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Title:
PACKAGING MATERIAL FOR AGRICULTURAL PRODUCTS AND METHOD FOR PRODUCING A PACKAGING MATERIAL FOR AGRICULTURAL PRODUCTS
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2023/283711
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a novel proposal for a material for packaging agricultural products, such as cotton, in particular in cylindrical bales using automated agricultural equipment and machines, such as self-propelled balers. More specifically, the present invention relates to a packaging material comprising a single continuous film (1) comprising a plurality of individual packaging portions (2) that can be detached from one another using a break line (3), in which said individual packaging portion (2) has an initial portion (2a) and a final portion (2b), and in which a permanent adhesive (10) is applied close to the final end (5b) of the final portion (2b) and covered with a film (12), the end (12b) of which overlaps said permanent adhesive (10) and is folded into a "V" shape, and in which the opposite end (12a) extends over the initial end (5a) of the initial portion (2a) of the next individual packaging portion (2) and is rigidly connected thereto.

Inventors:
OKUBO DENNY (BR)
FIRMEZA ALINE HURTADO (BR)
Application Number:
PCT/BR2022/050254
Publication Date:
January 19, 2023
Filing Date:
July 08, 2022
Export Citation:
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Assignee:
NOK PARTICIPACOES LTDA (BT)
MINAS PACK FILMES E EMBALAGENS LTDA (BR)
International Classes:
B65D65/14; A01F15/07; B65B11/00; C09J7/30
Domestic Patent References:
WO2018064181A12018-04-05
Foreign References:
US10752812B22020-08-25
US4127132A1978-11-28
US11142382B12021-10-12
US20050034429A12005-02-17
US10257986B12019-04-16
Attorney, Agent or Firm:
VASQUES, Eduardo Carneiro (BR)
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Claims:
REI VINDICACÕES

1. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, o qual é formado por um filme único e contínuo (1) que é composto por uma pluralidade de porções de embalagens individuais (2) que são destacáveis umas das outras através de uma linha de ruptura (3), sendo que a dita porção de embalagem individual (2) possui uma porção inicial (2a) e uma porção final (2b), caracterizado pelo fato de compreende, ainda, um adesivo permanente (10) aplicado próximo da extremidade final (5b) da porção final (2b), o qual é coberto por uma película (12) cuja extremidade (12b), que sobrepõe o dito adesivo permanente (10), é dobrada em uma configuração em “V”, e a extremidade oposta (12a) se estende sobre a extremidade inicial (5a) da porção inicial (2a) da porção de embalagem individual (2) subsequente onde é fixada.

2. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o dito filme único contínuo (1) pode ser, ao menos em parte de sua extensão, revestido com uma camada de adesivo do tipo não-permanente (4) aplicado em uma de suas superfícies.

3. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que dita extremidade (12a) da película (12) é fixada na porção inicial (2a) da porção de embalagem individual (2) através de elementos de fixação (13).

4. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que os elementos de fixação (13) são soldas, colas ou adesivos.

5. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o dito adesivo permanente é uma cola ou uma fita adesiva, a qual é aplicada em pelo menos uma porção ao longo da extensão transversal do filme único e contínuo (1) próximo da extremidade final (5b) da porção final (2b) de cada porção de embalagem individual (2).

6. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o dito filme único e contínuo (1) compreende, na região da linha de ruptura (3), um estreitamento (14) do tipo refilo.

7. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o dito estreitamento (14) é executado em ao menos uma de suas bordas laterais (2c) e, mais particularmente, em ambas as bordas laterais (2c).

8. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o dito estreitamento (14) é formado pela combinação de um estreitamento angular (14a) e um segmento complementar (14b), sobre o qual a dita película (12) é posicionada e fixada, de um lado, através dos elementos de fixação (13) e, do outro lado, aderida ao adesivo permanente (10).

9. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o dito filme único e contínuo (1) é um filme plástico de múltiplas camadas com proteção contra os raios ultravioletas, impermeabilidade e com pigmentações, tais como elementos com características de barreiras contra interferências ambientais e climáticas, do tipo umidade, água, sólidos e oxigénio.

10. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que o dito filme único e contínuo (1) é um filme de baixa densidade e com propriedades físicas e químicas de estiramento.

11. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a dita camada de adesivo do tipo não-permanente (4) é aplicada sobre a porção de embalagem individual

(2) em uma proporção que pode variar de 5-95% da extensão total da dita porção de embalagem individual (2).

12. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a dita camada de adesivo do tipo não-permanente (4) é aplicada sobre 50% da porção de embalagem individual (2).

13. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que a dita linha de ruptura

(3) é formada por pontos de fragilização, pontos de pré-ruptura e/ou pontos de enfraquecimento.

14. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que ao longo das ditas linhas de ruptura (3) são dispostas porções de reforço que são constituídas por segmentos não fragilizados.

15. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que a dita linha de ruptura (3) é obtida através de ferramentas a laser, facas metálicas quentes ou frias, facas de corte serrilhadas, facas de corte reto, facas de corte piramidal, facas de corte triangulares, ou, ainda, como micro perfurações a laser ou fragilização superficial.

16. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que cada porção de embalagem individual (2) do dito filme único e contínuo (1) compreende ao menos um meio sinalizador (6), o qual pode ser uma fotocélula, uma indicação à base de tinta, uma pintura metálica, um elemento metálico, uma marcação, uma demarcação, um código de barras, um código perfurado.

17. MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a dita porção de embalagem individual (2) compreende ao menos um meio identificador (7), tal como etiquetas/tags do tipo radiofrequência - RFlDs.

