UTILIZADO EM EMBALAGENS TIPO SACO

Campo da Invenção .

[01] Mais particularmente a presente Invenção refere-se a um processo especialmente desenvolvido para "reaproveitamento" de sacos de papel kraft ou semelhantes, notadamente utilizados como embalagens descartáveis de diferentes produtos, notadamente aqueles em pó, tais como: aglomerantes de um modo geral, cimento, cal, argamassa, gesso e toda sorte de materiais utilizados em construções de um modo geral e que são normalmente acondicionados em sacos de papel com uma, duas ou mais camadas .

[02] Estado da técnica.

[03] Como é de conhecimento, atualmente existe uma variedade considerável de embalagens de papel que se apresentam na forma de sacos, algumas com apenas uma camada e outras com duas ou mais camadas, tal como acontece com o cimento e outros aglomerantes. Inclui-se ainda o cal, o gesso, argamassas, colas em pó, massa fina e outros. Muitas dessas embalagens são fabricadas com folhas de papel com peso considerável, tal como o papel kraft, cujas características são nobres e permanecem inalteradas, desde a embalagem do produto até o seu descarte.

[04] Atualmente o descarte de tais embalagens é a forma mais económica de se livrar de tal tipo de residuo, entretanto, não existe uma forma ecologicamente correta para o seu descarte. Muitas entidades utilizam tais embalagens para fabricação de diferentes produtos, entretanto, sempre de forma muito artesanal, o que não é suficiente para estabelecer um nivel de consumo ou reciclagem para eliminar o problema de "lixo" ecologicamente incorreto.

[05] Por outro lado, a reciclagem de tal tipo de embalagem tem como empecilho principal o fato de conter residuos que interferem negativamente no processo de reciclagem e, no final, a recuperação acaba por definir um produto final com custo substancialmente mais alto.

[06] Portanto, atualmente os esforços estão voltados para que este tipo de lixo ecologicamente incorreto encontre uma solução mais eficiente do que as atualmente existentes, pois, como já foi dito, existe duas formas conhecidas: "reaproveitamento" e "reciclagem" .

[07] Entende-se como "reciclagem" a recuperação da parte reutilizável dos dejetos do sistema de produção ou de consumo, para reintroduzi-los no ciclo de produção de que provêm. No caso do papel, o processo de reciclagem exige etapas especificas, não só a seleção cuidadosa do material, mas também a colocação de diferentes aditivos com o intuito de recuperar as características originais do material e, ainda, outros cuidados são realizados até que novamente o material seja transformado em papel.

[08] Entende-se como "reaproveitamento" o trabalho de se utilizar o mesmo material para produção de outros objetos que utilizam o mesmo material, dando-lhes apenas formas diferentes, consequentemente, as características originais de fabricação do material não são alteradas, apenas no que se refere a limpeza e outros detalhes, tal como acontece atualmente com os sacos de cimento, entretanto, já está comprovado que o seu reaproveitamento para confecção de outros objetos, apesar de ser nobre, não atende a demanda e, consequentemente, o problema continua presente.

[09] Objetivos da Invenção.

[10] O primeiro objetivo da invenção é a concretização de um processo para "reaproveitamento" parcial das folhas de papel utilizadas na fabricação de sacos, por exemplo, de cimento ou semelhantes, notadamente utilizado como embalagem descartável de diferentes produtos, tais como: aglomerantes de um modo geral, principalmente cimento, cal, argamassa, gesso e toda sorte de materiais utilizados em construções de um modo geral e que são normalmente acondicionados em sacos de papel com uma, duas ou mais camadas.

[11] Outro objetivo da invenção é conservar todas as características originais das folhas de papel reaproveitadas, tornando-as compatíveis para impressão, consequentemente, tais folhas acabam por assumir todas as características para que as mesmas possam ser utilizadas em uma variedade de produtos possíveis de serem confeccionados com as mesmas.

