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Patent Searching and Data


Title:
TMJ JOINT DISTRACTOR - A PHYSIOTHERAPY AID FOR PATIENTS WITH TEMPOROMANDIBULAR DYSFUNCTION
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2019/167016
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a mechanical device for joint distraction of the temporomandibular joint (TMJ) and corresponds to a physiotherapy aid for patients with TMJ joint disorders. The present invention is characterized by comprising a top arm (19) and a bottom arm (20) joined together in a pivot region by a mechanical attachment and pivoting component (5) and spring (6) or mechanical component between the top arm (19) and bottom arm (20). Each arm has a handle: the top arm (19) handle (1) and the bottom arm (20) handle (4). Each arm has an intraoral end for contact with tooth surfaces: the top arm (19) has a top dental splint (2) with a surface for supporting the maxillary teeth flanked by a top dental splint retention rim (11); the bottom arm (20) has a curvature extending until the end thereof, with a customisable surface (3) for supporting the bottom teeth. The present invention also has a mechanical component (13) which limits the extent of movement and force applied by the patient or physician, for the purpose of generating the joint distraction movement.

Inventors:
RAMALHO DA FONSECA JÚLIO ANDRÉ (PT)
GOMES NICOLAU PEDRO MIGUEL (PT)
CARVALHO OLIVEIRA JOÃO PAULO (PT)
FERREIRA ROSEIRO LUIS MANUEL (PT)
Application Number:
PCT/IB2019/051669
Publication Date:
September 06, 2019
Filing Date:
March 01, 2019
Export Citation:
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Assignee:
INST POLITECNICO DE COIMBRA (PT)
UNIV DE COIMBRA (PT)
International Classes:
A61H1/02; A61B1/24; A61B17/02; A63B23/03
Domestic Patent References:
WO2017152030A12017-09-08
Foreign References:
US6558392B12003-05-06
US5035420A1991-07-30
EP2937071A12015-10-28
CN105662676A2016-06-15
Attorney, Agent or Firm:
PEREIRA DA CRUZ, João (PT)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Dispositivo mecânico para distração articular da Articulação Temporomandibular (ATM) , caracterizado por compreender :

a) um braço superior (19) e um braço inferior (20) unidos numa zona de pivotagem por um componente mecânico de fixação e pivotagem (5) e por uma mola (6) ou componente mecânico inter-braços superior (19) e inferior (20) ;

b) cada braço apresenta um cabo: cabo (1) do braço superior (19) do dispositivo e o cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo;

c) cada braço apresenta uma extremidade intra-oral para contacto com as superfícies dentárias, sendo que o braço superior (19) apresenta uma goteira superior (2) com superfície de apoio para os dentes maxilares e o braço inferior (20) uma curvatura até à sua extremidade, com uma superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores alvo;

d) um componente mecânico (5) de fixação e pivotagem do braço superior (19) ao inferior (20) que permite um mecanismo pivotante inter-braços;

e) um componente mecânico (13) limitador da extensão do movimento e da força.

2. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender dois braços (19) e (20) móveis, em que pelo movimento dos cabos (1) e (4) em torno do componente de fixação e pivotagem (5), ou seja, pela aproximação do cabo (1) do braço superior (19) do dispositivo ao cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo se produz um movimento inter-braços de afastamento das extremidades (3) e (2), que irá produzir uma força vertical descendente nos molares inferiores em contacto com a superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores com consequente produção do movimento de distração articular da ATM.

3. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por apresentar 2 braços em que:

a) os braços (19) e (20) poderão ser construídos numa só peça ou em duas peças e consequentemente, as suas extremidades poderão ser fixas ou separáveis dos cabos, podendo ser trocadas por outras de forma rápida, utilizando mecanismos de encaixe ou retenção localizados respetivamente na zona de separação (21) entre o cabo (1) do braço superior (19) e sua extremidade ou goteira (2) superior bem como na zona de separação (22) entre o cabo (4) do braço inferior (20) e a sua extremidade (3);

b) o mecanismo de encaixe e retenção nas zonas (21) e (22) é garantido através de um sistema mecânico do tipo macho-fêmea (em que a extremidade amovível tem uma saliência externa em formato V e a restante parte do braço uma saliência interna, também em formato V) e cuja complementariedade de forma garante a estabilidade das duas partes dos braços por deslizamento e encaixe; c) no caso do braço inferior (20), o encaixe na zona de separação (22) entre o cabo (4) do braço inferior (20) e a sua extremidade (3) é produzido por deslizamento no plano horizontal, podendo a extremidade inferior (3) amovível com a curvatura que a precede ser introduzida da esquerda para a direita ou vice-versa;

d) no caso do braço superior (19), encaixe na zona de separação (21) entre o cabo (1) do braço superior (19) e sua extremidade ou goteira (2) é produzido no plano vertical, com introdução da parte amovível (2) de cima para baixo;

e) na superfície ou corpo/orifícios dos cabos (1) e (4) dos braços (19) e (20) poderão ser acoplados sensores de medição de força aplicada pela mão na manipulação do dispositivo, do tipo piezoresistivo, piezelétrico ou outros, que podem ser conectados a unidades eletrónicas de controlo, embebidas num dos orifícios do cabo, ou em alternativa, estes sensores podem funcionar autonomamente, enviando dados via Bluetooth para um dispositivo de visualização e aquisição de dados.

4. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por compreender um braço superior (19) em que: a) na sua face inferior do cabo (1) do braço superior (19) apresenta uma zona de encaixe e retenção (12) da mola ou componente mecânico (6) inter-braços superior e inferior;

b) na face inferior do cabo (1) apresenta uma meia cana inferior (7) que garante o encaixe do cabo (4) do braço inferior (20) ;

c) na zona média do braço superior (19), na transição do cabo (1) para a goteira superior (2), apresenta o orifício (9) do braço superior (19) para o componente mecânico (5) de fixação e pivotagem entre o braço superior (19) e o inferior (20) .

5. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por apresentar no braço superior (19) uma extremidade com forma de goteira superior (2) com superfície de apoio para os dentes maxilares em que: a) a goteira superior (2) poderá apresentar uma superfície lisa ou rugosa para apoio dos dentes maxilares; poderá ser individualizável com material elastomérico, compósito, resina acrílica ou outro; poderá permitir o encaixe de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos tipos de materiais através dos orifícios de retenção (17);

b) a goteira superior (2) poderá permitir o encaixe de uma moldeira removível (14) para relação/contato com os dentes maxilares (14) que encaixa nos orifícios (17) para fixação da moldeira (14);

c) a goteira superior (2) é ladeada e reforçada lateralmente por uma superfície da contenção ou aba de contenção da goteira superior (11) que funciona como uma proteção labial e jugal, e que poderá ter várias formas ou desenhos no sentido de permitir também o encaixe de uma peça secundária individualizável com acrílico ou qualquer outro material, ou permitir o encaixe de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos materiais.

6. Dispositivo mecânico de acordo com as reivindicações 1 e 5 caracterizado por apresentar uma moldeira removível (14) que poderá ser individualizável ou não, construída em diversos materiais, garantindo o encaixe da arcada dentária superior, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos tipos de materiais .

7. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por o braço inferior (20) apresentar uma curvatura até à sua extremidade (3), com uma superfície individualizável para apoio dos dentes inferiores alvo em que :

a) a superfície (3) poderá ser individualizável ou não, apresentar superfície lisa ou rugosa para encaixe dos dentes mandibulares , poderá ser individualizável com acrílico ou qualquer outro material (elastómero, compósito ou outros), ou permitir o encaixe de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos materiais; b) o material escolhido para a individualização da superfície (3), uma vez retido nos orifícios da sua superfície poderá imprimir os dentes alvos por colocação e ajuste intra-oral .

8. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 e 7 caracterizado por apresentar um braço inferior (20) que apresenta simetria de desenho entre a sua face superior e inferior .

9. Dispositivo mecânico de acordo com as reivindicações 1, 7 e 8, caracterizado por apresentar um braço inferior (20) em que :

a) a rotação ao longo do maior eixo horizontal da totalidade do braço inferior (20) ou apenas da sua extremidade (3) permite tratar alternadamente a ATM esquerda ou direita, recorrendo apenas ao mesmo dispositivo e não a dois dispositivos diferentes, em função das indicações ou necessidades do usuário;

b) no caso da rotação do braço inferior (20) na sua totalidade esta é conseguida pela remoção temporária do componente mecânico (5) de fixação, remoção do componente mecânico limitador da extensão do movimento e da força (13), desencaixe da mola (6), seguida pela separação do braço superior (19) do braço inferior (20), rotação do braço inferior (20) em torno do seu maior eixo horizontal e subsequente remontagem com posicionamento do componente mecânico limitador da extensão do movimento e da força (13), da mola (6) e do componente mecânico de fixação (5), e pelo desencaixe da peça removível (15) e posicionamento da mesma na superfície de encaixe (16) na face contrária, ficando novamente o sistema funcional, mas agora com a posição simétrica do braço inferior;

c) no caso da rotação ser implementada apenas com a extremidade (3) amovível, procede-se ao desencaixe desta extremidade exercendo uma força de corte na horizontal, na zona de separação (22) entre o cabo (4) e a extremidade (3), que permitirá o deslizamento das superfícies de encaixe na saliência em forma de V, seguida pela rotação desta peça em torno do eixo do braço, sendo posteriormente implementado o seu encaixe, por pressão e deslizamento entre as superfícies de contacto em forma de V e posterior desencaixe e posicionamento do componente (15) para apoio dos incisivos inferiores na superfície de encaixe (16) da face contrária da extremidade amovível.

10. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por os seus dois braços estarem unidos por componente mecânico (5) de fixação e pivotagem do braço superior (19) ao inferior (20) em que:

a) este componente mecânico (5) de fixação e pivotagem garante a ligação entre os braços superior (19) e inferior (20), permitindo um movimento inter-braços de rotação relativamente ao seu eixo; b) este componente mecânico (5) poderá ser um pino ou veio cilíndrico com um comprimento que preenche o espaço interior;

c) este componente mecânico (5) de fixação e pivotagem é inserido através do orifício (9) do braço superior (19) e dos orifícios (8) do braço inferior permitindo o posicionamento dos 2 braços do dispositivo, a sua articulação e movimento.

11. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por compreender uma mola (6) ou componente mecânico inter-braços superior e inferior que:

a) encaixa nas superfícies de entalhe (10) do braço inferior (20) e na zona de encaixe e retenção (12) do braço superior (19);

b) poderá ser uma mola de compressão ou outro material com comportamento elástico equivalente;

c) poderá ser substituída por um componente mecânico ativo, com extremidades adaptadas às zonas de encaixe e retenção (12) e às superfícies de entalhe (10), integrando um micromotor ou atuador automático ou programável, que permita a execução do movimento linear no seu eixo e consequente afastamento ou aproximação entre os cabos (1) e (4) .

12. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caraterizado por compreender um componente mecânico (13) limitador da extensão do movimento e da força que:

a) poderá ser fixo ou móvel, ajustável ou não, rígido ou elástico, que poderá ter acoplado sistemas digitais ou outros de monitorização da força e da extensão do movimento ; b) fixável por encaixe, fricção ou aparafusamento no orifício (18) para fixação do componente mecânico limitador da extensão do movimento e da força (13) presente nas duas faces do cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo;

c) o componente (13) funciona como um fim-de-curso mecânico .

13. Dispositivo mecânico de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por compreender um braço superior (19) e um braço inferior (20) em que:

a) os seus cabos (1) e (4) apresentam superfície lisa, podendo ser rugosa ou individualizável (para uma ergonomia ajustada para preensão manual, digital com mão esquerda ou direita) com formas onduladas, arredondadas ou outras por forma a também poderem receber os diferentes sensores ou componentes que poderão vir a ser acoplados ao dispositivo;

b) os seus cabos (1) e (4) podem apresentar orifícios ao longo do seu corpo para inserção de outros componentes .

14. Dispositivo mecânico de acordo com as reivindicações 1 e 13 caracterizado por compreender um braço inferior (20) em que :

a) apresenta nas suas faces superior e inferior do seu cabo (4) uma superfície de encaixe (16) para uma peça removível (15) para relação/contato com os incisivos mandibulares ;

b) apresenta nas suas faces superior e inferior do seu cabo (4) uma superfície de entalhe (10) para encaixe da mola (6) ou componente mecânico inter-braços superior e inferior; c) apresenta na sua zona média, na transição do cabo (4) para a sua extremidade com superfície individualizável (3) com a curvatura que a precede, o orifício (8) do braço inferior (20) para o componente mecânico (5) de fixação e pivotagem para articulação entre o braço superior (19) e o inferior (20) .

15. Dispositivo mecânico de acordo com as reivindicações 1 e 14 caracterizado por apresentar uma peça removível (15) para relação/contato com os incisivos mandibulares que encaixa superfície de encaixe (16) do cabo (4) do braço inferior (20).

Description:
DESCRIÇÃO

"DISTRATOR ARTICULAR DA ATM - UM AUXILIAR DA FISIOTERAPIA DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR"

DOMÍNIO TÉCNICO DA INVENÇÃO

As Disfunções Temporomandibulares (DTM) são consideradas um grupo heterogéneo de distúrbios psico- fisiológicos do sistema estomatognático . [1_2] Abrangem um largo espectro de problemas clínicos musculares, esqueléticos ou ambos. [3_6] Iniciam-se frequentemente por dor, sons articulares e limitação da função/movimento mandibular, sendo considerados um dos principais fatores causais de dor orofacial não-dentária . [?] o tratamento conservador e não invasivo é considerado como o de eleição numa fase inicial, dado que a sintomatologia é habitualmente reduzida através da utilização conjunta de goteiras oclusais, fisioterapia e medicação . [8]

Os deslocamentos do disco articular da Articulação Temporomandibular (ATM) são a artropatia mais comum e caraterizam-se por diversos estádios de disfunção clínica que envolvem uma inter-relação anormal do complexo côndilo disco (mais frequentemente um deslocamento anterior ou ântero-medial do disco) . [9] A dor (em casos agudos), as alterações do padrão de movimento mandibular e os ruídos articulares são os sintomas mais frequentes. As causas dos deslocamentos discais não estão completamente estabelecidas. Postula-se que, na maioria dos casos, o alongamento ou a rotura dos ligamentos côndilo-discais permitem o deslocamento do disco. [1C)] Alterações da lubrificação e da qualidade do líquido sinovial têm também sido sugeridas como possíveis agentes etiológicos . [1i] A presença de osteoartrite também pode precipitar as alterações do complexo côndilo- disco . [8]

Para além da intervenção do médico dentista com goteira oclusal (entre outros recursos), a fisioterapia mandibular tem como objetivos diminuir a dor músculo- esquelética, promover o relaxamento muscular, reduzir a hiperatividade muscular, melhorar o controlo e função muscular e maximizar a mobilidade articular. Para além dos meios electro-terapêuticos existem várias técnicas de terapia manual dirigidas à ATM que visam a descompressão articular, a diminuição de fibrose e aderências ao nivel de estruturas como ligamentos ou cápsula articular, a recaptação do disco articular ou a adaptação dos tecidos retrodiscais . Tratam-se de técnicas intra-orais, como a distração da ATM ou exercícios específicos de mobilidade articular ou fortalecimento muscular. [12]

No caso específico dos deslocamentos do disco articular, a técnica de distração da ATM é um dos recursos terapêuticos mais utilizados. Trata-se de uma técnica que visa aumentar o espaço entre o côndilo mandibular e a fossa articular do temporal, descomprimindo a articulação e promovendo a adaptação dos tecidos articulares e/ou a recaptação discai. É uma técnica quase exclusivamente efetuada pelo fisioterapeuta e/ou médico dentista, com aplicações repetidas ao longo de um período extenso de tratamento, que pode atingir várias semanas ou meses, e de difícil execução manual pelo paciente em regime de ambulatório. [8]

