WO2008150603A1 | 2008-12-11 |
US20200171119A1 | 2020-06-04 | |||
US20190380350A1 | 2019-12-19 | |||
US20130224138A1 | 2013-08-29 | |||
US20040161484A1 | 2004-08-19 | |||
US20050233015A1 | 2005-10-20 |
Reivindicações 1. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina caracterizada por compreender: (f) óleo de coco; (g)óleo de girassol; e (h) lecitina de soja. 2. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por compreender: (a) de 50% a 85% em peso de óleo de coco; (b) de 8% a 26% em peso óleo de girassol; e (c) de 5% a 22% em peso lecitina de soja. 3. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada por (a) de 55% a 80% em peso de óleo de coco; (b) de 11% a 21% em peso óleo de girassol; e (c) de 7% a 15% em peso lecitina de soja. 4. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizada por o óleo de coco ser refinado e apresentar uma acidez Mg KOH/g máxima de 0,1 % medida pelo Método AOCS Ca 5a-40. 5. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizada por o óleo de girasol apresenta uma acidez Mg KOH/g máxima de 2 medida pelo Método AOCS Ca 5a-40 e deve compreender uma cadeia graxa C18: l de 75% a 90,7%. 6. Composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizada por a lecitina de soja apresentar uma acidez Mg KOH/g de no máximo 2 medida pelo método AOCS Ja 6-55. 7. Método de obtenção de composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina conforme reivindicação 1, caracterizado por apresentar as seguintes etapas: (a) num reator são introduzidos de 50% a 85% em massa de óleo de coco e de 8% a 26% em massa de óleo de girassol; (b) a mistura é aquecida até temperatura entre 40°C e 60°C; (c) ainda mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homegeinização; (d) em seguida é adicionada de 5% a 22% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C até a homogeinização; (e) deixa-se o produto obtido esfriar para se proceder com o envase. 10. Método de obtenção de composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina conforme reivindicação 9, caracterizado por apresentar as seguintes etapas: (a) em um reator são introduzidos de 55% a 80% em massa de óleo de coco e de 11% a 21% em massa de óleo de girassol; (b) a mistura é aquecida até temperatura entre 45°C e 55 °C; (c) ainda mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homegeinização; (d) em seguida é adicionada de 7% a 15% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C até a homogeinização; (e) deixa-se o produto obtido esfriar por volta de 35 °C para se proceder com o envase. |
Campo da Invenção
[001] A presente invenção refere a uma composição a base de óleos vegetais com aplicação na indústria cosmética ou farmacêutica, como substituinte de lanolina. Particularmente na indústria farmacêutica a composição apresenta propriedades cicatriza ntes.
Antecedentes da Invenção
[002] A lanolina é a gordura da lã que é fabricada a partir das secreções sebáceas da gordura de ovelha. Trata-se de uma mistura de esteróis e álcoois graxos de cadeia longa. Essa mistura às vezes contém outras substâncias (níquel, cromo, cobre, etc) na forma de traços.
[003] A lanolina é um produto natural obtido a partir da cera de lã bruta gerada pelos beneficiadores têxteis como um sub produto do processo. Durante o beneficiamento, a lã é lavada com uma mistura de sabões e detergentes gerando uma mistura de água, sabões e vários tipos de impurezas impregnadas.
[004] Normalmente pode-se obter por volta de 10 a 15% de gordura de lã neste tipo de processo. A lanolina é, então, obtida através de um sofisticado processo de refinação de cera da lã bruta.
[005] A lanolina é uma cera constituída de uma mistura de ésteres de alto peso molecular. Esses ésteres que a compõem são resultados de inúmeras combinações entre diversos tipos de álcoois e ácidos, fazendo com que a lanolina seja um material único.
[006] A lanolina é composta por ésteres cuja fração ácida tem cadeia carbônica variando de C7 a C40 e a fração alcoólica de C14 a C36. Portanto, a combinação final de ésteres é muito grande, mas os componentes mais importantes são os hidroxi-ésteres provenientes da combinação de ácidos graxos com dióis e esteróis ou de álcoois graxos com hidroxi- ácidos.
[007] Esses hidroxi-ésteres são os grandes responsáveis pela capacidade de absorção de água da Lanolina, uma das suas principais características, responsável até hoje pela sua utilização e importância.
