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Patent Searching and Data


Title:
COMPOSITION BASED ON PLANT OILS TO REPLACE LANOLIN
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2022/032360
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a composition based on plant oils for use in the cosmetic or pharmaceutical industry to replace lanolin. The composition has cicatrizing properties, which is noteworthy when used in the pharmaceutical industry, The composition based on plant oils replaces lanolin and includes the following components: (a) coconut oil, (b) sunflower oil, and (c) soy lecithin.

Inventors:
DACHS YAGODA ANGEL (BR)
Application Number:
PCT/BR2020/050313
Publication Date:
February 17, 2022
Filing Date:
August 11, 2020
Export Citation:
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Assignee:
MAIAN INDUSTRIA DE PRODUTOS QUIM LTDA (BR)
International Classes:
A61K36/28; A61K8/55; A61K8/92; A61K31/685; A61K36/889; A61P17/02; A61Q19/00
Domestic Patent References:
WO2008150603A12008-12-11
Foreign References:
US20200171119A12020-06-04
US20190380350A12019-12-19
US20130224138A12013-08-29
US20040161484A12004-08-19
US20050233015A12005-10-20
Attorney, Agent or Firm:
LEXT PROPRIEDADE INTELECTUAL LTDA (BR)
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Claims:
Reivindicações

1. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina caracterizada por compreender:

(f) óleo de coco;

(g)óleo de girassol; e

(h) lecitina de soja.

2. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por compreender:

(a) de 50% a 85% em peso de óleo de coco;

(b) de 8% a 26% em peso óleo de girassol; e

(c) de 5% a 22% em peso lecitina de soja.

3. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada por

(a) de 55% a 80% em peso de óleo de coco;

(b) de 11% a 21% em peso óleo de girassol; e

(c) de 7% a 15% em peso lecitina de soja.

4. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizada por o óleo de coco ser refinado e apresentar uma acidez Mg KOH/g máxima de 0,1 % medida pelo Método AOCS Ca 5a-40.

5. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizada por o óleo de girasol apresenta uma acidez Mg KOH/g máxima de 2 medida pelo Método AOCS Ca 5a-40 e deve compreender uma cadeia graxa C18: l de 75% a 90,7%.

6. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizada por a lecitina de soja apresentar uma acidez Mg KOH/g de no máximo 2 medida pelo método AOCS Ja 6-55.

7. Método de obtenção de composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina conforme reivindicação 1, caracterizado por apresentar as seguintes etapas:

(a) num reator são introduzidos de 50% a 85% em massa de óleo de coco e de 8% a 26% em massa de óleo de girassol; (b) a mistura é aquecida até temperatura entre 40°C e 60°C;

(c) ainda mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homegeinização;

(d) em seguida é adicionada de 5% a 22% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C até a homogeinização;

(e) deixa-se o produto obtido esfriar para se proceder com o envase.

10. Método de obtenção de composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina conforme reivindicação 9, caracterizado por apresentar as seguintes etapas:

(a) em um reator são introduzidos de 55% a 80% em massa de óleo de coco e de 11% a 21% em massa de óleo de girassol;

(b) a mistura é aquecida até temperatura entre 45°C e 55 °C;

(c) ainda mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homegeinização;

(d) em seguida é adicionada de 7% a 15% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C até a homogeinização;

(e) deixa-se o produto obtido esfriar por volta de 35 °C para se proceder com o envase.

Description:
COMPOSIÇÃO A BASE DE ÓLEOS VEGETAIS SUBSTITUTA DE LANOLINA

Campo da Invenção

[001] A presente invenção refere a uma composição a base de óleos vegetais com aplicação na indústria cosmética ou farmacêutica, como substituinte de lanolina. Particularmente na indústria farmacêutica a composição apresenta propriedades cicatriza ntes.

Antecedentes da Invenção

[002] A lanolina é a gordura da lã que é fabricada a partir das secreções sebáceas da gordura de ovelha. Trata-se de uma mistura de esteróis e álcoois graxos de cadeia longa. Essa mistura às vezes contém outras substâncias (níquel, cromo, cobre, etc) na forma de traços.

[003] A lanolina é um produto natural obtido a partir da cera de lã bruta gerada pelos beneficiadores têxteis como um sub produto do processo. Durante o beneficiamento, a lã é lavada com uma mistura de sabões e detergentes gerando uma mistura de água, sabões e vários tipos de impurezas impregnadas.

[004] Normalmente pode-se obter por volta de 10 a 15% de gordura de lã neste tipo de processo. A lanolina é, então, obtida através de um sofisticado processo de refinação de cera da lã bruta.

