Refere-se a presente patente de invenção, que diz respeito à indústria de equipamentos médico hospitalar, particularmente a dedicada à produção de instrumental cirúrgico a um modelo especial de porta-agulha para procedimentos cirúrgicos, que permitem completa esterilização, fácil encaixe e remoção da agulha, maior eficiência, segurança e diminuição do tempo de trabalho, especialmente em cirurgias do campo veterinário.

No estado atual dos instrumentais cirúrgicos, particularmente os utilizados no campo da medicina veterinária, dedicados a realização de suturas de tecidos em animais, são mais conhecidos e utilizados alguns instrumentais que apresentam pouca praticidade e conforto no uso, tais como: a uma agulha para sutura em forma de "S", que é muito simples; o porta agulha "Mathieu", que é ineficiente, e o porta-agulha "Mayo Hegar", que é utilizado para determinadas aplicações.

A agulha em forma de "S" é geralmente utilizada sendo apoiada na palma da mão e forçada contra o tecido a ser suturado. Procedimento que, por ser o tecido biológico trabalhado resistente e flexível (geralmente couro), exige um considerável esforçQ para se efetuar a perfuração e frequentemente acarreta feridas na mão, a qual $ agulha é apoiada, causando desconforto para o cirurgião.

O porta-agulha "Mathieu" e o porta-agulha "Mayo Hegar" também não são suficientemente práticos para suturas em tecidos biológico^ resistentes e flexíveis, porque não apresentam um apoio especialmente projetado para o tipo de esforço necessário na perfuração destes tecidos. Neste caso, geralmente, no ato da sutura, quando o cirurgião exerce a força necessária para perfurar o tecido, que é resistente, a agulha tende a deslocar ou quebrar na tentativa de perfuração.

A presente patente de invenção, inova neste sentido apresentando um porta agulha, inspirado no porta-agulha Mathieu" de uso mais convencional, com modificações que otimizam sua utilização e oferece ao cirurgião maior praticidade no uso, conforto e elimina praticamente qualquer possibilidade de desconforto no seu uso. Trata-se de um porta- agulha que contém apoio especialmente projetado para fixação da agulha e mola em lâmina com pino de travamento para restrição do ângulo de abertura. Um porta-agulha onde a agulha é fixada por meio de um trava-pino de fácil higienização que permite o encaixe e remoção da agulha com o mínimo de esforço. Um porta-agulha que pode ser utilizado com agulha reta ou curva, com total eficiência, segurança e redução no tempo necessário para a sutura.

O porta-agulha para procedimentos cirúrgicos, objeto desta patente de invenção, pode ser melhor compreendido reportando-se as figuras anexas, que integram este relatório descritivo e contém referências numéricas em conjunto com a descrição de suas particularidades técnicas. Figuras estas, que não restringe sua configuração quanto às suas dimensões, proporções e eventuais tipos de acabamentos inseridos e nem o alcance de sua aplicação prática.

As figuras 1 e 2 são vistas em perspectiva do porta-agulha portando uma agulha do tipo reta e, em detalhe, o encaixe da agulha no instrumento, respectivamente.

As figuras 3 e 4 são vistas em perspectiva das hastes em separado, mostrando os anéis em cada uma delas com seus detalhes, que formam o tambor de articulação,

As figuras 5, 6, 7 e 8 são vistas de perspectiva da agulha reta, da extremidade de fixação no porta-agulha, do anel oblongo de fixação e da agulha curva, respectivamente.

As figuras 9, 10 e 11 mostram, em detalhes de perspectiva, algumas das possíveis versões diferentes de ranhuras de encaixe.

A figura 12 é uma vista da haste, que contém o segmento de fixação, desmontada do conjunto, para utilização com uma agulha curva.

As figuras 13, 14 e 15 são vistas ilustrativas do uso do porta-agulha em uma sutura.