[008] A lanolina é uma especialidade química de alto valor agregado e que devido ao volume demandado pelas indústrias cosmética e farmacêutica há necessidade de muitos rebanhos de ovelhas para atender tal demanda. [009] A lanolina é um semi-sólido amarelado a cinza contendo 25 a 30% de água em sua forma hidratada e um semi-sólido amarelo-acastanhado em sua forma anidra. A lanolina contém ésteres de colesterol de ácidos graxos mais elevados.
[0010] Devido às suas propriedades emolientes, hidratantes, emulsificantes e sua capacidade de absorção de água lanolina é usada como componente de produtos farmacêuticos, composições para acabamento de couro, sabões e detergentes, cremes para o rosto, tecidos faciais, composições para cabelos, preparações para bronzear e similares.
[0011] Apesar de todas essas propriedades a origem animal da lanolina é cada vez menos satisfatória para o consumidor, incomodada pelo tremor epizoótico. Reações alérgicas decorrentes de resíduos de pesticidas, odor forte, composição variável, falta de confiabilidade no fornecimento, etc, são fatores adicionais que levaram os cientistas a procurar substitutos da lanolina.
[0012] As tentativas de substituição de lanolina por produtos oleoquímicos são numerosas.
[0013] Até agora, os substitutos propostos não oferecem satisfação total por causa das propriedades, da complexidade de sua composição, de certas características físico- químicas elevadas, como o índice de acidez, e/ou de seus custos de fabricação.
[0014] O documento EP 0051148 ensina produto substituto de lanolina compreendendo ácidos graxos de cadeia curta e ácido graxo de coco.
[0015] O documento US 2005233015 A ensina substituto de lanolina a base de manteiga de karité.
[0016] O documento WO 2004065533 ensina substituto de lanolina que são obtidos a partir de ácidos graxos saturados e/ou insaturados, ou seus ésteres, ou hidrocarbonetos, podendo conter óleos vegetais, que são submetidos a tratamento térmico de 100 °C a 400 °C, particularmente entre 230 °C a 350 °C.
[0017] O documento DE 10143948 ensina produto substituto para lanolina a base de poli- isobuteno, podendo conter óleos vegetais.
[0018] A presente invenção trata de um produto substituto para lanolina que apresenta vantagens em relação aos produtos conhecidos do homem da técnica.
Objetivos da Invenção
[0019] Foi desenvolvida uma composição substituta de lanolina na indústria farmacêutico ou cosmética, que apresentasse:
- preço final atraente;
- um produto sustentável;
- empregasse matéria-prima disponível no mercado e não tóxica;
- empregasse um processo de obtenção de baixo consumo de energia e sem produção de efluentes.
Resumo da Invenção
[0020] Foi desenvolvida uma composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina que surpreendentemente apresenta propriedade cicatrizante. A composição compreende óleo de coco, óleo de girassol e lecitina de soja.
Breve Descrição das Figuras
- A Figura 1 ilustra as imagens representativas dos respectivos grupos e tempos.
- A Figura 2 ilustra a porcentagem de fechamento da ferida conforme o tempo, entre os grupos.
Descrição Detalhada da Invenção
[0021] A presente invenção será descrita agora de forma mais completa. A composição a base de óleos vegetais substituta de lanolina segundo a invenção compreende:
(a) óleo de coco;
(b) óleo de girassol; e
(c) lecitina de soja.
[0022] O óleo de coco, azeite de coco ou manteiga de coco é um óleo vegetal que contém cerca de 90% de ácidos graxos extraídos mediante prensagem da polpa ou cerne dos cocos (Cocos nucifera).
[0023] Ele é muito empregado na indústria dos cosméticos (para elaboração de sabões e cremes).
[0024] É matéria-prima para a produção de dietanolamidas de ácido graxo de coco, derivados do álcool láurico como os lauril sulfato de sódio, inibidores de corrosão, óleo sulfonados e diversos outros produtos na indústria de matérias primas para cosméticos.
[0025] Óleo virgem
[0026]_0 óleo de coco pode ser extraído através de processamento "seco" ou "molhado". O processamento a seco requer que a massa seja extraída da casca e seca usando fogo, luz solar, ou forno para criar copra. A copra é processada ou dissolvida com solventes, produzindo óleo de coco e uma polpa com alto teor proteico e de fibras. A polpa geralmente é utilizada para alimentar ruminantes, visto que ela não tem qualidade suficiente para os padrões industriais. Não há nenhum processo para extrair a proteína da polpa.
