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Title:
METHOD FOR OBTAINING GRAPHENE OXIDE- AND POLYESTER-BASED TEXTILE FIBRES
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2021/097544
Kind Code:
A1
Abstract:
The process is aimed at the production of polyester and graphene oxide nanocomposites, for applications in the textile industry, and comprises the formation of a premix of polyester particles with a dispersion of graphene oxide in solvent which, after drying, results in a heterogeneous hybrid compound with the polyester particles covered by sheets of graphene oxide. The heterogeneous hybrid compound is inserted into a twin-screw extruder, for the formation of a polymeric nanocomposite by mixing in the molten state. The extrusion of the polymeric nanocomposite is then carried out in equipment coupled with a thread pulling device. The threads produced have graphene oxide particles with excellent distribution in the polyester matrix, without clumps and allowing the use of said threads for various applications, including the production of fabric.

Inventors:
FECHINE GUILHERMINO JOSÉ MACÊDO (BR)
MUNÕZ PABLO ANDRÉS RIVEROS (BR)
ANDRADE RICARDO JORGE ESPANHOL (BR)
LAMBERT TAMÍRIS DE OLIVEIRA (BR)
DINI CLAUDIO ROGÉRIO (BR)
Application Number:
PCT/BR2020/050483
Publication Date:
May 27, 2021
Filing Date:
November 18, 2020
Export Citation:
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Assignee:
DINI TEXTIL IND E COMERCIO LTDA (BR)
INST PRESBITERIANO MACKENZIE (BR)
International Classes:
D01F1/02; D01D1/02; D01D1/04; D01F1/09; D01F1/10
Foreign References:
US20120244333A12012-09-27
CN105463620A2016-04-06
CN106995945A2017-08-01
CN105200547A2015-12-30
KR20110031826A2011-03-29
Other References:
YOON, O.J. ET AL.: "Nanocomposite nanofibers of poly( D, L -lactic-co- glycolic acid) and graphene oxide nanosheets", COMPOSITES: PART A, vol. 42, 2011, pages 1978 - 1984, XP028330936, DOI: 10.1016/j.compositesa.2011.08.023
MUÑOZ, P.A.R. ET AL.: "Novel improvement in processing of polymer nanocomposite based on 2D materials as fillers", EXPRESS POLYMER LETTERS, vol. 12, no. 10, 2018, pages 930 - 945, XP055825564
COLONNA. S. ET AL.: "Effect of processing conditions on the thermal and electrical conductivity of poly (butylene terephthalate) nanocomposites prepared via ring-opening polymerization", MATERIALS AND DESIGN, vol. 119, 2017, pages 124 - 132, XP029934611, DOI: 10.1016/j.matdes.2017.01.067
Attorney, Agent or Firm:
ARNAUD, Antonio M. P. (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Processo de obtenção de fibras têxteis a base de óxido de grafeno e poliéster, caracterizado pelo fato de compreender as etapas de:

- prover uma carga de partículas de poliéster menores que lmm;

- prover uma carga de dispersão de partículas de óxido de grafeno, com espessura de 1 a 10 nm e dimensão lateral de 0,5 a 10 micrômetros, em um solvente adequado e com uma concentração variando de 1,0 a 5,0 g/l;

- pré- misturar a carga de dispersão de óxido de grafeno com a carga de partículas de poliéster, com a concentração de óxido de grafeno variando em função das propriedades finais do nanocompósito polimérico a ser obtido;

- secar a pré-mistura da carga de poliéster e da carga de dispersão de óxido de grafeno, em temperaturas inferiores a 50°C, sob vácuo e sob agitação constante, formando um composto hibrido heterogéneo contendo grânulos do poliéster, recobertos com folhas de óxido de grafeno;

- submeter o composto hibrido heterogéneo a uma secagem final para um teor de umidade de 20.000 a 30.000 ppm;

- submeter o composto hibrido heterogéneo a uma etapa de mistura em estado fundido em uma extrusora dupla rosca, formando um nanocompósito polimérico;

- coletar o nanocompósito polimérico e submetê-lo a silos de secagem para que seja obtido um teor de umidade minimo de 30.000; e - processar o nanocompósito polimérico em uma extrusora, para produção de fios.

