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Title:
PULMONARY TRUNK PERFUSION SYSTEM
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2015/085381
Kind Code:
A2
Inventors:
EDMO ATIQUE GABRIEL (BR)
Application Number:
PCT/BR2014/000321
Publication Date:
June 18, 2015
Filing Date:
September 09, 2014
Export Citation:
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Assignee:
EDMO ATIQUE GABRIEL (BR)
International Classes:
A61M16/20; A61M60/31; A61M60/38
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Claims:
REIVINDICAÇÃO

Ia "SISTEMA DE PERFUSÃO DO TRONCO PULMONAR" caracterizado por um equipamento de perfusão do tronco pulmonar em técnica cirúrgica cardiovascular com circuito de circulação extracorpórea, o qual consiste em levar sangue aos pulmões durante a cirurgia cardíaca, prevenindo qualquer forma de isquemia e lesão aos pulmões, desempenhando um papel benéfico durante a circulação extracorpórea caracterizada pelo fato da drenagem do sangue rico em gás carbónico das veias cavas superior e inferior ou alternativamente, a drenagem do sangue rico em oxigénio, sangue arterial, seja direcionado através de um tubo convencional para a linha de derivação, inserida na linha de comunicação entre o reservatório de cardiotomia e o oxigenador, fosse conduzido até um rolete comum, de controle elétrico e na sequencia, fosse direcionado até a artéria pulmonar principal, sendo distribuído pelos dois ramos arteriais pulmonares até o interior de ambos os pulmões e para controlar a pressão do sangue rico em gás carbónico ou, alternativamente, rico em oxigénio até a sua chegada e entrada na artéria pulmonar principal, utilizou-se um manómetro digital convencional, acoplado à citada linha de derivação.

Description:
SISTEMA DE PERFUSÃO DO TRONCO

PULMONAR

[001] A presente patente de invenção tem por objetivo um equipamento que permite levar sangue aos pulmões durante a cirurgia cardíaca, prevenindo qualquer forma de isquemia e lesão aos pulmões.

[002] Já são conhecidos técnicas de abordagem cirúrgica de patologias estruturais do coração, sem a necessidade de manter o coração batendo e repleto de sangue durante uma cirurgia. Por intermédio da circulação extracorpórea, pode-se parar o coração, esvaziá-lo parcial ou totalmente e também restabelecer os batimentos cardíacos ao final da cirurgia. Além disso, o circuito de circulação extracorpórea garante a perfusão dos órgãos e, por contemplar também um oxigenador artificial, permite a oxigenação do sangue, sem necessidade de ventilação natural dos pulmões.

[003] Em que pese a larga utilização desse tipo de técnica cirúrgica, alguns inconvenientes podem-lhe ser atribuídos como por exemplo, várias reações patofisiológicas, que resultam em uma resposta inflamatória regional e sistémica. Estas reações envolvem a ativação do sistema complemento, cascata de coagulação, sistema fibrinolítico e afetam a funcionalidade das plaquetas, endotélio e particularmente dos neutrófilos.

[004] Vários graus de disfunção pulmonar, como menor complacência, elevação da resistência vascular e redução das trocas gasosas no território alveolar, podem ser observados em cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea. Alguns fatores podem contribuir para ocorrência de disfunção pulmonar aguda. A hemodiluição promove redução na concentração sérica de albumina e pressão osmótica coloidal e, dessa forma, favorece o acúmulo de água no espaço intersticial, determinando diminuição da complacência pulmonar e da taxa de trocas gasosas.

[005] Após o pinçamento da aorta e infusão da solução cardioplégica, inicia-se a lesão isquêmica dos pulmões, por meio do acúmulo de produtos metabólicos no fluido intersticial pulmonar. Após o despinçamento da aorta e retomada dos batimentos cardíacos, inicia-se a lesão de reperfusão dos pulmões, por meio da existência de radicais livres de oxigénio no sangue que irá perfundir os mesmos.

[006] Além desses eventos, o contato do sangue com o circuito de circulação extracorpórea determinará a produção e liberação de mediadores inflamatórios. Os neutrófilos podem ser ativados por componentes do sistema complemento e outros fatores quimiotáticos, como interleucina e fator de necrose tumoral alfa.