[005] A lanolina é uma cera constituída de uma mistura de ésteres de alto peso molecular. Esses ésteres que a compõem são resultados de inúmeras combinações entre diversos tipos de álcoois e ácidos, fazendo com que a lanolina seja um material único.

[006] A lanolina é composta por ésteres cuja fração ácida tem cadeia carbônica variando de C7 a C40 e a fração alcoólica de C14 a C36. Portanto, a combinação final de ésteres é muito grande, mas os componentes mais importantes são os hidroxi-ésteres provenientes da combinação de ácidos graxos com dióis e esteróis ou de álcoois graxos com hidroxi- ácidos.

[007] Esses hidroxi-ésteres são os grandes responsáveis pela capacidade de absorção de água da Lanolina, uma das suas principais características, responsável até hoje pela sua utilização e importância.

[008] A lanolina é uma especialidade química de alto valor agregado e que devido ao volume demandado pelas indústrias cosmética e farmacêutica há necessidade de muitos rebanhos de ovelhas para atender tal demanda. [009] A lanolina é um semi-sólido amarelado a cinza contendo 25 a 30% de água em sua forma hidratada e um semi-sólido amarelo-acastanhado em sua forma anidra. A lanolina contém ésteres de colesterol de ácidos graxos mais elevados.

[0010] Devido às suas propriedades emolientes, hidratantes, emulsificantes e sua capacidade de absorção de água lanolina é usada como componente de produtos farmacêuticos, composições para acabamento de couro, sabões e detergentes, cremes para o rosto, tecidos faciais, composições para cabelos, preparações para bronzear e similares.

[0011] Apesar de todas essas propriedades a origem animal da lanolina é cada vez menos satisfatória para o consumidor, incomodada pelo tremor epizoótico. Reações alérgicas decorrentes de resíduos de pesticidas, odor forte, composição variável, falta de confiabilidade no fornecimento, etc, são fatores adicionais que levaram os cientistas a procurar substitutos da lanolina.

[0012] As tentativas de substituição de lanolina por produtos oleoquímicos são numerosas.

[0013] Até agora, os substitutos propostos não oferecem satisfação total por causa das propriedades, da complexidade de sua composição, de certas características físico- químicas elevadas, como o índice de acidez, e/ou de seus custos de fabricação.

[0014] O documento EP 0051148 ensina produto substituto de lanolina compreendendo ácidos graxos de cadeia curta e ácido graxo de coco.

[0015] O documento US 2005233015 A ensina substituto de lanolina a base de manteiga de karité.

[0016] O documento WO 2004065533 ensina substituto de lanolina que são obtidos a partir de ácidos graxos saturados e/ou insaturados, ou seus ésteres, ou hidrocarbonetos, podendo conter óleos vegetais, que são submetidos a tratamento térmico de 100 °C a 400 °C, particularmente entre 230 °C a 350 °C.

[0017] O documento DE 10143948 ensina produto substituto para lanolina a base de poli- isobuteno, podendo conter óleos vegetais.

[0018] A presente invenção trata de um produto substituto para lanolina que apresenta vantagens em relação aos produtos conhecidos do homem da técnica.

Objetivos da Invenção

[0019] Foi desenvolvida uma composição substituta de lanolina na indústria farmacêutico ou cosmética, que apresentasse:

- preço final atraente;

- um produto sustentável;

- empregasse matéria-prima disponível no mercado e não tóxica;

- empregasse um processo de obtenção de baixo consumo de energia e sem produção de efluentes.

Resumo da Invenção

[0020] Foi desenvolvida uma composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina que surpreendentemente apresenta propriedade cicatrizante. A composição compreende óleo de coco, óleo de girassol e lecitina de soja.

Breve Descrição das Figuras

- A Figura 1 ilustra as imagens representativas dos respectivos grupos e tempos.

- A Figura 2 ilustra a porcentagem de fechamento da ferida conforme o tempo, entre os grupos.

Descrição Detalhada da Invenção

[0021] A presente invenção será descrita agora de forma mais completa. A composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina segundo a invenção compreende:

(a) óleo de coco;

(b) óleo de girassol; e

(c) lecitina de soja.

[0022] O óleo de coco, azeite de coco ou manteiga de coco é um óleo vegetal que contém cerca de 90% de ácidos graxos extraídos mediante prensagem da polpa ou cerne dos cocos (Cocos nucifera).

[0023] Ele é muito empregado na indústria dos cosméticos (para elaboração de sabões e cremes).