18. MÉTODO DE PRODUÇÃO DE UM MATERIAL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍCOLAS, caracterizado por compreender as seguintes etapas: a) produzir um filme plástico único e contínuo (1), através da formulação da matéria prima e preparo da extrusora de filmes; b) produzir o dito filme plástico único e contínuo em bobinas (110), do tipo jumbo, que são submetidas a uma inspeção para serem embaladas e identificadas; c) armazenamento da referida bobina do tipo jumbo (110) para, dessa forma ser aplicada na linha de produção do filme plástico único e contínuo (1) onde são executadas as seguintes etapas: c.1) desenrolar a referida bobina do tipo jumbo (110); c.2) posicionar e aplicar o meio sinalizador (6), tal como uma etiqueta metalizada; c.3) executar uma linha de ruptura (3) no dito filme único e contínuo (1), a qual é responsável por projetar porções de embalagens individuais (2), sendo que essa linha de ruptura (3) é disposta entre a porção final (2b) de uma porção de embalagem individual (2) e a porção inicial (2a) da porção de embalagem individual (2) subsequente formada pelo dito filme único e contínuo (1); c.4) aplicar um adesivo permanente (10) próximo da extremidade final (5b) da porção final (2b); c.5) acomodar uma película (12) sobre o filme único e contínuo (1), de modo que a extremidade (12b), que sobrepõe o adesivo permanente (10), é dobrada formando uma configuração em “V”, e a extremidade oposta (12a) se estende sobre a extremidade inicial (5a) da porção inicial (2a) da porção de embalagem individual (2) subsequente; c.6) aplicar elementos de fixação (13) na extremidade (12a) da dita película (12); c.7) embobinar o dito filme único contínuo (1) em uma bobina (120) para ser introduzida em uma máquina colhedora automatizada; d) inspeção das bobinas (120) de filme único e contínuo (1) para serem embaladas e identificadas; e) armazenar a dita bobina (120) de filme único e contínuo (1).

19. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de, após a etapa (c.3), compreender as seguintes etapas adicionais: c.3a) de aplicação intermitente de uma camada de adesivo do tipo não-permanente (4) em uma das superfícies do filme único e contínuo (1), formando uma porção sem adesivo do tipo não-permanente e uma porção contendo o dito adesivo do tipo não-permanente (4); e c.3b) submeter o filme único e contínuo (1) a um processo de secagem e absorção do adesivo do tipo não permanente (4) em uma estufa.

20. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de, após a etapa (c.6), compreender a seguinte etapa adicional: c.6a) aplicar um pó de talco próximo das bordas laterais (2c) do dito filme único e contínuo (1).

21. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de, antes da etapa (c.7), compreender a seguinte etapa adicional: c.6b) executar um estreitamento (14), do tipo refilo, em ao menos uma das bordas laterais (2c), e preferencialmente, em ambas as bordas laterais (2c) da dita porção de embalagem individual (2).

22. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que a dita etapa (c.3) é conduzida através de um processo de formação de pontos de fragilização, pontos de pré-ruptura e/ou pontos de enfraquecimento.

23. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que durante a dita etapa (c.3), a linha de ruptura (3) é obtida através de ferramentas a laser, com facas metálicas quentes ou frias, facas de corte serrilhadas, facas de corte reto, facas de corte piramidal, facas de corte triangulares, com micro perfurações a laser ou fragilização superficial.

24. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que durante a dita etapa (c.2) o meio sinalizador (6) é uma fotocélula, uma indicação à base de tinta, uma pintura metálica, um elemento metálico, uma marcação, uma demarcação, um código de barras ou um código perfurado.

25. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que após a etapa (c.2), o dito filme plástico contínuo (1) é submetido a uma etapa de inclusão de ao menos um meio identificador (7), tal como etiquetas/tags do tipo radiofrequência - RFlDs.

26. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que na dita etapa (c.6), os ditos elementos de fixação (13) são soldas, colas ou adesivos.

Description:
MATERI AL PARA EMBALAR PRODUTOS AGRÍ COLAS E MÉTODO DE PRODUÇÃO DE UM MATERI AL PARA EMBALAR PRODUTOS

AGRÍ COLAS

[0001] A presente invenção refere-se, de um modo geral, a um novo material para embalar produtos agrícolas, em particular para o enfardamento de algodão, feno, palha e qualquer outro tipo de espécie vegetal de natureza forrageira, os quais são colhidos e enfardados por meio de equipamentos e máquinas agrícolas automatizados, por exemplo, em colheitadeiras e enfardadeiras usualmente utilizadas nas colheitas mecanizadas, onde a própria máquina é capaz de executar a colheita do campo e, ao mesmo tempo, debulhar e embalar o material colhido em fardos cilíndricos que são recolhidos em momento oportuno e transportados às centrais de processamento.

[0002] De forma mais específica, o material para embalar produtos agrícolas, bem como o processo de produção de materiais desta natureza, conforme a presente invenção, foram projetados e desenvolvidos para melhorar a eficiência e produtividade das colheitas, garantindo o adequado fechamento dos fardos e a sua devida manutenção no campo enquanto aguardam para serem recolhidos e durante o seu transporte.

FUNDAMENTOS DA I NVENCÃO

[0003] De acordo com o estado da técnica, são conhecidas e utilizadas diversas maneiras de promover o empacotamento dos produtos agrícolas, como por exemplo, o algodão, o feno, a palha e forragens de um modo geral, sendo que esse empacotamento ocorre através da colheita e agrupamento em fardos para que possam ser transportados de modo mais prático e seguro até os centros de processamento. Para tanto, são conhecidos diversos tipos de materiais que podem ser utilizados para o enfardamento desses produtos agrícolas, sendo configurados e selecionados de acordo com as características e propriedades da cultura vegetal que está sendo colhida e embalada. A título de exemplo são bastante comuns os materiais formados por redes, lonas e, em alguns casos, pela combinação de redes e lonas, as quais são normalmente de plásticos, como polietileno ou polipropileno.

[0004] De acordo com o estado da técnica, com o desenvolvimento de inúmeras tecnologias aplicadas na agricultura, encontram-se disponíveis diversas máquinas, equipamentos e dispositivos projetados e utilizados para melhorar as condições da lavoura, mas principalmente buscando o aumento da produtividade no campo, seja no momento da plantação como na colheita. Neste sentido, são conhecidas algumas máquinas agrícolas, também chamadas de colheitadeiras ou máquinas colhedoras, as quais são autopropelidas e capazes de executar uma colheita contínua sem a necessidade de realizar paradas prolongadas, ou mesmo serem retiradas do campo para, por exemplo, esvaziamento ou transferência do material colhido para trasbordos e/ou carretas responsáveis pelo transporte dos materiais para os locais afastados do campo onde serão manipulados, processados e/ou tratados. Algumas máquinas, atualmente conhecidas e disponíveis no mercado, reduzem seu deslocamento apenas para despejar os fardos de produtos embalados pela própria máquina, por exemplo nos processos de colheita de algodão.