2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de a concentração de óxido de grafeno na pré- mistura com a carga de partículas de poliéster ser de 0,5% a 5,0% em massa da matriz de poliéster, para se alcançar melhorias em propriedades térmicas do nanocompósito polimérico a ser obtido.

3. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de a concentração de óxido de grafeno na pré- mistura com a carga de partículas de poliéster ser de 0,01% a 1,0% em massa da matriz de poliéster, para se alcançar melhorias em propriedades mecânicas de tração e desgaste do nanocompósito polimérico a ser obtido.

4. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de o solvente da dispersão de óxido de grafeno ser selecionado dentre água e solventes orgânicos.

5. Processo, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de os solventes orgânicos serem selecionados dentre etanol, álcool isopropilico e tetrahidrofurano.

6. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de a etapa de secagem final do composto hibrido heterogéneo ser realizada em estufa de circulação, a 60°C e por 36 horas.

7. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de a etapa de mistura em estado fundido do composto híbrido heterogéneo ser realizada em uma extrusora dupla rosca, nas seguintes condições: taxa de alimentação d 5 a lOg/h; velocidade de rosca de 100 a 200 rpm; e perfil de temperatura de 240 a 280°C.

8. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de os fios, obtidos pelo processamento do nanocompósito polimérico, apresentarem um diâmetro de 200 dtex, com 49 filamentos.

Description:
"PROCESSO DE OBTENÇÃO DE FIBRAS TEXTEIS A BASE DE ÓXIDO DE

GRAFENO E POLIÉSTER"

Campo da invenção

[001] A invenção é voltada à produção de nanocompósitos de poliéster e óxido de grafeno destinados às indústrias transformadoras de fios sintéticos, como as indústrias têxteis, de malharia sintética, automobilistica e aeronáutica, podendo ser aplicada na obtenção de fios com maior desempenho mecânico, tribológico e apresentando maior conforto térmico para o usuário do produto têxtil.

Técnica anterior

[002] Os processos conhecidos, voltados à produção de fibras têxteis a partir de misturas de nanocompósitos a base de grafeno e material polimérico, apenas promovem a mistura fisica do grafeno ou óxido de grafeno, na forma de pó, com grânulos do polimero, sendo essa mistura sólida conduzida diretamente a equipamentos de formação do nanocompósitos, tal como uma extrusora.

[003] Esses conhecidos processos, que utilizam a mistura sólida do pó de grafeno ou óxido de grafeno com grânulos do polimero, não permitem desagregar ou dispersar completamente as particulas durante o processamento, conduzindo à formação de aglomerados de grafeno ou de óxido de grafeno na matriz polimérica, ou seja, no material nanocompósito obtido a partir da referida mistura sólida. Esses aglomerados de nanoparticulas de grafeno ou de óxido de grafeno impossibilitam a produção de fios com propriedades homogéneas, sendo que, muitas vezes, nem o fio consegue ser puxado.

[004] Alguns desses processos conhecidos utilizam grafeno e uma matriz de poliamida ou de nylon, materiais esses que não conduzem aos mesmos resultados obtidos com o uso do óxido de grafeno disperso em uma matriz de poliéster.

[005] O documento WO2017066937A1 descreve um processo de obtenção de fibras de um material nanocompósito formado por grafeno e poliéster, sendo que a dispersão da carga seca é realizada em misturador de alta velocidade, com a fibra sendo obtida por diluição de um concentrado no qual as concentrações de grafeno variam de 0.1 até 20%. Nesse processo, o alto cisalhamento leva à quebra (degradação) do polimero e perda de propriedades da matriz, sendo que a utilização de materiais secos não garante uma adequada dispersão das partículas de grafeno na matriz polimérica.

[006] O documento CN 105200547A descreve um processo de obtenção de fibras de um material nanocompósito formado por óxido de grafeno reduzido e poliéster, com a dispersão da carga seca sendo também realizada em misturador de alta velocidade, em concentrações de óxido de grafeno variando de 0,1 a 20% e com posterior extrusão em dupla rosca. Conforme descrito em relação ao processo anterior acima citado, esse outro processo também apresenta o inconveniente de produzir alto cisalhamento, levando à quebra do polimero e perda de propriedades da matriz polimérica. A utilização de materiais secos na formação da mistura, não garante uma adequada dispersão das particulas de grafeno na matriz polimérica.