[007] A reação inflamatória mediada pelos neutrófilos tende a ser a principal causa de lesão pulmonar após cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea, uma vez que estas células lesam a arquitetura broncoalveolar por secretarem radicais livres de oxigénio e enzimas lisossomais. Alguns estudos demonstram que, durante e após a circulação extracorpórea, os receptores de adesão da superfície neutrofilica encontram-se regulados positivamente e, desta forma, reconhecem moléculas de adesão intercelular e ligam-se a elas, promovendo sequestro de neutrófilos no tecido pulmonar. A disfunção pulmonar pós-operatória está relacionada com as reações inflamatórias decorrentes do baixo ou ausente fluxo nas artérias pulmonares durante a circulação extracorpórea, como também com a lesão de reperfusão pulmonar. Em seres humanos, o fluxo pelas artérias brônquicas varia consideravelmente durante a circulação extracorpórea, sendo estimado em torno 4 % do débito cardíaco.

[008] A perfusão das artérias pulmonares, durante as cirurgias cardíacas com emprego de circulação extracorpórea, não é uma prática usual e rotineira, ainda que o conceito de lesão de isquemia e reperfusão pulmonar esteja sendo apontado, em diversos modelos experimentais, como responsável por efeitos deletérios no período pós-operatório. A circulação extracorpórea pode provocar disfunção pulmonar aguda, resultando em morbidade aumentada, necessidade de suporte ventilatório prolongado e maior período de internação na unidade de terapia intensiva.

[009] Tendo em vista esse problema e no propósito de superá-lo, foi desenvolvido o equipamento de perfusão do tronco pulmonar em técnica cirúrgica cardiovascular com circuito de circulação extracorpórea, objeto da presente patente, a qual consiste em levar sangue aos pulmões durante a cirurgia cardíaca, prevenindo qualquer forma de isquemia e lesão aos pulmões.

[010] A perfusão do tronco pulmonar poderia desempenhar um papel benéfico durante a circulação extracorpórea, por meio de um controle rigoroso da pressão de perfusão, baseada em níveis fisiológicos, visando, sobretudo, não causar nenhum tipo de lesão parenquimatosa adicional e propiciar um melhor desempenho funcional, hemodinâmico e ventilatórío. A circulação extracorpórea foi um recurso que contribuiu decisivamente para o progresso da cirurgia cardíaca e, diante de tantas repercussões inflamatórias atribuídas a este sistema, diversas técnicas, equipamentos e materiais vêm sendo desenvolvidos para tomar o circuito de derivação cardiopulmonar cada vez mais fisiológico, produzindo uma resposta inflamatória regional e sistémica menos proeminente e deletéria para os órgãos e sistema.

[011] O sistema de perfusão do tronco pulmonar durante cirurgia cardíaca com o uso de circuito de circulação extracorpórea consiste nos seguintes aspectos específicos, descritos a seguir: drenagem das veias cavas, superior e inferior , resultando que o sangue rico em gás carbónico passa por um reservatório denominado de cardiotomia . Na linha de comunicação entre o reservatório de cardiotomia e o oxigenador , foi inserida uma linha de derivação em um tubo convencional , a qual é original e não utilizada em cirurgias cardiovasculares convencionais, para que através de conectores e adaptadores convencionais, o sangue rico em gás carbónico fosse conduzido até um rolete comum , de controle elétrico, e, na sequencia, fosse direcionado até a artéria pulmonar principal , sendo distribuído pelos dois ramos arteriais pulmonares, direito e esquerdo, até o interior de ambos os pulmões. Alternativamente, uma linha de derivação, por meio de tubo convencional é inserida a partir da linha de recirculação existente entre o oxigenador e o reservatório de cardiotomia . Esta linha de recirculação é comum nos circuitos convencionais, é preenchida por sangue rico em oxigénio (sangue arterial) mas normalmente permanece ocluída durante o ato operatório convencional. Em caráter original, essa linha foi mantida sem oclusão e, a partir dela, inserida a linha de derivação original citada à cima , usando conectores e adaptadores convencionais. Desta forma, esta linha de derivação original direcionava sangue rico em oxigénio até um rolete comum , de controle elétrico, e, na sequencia, até a artéria pulmonar principal , sendo distribuído pelos dois ramos arteriais pulmonares, direito e esquerdo, até o interior de ambos os pulmões. Para controlar a pressão do sangue rico em gás carbónico, ou alternativamente, rico em oxigénio, até a sua chegada e entrada na artéria pulmonar principal, utilizou-se um manómetro digital convencional, acoplado à citada linha de derivação.