Trata a presente solicitação de Invenção de uma nova "UNIDADE MÓVEL COM EQUIPAMENTO DE ROTOMOLDAGEM", notadamente de uma carreta adaptada para receber em seu chassi um equipamento para rotomoldagem de reservatórios de água, e toda a infraestrutura necessária ao seu funcionamento, em que pese fontes de energia como um gerador de eletricidade para acionamento dos mecanismos de rotação / movimentação/ içamento dos moldes, além de um tanque de GLP para o aquecimento do forno, e opcionalmente um sistema solar para o pré-aquecimento da matéria-prima utilizada na rotomoldagem, sendo a carreta e seus componentes protegidos por uma cobertura específica, de fácil montagem e desmontagem.

O processo e os equipamentos de rotomoldagem são conhecidos de longa data. Em conformidade com este pedido de patente, a obtenção de reservatórios de água por rotomoldagem se dá em plantas fabris onde são essenciais áreas cobertas para a instalação dos equipamentos e infraestrutura pertinentes.

Logisticamente, as instalações industriais são construídas em locais estratégicos para atender uma determinada região, num raio que justifique o custo do frete em relação ao valor agregado nos reservatórios como as cisternas, os tanques entre outros.

É sabido que um problema na realidade nacional é a escassez de água no interior da região nordeste do país. Nestes locais é comum o abastecimento não ser feito por rede pública convencional, mas sim em pontos de distribuição ou mesmo em caminhões "pipa" onde as pessoas recebem uma determinada cota de água posteriormente armazenada em recipientes nem sempre adequados. Neste cenário, a qualidade da água distribuída, já precária, é substancialmente piorada com o armazenamento realizado de forma improvisada.

Uma boa opção é a utilização de reservatórios de água rotomoldado, no entanto o custo do frete do ponto de fabricação até o ponto de utilização, como por exemplo, no caso das regiões de seca, comumente distantes do pólo industrial inviabiliza esta solução, o que não ocorreria se conseguisse uma mobilidade do equipamento de fabricação.

O atual estado da técnica antecipa alguns documentos de patentes que versam sobre soluções móveis para suprir diferentes demandas como o M U 8803202-7 que trata de uma estação móvel para realização esgotamento sanitário, sendo um equipamento de pequeno porte, com mobilidade que proporcionará o tratamento dos esgotos com vazão de 4,6 i/s. A estação é composta por um conjunto de duas carretas sendo uma somente para o leito de secagem.

O PI 0903784-5 que se refere a uma carreta abrigo com banheiro químico, compreendida por plataformas com duas rodas, dotada de engate e escada de acesso.

O PI 0102087-0 trata de uma cozinha industrial modular transportável, caracterizada por permitir que todos os equipamentos, máquinas e utensílios que compõem uma cozinha industrial sejam instalados em módulos, sendo que o que não seja possível ou conveniente instalar nos mesmos, possa ser nele armazenado para transporte.

Portanto, como se pode denotar nos documentos de anterioridades citados há soluções que utilizam o conceito de mobilidade para diferentes segmentos, porém nenhum deles voltado para o processo de rotomoldagem de reservatórios de água.

Ciente do estado da técnica, suas lacunas e limitantes, o inventor, pessoa atuante e conhecedora da matéria em apreço, após estudos e pesquisas, criou a "UNIDADE MÓVEL COM EQUIPAMENTO DE ROTOMOLDAGEM" em questão, em que todos os equipamentos e a infraestrutura necessária a fabricação de reservatório de água por rotomoldagem sejam montados em uma carreta, possibilitando, com o auxílio de um caminhão, a produção no local de consumo ou nas proximidades sem necessidade de locação ou construção de imóvel para instalação da planta fabril. À carreta é acoplado um segundo módulo móvel para o armazenamento e, opcionalmente, reservatório para o pré-aquecimento solar da matéria-prima utilizada na rotomoldagem. Neste caso a placas coletoras são posicionadas na cobertura utilizada para proteção dos equipamentos.

