CAMPO DA INVENÇÃO

[1]A presente invenção refere-se a uma embalagem destinada a acondicionamento e dispensa de produtos viscosos, por possuir meios que proporcionam um maior acesso do usuário a seu interior garantindo o maior aproveitamento dos resíduos do dito produto.

[2] A presente invenção tem aplicação na área de embalagens para produtos viscosos tais como cosméticos, farmacêuticos e alimentícios.

FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO

[3] A maioria dos produtos cosméticos e alimentícios viscosos não é totalmente aproveitada pelo consumidor uma vez que, ao término do escoamento convencional da embalagem, parte do produto fica retida dentro da mesma. É o caso de produtos como xampu, condicionador, cremes e protetores solar, além de iogurtes e concentrados.

[4] Os resíduos retidos representam desperdício de energia e matéría-prima tanto para o consumidor quanto para o fabricante além do impacto ambiental significativo, uma vez que esse resíduo dificulta a reciclagem da embalagem que necessitará de maior volume de água para limpeza.

[5] Os inventores da presente tecnologia realizaram testes com três condicionadores de cabelo e três protetores solar e verificaram que após a utilização convencional do produto os resíduos retidos no interior das embalagens e que seriam desperdiçados dizem respeito a até 19%.

[6] Esse problema foi pouco atacado no estado da técnica, haja vista o número reduzido de documentos relacionados que de modo geral descrevem embalagens com uma segunda abertura e que não resolvem o problema apresentado.

[7] Os. documentos CN202529217 e CN202704206 dizem respeito a embalagens com duas tampas, sendo uma em cada extremidade. Observe-se, no entanto, que caso o produto contido nas ditas embalagens seja viscoso, haverá dificuldade na saida do resíduo de produto.

[8] A tecnologia proposta, por outro lado, permite a abertura da embalagem após o uso convencional do produto, tornando possível o aproveitamento total de seu conteúdo. Além disso, por possuir apenas ¹ uma tampa, proporciona a economia de matéria-prima para a confecção da embalagem.

[9] A tecnologia descrita em CN 202807273 se refere a uma embalagem com rosca na parte inferior de seu corpo que quando aberta permite acesso ao resíduo de produto acumulado no fundo da embalagem. Entretanto, caso o produto fique retido nas paredes e na tampa da embalagem, há maior dificuldade no seu aproveitamento, pois a rosca localiza-se na parte inferior do frasco. Saliente-se ainda, que a dita embalagem deve possuir necessariamente um formato cilíndrico regular para possibilitar o sistema de rosqueamento .

[10] A tecnologia proposta difere-se principalmente pelo sistema de encaixe por pressão do tipo "macho-fêmea" com sistema de abertura por torção o que permite que a embalagem seja confeccionada no formato cilíndrico, elíptico, retangular ou losangular.

[11]A presente invenção possibilita assim, o aproveitamento total dos resíduos do produto e pode ser confeccionada em formatos cilíndrico e elíptico devido ao sistema de encaixe "macho-fêmea" com abertura por torção. BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO

[123 A presente invenção trata de uma embalagem que proporciona maior aproveitamento dos resíduos de produto viscosos por compreender uma abertura convencional (A) na extremidade da parte superior da embalagem, a parte superior da embalagem (B) , uma segunda abertura (C) localizada na seção vertical da embalagem e a parte inferior da embalagem (D) , sendo que a segunda abertura (C) diz respeito a um sistema de encaixe por pressão do tipo "macho-fêmea" .

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[13] Figura 1 - Vista frontal da embalagem fechada sendo (A) a abertura convencional adaptável à tampa desejada, (B) a parte superior da embalagem, (C) a parte que após torção expõe a abertura na seção vertical da embalagem e (D) a parte inferior da embalagem.

[14] Figura 2 - Corte AB da embalagem sendo (A) a abertura convencional adaptável à tampa desejada, (B) a parte superior da embalagem, (C) a região de diâmetro inferior próxima à segunda abertura na parte inferior da embalagem, (D) a parte inferior da embalagem, (E) a ranhura em alto relevo próxima à abertura na seção vertical da parte inferior da embalagem, (F) a ranhura em baixo relevo na parte superior da embalagem.