De acordo com estas figuras e suas referências numéricas o objeto desta patente de invenção refere-se a um porta-agulha (1) contendo duas hastes articuladas (2 e 3), do tipo tesoura, com uma mola em lâmina (4), entre elas, fixada por parafuso e trava. Dita mola em lâmina (4), cuja função é garantir uma abertura de 45° entre um segmento anterior de fixação (2A) e um segmento anterior de encaixe (3A), para uma agulha reta (5) ou curva (5A), contiguamente ligados as respectivas hastes (2 e 3) através de um tambor de articulação (6) formado por anéis (6A e 6B).

Referido tambor de articulação no qual a articulação é realizada através do acoplamento de um eixo central com trava diametralmente saliente (7), contido na face interna de contato do anel (6B) que liga uma das hastes (3) ao segmento anterior de encaixe (3A),que é inserido em um orifício axial simétrico (8) contido na face interna de contato do outro anel (6A) que liga a outra haste (2) ao segmento anterior de fixação (2A). Orifício simétrico (8) este, que possui um rebaixo interno bipartido (9), também simétrico, de forma a permitir a rotação da trava diametralmente saliente (7), que quando acoplado, dentro de um limite de giro, elimina a possibilidade de desacoplamento dos anéis (6A e 6B). Dita articulação, que possibilita o desencaixe das hastes (2 e 3), juntamente com os segmentos anteriores de fixação (2A) e de encaixe (3A), no momento de limpeza facilitando a higienização e esterilização das partes, além de permitir a utilização, em separado, da haste (2A), que contém o segmento anterior de fixação (2A) no momento da sutura de tecidos macios, utilizando agulha reta (5) ou curva (5A). Desencaixe este feito apenas com a soltura da mola em lâmina (4) de sua trava e com a rotação dos anéis (6A e 6B), girando além do limite de acoplamento, para desencaixar a trava diametralmente saliente (7) do seu alojamento.

O segmento anterior de fixação (2A), contido no prolongamento da haste (2), contém na sua extremidade um extensão saliente na parte inferior com um furo de seção quadrada (10), que é vazante para objetivar a possibilidade de higienização e esterilização e permitir facilmente a remoção de materiais eventualmente depositados. Dito furo vazante de seção quadrada (10) que fixa a agulha (5), através de sua seção inferior também de seção quadrada, e que também fixa a agulha curva (5A) em duas posições distintas (alinhada ou perpendicular) impedindo que a agulha gire ao sofrer esforço. Fixação esta, que é otimizada através do pressiona mento de um anel oblongo (11) seccionado (trava pino), fixo por parafuso em uma das extremidades, que prende a agulha (5) através da compressão de suas secções, formadas por um corte transversal (12) contido na extremidade oposta à sua fixação.

O segmento anterior de encaixe (3A), contido no prolongamento da haste (3), contém na sua extremidade uma ranhura de encaixe (13) para encaixe na reentrância (14) da agulha (5). Dito encaixe que facilita a tração e retirada da agulha (5 ou 5A) ao atravessar o tecido resistente. Ranhura de encaixe (13) esta, que pode conter diversos tipos de conformações para sutura de diferentes tipos de tecido.

Na prática, basta ao operador encaixar a agulha (5 ou 5A) no segmento anterior de fixação (2A) do porta-agulha (1) e posicionar a mesma sobre o tecido a ser suturado. Pressionar o porta-agulha (1), articulando as hastes (2 e 3), para atravessar o tecido e, após esta operação, encaixar a agulha (5 ou 5A) na ranhura de encaixe (13) do segmento anterior de encaixe (3A) e puxá-la para terminar de atravessar o tecido.

O seu uso na sutura de tecido mole é similar, bastando apenas soltar a trava da mola em lâmina (4), rotacionar o porta-agulha (1) até o ponto de desencaixe das hastes (2 e 3), encaixar a agulha curva (5A) na furo vazante de seção quadrada (10) do segmento anterior de fixação (2A), posicionar a ponta da agulha curva (5A) sobre o tecido a ser suturado e atravessá-lo. Em seguida encaixá-la na ranhura de encaixe (13) do segmento anterior de encaixe (3A) e puxá-la para terminar de atravessar o tecido.