Em uma forma de viabilização da invenção, a carreta atende a especificação necessária à instalação de uma máquina de rotomoldagem de dois braços, com o forno montado longitudinalmente por volta do seu ponto médio, confrontante com os trilhos de deslizamento dos carros dos braços de rotação dos moldes, servidos por pórticos com talha para manuseio do molde / produto. Um gerador é instalado na parte anterior da carreta, a fim de suprir a demanda de todos os componentes elétricos do sistema de rotomoldagem, bem como uma fonte de GLP, oposta ao referido gerador, utilizada no aquecimento do forno.

Desse modo, a carreta e o módulo opcional conseguem se deslocar por grandes distâncias com relativa celeridade, com a maior parte dos componentes devidamente instalados, à exceção da cobertura. Em suma, a invenção apresenta como vantagens mais preponderantes:

S Mobilidade - redução do custo de produção de reservatórios de água em locais afastados dos pólos industriais, com forte apelo social uma vez que democratiza a utilização deste produto em áreas mais necessitadas e carentes;

S Melhora a qualidade de vida da população / comunidade dos locais atingidos pela seca;

S Com uma carreta é possível atender diversas regiões, haja vista a fácil montagem/ desmontagem dos equipamentos e locomoção;

V A opção do pré-aquecimento com energia solar torna atribui um caráter sustentável à unidade;

S O conceito de adequação da carreta pode ser aplicado para qualquer tipo ou sistema de rotomoldagem voltado para a produção de reservatórios de água como cisternas, tanques, etc;

V Simplificação do trâmite burocrático como, por exemplo, os fiscais e licenças ambientais;

S Ótima relação custo - benefício.

A seguir, a invenção será explicada com base nas figuras anexas nas quais estão representadas de forma ilustrativa e não limitativa:

Figura 1 : Vista em perspectiva da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem;

Figura 2: Vista em perspectiva explodida da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem;

Figura 3: Vista em perspectiva da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, sem a cobertura; Figura 4: Vista lateral da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem;

Figura 5: Vista anterior da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, atrelada a um caminhão;

Figura 6: Vista superior da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, atrelada a um caminhão;

Figura 7: Vista em perspectiva da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando uma configuração de transporte;

Figura 8: Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando patolagem e posicionamento das travessas basais da estrutura da cobertura;

Figura 9: Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando montagem dos pórticos e talhas;

Figura 10: Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando montagem da estrutura e tesouras, com detalhe das emendas;

Figura 1 1 : Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando montagem da cobertura e placas coletoras;

Figura 12: Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando o enchimento do molde;

Figura 13: Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando deslocamento do carro para colocação do molde no forno; Figura 14: Vista esquemática da unidade móvel com equipamento de rotomoldagem, mostrando retirada e posicionamento do produto rotomoldado lateralmente.

A "UNIDADE MÓVEL COM EQUIPAMENTO DE ROTOMOLDAGEM" consiste de uma unidade de rotomoldagem (U) móvel montada no chassi (1 ) de uma carreta onde são posicionados um forno (2) de rotomoldagem de dois braços (3), ou outro qualquer, assim como os trilhos (4) para o deslizamento dos carros (5) dos braços de rotação do molde (6) assistidos por pórtico (7) com talha (8) para manuseio do molde (6) / produto rotomoldado (R), possuindo um gerador (9) na parte anterior da carreta ligado a um quadro (10) de energia que supre a demanda dos componentes elétricos, bem como uma fonte de GLP (1 1 ) utilizada no aquecimento do forno (2), e um módulo (12) para o armazenamento de matéria- prima (13) e, opcionalmente um reservatório (14) para seu pré-aquecimento por meio de energia solar captada pelas placas coletoras (15) instaladas na cobertura (16).