[0005] De forma mais particular em relação à colheita de algodão, sem descartar o feno, a palha e as forragens em geral, é bastante comum o uso de lonas plásticas para envolver e acondicionar o material colhido, tendo em vista a necessidade de manter o material agrupado e protegido contra as intempéries, além de facilitar o transporte do campo para os locais de manipulação, processamento e tratamento do material que, normalmente, ficam afastados da área de plantio e colheita. Além disso, em especial com relação à colheita do algodão, são conhecidos no estado da técnica, máquinas e equipamentos especialmente projetados e desenvolvidos para a colheita desse tipo de cultura em vista das especificidades e particularidades que esse tipo de cultura vegetal exige, por exemplo, tempo curto de duração da safra e fragilidade do material diante das intempéries.

[0006] Conforme deve ser apreciado pelos técnicos no assunto, essas máquinas colhedoras de algodão são capazes de conduzir uma colheita contínua de toda a lavoura sem interrupções. Para tanto, sabe-se que esse tipo de máquina possui mecanismos que conseguem colher o material no campo e, ao mesmo tempo, processá-lo, armazená-lo e, ainda, empacotá-lo formando fardos individuais do material colhido que podem ser despejados de volta no campo que, oportunamente são recolhidos por um trator ou outro equipamento apropriado e transportados até os locais de manipulação e processamento do material colhido. Assim, como pode ser observado, esses fardos gerados por essas máquinas conseguem otimizar e, consequentemente, aumentar significativamente os índices de produtividade das colheitas, ao mesmo tempo em que garantem a integridade do material colhido, tendo em vista que as lonas utilizadas para a formação desses fardos constituem envoltórios plásticos que protegem o material colhido contra as intempéries climáticas enquanto estão espalhados no campo e aguardam para serem transportados.

[0007] Vale lembrar que essa tecnologia de enfardamento com lonas através de máquinas automatizadas foi capaz de promover substanciais vantagens e melhorias no campo, mas principalmente conseguiu reduzir os níveis de insalubridade dos trabalhadores, da mão de obra como um todo, tendo em vista que as colheitas, especialmente, de algodão sempre foram trabalhos árduos e penosos, em que com muita frequência e facilidade, os trabalhadores se machucavam ou adoeciam, sejam em virtude de cortes nas mãos, como pelas condições climáticas e os longos períodos de jornadas de trabalho no campo. Logo, com a chegada dessas tecnologias e a capacidade de automatizar e mecanizar, de certo modo, a colheita, tornou-se possível, além de melhorar as condições dos trabalhadores, proporcionar um aumento significativo da produtividade e, ainda, gerando grandes benefícios à sociedade, se analisada a questão sob a óptica do desenvolvimento humano.

[0008] Neste sentido, apesar dos evidentes benefícios proporcionados por essas tecnologias, verificou-se que havia oportunidades para proporcionar melhorias e aperfeiçoamentos, particularmente, com relação ao material de embalar. Mais particularmente, apesar de se mostrarem funcionais, verificou-se que a qualidade, resistência e, ainda, os processos de produção poderiam ser modificados para se obter melhorias para, com isso, eliminar falhas, problemas e inconvenientes que ocorriam com as tecnologias e os materiais conhecidos no estado da técnica, especialmente no caso do enfardamento de algodão em máquinas automatizadas.

[0009] De acordo com as tecnologias conhecidas no estado da técnica, particularmente no que se refere aos materiais de embalar, foram identificados alguns inconvenientes relacionados às linhas de produção que, de certo modo, interferem nas particularidades exigidas para permitir a automação na etapa de separação do material para embalar e no momento do fechamento do fardo realizado dentro das colheitadeiras de algodão ou outros produtos. Isso porque, conforme é possível constatar, os materiais utilizados para embalar o algodão, feno, palha e forragem nas máquinas automatizadas são formados por segmentos de lonas plásticas interconectados por meio de algum elemento adesivo capaz de manter os segmentos interligados e enrolados em uma bobina, mas que possam ser desenrolados de acordo com a demanda exigida pela máquina colheitadeira e, ao final, deve permitir a separação do segmento subsequente e, ao mesmo tempo, assegurar o fechamento do fardo antes de ser despejado no campo para ser recolhido oportunamente.

[0010] Neste contexto, o processo de fabricação dessas lonas plásticas para o enfardamento de produtos agrícolas nas máquinas automatizadas exige uma etapa de montagem e conexão dos segmentos que formam uma porção de embalagem para, então, enrolar essa sequência de porções de embalagens individuais de modo a obter uma bobina que será acoplada e utilizada, por exemplo, nas colheitadeiras automatizadas de algodão. A título de exemplo, os documentos BRPI 0307327-0, BRPI 0511659-7, PCT/US2015/022330, PCT/AU2014/000821 e IN201303409 revelam lonas plásticas formadas por múltiplos segmentos fixados por meios de ligação para, com isso, obter-se um filme contínuo para ser enrolado em uma bobina, sendo que esses meios de ligação são obtidos pela combinação de áreas com e sem adesivos que, em alguns casos, são dobradas para formar uma espécie de camada protetora que impede a colagem das áreas adesivadas na lona quando da obtenção das bobinas e, assim, permitem o desenrolamento e separação da mesma dentro das máquinas.

[0011] Como deve ser apreciado pelos técnicos no assunto, essas áreas adesivadas se mostraram relativamente essenciais de acordo com os conhecimentos e práticas até hoje adotadas, uma vez que, na etapa final da formação dos fardos de algodão dentro das máquinas, a extremidade da porção de embalagem individual precisava ficar aderida com firmeza e segurança para evitar que os fardos se abram quando despejados no campo e, eventualmente, submetidos às intempéries climáticas, principalmente no caso do algodão que é um material com tendência de se expandir e, consequentemente, forçando a lona de modo a propiciar o seu rompimento e/ou abertura.

