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Title:
SYSTEM FOR TESTING HIGH-TEMPERATURE FUEL CELLS OPERATING WITH MULTIPLE FUELS, WITH DIRECT USE OF CARBON FUELS, WITHOUT CAUSING CARBON DEPOSITS IN FUEL DUCTS
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2017/035621
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a system for testing high-temperature fuel cells operating with multiple fuels, with direct use of carbon fuels, including anhydrous carbon fuels, limiting or without causing carbon deposits in gas inlet and outlet ducts and in the anode flow channels, the system comprising: a furnace (5) containing a reactor (4), the reactor consisting of at least two interconnecting plates and at least one fuel cell (15) located between the two interconnecting plates, wherein one of the interconnecting plates in contact with a fuel cell is a cathode which receives oxidising gas and the other interconnecting plate in contact with the fuel cell is an anode which receives fuel gas. The system further comprises a means for supplying and discharging gases in a controlled manner, connected to the reactor (4), each plate further comprises a plurality of flow channels (14) in the top and bottom surfaces thereof, in which the oxidising gas and the fuel gas flow through the flow channels (14) before contacting the electrodes of the fuel cell (15), and the bottom, top and interconnecting plates are made of a zirconium oxide-based or cerium oxide-based material doped with one or more of the following oxides: yttria, scandia, calcia, gadolinia, samaria, alumina and cobaltite, the total quantity of dopants amounting to up to 20% by weight.

Inventors:
MIRANDA PAULO EMÍLIO VALADÃO (BR)
ICARDI UGO ANDREA (BR)
Application Number:
PCT/BR2016/050216
Publication Date:
March 09, 2017
Filing Date:
September 02, 2016
Export Citation:
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Assignee:
INST ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA – COPPE/UFRJ (BR)
OXITENO S A INDÚSTRIA E COMÉRCIO (BR)
ENERGIAH PARTICIPAÇÕES E NEGÓCIOS LTDA (BR)
International Classes:
H01M8/12; H01M8/24
Foreign References:
US20020076603A12002-06-20
US4459340A1984-07-10
EP2330672A12011-06-08
US20110183233A12011-07-28
Other References:
EGUCHI, T; ET AL.: "Electrical properties of ceria-based oxides and their application to solid oxide fuel cells", SOLID STATE LONICS, vol. 52, no. 1-3, May 1992 (1992-05-01), North-Holland, pages 165 - 172, XP025754221
Attorney, Agent or Firm:
KASZNAR LEONARDOS INTELLECTUAL PROPERTY (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Sistema de teste para pilhas a combustível de alta temperatura de operação multicombustível, o qual permite a utilização direta de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, sem promover ou limitando a deposição de carbono nos dutos de entrada e saída de gases, assim como nos canais de fluxo do ânodo, o sistema compreendendo:

um forno (5) contendo um reator (4), o reator consistindo de pelo menos duas placas de interconexão e pelo menos uma pilha a combustível (15) localizada entre duas placas de interconexão, em que uma das placas de interconexão em contato com uma pilha é um lado catódico, o qual recebe gás oxidante, e a outra placa de interconexão em contato com a referida pilha a combustível é um lado anódico, o qual recebe gás combustível;

o sistema caracterizado por compreender ainda:

um meio de alimentação e exaustão controlada de gases conectado ao reator (4);

em que cada placa compreende ainda uma pluralidade de canais de fluxo (14) em sua superfície superior e inferior, onde o gás oxidante e o gás combustível passam através dos canais de fluxo (14) para entrar em contato com os eletrodos da pilha a combustível (15); e

em que as placas de base, de topo e de interconexão são formadas com um material a base de óxido de zircônio ou a base de óxido de cério dopados com um ou mais dentre os óxidos ítria, escândia, calcia, gadolínia, sa- mária, alumina e cobaltita, com quantidade total de dopantes de até 20 % em peso.

2. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as placas e as pilhas serem posicionadas empilhadas uma sobre a outra de forma intercalada, e as placas nas posições mais superior e mais inferior possuem canais de fluxo apenas em sua superfície interna.

3. Sistema, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado por o meio de alimentação e exaustão controlada de gases compreender pelo menos dois controladores de fluxo (1, 2).

4. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado por o meio de alimentação e exaustão controlada de gases compreender um tubo de entrada com uma entrada de gás (9) e que termina na entrada (11) do canal de fluxo (14) da placa do reator, e um tubo de saída (10) com uma saída de gás e que termina na saída (12) do canal de fluxo (14) da placa do reator, em que ambos os tubos são direcionados para linhas de gases exaustão para um sistema de exaustão (8).

5. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado por compreender ainda uma pluralidade de válvulas de sentido único (3) conectadas à jusante dos controladores de fluxo (1, 2).

6. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado por compreender quatro controladores de fluxo de gases anódicos (1) e dois controladores de fluxo de gases catódicos (2).

7. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado por compreender ainda um dispositivo eletrônico para variar a corrente elétrica do sistema de forma contínua, a carga eletrônica (7), durante um intervalo de teste determinado.

8. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado por compreender ainda um dispositivo controlador para controlar e acionar os dispositivos do sistema de teste.

9. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado por o dispositivo controlador consistir em um conjunto de instruções legíveis por computador que, quando executadas por um computador, fazem com que o computador controle e acione os dispositivos do sistema de teste.

10. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado por o reator 4 compreender ainda uma entrada de termopar (13) para receber um termopar para medir da temperatura do reator (4) numa posição centralizada à meia espessura.

11. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

10, caracterizado por o combustível de alta temperatura de operação multi- combustível estar numa faixa de temperatura entre 600 e 1000°C.

12. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

11, caracterizado por compreender ainda pelo menos um transdutor de pressão (6) para medir a pressão no reator (4) antes da entrada do fluxo de combustível no reator (4).

13. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

12, caracterizado por os transdutores de pressão (6) serem ainda configurados para identificar a quebra da pilha a combustível ou vazamento de gases para fora do reator (4).

14. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

13, caracterizado por compreender a alimentação de ar/oxigênio no lado anódico do reator (4), em que o oxigénio reage com o carbono para produzir óxidos de carbono e limpar o reator (4), em que os óxidos de carbono produzidos são conduzidos até a saída da linha de gases de exaustão (8) para serem expelidos do sistema.

15. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

14, caracterizado por o forno (5) aquecer o reator (4) a uma taxa inferior a 1°C por minuto.

16. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

15, caracterizado por compreender a alimentação de nitrogénio em ambos os lados anódico e catódico do reator (4) para limpar os dutos do sistema antes da operação do reator.

17. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

16, caracterizado por o reator (4) ser constituído de materiais com coeficiente de dilatação similar ao material da pilha a combustível e do material de vedação.

18. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

17, caracterizado pelas metades do reator (4) e a pilhas a combustível (15) serem seladas com um vedante.

19. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a

18, caracterizado por o vedante ser Mica.

20. Sistema, de acordo com qualquer uma das reinvindicações 1 a

19, caracterizado por realizar conversão eletroquímica de hidrocarbonetos, determinando rendimento através de cromatografia gasosa ou com uso de analisador de massas.

Description:
"SISTEMA DE TESTE PARA PILHAS A COMBUSTÍVEL DE ALTA TEMPERATURA DE OPERAÇÃO MULTICOMBUSTÍVEL, O QUAL PERMITE A UTILIZAÇÃO DIRETA DE COMBUSTÍVEIS CARBONOSOS SEM PROMOVER A DEPOSIÇÃO DE CARBONO NOS ELEMENTOS DE PASSAGEM DE COMBUSTÍVEL"

CAMPO TÉCNICO

[0001] A presente invenção refere-se ao projeto específico de sistema laboratorial para testes para pilhas a combustível e de placa de topo para fechamento, de dispositivo de interconexão e de placa de base para suporte de empilhamento de pilhas a combustível de alta temperatura de operação multi- combustível numa faixa entre 600 e 1000°C, tais como pilhas a combustível de óxido sólido e pilhas a combustível de carbonato fundido e metodologia de utilização no que se refere ao controle do tempo de residência do combustível na câmara de reação, com a característica especial de possibilitar a utilização direta, sem reforma prévia, de uma gama variada de combustíveis, mesmo aqueles ricos em carbono e administrados à pilha em estado não hidratado, de tal forma que não ocorra ou que seja limitada a deposição de carbono no sistema ou dispositivos.

DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA

[0002] A presente invenção é relativa, em geral, aos sistemas de pilha a combustível de alta temperatura, numa faixa entre 600 e 1000°C. As pilhas a combustível são sistemas eletroquímicos que convertem diretamente a energia química armazenada no combustível em energia elétrica e calor, sem reação de queima e com alta eficiência energética ou podem ser utilizadas como rea- tor para a conversão eletroquímica de combustíveis carbonosos em hidrocarbonetos específicos, por exemplo para realizar o acoplamento eletroquímico oxidativo do metano em hidrocarbonetos do tipo C2, tais como eteno e etano. As pilhas a combustível de alta temperatura podem ser, por exemplo: pilhas a combustível de óxido sólido e pilhas a combustível de carbonato fundido. Es- sas pilhas a combustível podem trabalhar com fluxo de hidrogénio ou de combustível carbonoso, tal como os hidrocarbonetos, inclusive álcoois, desde que seja feita reforma interna ou reforma prévia externa à pilha a combustível. Nesses tipos de sistemas o fluxo de gás oxidante (normalmente ar ou oxigénio), seco ou úmido, alimenta a região catódica da pilha a combustível, enquanto a região anódica é alimentada pelo fluxo de combustível, com eventual adição de água em forma de vapor e/ou de oxigénio e/ou de dióxido de carbono. As pilhas de altas temperaturas trabalham entre cerca de 600 e 1000°C.