[12] Outro objetivo da invenção é prever um processo com uma fase úmida compreendendo as seguintes etapas: a) corte estratégico apenas em uma das extremidades do saco o suficiente para saida do material embalado; b) seleção dos sacos (1) vazios que possuem todo seu corpo sem rasgos ou danos indesejados que impedem o reaproveitamento das folhas de papel de que são feito; c) empilhamento de várias unidades de sacos vazios e compactação das mesmas mediante o uso de uma prensa adequada; d) corte dos quatro lados dos sacos compactados, utilizando-se uma máquina adequada de corte, mantendo-se grande parte da região central do corpo e cada saco, resultando na soltura das diferentes camadas ou folhas que formam cada unidade; e) as folhas soltas passam por um vaporizador com fluxo de vapor d ^" água em toda a superfície das folhas, de modo que todos os resíduos possam ser removidos, entretanto, este e outros cuidados não alteram o processamento dos sacos a serem recuperados; f) refilo das folhas limpas utilizando-se uma guilhotina adequada, cooperante para que todas as folhas fiquem com o mesmo dimensionamento, o qual foi alterado na etapa anterior de limpeza; e g) as folhas refiladas são resmadas para distribuição como produto final.

[13] Portanto, as folhas resmadas apresentam todas as características originais de fabricação, o que permite o seu uso em diferentes produtos, caracterizando o aproveitamento quase total da embalagem anteriormente considerada como lixo.

[14] Esta primeira versão do processo, como já foi dito, descreve um processo úmido, consequentemente utiliza uma quantidade considerável de água.

[15] Assim, também é objetivo da invenção, prever um processo a seco, pois, em determinadas regiões a sua escassez justifica um processo de tal natureza, como também em outras regiões que, embora á água apresente boa disponibilidade, a sua economia tem sido alvo constante de órgãos públicos.

[16] Por outro lado, no processo anterior a fase de corte é realizada nos quatro lados da embalagem, consequentemente, uma unidade de embalagem com duas camadas geram quatro folhas e notou-se que um dos lados, aquele que é dobrado, não precisa ser cortado, o que viabiliza a formação de apenas duas folhas por embalagem com o dobro do dimensionamento quando comparado com o corte nos quatro lados .

[17] Desta maneira, outro objetivo da invenção é uma variação da primeira versão do processo para eliminar a etapa úmida, consequentemente, o processo passa a ser do tipo "seco", utilizando-se uma nova etapa criada para que a folha de papel passe por uma nova fase em uma máquina de limpeza na forma de caixa metálica com fluxo de ar confinado com tampa na parte superior, frontal e traseira, reservatório de residuos sólidos, roletes de tração emborrachados, escovas de nylon, dispositivo para sucção do pó, incluindo ou não um dispositivo ionizador do fluxo de ar, inversor de frequência, um motor elétrico e um motorredutor, de modo que os dois lados de cada folha possam ser escovados concomitantemente com o fluxo de ar ionizado ou não, limpando-os completamente.

[18] Outro objetivo da variação do processo é prever alterações na fase de corte da embalagem, a qual é realizada estrategicamente apenas em três dos quatro lados da embalagem. Normalmente a embalagem é realizada por uma ou mais folhas retangulares dobradas exatamente no meio, de modo que os outros três lados possam ser fechados posteriormente. Assim, os lados cortados são exatamente os três fechados posteriormente, ficando o lado da dobra intacto e, após o corte, as folhas são separadas e estendidas para em seguida passar pelo processo de limpeza a seco, com ou sem ionização. Feito isto as folhas são refiladas e resmadas para serem reaproveitadas para fabricação de outros produtos que eventualmente são formados por folhas de papel craft ou semelhante .

[19] Esta variação melhora consideravelmente o processo, cujas características, além de eliminar o uso de água, também é ecologicamente correto, já que a água utilizada seria contaminada com os resíduos da embalagem e, no caso em questão, não existe tal contaminação uma vez que as partículas retidas durante o processo de limpeza, são sólidas (em pó) e são facilmente controladas e descartadas.

[20] Assim, com a variação propostas, o corte realizado apenas em três lados resulta em folhas com o dobro de tamanho em relação ao processo anterior e também reduz o número de folhas a serem processadas na fase de limpeza. Esse dimensionamento maior para as folhas aumenta consideravelmente o leque de aplicações para o seu reaproveitamento final.

