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Title:
SYSTEM AND METHOD FOR DETECTING THE WATERTIGHTNESS OF THE ANNULAR SPACE IN FLEXIBLE PIPES
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2020/113296
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention provides a system that makes it possible to detect the watertightness or flooding of annular spaces of flexible pipes from a connector comprising: a piston (3) and cylinder (4) assembly connected by a shaft to a chamber (19) that operates as a pilot valve, connected directly at the outlet of a PSV of a flexible pipe connector, coupled to the flexible pipes by a sealing system (6), in which the system is operated by commands sent to the ROV (2), which includes an arm (21) and controls the system via a manipulator (9). The present invention also describes the method for operating the device and how the results obtained lead to a pre-programmed conclusion as to the watertightness or flooding of the annular space. Further methods are provided for obtaining fluid samples in the annular space for subsequent analysis and for making it possible to remove PSVs from the connectors.

Inventors:
SANTOS POLI PAULO ROBERTO (BR)
DE CASTILHO SANTOS JOAO MARCIO (BR)
PINTO PIRES GUSTAVO (BR)
KUCHPIL CASSIO (BR)
MAIA DE SOUZA CARLOS EDUARDO (BR)
Application Number:
PCT/BR2019/050513
Publication Date:
June 11, 2020
Filing Date:
December 02, 2019
Export Citation:
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Assignee:
PETROLEO BRASILEIRO SA PETROBRAS (BR)
International Classes:
E21B47/10; E21B34/00; E21B47/06; E21B49/08; G01L7/18; G01M3/28
Foreign References:
US20170023435A12017-01-26
US8210260B22012-07-03
US3711123A1973-01-16
CA2461402A12005-09-12
US5072622A1991-12-17
FR2463405A11981-02-20
US6171025B12001-01-09
US9400227B22016-07-26
US6171025B12001-01-09
Other References:
See also references of EP 3892817A4
Attorney, Agent or Firm:
RODRIGUES SILVA, Francisco Carlos et al. (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Sistema para a detecção de estanqueidade de anular em um duto flexível a partir de um conector caracterizado por compreender:

um dispositivo contendo um embolo(4) e um cilindro(3), um sistema de vedação(6), um manómetro (7), uma haste (14),

a haste (23) está interligada com outra câmara (19) para acionamento pilotado do tipo pistão-cilindro,

a face do cilindro (3) é aberta e encaixável na válvula de alívio de conector de duto flexível (1 ),

um ROV (2) compreendendo um braço (21 ) que movimenta um manipulador (9),

uma câmara para pilotagem (19),

um sistema de acomplamento e ancoragem (8),

2. Sistema, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por sistema de vedação (6) ser realizado através de energização de anéis poliméricos ou anéis metálicos contra a parede e o fundo do rebaixo, bem como abertura de fios de rosca na parede do rebaixo ou outro dispositivo mecânico que promova fixação permanente ou não.

3. Sistema, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo ROV (2) estar conectado a qualquer dispositivo de controle,

4. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado por o conector de um duto flexível (1 ) compreender válvulas de alívio de pressão (5) PSV’s,

5. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo dispositivo conter uma câmara de amostragem (10) e uma válvula (1 1 ),

6. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4 caracterizado pelo dispositivo conter um soquete sextavado (13), uma haste (14) e um manipulador (15), substituição da câmara do dispositivo de pilotagem (19) pela câmara (20),

7. Método de detecção de estanqueidade em um duto flexível a partir de um conector de acordo com o sistema da reivindicação 1 , caracterizado por compreender as etapas de:

- posicionar o dispositivo no alojamento onde se encontra a válvula de alívio de pressão (5) no conector (1 );

- acionar os selos de vedação contra a parede do alojamento;

- avançar o êmbolo (4), através de acionamento hidráulico do ROV (2), verificando o funcionamento da selagem através da flutuação do valor da pressão no manómetro (7),