[0003] Dependendo do tipo de eletrólito usado, nessas temperaturas há duas configurações possíveis. Numa configuração para eletrólito condutor de íons oxigénio, o transporte desses íons se dá desde o cátodo, onde é admitido o gás oxidante, o qual ioniza-se e se difunde através do eletrólito, até o ânodo, onde é admitido o combustível e onde os íons oxigénio reagem com o combustível, produzindo energia elétrica, calor, moléculas de água e gases ricos em carbono. Numa outra configuração para eletrólito condutor de íons hidrogénio, o transporte desses íons se dá desde o ânodo, onde é admitido o combustível, que reage para produzir íons hidrogénio, os quais se difundem através do eletrólito, até o cátodo, onde é admitido gás oxidante e onde os íons hidrogénio reagem com o oxidante, produzindo energia elétrica, calor e moléculas de água. Essas reações produzem elétrons, que por meio de um circuito externo, circulam desde o ânodo até o cátodo, gerando eletricidade pela produção de corrente elétrica. No caso de uso de combustível carbonoso, inclusive anidro, em alta temperatura, normalmente é possível a formação de carbono no reator ou no empilhamento devido à pirólise do combustível, que pode gradativamente preencher os tubos ou os canais de fluxo de gases dos dispositivos de alimentação do ânodo da pilha a combustível. A presente invenção pretende resolver ou diminuir drasticamente a produção de carbono durante o funcionamento em alta temperatura da pilha a combustível operando com fluxo de combustível carbonoso, inclusive anidro. [0004] Em sistemas para produção de energia elétrica com pilha a combustível de alta temperatura, numa faixa de 600 a 1000°C, é normalmente feita alimentação no ânodo da pilha a combustível de um fluxo de combustível, que pode ser hidrogénio seco ou úmido ou combustíveis carbonosos aos quais podem ser adicionados vapor d' agua e/ou oxigénio e/ou dióxido de carbono.

[0005] No caso da alimentação direta de hidrogénio seco ou com vapor d' agua, não ocorrem reações de caráter químico nos dispositivos de alimentação do fluxo de gás até o ânodo, onde acontecem reações eletroquímicas.

[0006] Quando é utilizado combustível carbonoso numa pilha a combustível, normalmente realiza-se reforma prévia desse combustível a fim de produzir gás rico em hidrogénio e monóxido de carbono. Nesse caso, o fluxo de combustível que atinge o compartimento anódico é composto, pelo menos, de hidrogénio, monóxido de carbono e água. A presença de água no compartimento anódico da pilha a combustível também contribui para melhorar o seu funcionamento, por garantir melhor estabilidade físico-química.

[0007] Numa outra configuração, faz-se uso do combustível carbonoso através da sua admissão direta na pilha a combustível, sem realizar reforma prévia, porém, realizando reforma internamente à pilha a combustível, dire- tamente no seu ânodo, com o uso de vapor d' agua e/ou oxigénio e/ou dióxido de carbono.

[0008] Numa configuração especial, que prevê o uso de combustível carbonoso, inclusive anidro, em temperaturas na faixa entre 600 e 1000°C, há grande probabilidade de formação e deposição de carbono sólido no sistema de admissão do combustível até o compartimento anódico da pilha a combustível, nele próprio e nos dutos de saída de gases de reação, devido à ocorrência de reações de pirólise. Se tal problema não for resolvido, o carbono depositado poderá preencher parcial ou totalmente os dispositivos de alimentação do compartimento anódico da pilha a combustível, dificultando ou mesmo impedindo o transporte do combustível e ainda danificar e até degradar total- mente o ânodo.

[0009] Uma tentativa de resolução do problema mencionado de formação e deposição de carbono num sistema de testes para pilhas-botão oriundo da pirólise de combustível carbonoso diretamente admitido numa pilha a combustível de óxido sólido foi descrita na patente CN200810119204A. Essa invenção relata solucionar tal problema usando um sistema de resfriamento com água no trajeto do combustível até a admissão no ânodo da pilha a combustível, uma vez que na baixa temperatura obtida com tal resfriamento a pirólise do combustível não é favorecida. Essa invenção apresenta uma solução para o problema mencionado somente no caso de testes de pilhas-botão.

[00010] A invenção US 13525663 A mostra um método para otimizar as quantidades de gases de alimentação à pilha a combustível, mas sempre com uso de vapor d' água adicionado ao fluxo de combustível, sem avaliar a possibilidade de uso de combustível anidro. Essa invenção objetiva otimizar o controle do sistema para diferentes condições de trabalho.

[00011] Com a invenção JP2002104033A foi resolvido o problema relacionado à presença de impurezas no fluxo de gases que é alimentado à pilha a combustível por meio de um sistema de purificação do combustível. A invenção apresenta de forma interessante solução para eliminar as impurezas já presentes no combustível. Entretanto, o caso da formação e deposição de carbono devido ao uso de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, em alta temperatura é um problema diferente. Nesse caso, mesmo que o fluxo de gás já seja limpo, não contendo tais impurezas, poderá gerar e depositar carbono sólido nos dispositivos de acesso ao ânodo da pilha a combustível, nos canais de fluxo e nos dutos de saída dos gases de reação.

[00012] Outra invenção que aborda o problema de impurezas em fluxos de gases carbonosos para alimentação de pilha a combustível é a JP2008229144A, na qual o foco é a eliminação de odorantes presentes nos combustíveis. [00013] Na invenção JP2004121535A é apresentada resolução para o problema da presença de impurezas em gases de exaustão, sem, entretanto, abordar a questão da produção de carbono sólido por pirólise.

[00014] A invenção JP200650176A explica de forma muito interessante um método de produção de interconector metálico para pilhas a combustível, porém, não resolve o caso de uso de combustíveis carbonosos anidros, que em contato com metais em altas temperaturas pode produzir carbono sólido.