[0027] O processo "molhado" usa coco cru ao invés de copra, e as proteínas presentes no coco criam uma emulsão de água e óleo. Quebra-se então a emulsão por fervura prolongada, centrifugação ou pré-tratamentos incluindo frio, calor, ácidos, sais, enzimas, eletrólise, ondas de choque, destilação a vapor, ou alguma combinação.
[0028] Óleo refinado
[0029]_0 óleo refinado geralmente é feito a partir de grãos de coco secos, que são pressionados em uma prensa hidráulica aquecida para extrair o óleo. Isto produz praticamente todo o óleo presente, representando mais de 60% do peso seco do coco. Este óleo de coco "bruto" não é apropriado para o consumo porque contém contaminantes e deve ser refinado com mais aquecimento e filtragem.
[0030] Um outro método para a extração de óleo de coco envolve a ação enzimática da alfa-amilase, poligalacturonase e proteases em uma pasta de coco diluída.
[0031] Hidroaenacão
[0032] O óleo refinado pode ser processado ainda mais em óleo parcialmente hidrogenado ou óleo hidrogenado, para aumentar seu ponto de fusão. Como óleos virgem e refinado derretem a uma temperatura de 24°C, alimentos contendo óleos de coco tendem a derreter em climas quentes. Por isso, um maior ponto de fusão é desejável nesses climas. O ponto de fusão do óleo de coco hidrogenado varia entre 36°C e 40°C.
[0033] A composição do óleo de coco refinado compreende ácidos graxos C6 - C20, tais como: ácido capróico, ácido caprílico, ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmitoleico, ácido esteárico, oleico, ácido linoleico e ácido araquídico.
[0034] Por exemplo o óleo de coco refinado extraído da amêndoa do fruto da palmeira oleaginosa Elaeis guineensis e submetido ao processo de refino, apresenta a composição de ácidos graxos indicados na Tabela 1 abaixo:
TABELA 1
[0035] Cerca de 40% da gordura do coco é composta pelo ácido láurico. No corpo humano, se transforma em monolaurina, um monoglicerídeo de ação antibacteriana, antiviral e antiprotozoária, usado pelo organismo para destruir a capa lipídica de vários microorganismos.
[0036] O óleo de coco segundo a invenção deve apresentar uma acidez Mg KOH/g máxima de 0,1 % medida pelo Método AOCS Ca 5a-40.
[0037] A presente invenção trata de composição que compreende em relação à sua massa total de 50 % a 85 % em peso de óleo de coco. Preferencialmente emprega-se óleo de coco refinado.
[0038] A composição também compreende em relação à sua massa total de 8% a 26% de óleo de girassol.
[0039] O óleo de girassol é extraído da semente da planta Heüanthus annuus.
[0040] É usado em cosméticos e devido a sua grande concentração de vitamina E, é recomendado para usar na pele (uso tópico) para proteção e fortalecimento.
[0041] O girassol Heüanthus annuus é uma planta anual da família das Asteraceae, gênero Heliantheae. O nome é derivado do formato de sua inflorescência.
[0042] O óleo de girassol compreende ácidos graxos C12 - C22, tais como: ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmítico, ácido palmitoleico, ácido esteárico, ácido oleico (Ômega 9), ácido linoleico (Ômega 6), ácido linolênico (Ômega 3), ácido araquídico, ácido eicosenoico, ácido behênico, ácido erúcico e ácido lignocérico, conforme indicando na Tabela 2 abaixo:
TABELA 2
[0043] Como todos os óleos vegetais, o óleo de girassol é essencialmente constituído por triacilgliceróis (98 a 99%). Tem um elevado teor em ácidos insaturados (cerca de 83%), mas um reduzido teor em ácido linolénico (< 0,2%). O óleo de girassol é essencialmente rico no ácido gordo essencial (AGE) ou ácido linoleico.
[0044] O óleo de girasol segundo a invenção deve apresentar uma acidez Mg KOH/g máxima de 2 medida pelo Método AOCS Ca 5a-40 e compreender cadeia graxa C18: l de 75% a 90,7%.
[0045] A composição segundo a invenção compreende em relação a massa total da composição 5% a 22% em massa de lecitina de soja.
[0046] A lecitina é um fosfolipídio encontrado de forma natural em alimentos de origem animal e vegetal, sendo a gema de ovo, a soja e o gérmen de trigo as principais fontes.