- recuar o êmbolo (4) para induzir uma redução de pressão verificada pelo manómetro (7), se a pressão indicada for igual a hidrostática, significa que o anular está alagado com água do mar, mas se a pressão no manómetro for menor que a hidrostática, significa que o anular está estanque,

8. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por a pressão induzida ser preferencialmente pelo menos 20bar inferior a hidrostática ou qualquer outro valor a partir de 2bar,

9. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por a indicação de não estanqueidade se dar pelo não abaixamento da pressão no manómetro quando houver o recuo do êmbolo (4),

10. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pela a existência da câmara de amostragem (10) e a válvula (1 1 ) e o resultado de estanqueidade possibilitarem as etapas de:

- conectar uma válvula (1 1 ) e uma câmara de amostragem (10) com vácuo na conexão do manómetro (7),

- recuar o êmbolo (4), induzir a abertura da válvula de alívio, e assim, preencher o cilindro (3) com fluido proveniente do anular,

- abrir a válvula (1 1 ),

- preencher com amostras na câmara de amostragem (10) deixando a pressão equalizar com o cilindro (3),

- fechar a válvula (1 1 ) e retirar a câmara de amostragem

(10),

1 1. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por compreender as etapas de:

- retirar a câmara de pilotagem (19),

- encaixar a câmara não pilotada (20),

- avançar o conjunto soquete sextavado (13), haste (14) e manipulador (15) até a localização da válvula através de comandos dados no ROV (2),

- rotacionar o manipulador (15) para retirar a válvula (5) que se encontra rosqueada,

- recuar o soquete (13) com a válvula (5) engatada para retirá-la do alojamento,

- se for o caso, retirar a câmara não pilotada (20) para trocar a válvula.

Description:
“SISTEMA E MÉTODO PARA DETECÇÃO DE ESTANQUEIDADE DO ESPAÇO ANULAR EM DUTOS FLEXÍVEIS”

CAMPO DA INVENÇÃO

[0001] A presente invenção está relacionada às tecnologias de equipamentos submarinos e produção. Mais particularmente, a presente invenção está relacionada a sistemas de detecção da estanqueidade contra invasão e alagamento de água no espaço anular de dutos flexíveis utilizados na indústria de petróleo e gás.

FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO

[0002] O escoamento da maior parte da produção de petróleo offshore no Brasil é realizado através de dutos flexíveis. Os reservatórios no cenário do Pré-sal apresentam uma grande quantidade de CO2 que vem com as correntes de óleo e, junto com outros componentes gasosos, permeiam pela camada polimérica de vedação até encontrar as camadas metálicas em aço carbono no espaço anular do duto flexível. Estes arames são isolados do meio externo por uma camada polimérica, conhecida por capa externa.

[0003] O conhecimento sobre 0 real estado do anular dos dutos flexíveis é um desafio para indústria de Petróleo, em especial, os projetos de sistemas submarinos de produção no Pré-sal da Bacia de Santos baseiam-se no emprego de sistemas de produção com uso de diferentes concepções de dutos submarinos, tendo sido utilizados dutos rígidos, dutos híbridos (compostos por combinações de dutos rígidos e flexíveis) e, principalmente, dutos flexíveis, os quais representam acima de 90% do total de dutos.

[0004] A falta de estanqueidade da capa externa de um duto flexível acarreta em ingresso ou invasão de água no espaço anular. Assim cria-se condições para a ocorrência do mecanismo de corrosão sob tensão devido a presença de C02, com surgimento não apenas da corrosão, mas também de trincamento com a possibilidade de ruptura destes arames metálicos das camadas de tração e consequentemente perda de contenção destes dutos.

[0005] Como a condição de alagamento de anular é observada apenas para uma pequena fração das linhas e a ocorrência deste fenômeno reduz muito o resultado do cálculo da vida útil, podendo resultar em falhas catastróficas inesperadas.

[0006] Identificar quais linhas estão alagadas é primordial para evitar o recolhimento (retirada) desnecessário de linhas em condições de anular seco, evitando a interrupção de funcionamento da malha de dutos numa unidade operacional.