[0012] Logo, como é possível notar, o processo para fabricação e montagem dessas bobinas é relativamente complexo e exige etapas com elevado nível de precisão para unir os segmentos e as porções de embalagens o que, logicamente, reflete em elevados custos de fabricação e, por consequência, afeta a produtividade e rentabilidade das colheitas. [0013] A questão dos custos é ainda mais problemática quando se observa que esse material para embalar e formar os fardos de produtos agrícolas, usualmente, é descartado sem prover qualquer retorno financeiro ao fazendeiro, isso porque, em virtude das características e propriedades dos materiais utilizados na fabricação dessas lonas, torna-se praticamente impossível o reaproveitamento e/ou a reintrodução desse material no ciclo da cadeia produtiva dessas matérias primas. Mais especificamente, as lonas usualmente aplicadas e conhecidas no estado da técnica para embalar produtos agrícolas em máquinas automatizadas são materiais compostos por resinas termoplásticas com baixíssima capacidade de reciclagem.

[0014] Adicionalmente, em alguns casos, alguns modelos de materiais para embalar produtos agrícolas conhecidos no estado da técnica apresentavam um inconveniente relacionado à separação das porções de embalagem no final do processo de enfardamento dentro das máquinas. Em alguns casos o corte executado para separar as porções de embalagens individuais não tem precisão e, na maioria das vezes, essa separação ocorre pelo simples estiramento do material até a sua ruptura, o que resulta em uma extremidade totalmente irregular e com partes estiradas que acabam ficando soltas, não aderidas ao fardo. Essas partes estiradas e soltas estimulam o enfraquecimento do fardo como um todo, principalmente em virtude da influência da chuva e dos ventos que podem ajudar a abrir ou romper o fardo espontaneamente no campo, o que acarreta perda de parte do material colhido e, consequentemente, prejuízos ao fazendeiro.

[0015] No intuito de superar os inconvenientes acima apresentados, foi desenvolvido um material para embalar produtos agrícolas formado essencialmente por um filme único e contínuo composto por uma pluralidade de porções de embalagens, as quais são destacáveis umas das outras através de uma linha de ruptura, sendo que a porção de embalagem é dividida em uma porção inicial e uma porção final, e esta última porção sendo provida de uma camada de adesivo do tipo não-permanente em uma de suas superfícies o que torna possível promover o fechamento do fardo de forma adequada. Esse tipo de material é objeto de proteção, por exemplo, nos processos de patentes BR102018067867-1 e BR102019018128-1 , das próprias depositantes.

[0016] Apesar de se mostrar altamente eficiente e atender as necessidades da grande maioria das aplicações para o enfardamento de produtos agrícolas nas máquinas automatizadas, foi observado que esse material poderia ser aperfeiçoado, especialmente no que se refere ao fechamento dos fardos, uma vez que, dependendo das condições do local da colheita e das propriedades do próprio material colhido e enfardado, observou-se a necessidade de aplicar um fechamento mais resistente dos fardos pois em algumas situações, a combinações das condições climáticas e intempéries com as propriedades de expansão naturais, por exemplo do algodão, acabavam permitindo o rompimento e abertura dos fardos e, consequentemente, a perda do material colhido.

[0017] Neste sentido, observando as soluções conhecidas e disponíveis no estado da técnica para prover um meio de fechamento dos fardos, conforme acima relatado, notou-se que as mesmas não se mostravam eficientes e viáveis, seja do ponto de vista técnico e funcional como em relação aos custos e complexidade de fabricação.

[0018] Portanto, conforme é possível notar, as tecnologias do estado da técnica utilizadas para o enfardamento de produtos agrícolas em máquinas automatizadas não se mostram adequadas e economicamente viáveis e aplicáveis para manter a integridade do produto colhido acondicionado nos fardos durante todo o processo de colheita, que se inicia com a formação dos fardos pelas máquinas automatizadas, a sua exposição às intempéries, e o seu transporte e armazenagem nos locais de manipulação e processamento. [0019] Desse modo, é possível afirmar que essas soluções conhecidas no estado da técnica para um material para embalar produtos agrícolas em colheitadeiras automatizadas, por exemplo para a colheita de algodão, feno, palha e forragens no geral, revelam problemas, limitações e inconvenientes relacionados desde a complexidade de processamento nas linhas de produção das bobinas, até o momento de finalização dos fardos dentro das máquinas e exposição às intempéries climáticas, incluindo, também, riscos ao meio ambiente no momento do descarte do material de embalar. E mesmo aquelas soluções desenvolvidas pelas próprias depositantes se mostraram passíveis de serem aperfeiçoadas para atender condições específicas que eventualmente necessitem de um fechamento mais robusto e, ao mesmo tempo, viável sob os pontos de vistas económico e construtivo.

[0020] Assim, considerando os cenários e situações acima narrados, pode-se dizer que são esses, dentre outros, problemas, inconvenientes e aperfeiçoamentos que se pretende solucionar, ou minimamente reduzir, e atingir com o desenvolvimento da presente invenção.

[0021] Diante do contexto acima apresentado, é um dos objetivos para a presente invenção prover um material para embalar produtos agrícolas, tais como algodão, feno, palha e as forragens de um modo geral, em que o referido material foi desenvolvido para ser utilizado no processo de enfardamento executado pelas máquinas colhedoras automatizadas. Esse material para embalar, segundo a presente invenção, é formado por características técnicas, construtivas e funcionais particularmente projetadas para solucionar, de maneira eficaz, os problemas, limitações e inconvenientes observados no estado da técnica, conforme acima relatado.

[0022] Desse modo, um dos objetivos da presente invenção é prover um material para embalar produtos agrícolas utilizando máquinas colhedoras automatizadas cujas características buscam simplificar as linhas de produção e formação das bobinas constituídas por porções de embalagem individuais, as quais foram projetadas para o adequado enfardamento dos produtos agrícolas dentro das máquinas, mas principalmente garantir a integridade dos fardos e, consequentemente, do material embalado. Com isso, em virtude da nova proposta de material para embalar, segundo a presente invenção, torna-se possível eliminar as perdas e prejuízos dos fazendeiros em virtude de eventual rompimento e/ou abertura dos fardos enquanto aguardam o transporte no campo devido às intempéris ou mesmo durante o transporte para os centros de processamento.

[0023] Ainda, um outro objetivo da presente invenção é prover um material para embalar produtos agrícolas que compreende aspectos construtivos e estruturais que continuam promovendo a separação ideal entre as porções de embalagem individuais na etapa final do processo de enfardamento dentro das máquinas colhedoras automatizadas, mas, agora, proporcionam um fechamento mais resistente dos fardos eliminando os riscos de rompimento e abertura espontânea provocados por condições climáticas muito extremas.