[0024] É matéria-prima para a produção de dietanolamidas de ácido graxo de coco, derivados do álcool láurico como os lauril sulfato de sódio, inibidores de corrosão, óleo sulfonados e diversos outros produtos na indústria de matérias primas para cosméticos.

[0025] Óleo virgem

[0026]_0 óleo de coco pode ser extraído através de processamento "seco" ou "molhado". O processamento a seco requer que a massa seja extraída da casca e seca usando fogo, luz solar, ou forno para criar copra. A copra é processada ou dissolvida com solventes, produzindo óleo de coco e uma polpa com alto teor proteico e de fibras. A polpa geralmente é utilizada para alimentar ruminantes, visto que ela não tem qualidade suficiente para os padrões industriais. Não há nenhum processo para extrair a proteína da polpa.

[0027] O processo "molhado" usa coco cru ao invés de copra, e as proteínas presentes no coco criam uma emulsão de água e óleo. Quebra-se então a emulsão por fervura prolongada, centrifugação ou pré-tratamentos incluindo frio, calor, ácidos, sais, enzimas, eletrólise, ondas de choque, destilação a vapor, ou alguma combinação.

[0028] Óleo refinado

[0029]_0 óleo refinado geralmente é feito a partir de grãos de coco secos, que são pressionados em uma prensa hidráulica aquecida para extrair o óleo. Isto produz praticamente todo o óleo presente, representando mais de 60% do peso seco do coco. Este óleo de coco "bruto" não é apropriado para o consumo porque contém contaminantes e deve ser refinado com mais aquecimento e filtragem.

[0030] Um outro método para a extração de óleo de coco envolve a ação enzimática da alfa-amilase, poligalacturonase e proteases em uma pasta de coco diluída.

[0031] Hidroaenacão

[0032] O óleo refinado pode ser processado ainda mais em óleo parcialmente hidrogenado ou óleo hidrogenado, para aumentar seu ponto de fusão. Como óleos virgem e refinado derretem a uma temperatura de 24°C, alimentos contendo óleos de coco tendem a derreter em climas quentes. Por isso, um maior ponto de fusão é desejável nesses climas. O ponto de fusão do óleo de coco hidrogenado varia entre 36°C e 40°C.

[0033] A composição do óleo de coco refinado compreende ácidos graxos C6 - C20, tais como: ácido capróico, ácido caprílico, ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmitoleico, ácido esteárico, oleico, ácido linoleico e ácido araquídico.

[0034] Por exemplo o óleo de coco refinado extraído da amêndoa do fruto da palmeira oleaginosa Elaeis guineensis e submetido ao processo de refino, apresenta a composição de ácidos graxos indicados na Tabela 1 abaixo:

TABELA 1

[0035] Cerca de 40% da gordura do coco é composta pelo ácido láurico. No corpo humano, se transforma em monolaurina, um monoglicerídeo de ação antibacteriana, antiviral e antiprotozoária, usado pelo organismo para destruir a capa lipídica de vários microorganismos.

[0036] O óleo de coco segundo a invenção deve apresentar uma acidez Mg KOH/g máxima de 0,1 % medida pelo Método AOCS Ca 5a-40.

[0037] A presente invenção trata de composição que compreende em relação à sua massa total de 50 % a 85 % em peso de óleo de coco. Preferencialmente emprega-se óleo de coco refinado.

[0038] A composição também compreende em relação à sua massa total de 8% a 26% de óleo de girassol.

[0039] O óleo de girassol é extraído da semente da planta Heüanthus annuus.

[0040] É usado em cosméticos e devido a sua grande concentração de vitamina E, é recomendado para usar na pele (uso tópico) para proteção e fortalecimento.

[0041] O girassol Heüanthus annuus é uma planta anual da família das Asteraceae, gênero Heliantheae. O nome é derivado do formato de sua inflorescência.

[0042] O óleo de girassol compreende ácidos graxos C12 - C22, tais como: ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmítico, ácido palmitoleico, ácido esteárico, ácido oleico (Ômega 9), ácido linoleico (Ômega 6), ácido linolênico (Ômega 3), ácido araquídico, ácido eicosenoico, ácido behênico, ácido erúcico e ácido lignocérico, conforme indicando na Tabela 2 abaixo:

TABELA 2

[0043] Como todos os óleos vegetais, o óleo de girassol é essencialmente constituído por triacilgliceróis (98 a 99%). Tem um elevado teor em ácidos insaturados (cerca de 83%), mas um reduzido teor em ácido linolénico (< 0,2%). O óleo de girassol é essencialmente rico no ácido gordo essencial (AGE) ou ácido linoleico.