[0007] A invenção trata de um dispositivo (equipamento) e método capaz de medir o valor de pressão no interior do anular de um duto flexível em operação, permitindo inferir diretamente se este anular encontra-se estanque ou não estanque. Esta invenção possibilita a verificação direta da estanqueidade do anular do duto medindo-se a pressão do anular através da válvula de alívio presentes nos conectores dos dutos em operação. A leitura da pressão nos conectores presentes nas duas extremidades de cada tramo permite diferenciar entre condição seca e alagada.

[0008] A invenção utiliza técnica de ensaio do tipo não destrutivo, considerando que tal técnica teve que sobrepor as dificuldades tecnológicas devido a constituição física de multicamadas dos dutos flexíveis, principalmente por envolver materiais diferentes.

[0009] A invenção possibilita a coleta de amostra de fluidos ou gases presentes no interior do anular para posterior análise, o que permite diferenciar entre condensado e água do mar, além de avaliar a composição e corrosividade do anular, no caso de presença de fluido.

[00010] A aplicabilidade da invenção independe do número de camadas, abrangendo dutos de produção de óleo, dutos de injeção de gás e dutos de gás-lift. Além disso, a lâmina d’água de operação não influencia na eficiência desta tecnologia, pois ao contrário das tecnologias de inspeção pelo corpo tubular esta tecnologia verifica a condição do anular através do conector, elemento que não sofrerá deformação ou influência da pressão hidrostática.

[0001 1] As tecnologias disponíveis no mercado possuem limitações de aplicação acerca do número/espessura das camadas do duto, lâmina d’água de aplicação e distinção, se for o caso, da origem de presença de água no anular. Existem documentos de patente do estado da técnica que procuram soluções para os problemas citados, mas sendo técnicas completamente distintas e os que foram encontrados serão listados a seguir.

[00012] O pedido publicado como BRPI090741 1 apresenta uma técnica para monitorar e medir a quantidade de água invadida no anular. O sistema e método fazem a análise e composição volumétrica de gases de descarga, e também a detecção do alagamento de água. A invenção também mede pressão e temperatura e a vazão de gás no anular, este sendo através de uma válvula de descarga. A invenção veio para resolver problemas com a medição de composição e volume tais como exemplo cromatografia gasosa e espectrometria de massa, etc; que são feitos através de amostras coletadas e que são transportadas para um laboratório. Com isso a proposta dessa invenção foi de acelerar a medição colocando analisadores em linha com uma unidade de processamento e registro, com a utilização de software específico para interpretação das informações.

[00013] A patente US9400227B2 apresenta um sistema e método para detectar a invasão de fluido em um espaço anular em uma estrutura tubular. O sistema inclui um elemento térmico e um elemento sensor de temperatura colocado na proximidade um do outro no espaço anular da estrutura tubular. Um sinal térmico é gerado pelo elemento térmico. O elemento sensor de temperatura é conectado a um monitor que monitora e processa o sinal térmico. Como o sinal térmico muda quando conduzido através de diferentes tipos de fluidos, a invasão de um espaço anular pela água do mar que normalmente contém óleo ou gás pode ser detectada com segurança.

[00014] A patente US6171025 apresenta um método para detecção de vazamento de dutos, no qual um vácuo é mantido no anular {pipe-in-pipe) da tubulação com uma bomba de vácuo tendo um reservatório de descarga que é monitorado quanto ao aparecimento de vapores de água e hidrocarbonetos. Noutro aspecto da invenção, a detecção de fugas nos dutos (tubulação submarina) é conseguida através da manutenção de um gás a uma pressão nominalmente constante no anular e assim monitorando o anular para caso tenha aumento de pressão, indicando a presença de água ou intrusão de produto.

[00015] Sendo assim, o objeto da invenção é um sistema que não somente identifica a presença de água no anular de um duto flexível em operação, mas também quantifica a pressão do anular para qualquer profundidade.