Atualmente apenas existem dispositivos de exercício mandibular em ambulatório que visam aumentar a amplitude do movimento mandibular através da rotação, rototranslação e translação condilar. Assim, a disponibilização de um dispositivo com capacidade de efetuar ou auxiliar os pacientes na manobra de distração da ATM será um auxiliar precioso no tratamento destas patologias, aumentando a adesão dos pacientes e reduzindo os custos relacionados com um tempo longo de tratamento. Neste contexto, constitui objetivo central da presente invenção o desenvolvimento de um dispositivo biomecânico, com características inovadoras, designado por "Distrator Articular da ATM - um Auxiliar da Fisioterapia de Pacientes com Disfunção Temporomandibular" . Este dispositivo permite implementar a técnica de distração da ATM, tanto pelo fisioterapeuta e/ou médico dentista como pelo próprio paciente, sob indicação médica. O dispositivo constante desta invenção é composto por um conjunto de componentes mecânicos de fácil montagem, que permitem a personalização para cada paciente. Este dispositivo apresenta um desenho original, permitindo estabilizar a arcada superior com uma moldeira superior e apresentando uma extremidade individualizável no braço inferior, cujo movimento resultante ao nível da ATM será o aumento do espaço entre o côndilo e a fossa mandibular. O mento poderá ser facilmente estabilizado pelo paciente, com o auxílio de uma mão, enquanto a outra opera o dispositivo. Trata-se de um dispositivo de fácil utilização e compreensão pelos pacientes, com características do tipo "user-friendly" . A versatilidade do dispositivo permite a sua utilização tanto na articulação direita como na articulação esquerda. O sistema de segurança mecânica, ajustável, garante que a força e deslocamento adequados a cada paciente não sejam ultrapassados .

[1] Okeson JP . Fundamentais of occlusion and temporomandibular disorders. St. Louis: Mosby; 1985.

[2] Okeson JP . Management of temporomandibular disorders and occlusion. 3rd ed. St. Louis: Mosby-Year Book; 1993.

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[5] Makino M, Masaki C, Tomoeda K, et ai. The relationship between sleep bruxism behavior and salivary stress biomarker levei. Int J Prosthodont 2009; 22 ( 1 ) : 43-8.

[6] Nagamatsu-Sakaguchi C, Minakuchi H, Clark GT, Kuboki T. Relationship between the frequency of sleep bruxism and the prevalence of signs and symptoms of temporomandibular disorders in an adolescent population. Int J Prosthodont 2008 ; 21 (4) :292-8.

[7] Magnusson GECT . Management of Temporomandibular Disorders in the General Dental Pratice: Quintessence Publishing Co; 1999.

[8] De Leeuw R, American Academy of Orofacial Pain., American Academy of Orofacial Pain. Orofacial pain : guidelines for assessment, diagnosis, and management . 4th ed. Chicago: Quintessence; 2008. [9] Isberg-Holm AM, Westesson PL . Movement of disc and condyle in temporomandibular joints with clicking. An arthrographic and cineradiographic study on autopsy specimens . Acta Odontol Scand 1982 ; 40 ( 3 ) : 151- 64.

[10] Stegenga B, de Bont LG, Boering G, van Willigen JD. Tissue responses to degenerative changes in the temporomandibular joint: a review. J Oral Maxillofac Surg 1991; 49 (10) : 1079-88.

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[12] Craane B, Dijkstra PU, Stappaerts K, De Laat A. Randomized controlled trial on physical therapy for TMJ closed lock. J Dent Res 2012 ; 91 ( 4 ) : 364-9.

ESTADO DA TÉCNICA

Foi efetuada uma pesquisa aos dispositivos existentes e constatou-se que os dispositivos de exercício mandibular em ambulatório atualmente existentes, visam apenas aumentar a amplitude do movimento mandibular através da rotação, rototranslação e/ou translação condilar, não permitindo a implementação da técnica de distração da ATM. Esta última técnica, difere marcadamente das anteriores pois visa aumentar o espaço vertical entre o côndilo mandibular e a fossa articular do temporal, descomprimindo a articulação e promovendo a adaptação dos tecidos articulares e/ou a recaptação discai, enquanto as anteriores se preocupavam essencialmente com a amplitude de abertura bucal, podendo ser inclusivamente contraproducentes em casos de deslocamento do disco articular. Destacam-se três dispositivos na pesquisa efetuada: a) OraStretch Press Jaw Motion Rehab System (Patente desconhecida - dispositivo comercializado pela TheraBite Corporation) ; b) TheraBite System (Patente US5035420A) ; c) TheraPacer Jaw CPM (Patente US4883046 A) . São dispositivos produzidos em material polimérico sintético, de fácil limpeza pelos próprios pacientes. Nenhum destes dispositivos efetua distração articular da ATM, procurando suprir a necessidade de aumento da abertura bucal, essencialmente à custa do movimento de rotação condilar. As suas extremidades apresentam o seu apoio nos dentes anteriores de ambas as arcadas com um consequente movimento resultante de abertura bucal em rotação ou rototranslação . Não produzem em nenhum dos casos o movimento de distração articular da ATM na medida em que não originam um movimento de afastamento vertical do côndilo mandibular da fossa, conseguido pelo presente invento graças ao apoio exclusivo da sua extremidade inferior no dente mais distai da arcada inferior. Os anteriores dispositivos poderão estar indicados para casos de reabilitação pós-cirúrgica com necessidade de mobilização articular destes pacientes. No entanto, em casos de deslocamento do disco, estes dispositivos podem inclusivamente ser contraproducentes. Assim, tendo como base as pesquisas efetuadas, pode-se afirmar que não se encontraram patentes registadas que permitam evidenciar a existência de um qualquer sistema que desempenhe, na globalidade, as funções objetivas e reivindicações desta invenção. Tendo em conta o exposto, o dispositivo cuja proteção sob forma de registo de patente se solicita assume caracteristicas de verdadeira inovação, não existindo uma concorrência direta e com as mesmas indicações terapêuticas. DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