[0024] Adicionalmente, também é objetivo da presente invenção prover um material para embalar produtos agrícolas em máquinas colhedoras automatizadas, o qual compreende propriedades de estiramento que proporcionam uma distribuição mais equilibrada dos esforços de expansão gerados pelo material embalado e, desse modo, melhorando de forma significativa o nível de fechamento dos fardos para garantir a sua integridade, mesmo quando expostos à intempéries mais fortes e agressivas.

[0025] Logo, é um dos objetivos da presente invenção prover um material para embalar produtos agrícolas dentro de máquina colhedoras automatizadas que possui propriedades físicas e químicas desenvolvidas para melhorar e aumentar os níveis de proteção do produto agrícola colhido e enfardado, seja em relação aos aspectos estruturais para suportar os esforços de expansão do material enfardado, como aos aspectos envolvendo a composição do material proteger o produto agrícola contra chuva, sol, sujeira, poeira, etc.

[0026] A presente invenção tem por objeto, também, prover um método para fabricação de materiais para embalar produtos agrícolas, o qual é formado por etapas projetadas e desenvolvidas para simplificar e reduzir custos, mas principalmente obter uma solução prática e funcional para a obtenção desses materiais no intuito de manter os aspectos construtivos necessários para serem aplicados e utilizados nas máquinas colhedoras automatizadas usualmente conhecidas e utilizadas na agricultura, em especial para a colheita de algodão, feno, palha e forragem.

[0027] Dessa forma, no intuito de se obter os objetivos, melhorias e efeitos técnicos e funcionais acima indicados, dentre outros, a presente invenção compreende um material para embalar produtos agrícolas o qual é formado por um filme único e contínuo que é composto por uma pluralidade de porções de embalagens individuais destacáveis umas das outras através de uma linha de ruptura, sendo que a referida porção de embalagem individual possui uma porção inicial e uma porção final, em que esse material compreende, ainda, um adesivo permanente aplicado próximo da extremidade final da porção final, o qual é coberto por uma película cuja extremidade, que sobrepõe o referido adesivo permanente, é dobrada em uma configuração em “V”, e a extremidade oposta se estende sobre a extremidade inicial da porção inicial da porção de embalagem individual subsequente onde é fixada.

[0028] Adicionalmente, a presente invenção trata de um método de produção de um material para embalar produtos agrícolas, o qual é formado, essencialmente, pelas seguintes etapas: a) produzir um filme plástico único e contínuo, através da formulação da matéria prima e preparo da extrusora de filmes; b) produzir o referido filme plástico único e contínuo em bobinas, do tipo jumbo, que são submetidas a uma inspeção para serem embaladas e identificadas; c) armazenamento da referida bobina do tipo jumbo para, dessa forma ser aplicada na linha de produção do filme plástico único e contínuo, onde são executadas as seguintes etapas: c.1) desenrolar a referida bobina do tipo jumbo; c.2) posicionar e aplicar o meio sinalizador, tal como uma etiqueta metalizada; c.3) executar uma linha de ruptura no referido filme único e contínuo, a qual é responsável por projetar porções de embalagens individuais, sendo que essa linha de ruptura é disposta entre a porção final de uma porção de embalagem individual e a porção inicial da porção de embalagem individual subsequente formada pelo filme único e contínuo; c.4) aplicar um adesivo permanente próximo da extremidade final da porção final; c.5) acomodar uma película sobre o filme único e contínuo, de modo que a extremidade, que sobrepõe o adesivo permanente, seja dobrada formando uma configuração em “V”, e a extremidade oposta se estenda sobre a extremidade inicial da porção inicial da porção de embalagem individual subsequente; c.6) aplicar elementos de fixação na extremidade da referida película; c.7) embobinar o filme único contínuo em uma bobina para ser introduzida em uma máquina colhedora automatizada; d) inspeção das bobinas de filme único e contínuo para serem embaladas e identificadas; e) armazenar a referida bobina de filme único e contínuo.

DESCRI CÃO RESUMI DA DOS DESENHOS [0029] As características, vantagens e efeitos técnicos da presente invenção, conforme acima destacados, serão mais bem compreendidos e de forma mais adequada por um técnico no assunto a partir da descrição detalhada a seguir, feita a título meramente exemplificativo, e não restritivo, de realizações particulares, e com referência às figuras esquemáticas anexas, as quais:

A Figura 1 mostra uma vista em perspectiva superior de uma bobina do material para embalar produtos agrícolas, de acordo com uma primeira concretização da presente invenção, parcialmente desenrolada;

A Figura 2 mostra uma vista superior da região de separação do material para embalar produtos agrícolas, de acordo com uma realização da presente invenção;

A Figura 3 mostra uma vista lateral da região de separação do material para embalar produtos agrícolas, objeto da presente invenção;

A Figura 4 mostra uma vista superior de uma porção de embalagem individual destacada da bobina de material para embalar produtos agrícolas, de acordo com a presente invenção;

A Figura 5 mostra uma vista lateral esquemática do material para embalar produtos agrícolas, segundo a presente invenção, sendo aplicada durante o processo de enfardamento dentro de uma máquina colhedora automatizada; e

A Figura 6 representa, de forma esquemática, uma linha de produção que executa o método de fabricação de um material para embalar produtos agrícolas, de acordo com a presente invenção. [0030] De acordo com o acima apresentado, alguns exemplos de realizações particulares da presente invenção serão descritos de forma mais detalhada a seguir, porém, é importante ressaltar que se trata de uma descrição meramente exemplificativa e não restritiva, uma vez que o material para embalar produtos agrícolas, bem como o método de produção desse tipo de material para embalar produtos agrícolas, podem apresentar diferentes detalhes e características técnicas, construtivas e funcionais sem, com isso, interferir no escopo de proteção definido e delimitado pelo teor das reivindicações anexas.

[0031] Dessa forma, é importante destacar que a descrição a seguir será feita com referência às figuras anexas, as quais são representações esquemáticas e buscam apenas exemplificar e facilitar o entendimento da presente invenção. Logo, deve ficar claro que as dimensões e/ou proporções podem não refletir a realidade, considerando que a finalidade das figuras é apenas apresentar a invenção de forma mais didática possível. Ainda, conforme deve ser apreciado pelos técnicos no assunto, alguns detalhes conhecidos e comuns na técnica podem ter sido omitidos para melhor clareza e concisão da descrição da presente matéria.