[00016] Como será mais bem detalhado a seguir, a presente invenção visa a solução dos problemas do estado da técnica acima descrito de forma prática e eficiente. SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[00017] O objetivo da presente invenção é apresentar um método e um equipamento (dispositivo) capaz de medir o valor da pressão no interior do anular de um duto flexível em operação permitindo inferir diretamente se este anular encontra-se estanque ou não estanque.

[00018] De forma a alcançar os objetivos acima descritos, a presente invenção provê um sistema de detecção da estanqueidade de um duto flexível através da medição de pressão do anular a partir de um conector do duto flexível compreendendo: um ROV que compreende um elemento de braço adaptado para movimentar o dispositivo principal, até que o dispositivo seja encaixado na válvula de alívio do conector; mais precisamente no rebaixo aonde está presente a válvula de alívio.

[00019] A invenção descreve um método de funcionamento do equipamento para detecção da estanqueidade do anular no duto flexível, cujo funcionamento levam à uma análise crítica dos resultados e assim dependendo da indicação dos valores de pressão inicial e pressão final antes e após a movimentação do êmbolo.

[00020] Adicionalmente, mas não necessário, a invenção contém uma câmara para captação de amostragem dos fluidos exauridos do anular através da indução da abertura da válvula de alívio pela redução da pressão externa.

[00021] Adicionalmente, mas também não necessário, o dispositivo contém um soquete sextavado para desinstalação da válvula de alívio ou do bujão instalados no conector do duto flexível. BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[00022] A descrição detalhada apresentada adiante faz referência às figuras anexas e seus respectivos números de referência.

[00023] A figura 1 ilustra uma vista esquemática do sistema de detecção de estanqueidade de anular de um duto flexível a partir do seu conector, cuja representação contempla todas as suas partes, de acordo com a configuração principal da presente invenção.

[00024] A figura 2 ilustra o dispositivo que é acoplado ao conector, representando a principal concretização da invenção.

[00025] A figura 3 ilustra a invenção com uma câmara de amostragem acoplada.

[00026] A figura 4 ilustra a invenção com um manipulo para retirada da válvula de alívio.

[00027] A figura 5 ilustra a disposição dos conectores e dos dutos flexíveis em instalações submarinas típicas.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[00028] As descrições que seguem tratam-se de uma concretização preferencial e mais duas adicionais, estas sendo optativas, podendo assim expandir a funcionalidade da invenção principal. Como ficará evidente para qualquer técnico no assunto, no entanto, a invenção não está limitada à essas concretizações.

[00029] A figura 1 ilustra uma vista esquemática do sistema de detecção de estanqueidade de anular de um duto flexível a partir do seu conector, cuja representação contempla todas as suas partes, de acordo com a configuração principal da presente invenção. A figura 2 detalha o objeto principal, a principal concretização sugerida.

[00030] A invenção consiste em um método de verificar a condição de estanqueidade do anular de dutos flexíveis submarinos através da medição da pressão do anular. Esta medição será feita utilizando-se a válvula de alívio (5) presente nos conectores dos dutos flexíveis (1 ).

[00031] Para que seja possível a realização da medição de pressão no anular dos dutos flexíveis em operação, a invenção utiliza um dispositivo controlado por um” Remotely Operated Vehicle” Veículo Operado Remotamente ROV (2).

[00032] Este dispositivo consiste em um conjunto na forma de um cilindro (3) e um êmbolo (4) (configuração pistão-cilindro), que será instalado no rebaixo onde está presente a válvula de alívio (5) do conector do duto flexível (1 ). O cilindro (3) tem um sistema de vedação (6) que provê estanqueidade entre o ambiente externo e a região frontal do êmbolo do cilindro, onde encontra-se a parte externa da válvula de alívio (5). Além disso, há um manómetro (7), conectado à câmara gerada entre o cilindro (3) e êmbolo (4), para medição da pressão na região frontal do cilindro, possibilitando verificar a variação de pressão externa atuante sobre a válvula de alívio (5), à medida que o êmbolo (4) é movimentado.