[15] Figura 3 - Vista lateral da embalagem aberta, sendo o eixo central representado pela linha tracejada que vai do ponto G ao ponto H.

[16] Figura 4 - Vista frontal da embalagem aberta sendo (A) a abertura convencional adaptável à tampa desejada, (B) a parte superior da embalagem, <C) a abertura na seção vertical da embalagem, (D) a parte inferior da embalagem, (E) a ranhura em alto relevo próxima à abertura na seção vertical da parte inferior da embalagem.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[17] A presente invenção trata de uma embalagem que proporciona maior aproveitamento dos resíduos de produto viscosos restantes na embalagem após o término de seu uso pelo consumidor.

[18] A embalagem proposta (figura 1} compreende uma abertura convencional (A) na extremidade da parte superior da embalagem, a parte superior da embalagem (B) , uma segunda abertura (C) localizada na seção vertical da embalagem e a parte inferior da embalagem (D) .

[19] A segunda abertura é um sistema de encaixe por pressão do tipo "macho-fêmea" (figura 3) sendo que a parte superior da embalagem (B) possui na região da seção vertical proposta pelo menos uma ranhura em baixo relevo (F) , e a parte inferior da embalagem (D) compreende, na região da seção vertical proposta, pelo menos uma ranhura em alto relevo (E) . As ranhuras da parte superior da embalagem são pequenas saliências côncavas ocas que estão em baixo relevo em relação ao restante da superfície da parte superior da embalagem. As ranhuras da parte inferior da embalagem devem possuir mesmo desenho das ranhuras presentes na parte superior da embalagem, porém diferem por serem em alto relevo em relação ao restante da superfície da parte inferior da embalagem .

[20] Na parte inferior da embalagem (D), a região acima das ranhuras, próxima à segunda abertura proposta (C) , deve ter diâmetro inferior ao diâmetro da região abaixo das ranhuras permitindo assim o encaixe das duas partes. [21] Para fechamento, a parte inferior da embalagem (D) é forçada mecanicamente contra a parte superior da embalagem (B) e, devido à diferença do relevo e do diâmetro, ambas partes se encaixam perfeitamente: a superfície externa das ranhuras da parte inferior da embalagem são encaixadas exatamente dentro da parte côncava das ranhuras em baixo relevo da parte superior da embalagem.

[22] O sistema de encaixe por pressão proposto garante que, tanto no transporte, como na exposição do produto em gôndolas e no uso convencional do produto pelo consumidor, a embalagem se mantenha fechada na região de encaixe da segunda abertura que só será desencaixada se ambas partes forem forçadas mecanicamente em sentidos opostos com movimento de torção contrário, permitindo o aproveitamento do conteúdo retido dentro da embalagem.

[23] O exemplo proposto define que a ranhura em alto relevo deve estar presente na parte inferior da embalagem e a ranhura em baixo relevo deve estar na parte superior da embalagem, porém, é possível inverter a localização dessas ranhuras, conforme interesse do projeto.

EXEMPLO DE CONCRETIZAÇÃO

[24] a concretização preferencial da invenção, a embalagem é produzida pelo método de injeção que consiste em fundir o polímero e forçar sua passagem por uma matriz, fazendo-o escoar em um molde. Quando resfriado, o material estará formatado de acordo com o molde. Os detalhes de processo variam, mas basicamente, seriam necessárias de duas a três matrizes: uma para a tampa, uma para a parte superior da embalagem e uma para a inferior, sendo ainda possível, injetar a parte superior e inferior em um mesmo molde. [25] endo as três peças prontas, a parte superior (b) é anexada na parte inferior (d) , a embalagem é preenchida com o produto e, logo em seguida, é colocada a tampa.

[26] A solução que permite o encaixe da parte superior (b) com a parte inferior (d) sem vazamento de produto é um encaixe por pressão macho-fêmea (figura 2) : a parte superior da embalagem tem tal desenho que se sincroniza com a parte inferior, através de ranhuras.

[27]Assim, após a utilização convencional do produto viscoso tal como cosmético, farmacêutico e alimentício, o consumidor tem a possibilidade de torcer a embalagem até desprender a parte superior da inferior e ter acesso ao interior da mesma, podendo utilizar a parte restante do dito produto .