[0032] Neste contexto, e particularmente conforme representado pelas figuras esquemáticas anexas, o material para embalar produtos agrícolas, objeto da presente invenção, foi projetado e desenvolvido para ser utilizado, sem se limitar a essa aplicação, em máquinas colhedoras automatizadas, tal como as chamadas colheitadeiras de algodão, feno, palha e as plantas forrageiras de um modo geral, as quais são configuradas para executar a colheita no campo e, ainda, processar e embalar o material colhido em fardos que são sequencialmente despejados no campo para que outra máquina ou equipamento recolha e transporte esses fardos para os locais de processamento.

[0033] Desse modo, com referência particular às Figuras 1 e 2, é possível observar que a nova proposta de material para embalar produtos agrícolas, segundo a presente invenção, é formado por um filme único e contínuo

1 composto por uma pluralidade de porções de embalagens individuais 2, destacáveis umas das outras por meio de uma linha de ruptura 3, sendo que cada porção de embalagem individual 2 compreende uma porção inicial 2a e uma porção final 2b. Em uma realização particular da presente invenção, uma das superfícies do referido filme único contínuo 1 pode ser, ao menos em parte de sua extensão, revestido com uma camada de adesivo do tipo não-permanente 4 em uma de suas superfícies, a qual pode auxiliar no fechamento do fardo de produto agrícola.

[0034] Mais especificamente, esse material para embalar produtos agrícolas, de acordo com a presente invenção, compreende um adesivo permanente 10 aplicado próximo da extremidade final 5b da porção final 2b, sendo que esse adesivo permanente 10 é coberto por uma película 12 cuja extremidade 12b, que sobrepõe esse adesivo permanente 10, é dobrada de modo a obter uma configuração em “V”, e a extremidade oposta 12a se estende sobre a extremidade inicial 5a da porção inicial 2a da porção de embalagem individual

2 subsequente onde é rigidamente fixada.

[0035] Vale destacar que, segundo concretizações particulares da presente invenção, a extremidade final 5b da porção final 2b de uma porção de embalagem individual 2 apresenta uma configuração correspondente à extremidade inicial 5a da porção inicial 2a da porção de embalagem individual 2 subsequente. Desse modo, vale reiterar que o material para embalar produtos agrícolas da presente invenção é formado por um filme único e contínuo 1 e que não possui qualquer tipo de emenda ou união de porções de embalagens individuais 2. Neste sentido, ainda, vale esclarecer que a referida película 12 não exerce a função de união entre as porções de embalagens individuais 2, sua finalidade é de proteção temporária do adesivo permanente 10 enquanto o presente material para embalar produtos agrícolas encontra-se enrolado nas bobinas.

[0036] Vale indicar que essa película 12 pode ter uma função complementar após a separação da porção de embalagem individual 2 e, particularmente, no momento de início do processo de enfardamento com a próxima porção de embalagem individual 2. Mais particularmente, neste momento em que a máquina colhedora inicia o processo de enfardamento, a extremidade inicial 5a deve ser puxada ou tracionada pelos mecanismos de enfardamento e, considerando que a extremidade 12b acaba ficando livre após se soltar da extremidade final 5b da porção de embalagem individual 2 antecessora, esta extremidade 12b da película 12 pode exercer uma função de reforço de lançamento de modo a auxiliar a introdução e condução inicial da porção de embalagem 2 subsequente pelos mecanismos de enfardamento.

[0037] A extremidade 12a da referida película 12 é fixada de forma firme na porção inicial 2a por elementos de fixação 13, os quais podem ser de qualquer natureza desde que sejam capazes de aguentar as forças de tração geradas pela máquina colhedora no momento da separação das porções de embalagens individuais 2. Como deve ser apreciado pelos técnicos no assunto, na fase final de enfardamento do material colhido, o mecanismo de sustentação da bobina com o material para embalar é travado, enquanto os mecanismos de enfardamento continuam puxando o filme único e contínuo 1 até que as porções de embalagens individuais 2 se separam em virtude da linha de ruptura 3. A título de exemplo, esses elementos de fixação 13 podem ser soldas, colas ou adesivos apropriados.

[0038] Adicionalmente, e mais particularmente com relação ao adesivo permanente 10, observa-se que este adesivo pode ser uma cola ou uma fita adesiva aplicada em pelo menos uma porção ao longo da extensão transversal do filme único e contínuo 1 próximo da extremidade final 5b da porção final 2b.

[0039] Apenas a título de esclarecimento, a Figura 5 ilustra uma representação da etapa final de aplicação do filme único e contínuo 1 em um fardo (F), sendo que neste momento final do processo de enfardamento, a bobina com o material para embalar produtos agrícolas é travada enquanto o fardo (F) continua girando e puxando o filme único e contínuo 1 . Conforme representado, após o rompimento da linha de ruptura 3, a porção de embalagem individual 2 que está sendo enrolada no fardo (F) continua se deslocando, enquanto a porção de embalagem individual 2 subsequente permanece estática, com isso, a extremidade 12b da referida película 12 começa a se descolar da camada de adesivo permanente 10 em vista da configuração em “V”, tal como representado pela seta (A). Ao final, a referida camada de adesivo permanente 10 fica totalmente exposta para ser grudada no fardo (F).

[0040] De acordo com uma concretização opcional da presente invenção, o filme único e contínuo 1 do material para embalar produtos agrícolas pode compreender, na região da linha de ruptura 3, um estreitamento 14 do tipo refilo, o qual pode ser efetuado em ao menos uma de suas bordas laterais 2c e, preferencialmente, em ambas as bordas laterais 2c. A finalidade desse estreitamento 14 é promover melhores condições no condicionamento e direcionamento da ruptura do filme único e contínuo 1 de modo a orientar a separação das porções de embalagens individuais 2 com baixo risco de formar rebarbas no momento da separação das porções e o fechamento do fardo. Além disso, esse estreitamento 14 pode, eventualmente, ajudar nas condições de aderência na fase final de empacotamento e formação do fardo, de modo a garantir que o fardo seja firmemente travado.