[00033] Para o posicionamento do conjunto cilindro (3), êmbolo (4) e acionamento do seu sistema de vedação (6), a invenção possui um sistema de acoplamento e ancoragem (8), semelhante à agarras, controladas por ROV (2) que abraçam o conector do duto flexível (1 ) instalando o dispositivo no rebaixo da válvula de alívio (5) do conector do duto (1 ) e provendo vedação ao cilindro (3) do dispositivo contra a parede do rebaixo da válvula (5). A invenção deve cobrir qualquer sistema de acoplamento do dispositivo e acionamento do sistema de vedação.

[00034] A vedação do dispositivo na parede do rebaixo da válvula (5), provendo estanqueidade ao ambiente externo, poderá ser feita através de energização de anéis poliméricos ou anéis metálicos contra a parede e o fundo do rebaixo, bem como abertura de fios de rosca na parede do rebaixo ou outro dispositivo mecânico que promova fixação permanente ou não.

[00035] Assim que o dispositivo encontrar-se instalado e estanque do ambiente externo, o método de verificação da estanqueidade do anular através da medição de pressão do anular consiste em deslocar o êmbolo (4) do dispositivo de forma a impor uma queda de pressão na parte externa da válvula de alívio de pelo menos 2 bar, assim, induzindo o acionamento desta válvula (as válvulas de alívio dos conectores do duto flexível são acionadas automaticamente quando a diferença entre a pressão do anular e a pressão externa é superior a 2 bar). O manómetro de monitoramento da pressão do dispositivo (7) indica a pressão que a válvula (5) abriu e desta forma, conclui-se sobre a pressão em que o anular se encontra.

[00036] O método não necessita obrigatoriamente do acionamento da válvula para que seja concluído sobre condição de estanqueidade do anular do duto flexível. Após a movimentação do êmbolo (4) para redução da pressão externa da válvula (5), mesmo que esta redução não seja suficiente para que a válvula seja acionada, a estabilização da pressão no manómetro em pressão menor que a pressão hidrostática indica que o anular se encontra em pressão menor que a pressão hidrostática e, assim, conclui-se que não há comunicação entre o anular e o ambiente externo, ou seja, o anular encontra-se estanque.

[00037] Caso a estabilização da pressão do manómetro (7) ocorra em pressão semelhante a pressão hidrostática, conclui-se que a pressão do anular está próxima a pressão hidrostática e isso pode ocorrer devido a dois fatores:

i) Comunicação do anular com o ambiente externo através de danos na capa externa do duto ou falha do seu sistema de selagem configurando a condição de não estanqueidade do anular.

ii) Acúmulo e pressurização dos gases permeados do fluido de produção até pressão de acionamento da válvula de alívio. Neste caso, a pressão do anular será aliviada pela válvula instalada no conector onde há menor pressão externa e irá manter sua pressão semelhante à pressão externa do conetor localizado em profundidade mais rasa. Desta forma, neste caso, para conclusão sobre a estanqueidade do anular, deverá ser realizada medição de pressão no conector do instalado em maior profundidade. Assim, em caso de verificação de pressão do anular semelhante a pressão externa, a conclusão será a mesma do item i), caso a pressão do anular estiver abaixo da pressão externa a conclusão será de anular estanque.

[00038] Adicionalmente e não exclusivo, o dispositivo poderá conter uma câmara (10) para captação de amostragem dos fluidos exauridos do anular através da indução da abertura da válvula de alívio (5) pela redução da pressão externa através deslocamento do embolo (4) do dispositivo. Conforme disposto na figura 3, a conexão da câmara de amostragem (10) poderá ocorrer através da conexão que engata o manómetro (7) e interliga-o ao cilindro (3).