[0047] Os principais fosfolípidos presentes na lecitina comercializada (proveniente de soja ou de sementes de girassol) são a fosfatidilcolina, o fosfatidilinositol, o fosfatidiletanolamina e o ácido fosfatídico (geralmente abreviados como PC, PI, PE e PA, respectivamente). De modo a adequar a ação da lecitina de acordo com o produto a que será adicionada, a lecitina poderá ser hidrolizada enzimaticamente. Na lecitina hidrolizada, uma porção dos fosfolípidos têm um ácido gordo removido por ação de uma fosfolipase. Tais fosfolípidos são designados como lisofosfolípidos. A fosfolipase mais usada para este fim é designada como fosfolipase A2, que remove o ácido gordo na posição sn-2.
[0048] As lecitinas podem também ser modificadas por um processo designado como fracionamento, que consiste na mistura do óleo num álcool (geralmente etanol). Alguns fosfolípidos têm boa solubilidade no etanol (por exemplo, a fosfatidilcolina), enquanto que outros fosfolípidos se mostram insolúveis no mesmo solvente. A solução de etanol é, depois, decantada e submetida à evaporação do solvente de modo a obter uma fração de lecitina enriquecida com fosfatidilcolina.
[0049] A lecitina de soja empregada segundo a invenção deve apresentar uma acidez Mg KOH/g de no máximo 2 medida pelo método AOCS Ja 6-55.
[0050] Segundo uma forma de realização da invenção, a composição compreende em massa em relação à massa total da composição os seguintes componentes:
(a) de 50% a 85% em peso de óleo de coco;
(b) de 8% a 26% em peso óleo de girassol; e
(c) de 5% a 22% em peso lecitina de soja.
[0051] Segundo ainda outra forma de realização da invenção, a composição compreende em massa em relação à massa total da composição os seguintes componentes:
(a) de 55% a 80% em peso de óleo de coco;
(b) de 11% a 21% em peso óleo de girassol; e
(c) de 7% a 15% em peso lecitina de soja.
[0052] A composição substituta de lanolina segundo a invenção apresenta propriedade cicatrizante, podendo ser empregada na indústria farmacêutica em produtos que requeiram esta propriedade como pomadas, emplastros, etc.
[0053] O método de obtenção da composição envolve as seguintes etapas:
(a) em um reator são introduzidos de 50% a 85% em massa de óleo de coco e de 8% a 26% em massa de óleo de girassol;
(b) a mistura é aquecida até temperatura entre 40°C e 60°C;
(c) ainda mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homogeneização;
(d) em seguida é adicionada de 5% a 22% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 40°C e 60°C até a homogeneização;
(e) deixa-se o produto obtido esfriar para se proceder com o envase.
[0054] Segundo outra forma de realização da invenção, o método de obtenção da composição envolve as seguintes etapas:
(a) em um reator são introduzidos de 55% a 80% em massa de óleo de coco e de 11% a 21% em massa de óleo de girassol; (b) a mistura é aquecida até temperatura entre 45 °C e 55 °C;
(c) ainda mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C a mistura é agitada com rotação entre 30 e 50 rpm até a homogeneização;
(d) em seguida é adicionada de 7% a 15% em massa de lecitina de soja, e a mistura é novamente agitada com rotação entre 30 e 50 rpm, mantendo a temperatura entre 45 °C e 55 °C até a homogeneização;
(e) deixa-se o produto obtido esfriar por volta de 35 °C para se proceder com o envase.
[0055] A seguir são apresentados exemplos meramente ilustrativos, que não devem ser tomados para efeito limitativo da invenção.
Exemplo 1
[0056] Foi reproduzida uma composição substituta de lanolina segundo a invenção compreendendo os componentes conforme indicando na Tabela 3 abaixo:
TABELA 3
Exemplo 2
[0057] A composição indicada no exemplo 1 foi obtida através de protocolo que envolveu as seguintes etapas:
- em um reator de inox foram introduzidos primeiramente de 75% em massa de óleo de coco e em seguida de 15% em massa de óleo de girassol;
- a mistura foi aquecida até temperatura de 50 °C, até os componentes ficarem líquidos (não aumentou-se mais a temperatura pois as cadeias carbônicas dos componentes podem se quebrar);
- com a temperatura mantida de 50 °C os componentes foram misturados com rotação de 35 rpm por 30 minutos até a mistura ficar homogênea;
- em seguida foi adicionada lentamente de 10% em massa de lecitina de soja e misturada com rotação de 35 rpm por 40 minutos mantendo-se a temperatura a 50 °C; - a mistura obtida na etapa anterior foi deixada esfriar até 35 °C, pois o envase do produto final deve se dar com o produto no estado líquido. Não é recomendável deixar-se esfriar totalmente, já que o produto pode solidificar no equipamento dificultando assim o envase.