[0041] De acordo com uma outra realização da presente invenção, esse estreitamento 14 pode ser formado pela combinação de um estreitamento angular 14a e um segmento complementar 14b, sobre o qual a referida película 12 é posicionada e fixada, de um lado pelos elementos de fixação 13 e, do outro lado, aderida ao adesivo permanente 10. Essa configuração do estreitamento 14, juntamente com a aplicação do adesivo permanente 10, tem a finalidade de melhorar o condicionamento da ruptura na linha de ruptura 3 e, ainda, formar uma configuração que pode melhorar as condições de aderência na fase final de empacotamento e formação do fardo dentro das máquinas colhedoras.

[0042] Também, conforme uma outra concretização da presente invenção, o referido filme único e contínuo 1 é um filme plástico de múltiplas camadas contendo camadas responsáveis pela proteção contra os raios ultravioletas, impermeabilidade e com pigmentações para melhorar as condições internas do fardo quando expostos ao calor, frio e umidade. Mais particularmente, o filme único e contínuo 1 tem por característica a presença de barreiras contra essas interferências ambientais e climáticas, como umidade, água, sólidos, oxigénio etc. Como deve ser apreciado, o filme plástico, segundo a presente invenção, tem a capacidade de impermeabilizar e embarreirar o produto agrícola como se estivesse em uma embalagem ou invólucro capaz de manter coesa a massa de produto agrícola colhido, mas principalmente livre de quaisquer contaminantes que possam depreciar o material colhido.

[0043] Opcionalmente, esse filme único e contínuo 1 é de baixa densidade e com propriedades físicas e químicas de estiramento para, com isso, proporcionar um reforço estrutural na formação dos fardos, considerando que esta capacidade de estiramento combinada com as demais características do filme único e contínuo 1 , permite envolver o material colhido e, ao mesmo tempo, proporcionar uma adesão com certa pressão entre as superfícies do próprio filme único e continuo 1 , o que torna possível distribuir ao longo da superfície dos fardos os esforços usualmente gerados pela expansão natural do material embalado e, como resultado, consegue-se evitar uma sobrecarga concentrada apenas na região do referido adesivo permanente 10.

[0044] De acordo com uma outra realização da presente invenção, a referida camada de adesivo do tipo não-permanente 4 pode ser aplicada sobre a porção de embalagem individual 2 em uma proporção que pode variar de 5- 95% da extensão total da referida porção de embalagem individual 2. Mais particularmente, conforme uma realização preferencial, a referida camada de adesivo do tipo não-permanente 4 pode ser aplicada sobre cerca de 50% da porção de embalagem individual 2, o que significa a aplicação sobre praticamente toda a extensão da porção final 2b.

[0045] Adicionalmente, conforme outras concretizações da presente invenção, a referida linha de ruptura 3, disposta entre as porções de embalagens 2 do filme único e contínuo 1 , pode ser compreendida por pontos de fragilização, pontos de pré-ruptura e/ou pontos de enfraquecimento. Alternativamente, essa linha de ruptura 3 pode ser obtida através de ferramentas à laser, utilizando facas metálicas quentes ou frias, facas de corte serrilhadas, facas de corte reto, facas de corte piramidal, facas de corte triangulares, assim como microperfurações a laser, fragilização superficial ou qualquer outro meio equivalente. Ainda, de forma opcional, essas linhas de ruptura 3 podem compreender porções de reforço, as quais são constituídas por segmentos não fragilizados ao longo da linha de ruptura 3. A finalidade dessas porções de reforços é assegurar a integridade do filme único contínuo 1 durante o processo de produção, mas propiciar a devida ruptura da linha 3 e separação das porções de embalagem individuais 2 no momento oportuno dentro das máquinas colhedoras.

[0046] De acordo com uma realização possível da presente invenção, cada porção de embalagem 2 do filme único e contínuo 1 compreende ao menos um meio sinalizador 6 responsável por promover algum tipo de interação com os mecanismos de enfardamento das máquinas colhedoras automatizadas, particularmente, para permitir o adequado desenrolamento das bobinas, enrolamento dos fardos e ruptura das referidas porções de embalagens individuais 2 exatamente na linha de ruptura 3. Mais preferencialmente, de acordo com variantes construtivas da presente invenção, o referido meio sinalizador 6 pode ser uma fotocélula, uma indicação à base de tinta, uma pintura metálica, um elemento metálico, uma marcação, uma demarcação, um código de barras, um código perfurado, ou qualquer outro elemento capaz de promover a indicação do comprimento da referida porção de embalagem individual 2 desenrolada dentro da máquina.

[0047] Vale destacar que esse meio sinalizador 6 pode ser igualmente utilizado nas linhas de produção do material para embalar, de modo que os equipamentos utilizados para a fabricação desse material são controlados por sensores que captam/identificam esses meios sinalizadores distribuídos ao longo da extensão do filme único e contínuo 1 .