Figura 1 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista superior. Ilustra a relação entre o braço superior (19) e inferior (20) do dispositivo, bem como a angulação/curvatura das suas extremidades .

Figura 2 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista superior explodida do dispositivo. Ilustra a relação entre os diversos componentes que integram o invento.

Figura 3 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista explodida inferior do dispositivo. Ilustra a relação entre os diversos componentes que integram o invento.

Figura 4 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista lateral, com o dispositivo montado, cabos (1) e (4) afastados e extremidades (3) e (2) encerradas/aproximadas. Ilustra a relação entre o braço superior (19) e inferior (20) do dispositivo .

Figura 5 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista com o dispositivo montado, cabos (1) e (4) afastados e extremidades (3) e (2) encerradas/aproximadas. Ilustra a relação entre o braço superior (19) e inferior (20) do dispositivo, nomeadamente entre a goteira superior (2) para encaixe da maxila e a extremidade inferior (3) . Figura 6 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento, do braço superior (19); vista superior. Ilustra a forma da goteira superior (2) para encaixe da maxila.

Figura 7 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento, do braço superior (19); vista lateral.

Figura 8 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista ântero- superior do braço superior (19) do dispositivo.

Figura 9 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista superior, do braço inferior (20) do dispositivo. Ilustra a extremidade com superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores .

Figura 10 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista lateral do braço inferior (20) do dispositivo. Ilustra o cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo, perfurado e a superfície de encaixe (16) para a peça removível (15) para relação com os incisivos mandibulares .

Figura 11 - Representação em perspetiva esquemática e simplificada, de acordo com o invento; vista do braço inferior (20) do dispositivo. Ilustra a extremidade com superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores e a superfície de entalhe (10) para encaixe da mola (6) ou dispositivo inter-braços superior (19) e inferior (20) . DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DA INVENÇÃO

Fazendo referência às figuras e à sua legendagem, descreve-se com detalhe a caracterização do dispositivo mecânico de que é alvo o presente invento. Este dispositivo (distrator articular) corresponde a um auxiliar de fisioterapia para pacientes com distúrbios articulares da ATM. O seu desenho garante a aplicação da técnica de distração articular da ATM, uma prática que visa aumentar o espaço vertical entre o côndilo mandibular e a fossa articular do temporal, descomprimindo a articulação e promovendo a adaptação dos tecidos articulares e/ou a recaptação discai.

A presente invenção assenta numa configuração mecânica com dois elementos estruturais principais: um elemento estrutural superior, designado por braço superior

(19) que se encontra representado nas figuras 6, 7 e 8, e um elemento estrutural inferior, designado por braço inferior

(20) representado nas figuras 9, 10 e 11. Estes dois componentes são unidos numa zona de articulação, através de um componente mecânico (5) de fixação e pivotagem do braço superior (19) ao inferior (20) . Este componente mecânico (5) de fixação e pivotagem é inserido através do orifício (9) do braço superior (19) e do orifício (8) do braço inferior (20) para fixação do braço superior (19) ao inferior (20) . Os orifícios (8) e (9) poderão ter uma forma adaptável ao tipo de componente mecânico (5) para articulação entre os braços.

Este componente mecânico (5) permite um movimento inter-braços de rotação relativamente ao seu eixo. Poderá ser um pino ou veio cilíndrico com um comprimento que preenche o espaço interior, com furação roscada interior nas suas duas extremidades, onde aperta um parafuso para o seu bloqueio e estabilização relativamente aos dois braços. Este componente pode ser em material metálico, nomeadamente em aço inoxidável, ou em material plástico, nomeadamente em nylon ou teflon.

Cada um dos braços apresenta um cabo e uma extremidade. Pelo movimento dos cabos em torno do componente de fixação e pivotagem (5), ou seja, pela aproximação do cabo (1) do braço superior (19) do dispositivo ao cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo, produz-se um movimento de pivotagem inter-braços de afastamento das extremidades (2) e (3) de cada um dos braços com consequente produção do movimento de distração articular da ATM. As extremidades dos braços estarão inseridas intra-oralmente em contacto ajustado com os dentes maxilares e com os dentes mandibulares alvo. Com este posicionamento e ancoragem do dispositivo, durante o seu movimento inter-braços será introduzido um efeito de alavanca mecânica, com fulcro na zona dos dentes maxilares em contato com a goteira superior (2), e que irá introduzir uma força descendente nos molares inferiores em contacto com a superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores. Esta força terá uma direção perpendicular ao plano da superfície dos dentes do maxilar inferior e a resultante global do movimento ao nível da ATM corresponderá ao afastamento das superfícies articulares do côndilo da mandíbula e da fossa mandibular do temporal, com o consequente movimento de distração articular da ATM. O apoio secundário do mento, com aplicação manual (pelo operador ou pelo próprio paciente) de uma força vertical ascendente poderá maximizar o efeito pretendido, sendo portanto recomendável.

