) previstos no bico de pulverização (15c), alcançando o exterior através dos respectivos bocais aspersores (15e) também independentes.

[066] Por sua vez, a mistura efetiva entre os dois componentes em pó e o líquido diluente ocorre somente após a pulverização dos mesmos pelos bocais aspersores (15e) do bico pulverizador (15c), ao atingirem o exterior do frasco, componentes estes que, por inércia, continuam a se dispersar no ar ambiente em movimentos helicoidais, misturando-se entre si ao longo do percurso desenvolvido entre o bico pulverizador (15c) e a superfície do ferimento a ser tratado, e formando sobre a referida superfície, a película selante e transparente acima mencionada.

[067] Já em uma segunda sequência de procedimentos, que emprega, como meio aplicador, a bandagem adesiva (16) ora inovada, retira-se primeiramente as tiras protetoras (16a) da referida bandagem (16a), e fixa- se esta última na pele do usuário, valendo-se da área adesiva nela prevista, e dispondo-se o elemento de suporte central (16b), impregnado com um ou ambos os componentes em pó, exatamente acima do referido ferimento.

[068] Valendo-se dos meios de liberação (16d) previstos no compartimento (16c) disposto acima do elemento de suporte (16b), libera- se a saída do líquido contido no seu interior por sobre o referido elemento de suporte (16b), líquido este que pode ou não ser dotado de um dos componentes em pó já nele diluído, efetivando-se, então, a mistura entre os três componentes, e igualmente provocando a formação da mesma película selante e transparente, a qual é depositada sobre o ferimento.

[069] A liberação do líquido diluente armazenado no referido com partimento ( 16c) pode ser obtida através da ruptura do selo de vedação que veda uma abertura prevista entre o referido com partimento ( 16c) e o elemento de suporte ( 16b), selo este que, quando rompido, ocasiona a expulsão do líquido sob pressão para sobre o referido elemento de suporte ( 16b) já im pregnado com um ou ambos os com ponentes em pó.

[070] E em uma terceira sequência de procedimentos, que em prega, como meio aplicador, a tira curativa ( 17) ora inovada, apl ica-se a lâmina ( 17a) exatamente sobre o ferimento a ser tratado, lâm ina esta configurada por um dos dois componentes em pó e por uma substância que lhe dá consistência (por exem plo, um colágeno) .

[071] Valendo-se do frasco de spray ( 17b) que acompanha a referida lâm ina ( 17a), borrifa-se sobre ela a m istura na qual já se encontra di luído o outro componente em pó, efetivando-se, então, a mistura entre os três com ponentes, e igualmente provocando a formação da mesma película selante e transparente, a qual é depositada sobre o ferimento.

[072] Conforme já anteriormente mencionado, com os novos processos de obtenção e de aplicação de biopolímero de fibrina, bem como com os novos meios aplicadores do referido biopolímero, conseguiu-se atender, pela pri meira vez, e sim ultaneamente, todas as necessidades do atual estado da técnica, viabi lizando a fabricação de um biopolímero de fibrina na forma de um produto final propriamente dito, produzido em escala industrial, a um baixo custo, que não mais exige o congelamento de seus com ponentes, disponível comercial mente em pontos de venda (farmácias e drogarias), e passível de ser adqu irido e util izado pelo próprio consumidor, sem a necessidade de prescrição médica, fora do am biente hospitalar e sem a necessidade de um profissional da área médica .

[073] Dito produto poderá ser aplicado sobre ferimentos em geral, desde os pequenos cortes resultantes de simples acidentes domésticos (cortes com facas, lâm inas de barbear, arranhões, machucados decorrentes de tombos, etc.) até as grandes feridas, constituindo um produto altamente eficaz para interromper sangramentos e para acelerar a cicatrização dos tecidos, pela estimulação do surgimento de novos vasos sanguíneos.

[ 074 ] Por tudo isso, os processos e meios ora desenvolvidos pelo Depositante preenchem os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial exigidos para a obtenção de um privilégio, merecendo, pois, a proteção da presente Patente de Invenção.