[0044] O óleo de girasol segundo a invenção deve apresentar uma acidez Mg KOH/g máxima de 2 medida pelo Método AOCS Ca 5a-40 e compreender cadeia graxa C18: l de 75% a 90,7%.

[0045] A composição segundo a invenção compreende em relação a massa total da composição 5% a 22% em massa de lecitina de soja.

[0046] A lecitina é um fosfolipídio encontrado de forma natural em alimentos de origem animal e vegetal, sendo a gema de ovo, a soja e o gérmen de trigo as principais fontes.

[0047] Os principais fosfolípidos presentes na lecitina comercializada (proveniente de soja ou de sementes de girassol) são a fosfatidilcolina, o fosfatidilinositol, o fosfatidiletanolamina e o ácido fosfatídico (geralmente abreviados como PC, PI, PE e PA, respectivamente). De modo a adequar a ação da lecitina de acordo com o produto a que será adicionada, a lecitina poderá ser hidrolizada enzimaticamente. Na lecitina hidrolizada, uma porção dos fosfolípidos têm um ácido gordo removido por ação de uma fosfolipase. Tais fosfolípidos são designados como lisofosfolípidos. A fosfolipase mais usada para este fim é designada como fosfolipase A2, que remove o ácido gordo na posição sn-2.

[0048] As lecitinas podem também ser modificadas por um processo designado como fracionamento, que consiste na mistura do óleo num álcool (geralmente etanol). Alguns fosfolípidos têm boa solubilidade no etanol (por exemplo, a fosfatidilcolina), enquanto que outros fosfolípidos se mostram insolúveis no mesmo solvente. A solução de etanol é, depois, decantada e submetida à evaporação do solvente de modo a obter uma fração de lecitina enriquecida com fosfatidilcolina.

[0049] A lecitina de soja empregada segundo a invenção deve apresentar uma acidez Mg KOH/g de no máximo 2 medida pelo método AOCS Ja 6-55.

[0050] Segundo uma forma de realização da invenção, a composição compreende em massa em relação à massa total da composição os seguintes componentes:

(a) de 50% a 85% em peso de óleo de coco;

(b) de 8% a 26% em peso óleo de girassol; e

(c) de 5% a 22% em peso lecitina de soja.

[0051] Segundo ainda outra forma de realização da invenção, a composição compreende em massa em relação à massa total da composição os seguintes componentes:

(a) de 55% a 80% em peso de óleo de coco;

(b) de 11% a 21% em peso óleo de girassol; e

(c) de 7% a 15% em peso lecitina de soja.

[0052] A composição substituta de lanolina segundo a invenção apresenta propriedade cicatrizante, podendo ser empregada na indústria farmacêutica em produtos que requeiram esta propriedade como pomadas, emplastros, etc.

[0053] O método de obtenção da composição envolve as seguintes etapas:

(a) em um reator são introduzidos de 50% a 85% em massa de óleo de coco e de 8% a 26% em massa de óleo de girassol;

(b) a mistura é aquecida até temperatura entre 40°C e 60°C;

(c) ainda mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homogeneização;

(d) em seguida é adicionada de 5% a 22% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C até a homogeneização;

(e) deixa-se o produto obtido esfriar para se proceder com o envase.

[0054] Segundo outra forma de realização da invenção, o método de obtenção da composição envolve as seguintes etapas:

(a) em um reator são introduzidos de 55% a 80% em massa de óleo de coco e de 11% a 21% em massa de óleo de girassol; (b) a mistura é aquecida até temperatura entre 45 °C e 55 °C;

(c) ainda mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homogeneização;

(d) em seguida é adicionada de 7% a 15% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C até a homogeneização;

(e) deixa-se o produto obtido esfriar por volta de 35 °C para se proceder com o envase.

[0055] A seguir são apresentados exemplos meramente ilustrativos, que não devem ser tomados para efeito limitativo da invenção.