[007] Um material bidimensional como o óxido de grafeno, apresentando elevada área superficial, necessita de poucos teores em nanocompósitos poliméricos, para prover uma efetiva ação reforçante. Entretanto, essa mesma propriedade induz a uma re-aglomeração muito fácil das particulas de óxido de grafeno durante a mistura com o polimero.

[008] A dispersão deficiente das particulas de óxido de grafeno na matriz polimérica conduz à formação de aglomerados de óxido de grafeno, não permitindo a obtenção de fios homogéneos e de diâmetros micrométricos exigidos para aplicação na indústria têxtil. Esses aglomerados podem impedir que os fios sejam formados, pois entopem as matrizes de extrusão, ou levar à ruptura catastrófica do material compósito durante a fiação.

Sumário da invenção

[009] Em razão das deficiências dos processos de obtenção de referidas fibras têxteis, em material nanocompósito de óxido de grafeno e poliéster, a presente invenção tem o objetivo de prover um processo para a obtenção de referidas fibras que permita uma correta inserção de particulas de óxido de grafeno em poliéster, garantindo uma boa distribuição e uma adequada dispersão dessas particulas na matriz polimérica, evitando a formação dos aglomerados e garantindo a produção dos fios sem as indesejáveis rupturas durante a fiação. [010] De acordo com a invenção em questão, é utilizada uma suspensão de óxido de grafeno de elevada concentração, para pré-mistura com as particulas do poliéster, recobrindo- as, com a consequente manutenção da morfologia do óxido de grafeno, sem gerar a formação de aglomerados no composto hibrido heterogéneo assim obtido. Deve ser observado que o processo de formação do composto hibrido heterogéneo, antes da produção do nanocompósito polimérico via mistura com o polimero no estado fundido, garante dispersão e distribuição adequadas das particulas de óxido de grafeno na matriz polimérica, permitindo a subsequente formação de fios homogéneos e de diâmetros micrométricos.

Breve descrição dos desenhos

[011] O processo em questão será descrito a seguir, fazendo-se referência aos desenhos anexos nos quais:

[012] A figura 1 representa um gráfico com distribuição de particulas de óxido de grafeno geradas a partir de imagens de microtomografia de raios-X do nanocompósito de poliéster e óxido de grafeno, com concentração de 0,0125% em massa de óxido de grafeno na matriz polimérica; essa técnica fornece uma informação mais ampla da amostra analisada, podendo ser avaliado um grande número de particulas; e

[013] A figura 2 representa uma imagem de microscopia eletrónica de transmissão (MET) do nanocompósito com concentração de 0,0125% em massa de óxido de grafeno na matriz de poliéster, (essa técnica é usada para observações de áreas bem menores que a tomografia), cobrindo uma região mais ampliada e próxima às partículas de óxido de grafeno. Descrição do processo da invenção

[014] O processo objeto da presente invenção compreende as seguintes fases e etapas:

[015] Em uma primeira fase do processo, denominada de pré-mistura, o poliéster é micronizado para produção de partículas com dimensões menores que 1 mm, garantindo assim o aumento da área superficial.

[016] Nessa fase de pré-mistura, é provida uma dispersão de óxido de grafeno em solvente adequado e com concentração variável entre 1 e 5 g/L. O solvente pode ser água e, com isso, a concentração da dispersão pode atingir valores máximos de 5 g/L, facilitando assim a próxima etapa (mistura da dispersão de óxido de grafeno com os grânulos do polimero, seguida de secagem). Ou seja, o volume da dispersão a ser usado será baixo para atingir as concentrações especificadas de óxido de grafeno no compósito, para que o processo de secagem seja mais rápido. No caso de solventes orgânicos, como etanol, álcool isopropilico e tetrahidrofurano, a concentração da dispersão de óxido de grafeno é definida em limites inferiores (próximo a lg/L), o que conduz à necessidade de um volume maior da dispersão para atingir as mesmas concentrações. Outro fator importante é que quando se usa água como solvente, o processo de obtenção do óxido de grafeno (esfoliação liquida do óxido de grafite) produz material de melhor qualidade (menor número de folhas empilhadas e maior tamanho lateral).