[21] Descrição dos desenhos.

[22] Para melhor compreensão da presente Invenção, é feita em seguida uma descrição detalhada da mesma, fazendo-se referências aos desenhos anexos, onde as figuras de IA a 2D mostram esquematicamente todas as etapas do presente processo e sua variação.

[23] Descrição detalhada da invenção.

[24] De acordo com estas ilustrações e em seus pormenores, a presente Invenção, PROCESSO PARA REAPROVEITAMENTO DE PAPEL UTILIZADO EM EMBALAGENS TIPO SACO, tal como aquela exemplificada na figura IA e definida como saco (1) de cimento que, originalmente, é totalmente fechado por colagem, costura ou de maneira híbrida utilizando-se as duas formas, como também este tipo de embalagem possui uma, duas ou mais camadas de papel, onde somente a externa é impressa, sendo que, o processo compreende as seguintes etapas:

[25] - corte estratégico (2) apenas em uma das extremidades do saco (1), corte este que se estende longitudinalmente no sentido da largura e suficiente para saída do material embalado;

[26] - seleção dos sacos (1) vazios que possuem todo seu corpo (3) sem rasgos ou danos indesejados que impedem o reaproveitamento das folhas de papel de que são feito;

[27] - empilhamento de várias unidades de sacos

(1) vazios e compactação das mesmas mediante o uso de uma prensa adequada (4);

[28] - (fig. 1 b) corte dos quatro lados (5) dos sacos (1) compactados, utilizando-se uma máquina adequada de corte (6), tipo guilhotina, mantendo-se grande parte da região central do corpo (3) de cada saco

(1), resultando na soltura das diferentes camadas ou folhas (7) que formam cada unidade; [29] - (fig. lc) as folhas soltas (7) passam por um vaporizador (8) com fluxo de vapor d" água em toda a superfície das folhas, de modo que todos os resíduos possam ser removidos, entretanto, este e outros cuidados não alteram o processamento dos sacos a serem recuperados ;

[30] - (fig. 1D) refilo das folhas (7) limpas utilizando-se uma guilhotina adequada (9), cooperante para que todas as folhas (7) fiquem com o mesmo dimensionamento, o qual foi alterado na etapa anterior de limpeza; e

[31] - as folhas (7) refiladas são resmadas para distribuição como produto final.

[32] Assim, o produto final que são as folhas (7) limpas e refiladas, pode ser utilizado tal como as folhas de papel novas, ou seja, pode ser impressa, ou mesmo aquela que já tem a impressão pode ser utilizada com aproveitamento do se lado interno não impresso. Como já foi dito antes, o saco de cimento geralmente possui duas camadas, o que gera quatro folhas, duas com apenas um lado impresso e duas totalmente limpas, somando o conjunto, podemos notar que o volume de papel pode atingir índice considerável, uma vez que cada saco de cimento acaba gerando 4 folhas, o que significa um reaproveitamento que aponta volume muito grande e que viabiliza o processo questão.

[33] Evidentemente que as partes refiladas dos sacos ainda podem ser reaproveitadas mediante processo de "reciclagem" de papel.

[34] Com relação as figuras de 2a a 2D, também é objetivo da invenção a realização de uma variante de processo tornando-o seco, ou seja, é eliminada a fase de uso de vapor d' água, como também são somadas outras etapas para atender tal objetivo.

[35] Da mesma forma Como já descrito, o aproveitamento é da mesma embalagem (fig 2A) na forma de saco (1) de cimento fabricada com uma, duas ou mais camadas de papel com o mesmo dimensionamento, onde somente a externa é impressa, como também todas as camadas são folhas quadrangulares ou retangulares dobradas no meio e sobrepostas, formando quatro lados: dois laterais (8a) e (8b), um fundo (8c) e um superior (8d) , um deles (8a) é fechado pela própria dobra, enquanto nos outros três o fechamento é realizado praticamente mediante colagem, costura ou de maneira híbrida utilizando-se as duas formas, logicamente um dos fechamentos finais ocorre após a colocação do cimento no interior da embalagem, sendo que, esta variante do processo compreende as seguintes etapas:

[36] - (fig. 2A) corte estratégico (9) apenas em uma das extremidades do saco (1), preferivelmente no fundo (8c) ou superior (8d) , corte este que se estende longitudinalmente no sentido da largura e suficiente para saída do material embalado;

[37] - (fig. 2B) seleção dos sacos (1) vazios que possuem todo seu corpo (10) sem rasgos ou danos indesejados que impedem o reaproveitamento das folhas de papel de que são feito;

[38] - (fig. 2B) preparação de cada unidade de saco vazio (1) achatando e compactado-a o suficiente para lhe dar uma aparência ordinariamente laminar (L) para ser introduzida em um gabarito de corte (11);

[39] - (fig. 2C) corte dos três lados (8b), (8c) e

(8d) de cada saco achatado (1), mantendo-se intacta a dobra (8a) e grande parte da região central do corpo (10) de cada saco (1), resultando na soltura das diferentes camadas ou folhas (12) que formam cada unidade, como também ditas folhas (12) são desdobradas ou estendidas individualmente;

[40] - (fig. 2D) as folhas estendidas (12) passam uma por uma máquina de limpeza (13) com fluxo de ar confinado por caixa metálica com tampa na parte superior, frontal e traseira, reservatório de resíduos sólidos, roletes de tração emborrachados, escovas de nylon, dispositivo para sucção do pó, incluindo ou não um dispositivo ionizador do fluxo de ar, inversor de frequência, um motor elétrico e um motorredutor, de modo que os dois lados de cada folha (12) possam ser escovados, limpando-os completamente;

[41] - (fig. 2D) refilo (R) das folhas (12) limpas utilizando-se uma guilhotina adequada (14), cooperante para que todas as folhas (12) fiquem com o mesmo dimensionamento; e

[42] - as folhas (12) refiladas são resmadas (R) para distribuição como produto final.

[43] A etapa de corte dos três lados (8b) , (8c) e

(8d) do saco achatado (1) é realizado manualmente unidade por unidade utilizando-se um instrumento de corte, tal como uma serra manual em conjunto com um gabarito mecânico (11) capaz de guiar o instrumento de corte. Logicamente o mesmo gabarito (11), dependendo do seu dimensionamento, é capaz de ser projetado para cortar mais de uma unidade até o limite definido pela força humana.

[44] O mesmo corte dos três lados (8b), (8c) e

(8d) dos saco (1) é possível de ser realizado por uma máquina adequada de corte, tal como no processo anterior .

[45] Da mesma forma que na primeira versão, o produto final que são as folhas (12) limpas e refiladas, podem ser reutilizadas praticamente como folhas de papel novas, ou seja, podem ser impressas, ou mesmo aquela que já tem a impressão pode ser utilizada com aproveitamento do se lado interno não impresso. Como já foi dito antes, o saco de cimento geralmente possui duas camadas, o que gera 2 folhas, uma com apenas um lado impresso e uma totalmente limpa, somando o conjunto, podemos notar que o volume de papel pode atingir Índice considerável, uma vez que cada saco de cimento acaba gerando pelo menos duas folhas, o que significa um reaproveitamento que aponta volume muito grande e que viabiliza o processo questão .

[46] Evidentemente que as partes refiladas dos sacos ainda podem ser reaproveitadas mediante processo de "reciclagem" de papel.

[47] Será compreendido que determinadas características e combinações das etapas do processo podem variar consideravelmente mantendo-se o mesmo conceito inventivo, consequentemente, nota-se que a descrição detalhada do processo à titulo de exemplo está claramente sujeita a variações, porém, sempre dentro do escopo do conceito inventivo ora revelado de reaproveitamento de embalagens utilizadas por aglutinantes, tal como cimento, e como muitas modificações podem ser feitas no processo ora detalhado de acordo com as exigências descritivas da lei, é entendido que os detalhes presentes devam ser interpretados como de forma ilustrativa e não limitadora .