Mais particularmente, conforme ilustrado nas figuras 1 a 6, a carreta reivindicada comporta uma unidade de rotomoldagem (U), e toda a infraestrutura necessária a sua operação em locais remotos desde que puxada por um cavalo mecânico (17), sendo que por volta do ponto médio do chassi (1 ) é instalado um forno (2) inserido em um engradado (18) metálico, nesta forma de viabilização da invenção, com dois braços (3) de rotação dos moldes (6) assistidos por pórtico (7) e talha (8), possibilitando assim a carga e descarga alternadas em ambos os lados da carreta, tal qual em uma planta fabril convencional. Para tanto, os braços (3) são mancalizados (19) em um suporte (20), por sua vez fixado em um carro (5) que desliza em trilhos (4) presos longitudinalmente aos perfis principais do chassi (1 ). Na parte anterior da carreta é instalado um gerador (9), que alimenta um quadro (10) de distribuição de energia com potência suficiente para suprir todos os componentes elétricos da unidade de rotomoldagem, em que pese os motores (21 ) de tração do carro (5), os motores (22 e 23) dos eixos, primário e secundário, dos braços (3), motores de abertura e fechamento das portas (24) do forno entre outros. Na porção distai do chassi é posicionado um tanque de GLP (1 1 ) do qual derivam dutos (25) para o aquecimento do forno (2). A fim de oferecer estabilidade, nivelamento e segurança à instalação, ao longo da lateral do chassi (1 ) da carreta foram incorporados cilindros (26) hidráulicos, acionados quando do estacionamento no local escolhido para a operação e produção do produto rotomoldado (R). Ainda na porção inferior do chassi (1 ) se pronunciam caixões (27) destinados a recepcionar as travessas basais (28) que dão sustentação às colunas (29), ligadas por outras travessas (30), da estrutura metálica da cobertura (16) que acompanha a unidade, montada posterior a patolagem dos cilindros (26). A montagem, em uma forma de viabilização da invenção, pode ser efetivada pela sobreposição e parafusamento de chapas (31 ) nos pontos de união (A). Uma vez pronta a estrutura metálica são instaladas as tesouras (32) e o fechamento da cobertura (16) sobre a qual, na opção da unidade com pré-aquecimento da matéria-prima (13) com energia solar também são instaladas as placas (15) coletoras, e o tanque (33) de água aquecida. À carreta é acoplado um módulo (12) para o armazenamento de matéria-prima (13), sendo que na opção com aquecimento solar é dotado de um reservatório (14) que com a recirculação da água proveniente do tanque (33) pré-aquece a matéria-prima a ser colocada no silo (34).

Portanto, conforme ilustrado na figura 7, a unidade de rotomoldagem (U) é transportada e / ou movida com praticamente todos os equipamentos/ componentes montados, à exceção da estrutura e cobertura (16) que acompanha a unidade em um veículo de apoio. O avanço lateral do engradado (18) do forno não é impeditivo ao deslocamento da unidade. Ao chegar no local de destino, conforme figura 8, são acionados os cilindros (26) hidráulicos de forma a nivelar e bem apoiar a carreta para então posicionas as travessas basais (28). Em seguida, conforme as figuras 9, 10 e 1 1 , são montados os pórticos (7), a estrutura (E) metálica, as tesouras (32), o fechamento da cobertura (16) e as placas coletoras (15). Os dutos, componentes e ligações elétricas/ gás / solar são revisados e/ ou, em alguns casos, montados em paralelo às etapas acima.

Operacionalmente, o funcionamento da unidade é semelhante a de uma unidade fabril convencional. Basicamente, conforme ilustrado na figura 12, tem início com a colocação da matéria-prima contida no silo (34), dependurado na talha (8), no interior do molde (6). Em seguida, conforme figura 13, o carro (5) é deslocado no sentido do forno (2), que com a porta (24) aberta, recebe o referido molde (6) que lá permanece pelo tempo necessário ao processo. Por fim, conforme a figura 14, terminado o período de permanência no forno (2) o molde (6) é retirado, tendo sua parte de cima e o produto rotomoldado (R) levado pelo pórtico (7) / talha (8) para a lateral da unidade. Enquanto são realizadas as etapas acima citadas, o lado oposto da unidade cumpre etapas alternadas a essas, perfazendo um ganho de produtividade particular do forno de dois braços.

O mesmo conceito de mobilidade aqui reivindicado pode ser aplicado em outros modelos de fornos, como, por exemplo, o do tipo carrossel, tipo rock and roll, etc.

Pelos motivos acima expostos, a unidade de rotomoldagem devido a sua mobilidade traz melhorias operacionais, em relação ao modelo convencional de produção de reservatórios de água encontrados no estado da técnica, que somado a atividade inventiva resultado da montagem de todos os componentes e infraestrutura necessária a execução do processo de rotomoldagem tal qual em uma planta fabril, e aplicação industrial o faz merecedor do privilégio de patente de Invenção.