[00015] A invenção JP201013817A propõe um sistema para diminuir a deterioração de eletrodos de pilhas a combustível usando uma técnica especial de fabricação, porém, também nesse caso não é resolvido o problema de produção e deposição de carbono com o uso direto de combustíveis carbonosos.

[00016] Diferentes metodologias e equipamentos para a detecção de monóxido de carbono são mostrados nas invenções US2003387004A, DE19780491A, JP1997537921A e DE19780491T. Entretanto, a questão da produção e deposição de carbono com o uso direto de combustíveis carbonosos em temperaturas elevadas não é abordada, não se apresentando soluções para tal problema.

[00017] Um dispositivo para simulação térmica da operação de pilhas a combustível de óxido sólido é apresentado na invenção EP2005112297A, sem, neste caso também abordar o problema da produção e deposição de carbono com o uso direto de combustíveis carbonosos em temperaturas elevadas.

[00018] A presente invenção viabiliza a utilização direta de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, em pilhas a combustível de óxido sólido, principalmente aquelas fabricadas com as características desvendadas nas patentes PI0901921-9, PI0803895-3, PI0601210-8, já que referem-se a métodos de fabricação e tipos de materiais para ânodos que possuem resistência à coqueifi- cação e ao entupimento de poros pela geração e deposição de carbono sólido. OBJETIVOS DA INVENÇÃO

[00019] A presente invenção tem como objetivos apresentar inovações re- ferentes a reator para teste de desempenho para produção de eletricidade ou para a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos de pilha unitária, a forma adequada para sua montagem interligada com outros dispositivos do sistema e também dispositivo de interconexão, placa de topo para fechamento e placa de base para suporte de empilhamento de pilhas a combustível de alta temperatura de operação multi-combustível, considerando operação em temperaturas elevadas, numa faixa entre 600 e 1000°C, e o modo de operação de sistema laboratorial para testes de desempenho de pilhas unitárias e de empilhamentos e metodologia de utilização no que se refere ao controle do tempo de residência do combustível na câmara de reação, possibilitando a utilização direta de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, sem o requerimento da realização de reforma prévia, garantindo a operação continuada do sistema sem a obstrução com deposição de carbono sólido das vias de acesso do combustível à pilha a combustível e de saída dos gases de reação.

DESCRIÇÃO RESUMIDA DA INVENÇÃO

[00020] Para alcançar os objetivos aqui detalhados, a presente invenção discriminará especificidades referentes a partes de sistema laboratorial para testes de desempenho de pilha unitária e de empilhamento para produção de eletricidade ou para a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos, assim como relativo a sistema de interconexão, placa de topo para fechamento e placa de base para suporte de empilhamento entre pilhas unitárias e metodologia de utilização no que se refere ao controle do tempo de residência do combustível na câmara de reação. Tal conjunto é composto por sistema de alimentação e exaustão de gases, que promove a alimentação controlada de combustível e oxidante, assim como a exaustão dos gases produtos de reação, incluindo dispositivos tais como controladores de fluxo, válvulas, transdutores de pressão e tubulações.

[00021] O uso de transdutores de pressão neste caso é útil para identificar em tempo real a ocorrência de algum descontrole na admissão direta de com- bustíveis carbonosos que tenha gerado a deposição de carbono sólido nas vias de acesso à pilha a combustível, nos canais de distribuição de combustível no ânodo e na saída dos gases de reação, com obstrução parcial, possibilitando a tomada de decisão sobre metodologias de limpeza e controle do processo. Esses dispositivos também são úteis para a identificação em tempo real de problemas relacionados à ocorrência de vazamento de gases, tanto do combustível quanto do oxidante, assim como referente à quebra da pilha a combustível, conectando indevidamente os compartimentos do ânodo e do cátodo da pilha a combustível.

[00022] O sistema de testes laboratoriais de desempenho para produção de eletricidade ou para a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos e o sistema de interconexão, com placa de topo para fechamento e placa de base para suporte de empilhamento entre pilhas unitárias em configuração de empilhamento curto, utilizam reator com sistema de aquecimento. Sendo tal reator constituído por material específico e necessário para garantir a não deposição de carbono com utilização direta de combustíveis carbonosos, inclusive anidros.

[00023] Adicionalmente, o reator para o sistema de testes laboratoriais de desempenho para produção de eletricidade ou para a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos, as placas de interconexão, a placa de topo para fechamento e placa de base para suporte entre pilhas unitárias, possuem configuração específica de canais de fluxo para permitir a adequada distribuição de gases, combustível ou oxidante, nos eletrodos da pilha a combustível.

[00024] Numa configuração específica, o material utilizado para a fabricação do reator, das placas de interconexão, da placa de topo para fechamento e da placa de base para suporte do empilhamento referido que garante a não deposição de carbono sólido, mesmo operando com combustível carbonoso, inclusive anidro, em temperaturas elevadas, na faixa entre 600 e 1000°C, é fabricado com material a base de óxido de zircônio ou a base de óxido de cério dopados com um ou mais dentre os óxidos ítria, escândia, calcia, gadolínia, samaria, alumina e cobaltita, com quantidade total de dopantes de até 20 % em peso.