Exemplo 3
[0058] Com o objetivo de simular uma ferida in vitro, realizou-se um ensaio a partir da monocamada de células. A partir dessa monocamada, foi realizado uma ferida e aplicado o produto-investigacional apresentando a composição indicada no exemplo 1, no meio de cultura suplementado e comparado ao grupo controle. O fechamento da ferida foi acompanhado em diversos períodos de tempo através de imagens para análise da ferida. Esta metodologia mimetizou o processo de cicatrização de feridas in vivo.
[0059] 1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
[0060] As condições experimentais utilizadas são aceitas e condizentes com as metodologias aplicadas atualmente na comunidade científica internacional, bem como a utilização de células em condições adequadas de cultivo.
[0061] 2. METODOLOGIA
[0062] 2.1 Cultura de células
[0063] Neste estudo foram utilizadas células de queratinócitos humanos da epiderme, mantidas em cultivo com DMEM (Dulbecco's Modified Eagle's Medium) com adição de suplementos, em estufa a 37°C e 5% de CO2 e manipuladas dentro da capela de fluxo laminar. Na passagem 03 após descongelamento, as células foram distribuídas em placas de 35mm.
[0064] 2.2 Preparo da amostra Amostra NV.52.02
• Condições de preparo da amostra na solução de partida: 10 mg/ml em meio de cultura suplementado.
• Aspecto da amostra solubilizada: totalmente solubilizada.
• Concentrações previstas da amostra (mg/ml): lOmg/ ml.
• Presença de solvente adicional na maior concentração testada da amostra: não se aplica.
• Medida de pH na maior concentração testada da amostra: não determinado.
[0065] 2.3 Preparo dos grupos controles Grupo controle: meio de cultura suplementado
[0066] 2.4 Realização da ferida e acompanhamento [0067] No momento que as culturas atingiram 100% de confluência, foi realizada uma ferida in vitro e este foi considerado o momento 0h. Neste momento, foi adicionado meio de cultura suplementado no grupo controle e a solução preparada da amostra NV.52.02 para o grupo experimental. As culturas foram mantidas a 37°C por 48 horas, sendo que imagens foram realizadas a cada 15 minutos.
[0068] 2.5 Análise dos resultados
[0069] As imagens foram avaliadas com o auxílio do software Image! Foram analisadas as áreas das feridas no tempo 0, 12, 24, 36 e 48 horas para avaliar a porcentagem do fechamento da ferida com o tempo, sendo considerado 0% no momento 0h e considerado 100% de fechamento de ferida quando não era possível observar o fundo da placa.
[0070] 3. RESULTADOS
[0071] As feridas no momento 0h no grupo Controle e grupo Amostra NV.52.02 apresentaram área semelhante. Após 24 horas, observou-se que o grupo Amostra
NV.52.02 realizou o fechamento da ferida em torno de 81%, enquanto que o grupo controle apresentou fechamento de 53%. Ao final das 36 horas, o grupo Amostra
NV.12.02 apresentou fechamento completo da ferida simulada, enquanto que o grupo controle precisou de 48 horas para fechar a ferida de maneira completa.
[0072] A Figura 1, em anexo, traz as imagens representativas dos respectivos grupos e tempos.
[0073] A Figura 2 e a Tabela 4 demonstram a porcentagem de fechamento da ferida conforme o tempo entre os grupos, sendo que foi considerado 0% no tempo 0h e 100% quando não era possível identificar o fundo da placa na imagem.
TABELA 4
[0074] 4. CONCLUSÕES
[0075] De acordo com os resultados obtidos, é possível afirmar que: - A amostra NV.52.02 reduziu o tempo de fechamento total da ferida.
Exemplo 4 [0076] Foi reproduzida uma composição substituta de lanolina segundo a invenção compreendendo os componentes conforme indicando na Tabela 5 abaixo:
TABELA 5
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