[00039] Além disso, o dispositivo poderá conter um soquete sextavado (13) para desinstalação da válvula de alívio (5) ou do bujão (12) instalados no conector do flexível após a vedação do dispositivo na parede do rebaixo da válvula (5) ou do bujão, visando medição da pressão do anular e injeção de fluidos ou produtos químicos no anular. A figura 4 ilustra a presente invenção modificada (sendo uma concretização alternativa) para que o soquete sextavado (13) conectado a uma haste (14) com estrutura de acoplamento e ancoragem (8), construída para que seja torcionada através do manipulador (15) e conduzida pelo braço do ROV (2) e assim retirar a válvula de alívio (5). Por fim a câmara de pilotagem (19) usada para pilotar o sistema embolo (4) e cilindro (3) com a entrada de liquido deve ser substituída pela câmara (20), na qual permite a operação da haste (14) e do soquete sextavado (13) e está ligada ao cilindro (3).

[00040] A figura 5 mostra que o sistema e método propostos pela presente invenção podem ser aplicados a dutos flexíveis e conectores submetidos a elevadas pressões hidrostáticas (aproximadamente 250bar), como em aplicações subaquáticas profundas, sem que haja interferências elevadas nas medições.

[00041] Para auxiliar o entendimento do funcionamento da invenção, traremos três “3” exemplos práticos demonstrados pelas concretizações da figura 5. Ela ilustra a configuração típica de um duto flexível submarino, seus tramos e conectores. Os conectores possuem as válvulas configuradas para atingir no máximo 2bar acima da pressão externa.

[00042] Exemplo 1 : A figura 5 também demonstra exemplos em que são dispostos 4 conectores na vertical e 3 na horizontal. Os 2 primeiros conectados fisicamente entre si e estando envoltos a 50bar de pressão estática pE e os 2 segundos, também interligados fisicamente entre si, envoltos por 100bar de pressão estática PEST. A pressão de referência para análise da estanqueidade torna-se diferente para cada arranjo de conectores e tramos, este referente ao duto flexível intermediário (16). Os conectores interligam o bore dos tramos através da conexão flangeada (d) e não interligam o anular dos tramos. Assim, quando um tramo tem sua capa externa rompida, os conectores localizados nas pontas de cada tramo irão sentir o anular alagado; e com o alagamento cada conector irá indicar pelo manómetro a pressão hidrostática, respectivamente de 50 e 100bar. Ainda considerando o caso do tramo intermediário (16) caso venha a estar na condição estanque, a pressão do anular será até 50bar.

[00043] Exemplo 2: A análise é do riser de fundo, que inclui os conectores 17d e 17e, localizados em cada ponta deste tramo. O resultado de pressão com o valor inferior a 100 bar indica que o tramo está estanque. Valores entre 100 e 250 bar indicam alagamento.

[00044] Exemplo 3: A análise é do duto flexível comumente chamado de flowline, que inclui os conectores 18e e 18f, localizados em cada ponta deste tramo. O resultado de pressão com valor inferior a 100bar indica estanqueidade, e resultado de pressão de 250 bar indica o total alagamento deste tramo.

[00045] Exemplo 4: Quando o anular está estanque, existe uma coluna de gás permeado (C02, CH4, etc.) preenchendo o anular. A pressão deste gás na região do conector superior é no máximo igual a pressão hidrostática naquele ponto devido a atuação das válvulas de alívio e no conector inferior é igual ao valor da pressão na região do conector superior adicionada a coluna de gás. Devido à baixa massa específica do gás, pode-se aproximar a pressão do conector inferior com a do conector superior.

[00046] Exemplo 5: Nos casos dos“flowlines”, onde existe pouca diferença de profundidade (pressão externa) entre os conectores dos tramos, deve-se consultar o modelo de permeação de gases do fabricante do duto flexível a fim de verificar o valor máximo de pressão a ser atingido somente devido aos gases permeados. Devemos considerar que o modelo de permeação do maior fabricante de dutos flexíveis informa que a máxima pressão atingida no anular devido aos gases permeados é aproximadamente igual a 100bar. Portanto, em “flowlines” instalados em profundidades superiores a 1000m (100bar de pressão externa), também pode-se concluir que: se a pressão do anular for menor que a pressão externa, então o anular está estanque.