[00025] Nas configurações da presente invenção em que se realizam testes laboratoriais de desempenho de pilhas a combustível unitárias ou de empilhamentos curtos para produção de eletricidade ou para a conversão eletro- química de hidrocarbonetos, que não produzem com reações eletroquímicas a quantidade necessária de calor para garantir a manutenção da temperatura desejada de operação, na faixa entre 600 e 1000°C, utiliza-se sistema especial de aquecimento, controle e monitoramento de temperatura, que permite montagem facilitada e otimizada dos dispositivos descritos nesta invenção com suas características específicas, garantindo ainda o controle de operação.

[00026] O correto funcionamento, seja do sistema laboratorial de testes de desempenho de pilhas a combustível unitárias ou de empilhamentos para produção de eletricidade ou para a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos, seja da operação real de empilhamentos autos suficientes em calor, depende do uso de sistemas convencionais para a operação de pilhas a combustível. Nas configurações apresentadas na presente invenção, estes sistemas convencionais requereram ações específicas de desenvolvimento para adaptação ao uso referente a programas computacionais de operação e controle. Eles incluem sistema de medidas elétricas utilizando dispositivo de carga eletrônica, assim como sistema de controle, gestão, armazenamento de dados, segurança de operação e interconexão com outros sistemas de utilização da energia elétrica gerada.

[00027] Em resumo, a presente invenção mostra a possibilidade da utilização direta de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, em pilhas a combustível de temperatura elevada de operação, com diminuição drástica ou eliminação de eventual deposição de carbono nos dutos de entrada de combustível, nos canais de fluxo do ânodo da pilha a combustível e nos dutos de saída de gases de reação. Isso é conseguido com a fabricação do sistema de testes da pilha a combustível com configuração adequada, utilizando controle do fluxo de combustível admitido no ânodo e fazendo uso de material específico para a fabricação de placas de base, de topo e de interconexão do empilhamento resistentes à coqueificação.

[00028] Os fatores de controle mencionados e a configuração geométrica dos dispositivos nas regiões aquecidas do sistema de testes influenciam no tempo de residência do combustível nas regiões mencionadas. Tal tempo de residência em conjunto com os materiais selecionados para fabricação dos dispositivos nas regiões aquecidas do sistema de testes determinam a possibilidade de que haja diminuição drástica ou eliminação de eventual deposição de carbono nos dutos de entrada de combustível, nos canais de fluxo do ânodo da pilha a combustível e nos dutos de saída de gases de reação.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[00029] A presente invenção será, a seguir, descrita fazendo-se referência a uma concretização preferida ilustrada nos desenhos anexos, dos quais:

[00030] Figura 1 : representação esquemática do sistema de testes laboratoriais para pilhas a combustível de alta temperatura.

[00031] Na Figura 1 são representados seis controladores de fluxo de gás, sendo quatro controladores de gases anódicos 1 e dois controladores de gases catódicos 2. Há ainda as válvulas de fluxo em sentido único 3, o reator 4 e o forno 5, dois transdutores de pressão 6, a carga elétrica 7 e o fim das linhas dos gases de exaustão 8.

[00032] Figura 2: exemplo de desenho de uma metade de reator para pilha a combustível unitária ou ainda da placa de base ou da placa de topo de um empilhamento. Um reator completo é formado por duas metades iguais entre as quais existirá seja uma pilha unitária, seja um empilhamento, composto por diversas pilhas unitárias separadas por placas de interconexão.

[00033] Na Figura 2 são apresentados a entrada 9 e a saída 10 dos gases nos tubos de alimentação de uma metade do reator e a entrada 11 e a saída 12 de gases nos canais de fluxos de uma metade do reator, assim como, a entrada do termopar 13 e os canais de fluxo 14.

[00034] Figura 3: Exemplo de desenho dos canais para passagens do gás (detalhe de uma parte de uma metade do reator). Na Figura 3 é representada uma ampliação dos canais de fluxo 14.

[00035] Figura 4: exemplo de desenho do reator completo para pilhas a combustível, montado com pilha a combustível 15 posicionada entre cada uma das metades do reator 4.

[00036] Figura 5: exemplo de desenho de duas placas de interconexão para empilhamento 16 , contendo uma pilha entre elas. As placas de interconexão diferenciam- se das placas de base e de topo por possuírem canais de fluxo de ambos os lados.

[00037] A Figura 5 mostra 2 placas de interconexão 16 com uma pilha posicionada entre elas. No lado esquerdo da figura apresenta- se desenho em três dimensões e na parte direita da figura mostra-se o mesmo desenho, porém em transparência, para que se possam visualizar os tubos e os canais de passagem dos gases nas placas de interconexão.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[00038] Para alcançar os objetivos aqui detalhados, a presente invenção discriminará especificidades referentes a partes de sistema laboratorial. Estas referem- se a partes para testes de desempenho de pilha unitária e de empilhamento para produção de eletricidade ou para a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos, aquelas relativas ao sistema de interconexão, a placa de topo para fechamento e a placa de base para suporte de empilhamento e metodologia de utilização no que se refere ao controle do tempo de residência do combustível na câmara de reação.