Tal como se pode observar nas Figuras 1 a 8, o braço superior (19) apresenta um cabo (1) e a sua extremidade corresponde a uma goteira superior (2) com superfície de apoio para os dentes maxilares, como observável nas Figuras 5, 6 e 8, ladeada por uma aba de contenção (11) da goteira superior (2) . O braço inferior (20), como se pode observar nas Figuras 2, 3 e 9 a 11 apresenta um cabo (4) e a sua extremidade apresenta uma curvatura que precede uma superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores. Os braços (19) e (20) poderão ser construídos numa só peça ou em duas peças e consequentemente, as suas extremidades poderão ser fixas ou separáveis dos cabos, podendo ser trocadas por outras de forma rápida, utilizando mecanismos de encaixe ou retenção, ou outros adaptados para esse fim, localizados respetivamente na zona de separação (21) entre o cabo (1) do braço superior (19) e sua extremidade ou goteira (2) superior bem como na zona de separação (22) entre o cabo (4) do braço inferior e a sua extremidade (3) .

O mecanismo de encaixe e retenção é garantido através de um sistema mecânico do tipo macho-fêmea, em que a extremidade amovível tem uma saliência externa em formato V e a restante parte do braço uma saliência interna, também em formato V. Estas duas saliências complementam-se, e têm um acabamento superficial que garante a estabilidade das duas partes do braço por deslizamento e encaixe. No caso do braço inferior (20), este encaixe é produzido por deslizamento no plano horizontal, podendo a extremidade inferior (3) amovível com a curvatura que a precede ser introduzida da esquerda para a direita ou vice-versa. No caso do braço superior (19), o encaixe é produzido no plano vertical, com introdução da parte amovível de cima para baixo. O cabo (1) do braço superior (19) do dispositivo apresenta uma superfície que pode ser lisa ou rugosa, podendo ser ergonomicamente individualizável, e uma meia cana inferior (7) que garante o encaixe do cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo.

Na sua zona média, na transição do cabo (1) para a goteira superior (2), o braço superior (19) apresenta o orifício (9) para o componente mecânico (5) de fixação e pivotagem para articulação entre o braço superior (19) e o inferior (20) . A goteira superior (2) terá uma superfície lisa ou rugosa para encosto dos dentes maxilares. Além disso, poderá ser individualizável, tipicamente através de material elastomérico, compósito, resina acrílica ou outro equivalente, garantindo o encaixe através dos orifícios de retenção (17) de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos tipos de materiais. Tal é representado pela moldeira removível para relação/contato com os dentes maxilares (14) que encaixa nos orifícios (17) para fixação da moldeira (14) .

Esta moldeira (14) poderá ser individualizável ou não, construída em diversos materiais (plásticos, compósitos, resinas acrílicas ou elastómeros ) , garantindo o encaixe da arcada dentária superior, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos tipos de materiais. A goteira superior (2) é ladeada e reforçada lateralmente por uma superfície da contenção ou aba de contenção da goteira superior (11) . Esta aba funciona como uma proteção labial e jugal. Adicionalmente, esta aba (11) permitirá também o encaixe de uma peça secundária individualizável com acrílico ou qualquer outro material, ou o encaixe de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos materiais. Na face inferior do cabo (1) do braço superior (19) do dispositivo existe uma zona de encaixe e retenção (12) da mola (6) inter-braços superior (19) e inferior (20), tal como visível nas figuras 6 e 8. A mola (6) inter-braços superior (19) e inferior (20) encaixa nas superfícies de entalhe (10) do braço inferior (20) e na zona de encaixe (12) do braço superior (19) .

Este componente (6) poderá ser uma mola de compressão ou outro material com comportamento elástico equivalente (por exemplo um cilindro em material elastomérico ) , com rigidez e elasticidade adequadas para garantir o retorno do movimento entre os braços superior (19) e inferior (20) após a aplicação da força que produz a aproximação dos cabos (1) e (4) e o consequente afastamento das extremidades (3) e (2) com a produção da resultante do movimento de distração articular da ATM. A sua rigidez e elasticidade deverão ser conhecidas e ajustadas às necessidades do dispositivo e do utilizador, no que diz respeito ao efeito mecânico pretendido pelo dispositivo, mas também relativamente a questões de utilização em segurança pelo utilizador. Esta mola (6) poderá ser substituída por um componente mecânico ativo, com extremidades adaptadas à zona de encaixe e retenção (12) e às superfícies de entalhe (10) . Este componente mecânico pode integrar um micromotor ou atuador automático ou programável, que permita a execução do movimento linear no seu eixo e consequente afastamento ou aproximação entre os braços superior (19) e inferior (20) . O componente mecânico ativo terá características de programação e ajuste pelo clínico ou utilizador, tendo associadas as variáveis tidas como necessárias, como por exemplo amplitude de movimento, tempo de ciclo e frequência de movimento. O braço inferior do dispositivo é constituído pelo seu cabo (4) e pela extremidade com superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores. O Cabo (4) do braço inferior (20) do dispositivo apresenta uma superfície lisa (podendo ser rugosa ou ergonomicamente individualizável) e orifícios ao longo do seu corpo com o principal objetivo de reduzir o seu peso. Estes orifícios devem ter uma geometria e posição relativa de modo a não interferir com o desempenho mecânico do dispositivo, garantindo a resistência e rigidez adequadas do braço. Podem assim assumir formas e dimensões distintas da apresentada no desenho, desde que as características mecânicas adequadas sejam garantidas, para ajuste aos componentes que venham a ser incluídos.