[00047] Em geral, a metodologia de análise de inspeção para verificar se o anular está estanque segue:

[00048] 1 - O dispositivo é posicionado no alojamento (22)

(rebaixo) onde a válvula de alívio está instalada. Neste momento o manómetro está lendo a pressão hidrostática.

[00049] 2- É feito o acionamento dos selos de vedação (6) contra a parede do alojamento (22);

[00050] 3- O êmbolo avança pressionando a água do mar presente na sua parte frontal a fim de verificar se os selos estão vedando. Para isso, a pressão do manómetro é lida e verificada se há estabilização, confirmando a vedação;

[00051] 4- O êmbolo é recuado induzindo uma redução de pressão e assim, é verificado o comportamento do manómetro. Caso a pressão lida no manómetro se mantiver igual a pressão hidrostática, significa que a pressão do anular está igual a pressão hidrostática e a válvula foi acionada preenchendo a câmara frontal e mantendo a pressão da câmara frontal do dispositivo igual a pressão hidrostática;

[00052] 5 - Se após o recuo do êmbolo, a pressão lida no manómetro reduziu abaixo da pressão hidrostática significa que a válvula não enxergou o delta P necessário para seu acionamento (ou o acionamento foi feito em pressão menor que a pressão hidrostática), ou seja, a pressão do anular está abaixo da pressão hidrostática, concluindo assim como anular estanque. [00053] No caso de haver estanqueidade, em geral, a metodologia para a coleta de amostras segue:

[00054] 1 - É conectado no lugar da conexão do manómetro (7) uma válvula de bloqueio (1 1 ) e uma câmara de amostragem (10) sendo esta de formato cilíndrico e com vácuo;

[00055] 2- Levando-se em conta que o anular está estanque, o recuo do êmbolo deve baixar a pressão ao nível que a válvula PSV abra e assim permitir que o material alojado no anular adentre a câmara do cilindro (3);

[00056] 3 - Deve-se abrir a válvula (1 1 );

[00057] 4 - Deixar a pressão da câmara de amostragem (10) equalizar a pressão para coletar amostras localizadas na câmara do cilindro (3);

[00058] 5 - Deve-se fechar a válvula (1 1 ) e retirar a mesma com a câmara de amostragem (10).

[00059] No caso de haver interesse em retirar uma válvula PSV (5) do conector (1 ), o equipamento da presente invenção pode ser adaptado para tal serviço. A metodologia segue:

[00060] 1 - A câmara de pilotagem (19) deve ser retirada para que possa sair os mecanismos internos do dispositivo;

[00061] 2 - A câmara não pilotada (20) deve ser conectada ao cilindro (3), nela já vem montado o conjunto soquete sextavado (13), haste (14) e manipulador (15);

[00062] 3 - Deve-se avançar o conjunto até que encontre a localização da válvula PSV (5), sendo que a manipulação dos comandos são via ROV;

[00063] 4 - Rotacionar (torcionar) o manipulador (15) para retirar a válvula PSV (5), sendo que essa está instalada no conector por conexão rosqueada; [00064] 5 - A válvula PSV deve ser retirada estando alojada no soquete (13) e o ROV (2) deve puxar o manipulador (15).

[00065] 6 - A câmara não pilotada (20) deve ser desenroscada e assim é possível ter acesso a válvula PSV (5).

[00066] Alguns problemas que podem surgir em relação a execução da metodologia de inspeção, tais como: válvulas de PSV’s podem estar emperradas, mas que normalmente são forçadamente abertas através de um diferencial de pressão em torno de 20bar; alguns flowlines podem necessitar de dragagem; e por fim existe a necessidade de mapeamento da execução de todas as atividades (procedimentos) pelos pilotos de ROV’s.

[00067] Inúmeras variações incidindo no escopo de proteção do presente pedido são permitidas. Dessa forma, reforça-se o fato de que a presente invenção não está limitada às configurações/concretizações particulares acima descritas.