[00039] O sistema de testes laboratoriais para testes de desempenho de pilha unitária e de empilhamento para produção de eletricidade ou para a con- versão eletroquímica de hidrocarbonetos tem como alvo testes de desempenho de pilhas a combustível alimentadas com vários combustíveis, dentre os quais hidrogénio, metano, etanol ou outros hidrocarbonetos no lado anódico e oxigénio ou ar no lado catódico. A alimentação no lado do oxidante pode ser efe- tuada com gases tais como oxigénio ou ar e também com a possibilidade de trabalhar com ou sem injeção de vapor d' água em ambos os lados, no ânodo ou no cátodo da pilha a combustível. Prevê-se temperatura de trabalho entre 600 e 1000°C e pressão de trabalho próxima à pressão atmosférica. Estas condições conduzem, eventualmente, a um problema, no caso de uso de combustíveis que contêm carbono, da possível pirólise desses combustíveis.

[00040] A presente invenção objetiva resolver ou reduzir drasticamente este problema, que apresenta-se como um obstáculo aos testes, porque o carbono que se forma é capaz de entupir os tubos de alimentação e exaustão no lado do combustível (ânodo), assim como os canais de fluxos do lado anódico do reator. O projeto tem que ser dividido em diferentes subsistemas e cada um deles é constituído de um ou mais equipamentos incluindo alimentação e exaustão dos gases, sistema de aquecimento para o reator, medidas elétricas e controle, gestão, armazenamento dos dados e segurança.

Sistema de alimentação e exaustão dos gases

[00041] Uma condição necessária para o uso de uma bancada de testes desse tipo é dispor-se de uma rede de gases ou cilindros de gases de todos os gases necessários ou, no caso de uso de combustíveis líquidos, de um tanque para o seu armazenamento. Para alimentar o reator onde vai ser colocada a pilha a combustível objeto do ensaio, são necessários equipamentos capazes de controlar e medir os fluxos dos gases; esses aparelhos têm que alimentar o reator seja no lado catódico (lado oxidante: oxigénio, ou ar), seja no lado anódico (lado do combustível: hidrogénio, metano, outros hidrocarbonetos ou álcoois). [00042] No caso de uso de combustíveis líquidos é requerido o uso de um sistema de bombeamento, com utilização de bomba ou fluxo pressurizado, antes do controlador de fluxo (por exemplo, um combustível como o etanol é liquido à temperatura ambiente e pressão atmosférica).

[00043] O controle do fluxo de gás anódico, por meio dos controladores de fluxo 1, é condição necessária, assim como o desenho de dutos de entrada 9 e saída 10 e canais de fluxo 14 do reator 4, para conseguir um tempo de residência do combustível no interior do sistema em alta temperatura de forma tal que não facilite a formação de carbono sólido. Assim sendo, são elementos essenciais desta invenção o material utilizado para a fabricação de componentes e o controle do tempo de residência do combustível nas regiões aquecidas do sistema através do projeto específico dos componentes e do controle de fluxo dos gases combustíveis.

[00044] Adicionalmente, é requerida a possibilidade de alimentar gás inerte em ambos os lados, anódico e catódico. Por exemplo, pode-se usar nitrogénio, com os objetivos de limpar o sistema antes dos ensaios e também para garantir segurança contra explosão ou combustão no lado do combustível.

[00045] Existe a possibilidade de explosão ou combustão em condição na qual o sistema, estando desligado, admite a entrada de ar no reator e, quando em alta temperatura com injeção de combustível, a relação combutível-ar atinja percentual capaz de deflagrar combustão espontânea. Por isso, torna-se necessário retirar o ar eventualmente presente no compartimento anódico com uso de uma vazão de nitrogénio antes de alimentar os gases combustíveis inflamáveis.

[00046] No caso da alimentação anódica ocorrer com combustíveis carbonosos anidros, é necessário avaliar, com o apoio de uma medição externa, a possibilidade de formação de carbono oriunda da ocorrência de pirólise do gás combustível na alta temperatura de trabalho, o que resulta em entupimen- to do sistema. Uma forma de detectar tal problema é através da medição de pressão antes da entrada do fluxo de combustível no reator. Essa medição é efetuada, por exemplo, pelo uso de transdutores de pressão. Os transdutores de pressão podem ser também um meio para avaliar problemas de quebra da pilha a combustível ou vazamento dos gases para fora do reator. No caso em que a pilha a combustível é quebrada, os fluxos anódico e catódico podem se misturar, resultando em uma variação na pressão das linhas anódica ou catódica.

[00047] Caso haja formação de carbono, conforme acima descrito, resguardadas as condições de segurança, alimenta-se oxigénio no lado anódico, para promover a sua reação com o carbono formado pela pirólise, resultando na produção de óxidos de carbono e na consequente limpeza do reator. Os gases de exaustão em alta temperatura na saída do reator têm que ser conduzidos até um sistema adequado de exaustão para evitar qualquer possibilidade de ocorrência de ambiente inseguro. A Figura 1 mostra o projeto do sistema completo.

[00048] Na parte esquerda da Figura 1 estão representados seis controladores de fluxo de gás 1, 2. Tais controladores mostrados na Figura 1 são previstos para quatro possíveis gases anódicos, introduzidos no sistema por controladores de fluxo 1, e dois possíveis gases catódicos, introduzidos no sistema por controladores de fluxo 2. Os gases, depois de passar pelos controladores 1,2 e através das válvulas de fluxo em sentido único 3, vão alimentar o reator 4, que está posicionado no forno 5. Antes do reator são visíveis os dois transdutores de pressão 6. No lado direto da Figura 1 estão representados a carga elétrica 7 e o término das linhas dos gases de exaustão 8. Todo o conjunto é posicionado sob uma coifa com sistema de exaustão para eliminar os gases de exaustão e outros eventualmente resultantes de vazamentos, potencialmente perigosos.