[0048] Opcionalmente, ainda conforme mais uma concretização da presente invenção, a referida porção de embalagem 2 pode compreender meios identificadores 7 cuja finalidade é propiciar a identificação geográfica dos fardos no campo quando são despejados pelas máquinas colhedoras automatizadas e aguardam o recolhimento para o transporte aos locais de processamento. Esses meios identificadores podem auxiliar significativamente a logística dos trabalhos em campo, assegurando que todos os fardos gerados no campo pelas máquinas colhedoras automatizadas sejam adequadamente recolhidos e transportados para os centros de processamento, evitando, dessa forma, roubos, furtos, desvios e perdas do produto agrícola. A título de exemplo, esses meios identificadores 7 podem ser etiquetas/tags do tipo radiofrequência, tais como os chamados RFI Ds, ou qualquer outra tecnologia capaz de promover essa identificação geográfica e o monitoramento dos fardos. [0049] Adicionalmente, conforme acima comentado, a presente invenção também trata de um método para produção de um material para embalar produtos agrícolas o qual é formado, basicamente, pelas seguintes etapas: a) produzir um filme plástico contínuo, através da formulação da matéria prima (M) e preparo da extrusora de filmes; b) produzir o referido filme plástico contínuo em bobinas 110, do tipo jumbo, que são submetidas a uma inspeção para serem embaladas e identificadas; c) armazenamento da referida bobina do tipo jumbo 110 para, dessa forma ser aplicada na linha de produção do filme único e contínuo 1 , a qual compreende as etapas de: c.1) desenrolar a referida bobina do tipo jumbo 110; c.2) posicionar e aplicar ao menos um meio sinalizador 6, tal como uma etiqueta metalizada; c.3) executar uma linha de ruptura 3 no referido filme único e contínuo 1 , a qual é responsável por projetar porções de embalagens individuais 2, sendo referida linha de ruptura 3 disposta entre a porção final 2b de uma porção de embalagem individual 2 e a porção inicial 2a da porção de embalagem individual 2 subsequente formada pelo referido filme único e contínuo 1 ; c.4) aplicar um adesivo permanente 10 próximo da extremidade final 5b da porção final 2b; c.5) acomodar uma película 12 sobre o filme único e contínuo 1 , de modo que a extremidade 12b, que sobrepõe o adesivo 10, é dobrada formando uma configuração em “V”, e a extremidade oposta 12a se estende sobre a extremidade inicial 5a da porção inicial 2a da porção de embalagem individual 2 subsequente; c.6) aplicar elementos de fixação 13 na extremidade 12a da referida película 12; c.7) embobinar o referido filme único e contínuo 1 em uma bobina 120 configurada para ser introduzida em uma máquina colhedora automatizada; d) inspecionar as bobinas 120 de filme único e contínuo 1 para serem embaladas e identificadas; e) armazenar a referida bobina 120 de filme único e contínuo 1 . [0050] De acordo com uma realização particular do método da presente invenção, após a etapa (c.3) de formação da linha de ruptura 3 no referido filme único e contínuo 1 , é possível incluir uma etapa (c.3a) de aplicação intermitente de uma camada de adesivo do tipo não-permanente 4 em uma das superfícies do filme único e contínuo 1 , formando uma porção sem adesivo do tipo não-permanente e uma porção contendo esse adesivo do tipo não- permanente 4. Neste caso, após aplicação da referida camada de adesivo do tipo não permanente 4, o método da presente invenção pode compreender, também, uma etapa (c.3b) para submeter o filme único e contínuo 1 a um processo de secagem e absorção do adesivo do tipo não-permanente 4 em uma estufa.

[0051] Opcionalmente, conforme uma outra realização do método da presente invenção, após a etapa (c.6) de aplicação de elementos de fixação 13 na extremidade 12a da referida película 12, é possível incluir, ainda, uma etapa (c.6a) de aplicação de um pó de talco próximo das bordas laterais 2c do filme único e contínuo 1. Esse pó de talco tem por finalidade propiciar melhores condições de trabalho, particularmente durante a passagem do referido filme único e contínuo 1 através dos mecanismos de enfardamento das máquinas colhedoras automatizadas.

[0052] Adicionalmente, conforme mais uma concretização do método da presente invenção, antes da etapa (c.7) de embobinar o referido filme único e contínuo 1 em uma bobina 120, é possível incluir uma etapa (c.6b) para executar um estreitamento 14, do tipo refilo, em ao menos uma das bordas laterais 2c, e preferencialmente, em ambas as bordas laterais 2c.

[0053] Adicionalmente, conforme mais uma concretização possível da presente invenção, a dita etapa (c.3) relacionada à obtenção da linha de ruptura 3 é conduzida através de um processo para formação de pontos de fragilização, pontos de pré-ruptura e/ou pontos de enfraquecimento. Essa linha de ruptura 3 é obtida, opcionalmente, através de ferramentas à laser, utilizando facas metálicas quentes ou frias, facas de corte serrilhadas, facas de corte reto, facas de corte piramidal, facas de corte triangulares, assim como micro perfurações a laser, fragilização superficial ou qualquer outro meio equivalente de obtenção da linha de ruptura permitindo a separação das referidas porções de embalagens 2 durante o processo de enfardamento no interior das máquinas colhedoras automatizadas.

[0054] Mais particularmente, conforme algumas variantes construtivas da presente invenção, o referido meio sinalizador 6 aplicado durante a etapa (c.2) pode ser uma fotocélula, uma indicação à base de tinta, uma pintura metálica, um elemento metálico, uma marcação, uma demarcação, um código de barras, um código perfurado ou qualquer outro elemento capaz de promover a indicação do comprimento da referida porção de embalagem 2 desenrolada dentro das referidas máquinas colhedoras e, também, nos equipamentos de produção do filme único e contínuo 1.

[0055] Ainda, de acordo com mais uma realização do método da presente invenção, após a etapa (c.2) relativa ao posicionamento e aplicação do meio sinalizador 6, é possível incluir uma etapa (c.2a) para aplicação de ao menos um meio identificador 7 cuja finalidade é propiciar a identificação geográfica dos fardos no campo quando são despejados pelas máquinas colhedoras automatizadas e aguardam o recolhimento para o transporte aos locais de processamento. Tal como mencionado acima, esses meios identificadores 7 auxiliam a logística dos trabalhos dos fazendeiros, assegurando que todos os fardos gerados pelas máquinas colhedoras automatizadas foram adequadamente recolhidos e transportados para as unidades de processamento, evitando, com isso, roubos, furtos, desvios e perdas do produto agrícola. A título de exemplo, esses meios identificadores 7 podem ser etiquetas/tags do tipo radiofrequência, tais como os chamados RFIDs, ou qualquer outra tecnologia capaz de promover essa identificação geográfica e o monitoramento dos fardos.

[0056] De acordo com uma realização particular do método da presente invenção, na etapa (c.6) de aplicação de elementos de fixação 13 na extremidade 12a da referida película 12, esses elementos de fixação 13 podem ser soldas, colas ou adesivos apropriados.

[0057] Por fim, diante de todo o acima apresentado, é importante ficar claro que a presente descrição tem como única finalidade definir de modo exemplificativo realizações possíveis e preferenciais do material para embalar produtos agrícolas desenvolvido para ser aplicado em máquinas colhedoras automatizadas, assim como dos métodos relacionados à fabricação de um material para embalar produtos agrícolas. Logo, como bem compreendem os técnicos no assunto, são possíveis numerosas modificações, variações e combinações construtivas dos elementos que exercem a mesma função substancialmente da mesma forma para alcançar os mesmos resultados, e que devem ser incluídas dentro do escopo de proteção delimitado pelas reivindicações anexas.