Toda a atividade do distrator poderá ser registada através de uma ou várias unidades de monitorização electrónica. Entre as possibilidades de monitorização, refira-se em especial a força que é aplicada pela mão (ou digital) na extremidade dos braços, que poderá ser quantificada pela colocação na extremidade das faces de apoio dos braços de um sensor piezorresistivo ou piezoeléctrico . Também o número de ciclos de utilização pode ser garantido através de uma unidade de massa inercial (UMI), que incorpora um acelerómetro e um giroscópio. Este tipo de sensores são de muito pequena dimensão, sendo ligados à unidade de monitorização, também de pequena dimensão, que pode estabelecer contacto via Bluetooth com um dispositivo móvel (PC, plataforma android ou plataforma IOS) . No caso de aplicação de um componente mecânico activo no lugar da mola (6), também este pode ser ligado à unidade de monitorização. Esta unidade de monitorização, com microelectrónica, e por isso de pequena dimensão, poderá ter a forma que garanta o encaixe num dos orifícios do cabo (4) do braço inferior (20), ficando assim acoplada e protegida no processo de utilização do distrator.

O cabo (4) do braço inferior (20) apresenta em ambas as faces (superior e inferior) uma superfície de entalhe (10) para encaixe da mola (6) ou dispositivo mecânico inter-braços superior (19) e inferior (20), conforme as Figuras 2, 3, 9 e 11. Na sua extremidade o braço inferior (20) do dispositivo apresenta uma curvatura até à superfície individualizável (3) para apoio dos dentes inferiores. Esta superfície (3) poderá ser individualizável ou não, apresentar superfície lisa ou rugosa para encaixe dos dentes mandibulares , poderá ser individualizável com acrílico ou qualquer outro material (elastómero, compósito ou outros), ou permitir o encaixe de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos materiais. O material escolhido para a individualização, uma vez retido nos orifícios da superfície individualizável (3) poderá imprimir os dentes alvos por colocação e ajuste intra-oral . Nas Figuras 2 e 3 observa-se que, na sua zona média, o braço inferior (20) do dispositivo apresenta um orifício (8) do braço inferior (20) para inserção do componente mecânico (5) de fixação e articulação do braço superior (19) ao inferior (20) .

O braço inferior (20) do dispositivo apresenta simetria entre a sua face superior e inferior. Poderá assim ser rodado em torno do seu maior eixo para permitir tratar a ATM esquerda ou direita, recorrendo apenas ao mesmo dispositivo e não a dois dispositivos diferentes, em função das indicações ou necessidades do paciente. Tal permite uma maior versatilidade do dispositivo, minimizando custos através de uma simples e rápida inversão da peça, e não uma peça diferente para cada lado a tratar. Facilita também o uso do dispositivo pelo profissional e pelo utente. Este objetivo poderá ser cumprido nomeadamente com a simples rotação do braço inferior do dispositivo (na sua totalidade) ou apenas da sua extremidade (3) com a curvatura que a precede no caso de ser amovível, na medida em que as extremidades dos cabos poderão ser destacáveis como citado anteriormente .

A rotação do braço inferior (20) na sua totalidade é conseguida pela remoção temporária do componente mecânico

(5) de fixação, remoção do componente mecânico limitador da extensão do movimento e da força (13) e desencaixe da mola

(6) (ou elastómero ou dispositivo mecânico ativo) . Após a separação do braço superior (19) do braço inferior (20), segue-se a rotação do braço inferior (20) e à montagem e posicionamento do componente mecânico limitador da extensão do movimento e da força (13), da mola (6) e do componente mecânico de fixação (5), ficando novamente o sistema funcional, mas agora com a posição simétrica do braço inferior (20) . Após o seu posicionamento, será desencaixada a peça removível em material plástico ( individualizável ) para relação/contato com os incisivos mandibulares (15) e posicionada na face contrária na superfície de encaixe (16) . No caso da rotação ser implementada apenas com a extremidade

(3) amovível, que pode ser separável do cabo (4), procede- se ao desencaixe desta extremidade exercendo uma força de corte na horizontal, na zona de separação (22) entre o cabo

(4) e a extremidade com superfície individualizável (3), que permitirá o deslizamento das superfícies de encaixe na saliência em forma de V. Após a remoção é feita uma rotação desta peça em torno do eixo do braço, sendo posteriormente implementado o seu encaixe, por pressão e deslizamento entre as superfícies de contacto em forma de V. Após o seu posicionamento, será desencaixada a peça removível em material plástico (individualizável) para relação/contato com os incisivos mandibulares (15) e posicionada na face contrária da extremidade amovível na superfície de encaixe (16) .