Reator com sistema de aquecimento [00049] Os gases, combustível e oxidante, são regulados com fluxos convenientes para dar entrada no reator 4. Todavia, as pilhas a combustível de alta temperatura trabalham em temperaturas que podem requerer sistema de aquecimento 5 do reator 4 com capacidade de manutenção de temperatura de trabalho de, pelo menos, até 1000°C. E necessário o uso de rampa de aquecimento do sistema adequada ao tipo de pilha a combustível utilizada para evitar que a dilatação térmica diferencial dos seus diferentes componentes cause danos à pilha a combustível. Essa é a motivação pela qual utilizam-se, por exemplo, rampas de aquecimento com taxas lentas, inferiores a 1°C por minuto. A garantia de compatibilidade mecânica da pilha a combustível é facilitada com o uso de materiais com coeficientes de dilatação térmica similares. Assim, o reator é constituído de materiais com coeficiente de dilatação térmica similar ao material da pilha e do material de vedação.

[00050] No caso de uso de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, o material do reator pode ocasionar o problema de favorecer a formação de carbono. De fato, os reatores para testes de pilha a combustível de óxido sólido (PaCOS) planares são normalmente fabricados com aço, por exemplo, com o aço inoxidável ferrítico denominado CROFER, material que catalisa a pirólise do combustível carbonoso, inclusive anidro, alimentado ao reator 4, provocando a produção de elevadas quantidades de carbono sólido já nos seus tubos de alimentação.

[00051] Para resolver ou diminuir o problema de formação de carbono sólido nas regiões de temperatura elevada do sistema, isto é, que atingem condições de reação termodinamicamente favorável à pirólise para o combustível utilizado, o material do reator 4 utilizado tem que possuir caraterísticas específicas, tais como não catalisar a pirólise do combustível alimentado no compartimento anódico na temperatura de operação e ter resistência mecânica e coeficiente de dilatação térmica adequados às condições de trabalho e aos materiais componentes da PaCOS. Para solucionar esse problema, foi projeta- do um reator 4 fabricado com material a base de zircônia ou céria. Numa configuração específica foi utilizado material a base de óxido de zircônio ou a base de óxido de cério dopados com um ou mais dentre os óxidos ítria, escân- dia, calcia, gadolínia, samária, alumina e cobaltita, com quantidade total de dopantes de até 20 % em peso.

[00052] Além disso, cuidados especiais também foram tomados em relação ao projeto do reator 4. Neste caso, foram realizadas simulações matemáticas para avaliar a distribuição de velocidade dos gases nos canais de fluxo 14 existentes no reator 4 com o objetivo de direcionar de forma adequada a distribuição de combustível no ânodo, garantindo ainda a resistência mecânica em alta temperatura requerida do material cerâmico usado no corpo do reator 4. A convergência em resultados otimizados nestas simulações, permitiram o projeto de fabricação do reator cerâmico 4 especialmente fabricado para uso em testes de PaCOS.

[00053] O desenho de um exemplo de uma metade do reator 4 projetado e construído é representado na Figura 2. A outra metade (para formar o reator completo) é igual e na montagem da pilha a combustível, as duas metades de reator são colocadas uma por sobre a outra, tendo a pilha a combustível entre elas (Figura 4).

[00054] Na Figura 2 são apresentados, os tubos de entrada 9 e saída 10 dos gases de alimentação de uma das metades do reator que convergem na entrada l i e saída 12 dos canais de fluxo 14, onde o gás entra em contato com a pilha a combustível 15. A Figura 2 também apresenta a entrada do termopar 13 para medida da temperatura do reator 4 numa posição centralizada à meia espessura, até a metade do comprimento dos canais de fluxo 14.

[00055] Na Figura 3 é apresentada uma ampliação dos canais de fluxo 14. A Figura 4 apresenta o reator 4 completo, mostrando uma pilha a combustível 15 entre as duas metades do reator 4. Utiliza-se um elemento vedante, por exemplo, mica, entre as metades do reator 4 e a pilha a combustível 15. Sistema para medidas elétricas

[00056] Para avaliar o desempenho elétrico das pilhas a combustível é preciso um equipamento que possa aplicar a carga elétrica desejada e medir a tensão e a corrente elétrica produzidas pela pilha a combustível. O equipamento normalmente usado em testes de pilha a combustível (PaC) é denominado carga eletrônica 7: trata-se de um dispositivo que utiliza componentes eletrônicos, sendo capaz de variar de forma contínua a carga, isto é, corrente elétrica, em um determinado intervalo, efetuando ao mesmo tempo a medição das variáveis elétricas. A carga eletrônica 7 pode então regular a resistência do circuito de carga da PaC para se obter diferentes pontos de medição, caracterizados como corrente e tensão. O controle do dispositivo e o armazenamento dos dados são efetuados através de uma comunicação serial, que utiliza o protocolo RS232.

Sistema de análise dos gases de saída do ânodo

[00057] No caso de uso de pilha a combustível para conversão eletroquí- mica de hidrocarbonetos é necessário realizar análise dos gases de saída do ânodo para avaliar o rendimento da reação de conversão nos produtos finais. Tal análise pode ser efetuada por meio de cromatografia gasosa ou com o uso de analisador de massas. .