Exemplo 1

[0056] Foi reproduzida uma composição substituta de lanolina segundo a invenção compreendendo os componentes conforme indicando na Tabela 3 abaixo:

TABELA 3

Exemplo 2

[0057] A composição indicada no exemplo 1 foi obtida através de protocolo que envolveu as seguintes etapas:

- em um reator de inox foram introduzidos primeiramente de 75% em massa de óleo de coco e em seguida de 15% em massa de óleo de girassol;

- a mistura foi aquecida até temperatura de 50 °C, até os componentes ficarem líquidos (não aumentou-se mais a temperatura pois as cadeias carbônicas dos componentes podem se quebrar);

- com a temperatura mantida de 50 °C os componentes foram misturados com rotação de 35 rpm por 30 minutos até a mistura ficar homogênea;

- em seguida foi adicionada lentamente de 10% em massa de lecitina de soja e misturada com rotação de 35 rpm por 40 minutos mantendo-se a temperatura a 50 °C; - a mistura obtida na etapa anterior foi deixada esfriar até 35 °C, pois o envase do produto final deve se dar com o produto no estado líquido. Não é recomendável deixar-se esfriar totalmente, já que o produto pode solidificar no equipamento dificultando assim o envase.

Exemplo 3

[0058] Com o objetivo de simular uma ferida in vitro, realizou-se um ensaio a partir da monocamada de células. A partir dessa monocamada, foi realizado uma ferida e aplicado o produto-investigacional apresentando a composição indicada no exemplo 1, no meio de cultura suplementado e comparado ao grupo controle. O fechamento da ferida foi acompanhado em diversos períodos de tempo através de imagens para análise da ferida. Esta metodologia mimetizou o processo de cicatrização de feridas in vivo.

[0059] 1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO

[0060] As condições experimentais utilizadas são aceitas e condizentes com as metodologias aplicadas atualmente na comunidade científica internacional, bem como a utilização de células em condições adequadas de cultivo.

[0061] 2. METODOLOGIA

[0062] 2.1 Cultura de células

[0063] Neste estudo foram utilizadas células de queratinócitos humanos da epiderme, mantidas em cultivo com DMEM (Dulbecco's Modified Eagle's Medium) com adição de suplementos, em estufa a 37°C e 5% de CO2 e manipuladas dentro da capela de fluxo laminar. Na passagem 03 após descongelamento, as células foram distribuídas em placas de 35mm.

[0064] 2.2 Preparo da amostra Amostra NV.52.02

• Condições de preparo da amostra na solução de partida: 10 mg/ml em meio de cultura suplementado.

• Aspecto da amostra solubilizada: totalmente solubilizada.

• Concentrações previstas da amostra (mg/ml): lOmg/ ml.

• Presença de solvente adicional na maior concentração testada da amostra: não se aplica.

• Medida de pH na maior concentração testada da amostra: não determinado.

[0065] 2.3 Preparo dos grupos controles Grupo controle: meio de cultura suplementado

[0066] 2.4 Realização da ferida e acompanhamento [0067] No momento que as culturas atingiram 100% de confluência, foi realizada uma ferida in vitro e este foi considerado o momento 0h. Neste momento, foi adicionado meio de cultura suplementado no grupo controle e a solução preparada da amostra NV.52.02 para o grupo experimental. As culturas foram mantidas a 37°C por 48 horas, sendo que imagens foram realizadas a cada 15 minutos.

[0068] 2.5 Análise dos resultados

[0069] As imagens foram avaliadas com o auxílio do software Image! Foram analisadas as áreas das feridas no tempo 0, 12, 24, 36 e 48 horas para avaliar a porcentagem do fechamento da ferida com o tempo, sendo considerado 0% no momento 0h e considerado 100% de fechamento de ferida quando não era possível observar o fundo da placa.

[0070] 3. RESULTADOS

[0071] As feridas no momento 0h no grupo Controle e grupo Amostra NV.52.02 apresentaram área semelhante. Após 24 horas, observou-se que o grupo Amostra

NV.52.02 realizou o fechamento da ferida em torno de 81%, enquanto que o grupo controle apresentou fechamento de 53%. Ao final das 36 horas, o grupo Amostra

NV.12.02 apresentou fechamento completo da ferida simulada, enquanto que o grupo controle precisou de 48 horas para fechar a ferida de maneira completa.

[0072] A Figura 1, em anexo, traz as imagens representativas dos respectivos grupos e tempos.

[0073] A Figura 2 e a Tabela 4 demonstram a porcentagem de fechamento da ferida conforme o tempo entre os grupos, sendo que foi considerado 0% no tempo 0h e 100% quando não era possível identificar o fundo da placa na imagem.

TABELA 4

[0074] 4. CONCLUSÕES

[0075] De acordo com os resultados obtidos, é possível afirmar que: - A amostra NV.52.02 reduziu o tempo de fechamento total da ferida.

Exemplo 4 [0076] Foi reproduzida uma composição substituta de lanolina segundo a invenção compreendendo os componentes conforme indicando na Tabela 5 abaixo:

TABELA 5