Conforme observado nas Figuras 2, 3 e 11, o braço inferior (20) do dispositivo apresenta nas suas duas faces (superior e inferior) um orifício (18) para fixação do componente mecânico (13) limitador da extensão do movimento e da força. Este componente mecânico (13) é constituído por um parafuso com cabeça normal ou especial, que será posicionado por ajuste no orifício (18) e que terá comprimento variável em função da necessidade de distração articular. O parafuso pode ser em material metálico ou polimérico, podendo integrar na sua extremidade diversos sensores que permitam a identificação de variáveis importantes para o funcionamento inteligente do dispositivo, como por exemplo um sensor de contacto para ativação de circuito ou um sensor piezoresistivo para medição da força de contacto. No caso da sua implementação, estes sensores ficam embebidos na cabeça do parafuso e serão conectados à unidade electrónica de monitorização. O sensor de contacto poderá acionar um sinal luminoso ou sonoro para a utilização do distrator com valências de biofeedback.

No processo de utilização do distrator, ao ocorrer um movimento de aproximação do braço superior (19) ao braço inferior (20), quando a superfície inferior do dispositivo tocar na cabeça do parafuso (13), o movimento fica bloqueado, funcionando como um fim-de-curso mecânico, não sendo possível introduzir mais movimento e/ou força nos dentes e por consequência na ATM, mesmo que haja um aumento de força na extremidade dos braços, por aperto manual do dispositivo. Este componente mecânico (13) limitador da extensão do movimento e da força fixar-se-á por aparafusamento no orifício (18) . As roscas do componente mecânico (13) e do orifício (18) terão rosca do tipo fino, com precisão adequada a um posicionamento sem folgas, de modo a evitar o seu desaperto durante a utilização do distrator. Em alternativa ao parafuso com cabeça este componente mecânico (13) poderá ser um pino de encaixe, em material metálico ou polimérico, com as mesmas características de utilização. Neste caso, o ajuste não será feito no local, devendo o componente ter previamente um freio ajustado ao seu comprimento adequado para a utilização. O seu posicionamento no orifício (18) será feito por pressão, e o freio funcionará como batente na face do orifício (18), de modo a garantir que o mesmo não altera a posição durante a utilização do distrator por deslizamento no orifício.

Conforme observado nas Figuras 2, 3 e 11 o braço inferior (20) do dispositivo apresenta nas suas duas faces uma superfície de encaixe (16) para uma peça removível (15) para relação/contato com os incisivos mandibulares . Esta peça (15) tem uma geometria padrão, para encaixe no orifício e rebordos laterais, que a manterá estável, e pode ser construída em elastómero, uma resina acrílica ou um plástico adequado. Pelas características geométricas, tanto da peça removível (15) como da superfície de encaixe (16), esta peça poderá ser removida com facilidade. A geometria da superfície de encaixe (16) permite em alternativa à peça removível (15), o encaixe de moldeiras, elementos protéticos individualizados ou individualizáveis ou não, nos mais diversos tipos de materiais que os possam constituir, que farão um contacto mais preciso com os incisivos mandibulares. Os cabos, superior (1) e inferior (4), do dispositivo poderão apresentar um desenho, superfícies ou geometria diferente em função da ergonomia necessária das superfícies dos cabos, podendo ser ajustada esta ergonomia para preensão manual, digital, com mão esquerda ou direita. Assim a superfície dos cabos poderá ser lisa, ser rugosa ou individualizada com formas onduladas ou arredondadas. Na superfície dos cabos (1) e (4) poderá ser acoplado um sensor de medição de força aplicada pela mão na manipulação do dispositivo, tal como referido anteriormente . Este sensor poderá ser do tipo piezoresistivo ou piezelétrico, e pode ser conectado à unidade eletrónica de controlo, embebida num dos orifícios do cabo, tal como atrás descrito. Em alternativa, este sensor pode funcionar autonomamente, enviando dados via Bluetooth para um dispositivo de visualização e aquisição de dados (PC, Android ou IOS) .

Tanto na situação de utilização apenas do sensor de força na extremidade da superfície externa dos cabos (1) e (4), como numa utilização integrada com outros sensores ( electromiográficos ou de temperatura, relógios, sensores de repetições), podem ser implementados mecanismos de controlo e/ou biofeedback na utilização do dispositivo, tanto direcionados a clínicos responsáveis pela orientação no tratamento, como ao seu utilizador final. Em particular o sensor de força na extremidade dos cabos (1) e (4), poderá ser usado autonomamente e apenas no processo de ajuste do limitador de força (13) e depois ser removido, garantindo assim a maior eficácia, segurança e proteção pessoal do paciente na sua utilização. Os componentes descritos anteriormente, bem como outros que poderão ser acoplados ao dispositivo, poderão compreender as mais diversas fontes de energia para garantir o seu funcionamento; poderão estar ligados a sistemas informáticos de controle ou monitorização de dados, via conexão física ou outra que permita transmissão da informação e poderão emitir sinais sonoros, luminosos ou outros com efeito equivalente, tanto direcionados ao utilizador como a clínicos responsáveis pela orientação no tratamento. O dispositivo poderá ser construído integralmente num único material ou numa combinação de vários materiais. Poderá ser composto em liga metálica ou em material do tipo polimérico, produzido por tecnologias de fabrico aditivo ou fabrico subtrativo, assim como por vazamento ou injeção de material.