Sistema de controle, gestão, armazenamento dados e segurança

[00058] Para gerenciar todos os vários dispositivos descritos anteriormente, é necessário um sistema hardware-software, que por meio de um computador capaz de ler as instruções do software, possa controlar e atuar em cada dispositivo, para otimizar os ensaios e armazenar os dados, os quais poderão em seguida ser analisados para avaliar o desempenho de cada pilha a combustível testada. O software deve poder também controlar o sistema de segurança da bancada de testes, que junto com o sistema de segurança do laboratório tem que atuar para manter o ambiente do ensaio seguro. O software mencionado foi especialmente desenvolvido para a bancada de testes aqui descrita. Sendo assim, quando o software ou conjunto de instruções for executado por um computador, o computador irá controlar e acionar os dispositivos do sistema de teste da forma desejada.

[00059] Tal escolha de programar o software foi tomada para poder controlar livremente todos os aspectos do sistema, sem limitar as futuras possibilidades de modificações ou melhoramentos no processo de controle e gestão dos testes, armazenamento dos resultados e gerenciamento da segurança da bancada de testes.

[00060] As placas de interconexão, a placa de topo para fechamento e a placa de base para suporte de um empilhamento de pilhas a combustível utiliza a mesma tecnologia do reator já descrito para evitar ou diminuir a formação de carbono no ambiente do empilhamento. Na figura 2 é apresentado um exemplo de placa de base (ou de placa de topo) para empilhamento.

[00061] A Figura 5 mostra duas placas de interconexão com uma pilha a combustível entre elas. O lado esquerdo da figura mostra um desenho em três dimensões de placas de interconexão para um empilhamento e o lado direito da figura apresenta o mesmo desenho, porém, transparente, para mostrar os furos e os canais de passagem dos gases nas placas. Como é possível notar, a passagem de gás somente pode ocorrer através dos canais de fluxo posicionados no mesmo lado em que o furo condutor do gás emerge. As placas são projetadas para deixar passar o gás combustível no lado anódico e o gás oxidante no lado catódico, sem possibilidade de se misturar.

[00062] O material usado para construção do reator 4 é o mesmo utilizado na fabricação das placas de interconexão, da placa de topo para fechamento, da placa de base para suporte de empilhamento, e ainda para os tubos que alimentam gases ao empilhamento, constituído de material a base de óxido de zircônio ou a base de óxido de cério dopados com um ou mais dentre os óxidos ítria, escândia, calcia, gadolínia, samaria, alumina e cobaltita, com quantidade total de dopantes de até 20 % em peso. Um empilhamento completo é constituído pelas pilhas a combustível e placas de interconexão sobrepostas, contendo ainda placa de topo para fechamento e placa de base para suporte do empilhamento. As placas de topo e de base usadas nas extremidades do empilhamento possuem canais de fluxo apenas no lado interno, que está em conta- to com uma pilha a combustível.

[00063] A presente invenção permite a eliminação ou a diminuição drástica da formação de carbono em caso de alimentação anódica executada com combustíveis carbonosos, inclusive anidros. Essa eliminação ou diminuição drástica de formação de carbono pode ser obtida com os seguintes elementos essenciais:

1) O material usado na construção do reator 4 (e nas placas de interconexão, na placa de topo para fechamento e na placa de base para suporte de empilhamento) não é catalizador de pirólise de combustíveis carbonosos, inclusive anidros, em alta temperatura nas regiões de temperatura elevada do sistema, isto é, que atingem condições de reação termodicamicamente favorável à pirólise para o combustível utilizado e;

2) É feito controle do tempo de residência do gás combustível nas regiões aquecidas do sistema através do controle do fluxo de gases e do proje- to específico dos componentes. A quantidade de carbono sólido eventualmente produzido é função da velocidade de reação da pirólise térmica do combustível na temperatura de operação e do tempo de residência do combustível nas regiões aquecidas do sistema. Com o aumento da temperatura, a velocidade de reação aumenta e, por isso, para dificultar a eventual produção de carbono por pirólise, reduz-se o tempo de residência do combustível nas regiões aquecidas do sistema. O projeto dos tubos e dos canais considera esse tempo de residência do gás de alimentação, tendo que ser tal que não deve permitir a produção de carbono, mas sim, preferencialmente, a reação de produção de energia elétrica e/ou a conversão eletroquímica de hidrocarbonetos. Para que se tenha um baixo tempo de permanência do combustível com o uso de vazão de trabalho específica, a seção do duto de alimentação do combustível, dos furos de acesso aos canais de fluxo e da geometria desses, devem ser otimizados para evitar ou limitar a eventual deposição de carbono por pirólise.

[00063] O uso no presente caso de material cerâmico para a fabricação do reator, o qual não catalisa a reação de pirólise do combustível, contribui para limitar a formação de carbono sólido nos tubos de acesso e no ambiente da pilha a combustível. Além disso, o controle exercido de forma tal a diminuir o tempo de permanência do combustível nos ambientes de temperatura elevada do sistema, realizado através de controle do fluxo do combustível, limita a ocorrência de pirólise do combustível mesmo que termodinamicamente favorável, porém, com baixa cinética de ocorrência.