[017] O óxido de grafeno presente na dispersão utilizada caracteriza-se por ter espessura variando entre 1 a 10 nm e tamanho lateral na faixa de 0,5 a 10 micrômetros.

[018] Tendo sido obtida a dispersão de óxido de grafeno, um volume conhecido dessa dispersão é pré-misturado a uma massa de poliéster para se atingir a concentração de óxido de grafeno desejada no nanocompósito poliéster/óxido de grafeno. A concentração de óxido de grafeno é determinada em função das propriedades finais do produto a ser preparado ou sua aplicabilidade, seja fibra ou tecido. No caso de melhorias em propriedades térmicas, a concentração de óxido de grafeno necessária varia em torno de 0,5 a 5,0% em massa da matriz de poliéster, enquanto que para melhoria em propriedades mecânicas de tração e desgaste, esse valor fica em torno de 0,01 a 1,0%.

[019] A pré-mistura de poliéster, óxido de grafeno e solvente é submetida a uma etapa de secagem a baixas temperaturas (inferiores a 50°C) sob vácuo e submetida a agitação constante. Nessa etapa é obtido o composto hibrido heterogéneo formado por grânulos do poliéster, recobertos com folhas de óxido de grafeno.

[020] Após a etapa de secagem, o composto hibrido heterogéneo é submetido a uma etapa de secagem final, sendo exposto, por exemplo, por um periodo de 36 h, a 60° C, em um equipamento apropriado tal como uma estufa de circulação, para garantir a eliminação de partículas de água adsorvidas no composto hibrido heterogéneo. Ao final dessa etapa secagem final, o composto deve atingir valores entre 20.000 e 30.000 ppm de umidade.

[021] Em uma segunda fase do processo, é realizada a produção do nanocompósito polimérico a partir do composto hibrido heterogéneo submetido às etapas de secagem e de secagem final. Nessa segunda fase o composto hibrido heterogéneo é submetido a uma etapa de mistura em estado fundido por processamento em extrusora dupla rosca. As condições de processamento e perfil de rosca são as seguintes:

- Taxa de alimentação: de 5 a lOg/h

- Velocidade de rosca: de 100 a 200 rpm

- Perfil de temperatura: de 240 a 280°C.

[022] Completada a fase de produção de produção do nanocompósito polimérico, por mistura em estado fundido em extrusora dupla rosca, o nanocompósito polimérico é coletado e conduzido a silos de secagem acoplados a uma extrusora com dispositivos para produção de fios.

[023] Após secagem nos silos, para garantir um valor minimo de 30.000 ppm de teor de umidade, o nanocompósito polimérico é processado sob as seguintes condições:

- Taxa de alimentação: de 30 a 40 kg/h

- Velocidade de bomba da rosca: de 30 a 40 rpm

- Perfil de temperatura: de 260 a 280°C.

- Velocidade de puxamento do fio: de 2600 a 3000 m/min [024] O fio produzido pode apresentar diâmetro variando em torno de 200 dtex com 49 filamentos.

[025] A boa distribuição e dispersão das partículas dentro do fio foram comprovadas pelo uso de imagens obtidas a partir de técnicas de microscopia eletrónica de varredura e microtomografia de raios-X, conforme ilustrado nos desenhos anexos.

[026] Como pode ser observado pela figura 1 dos desenhos, o nanocompósito polimérico apresenta uma distribuição bastante homogénea das partículas de óxido de grafeno na matriz de poliéster.

[027] Na figura 2 dos desenhos, pode ser notado que as folhas de óxido de grafeno apresentam muito pouca sobreposição entre elas, o que indica que o processo de produção do nanocompósito polimérico foi eficiente em promover uma muito boa distribuição das partículas de óxido de grafeno na matriz de poliéster, evitando o indesejável processo de aglomeração. Outra evidência da conservação das estruturas de óxido de grafeno esfoliadas sem formação de aglomerados é o fato de não ter sido observados entupimentos da fiadeira.

[028] A presente invenção permite a correta inserção de partículas de óxido de grafeno em poliéster, garantindo uma boa distribuição e dispersão dessas na matriz polimérica utilizando a mistura no estado fundido.