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Patent Searching and Data


Title:
RECIPIENT WITH A DISCHARGE NIPPLE OF MILLIMETRIC DIAMETERS, FITTED WITH A BREATHER, IN WHICH NO VACUUM IS FORMED AT THE BEGINNING OF OR DURING DISCHARGE OR SUCTION AND AIR DOES NOT PASS THROUGH THE LIQUID, RESULTING IN A UNIFORM FLOW WITH NO SPURTS, AND A TWO-PART RECIPIENT
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2020/113295
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention is based on having air at the bottom of the package before discharging or suction (in the case of baby bottles) of the liquid in order to prevent the formation of a vacuum at the beginning of and during discharge or suction, in which said packages have a discharge or suction nipple of millimetric diameters. The first structural variant uses the principle of communicating vessels, with the lower opening (6) of the breather pipe oriented into the recipient. In one variant, the opening of the breather is closed by a stopper and hydropneumatic equilibrium is achieved. The second variant involves a structure in which the inlet of the nozzle of the body of the baby bottle (6) is parabolic and the vertical diameter is much greater than the horizontal diameter, which is equal to the diameter of the breather (5). The third solution involves damming the air above the transverse plate (P) using the liquid when the baby bottle is tipped, forcing the air to be discharged into the atmosphere via the small tube (5a). Other structures achieve the objective of the present invention using mechanical check valves or capillary holes separating the liquid from the air and using surface tension.

Inventors:
DE CARVALHO DAVID (BR)
Application Number:
PCT/BR2019/050512
Publication Date:
June 11, 2020
Filing Date:
December 02, 2019
Export Citation:
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Assignee:
DE CARVALHO DAVID (BR)
International Classes:
A61J9/04; B65D23/04; B65D47/02
Foreign References:
US20050133546A12005-06-23
KR20140114249A2014-09-26
KR20130028028A2013-03-18
US20160296422A12016-10-13
US20110100945A12011-05-05
US8931650B22015-01-13
US2744646A1956-05-08
Attorney, Agent or Firm:
RICCI & ASSOCIADOS PROPRIEDADE INTELECTUAL S/S LTDA. (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Um recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), onde o recipiente (1) pode assumir uma pluralidade de formas de recipientes com orifícios de saída do líquido na ordem de milímetros, sendo o líquido (L) acondicionado pelo recipiente (1) dotado de fluidez necessária para o escoamento no interior do recipiente (1) e no conduto (5), onde o dito respiro (4) possui meios comunicantes de entrada de ar adaptável para o recipiente (1) de líquidos cujo corpo pode ser rígido, semirrígido, flexível, descartável e compreende ainda o conduto (5) que é dotado de uma abertura superior (7) para a entrada do ar e uma abertura inferior (6) de saída do ar para o fundo do recipiente (1), o conduto (5) transporta o ar externo para o fundo do recipiente (1) sem contato com o líquido (L) e de acordo com o princípio dos vasos comunicantes, impedindo a formação de vácuo inicial no fundo do recipiente (1) antes do início da descarga ou da sucção do líquido caracterizado pelo fato de o referido conduto (5) poder ser posicionado de várias maneiras, cuja extremidade inferior (6) está posicionada no interior do recipiente (1) ou na parede do mesmo, enquanto que a abertura superior (7) está posicionada no lado externo do recipiente (1), aproximadamente na altura, abaixo ou acima da tampa (3), sendo que a porção vertical do respiro (4) pode estar internamente, em várias posições, ou acoplada à parede do recipiente (1) junto à parede interna ou fixada ao corpo do recipiente (1) ou à tampa (3) ou ainda conectado à parede por meio de um pescoço que define o início da porção horizontal do conduto (5) que se estende para o centro ou para a parede oposta da entrada (8) do conduto (5) no recipiente (1) evitando o retorno do liquido pelo conduto (5) do respiro (4), configurado de tal modo que ao entornar-se o recipiente (1) o liquido do conduto (5) possa ir para o fundo dele, permitindo fluxo livre de ar externo da entrada (7) para o fundo do recipiente (6) sem atravessar o liquido (L) , impedindo a formação de vácuo no fundo do recipiente (1), antes mesmo deste liquido ser descarregado ou sugado, proporcionando um fluxo uniforme sem golfadas.

2. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da porção vertical do respiro (4) poder ser acoplada à parede ou conectada a ela por meio de um pescoço; a porção horizontal do respiro (4) prolongada pode ser acoplada à parede interna ou externa, podendo ainda ser inclinada com relação ao fundo do recipiente (1) .

3. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato do respiro (4) ter seu conduto (17) encaixando-se no corpo do recipiente (1), onde o recipiente (1) é dotado de um corte (15) na sua parede; o referido corte (15) tem formato de cunha, onde a porção mais externa da parede possui abertura menor que a porção mais interna; o corte (15) se estende até a porção superior do recipiente configurando um meio de encaixe para uma peça de fechamento (16) que também tem formato de cunha e se solidariza com a parede do recipiente (1) proporcionando um meio de encaixe com o recipiente (1); o referido encaixe é realizado preferivelmente pela porção superior do recipiente (1) proporcionado perfeita vedação às paredes do recipiente (1); a peça de fechamento (16) é dotada de um conduto (17) que se estende da porção superior do recipiente (1) até a porção inferior do mesmo, a fim de proporcionar a passagem de ar para o fundo do recipiente; na porção inferior da peça de fechamento (16) o conduto (17) se solidariza com o seu respectivo prolongamento (20) configurando um respiro que se estende em direção ao centro do recipiente (1) .

4. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracteri zado pelo fato do respiro (4) ser totalmente interno ao recipiente (1) e ter a abertura superior (7) no corpo do recipiente (1) ou na tampa (3) ou acoplado ao bico (2) de descarga; o respiro (4) pode ser vertical, obliquo, curvo ou reto.

5. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato dos respiros (4) serem removíveis, sendo a abertura superior (7) montada na tampa (3) do recipiente (1); podendo os ditos respiros (4) serem removidos junto com a tampa (30) ou sendo a abertura (7) montada no corpo, podendo o respiro também ser removido .

6. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato os respiros (4) serem desmontáveis e removíveis.

7. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracteri zado pelo fato do respiro (4) ser constituído utilizando-se parte da parede do recipiente (1) e uma parede interna (12) plana ou curva; a referida parede interna (12) configura um conduto (5a) juntamente com a parede do recipiente (1) .

8. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato da parede interna (12) possuir uma inclinação que permita melhor escoamento dos líquidos, principalmente os mais viscosos; um orifício (14) pode ser aberto na porção superior do recipiente (1) configurando um respiro (4) .

9. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato dos condutos

(5) serem flexíveis podendo possuir um elemento metálico para que ele se adapte às variedades de formatos de recipientes ( 1 ) .

10. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato dos respiros (4) serem telescópicos para ser usando em recipientes (1) de várias alturas; os condutos (5) dos respiros (4), bem como os recipientes (1) podem ser construídos com secções transversais: circulares, quadradas, retangulares ou hexagonais .

11. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da abertura superior (7) ser dotada de um batoque (9), microválvula de agulha ou dispositivo semelhante, com a finalidade de manter a entrada de ar do respiro (4) fechada ou controlada .

12. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de ser dotado de uma placa (P) transversal e um orifício para permitir a salda do ar do espaço E para a atmosfera, através do tubinho (5A) .

13. O recipiente com bico de descarga de diâmetros milimétricos, dotado de respiro (4), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato do recipiente ser uma mamadeira térmica dotada de respiro (4) interno, mantendo o liquido presente corpo e respiro aquecido .

14. Um recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, caracterizado pelo fato do ar entrar no recipiente (1) pela porção inferior, sendo esse dispositivo dotado de uma câmara (B) que é separada da câmara (A) por uma placa fixa (C) , tendo a abertura inferior (6), onde está instalada uma válvula, que se abre e permite o ar passar da câmara (B) para a câmara (A) ao se inclinar a embalagem; sendo a inclinação do recipiente (1) responsável por abrir a válvula; a abertura (7), que comunica o ar externo com a câmara (B) , pode permanecer aberta ou ser aberta manualmente ou ainda aberta automaticamente por uma microválvula ou permitir a passagem de ar por meio de furo ou furos capilares, que não permite a passagem do líquido, mas permitem a passagem de ar.

15. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato da placa (C) ser móvel e ao inclinar-se a embalagem, a placa (C) desloca-se da sua base permitindo que o ar da câmara (B) passe para câmara (A) através de furos e no apoio da placa (C) ; a abertura (7) proporciona a entrada de ar externo para a câmara (B) .

16. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato o recipiente (1) possuir uma tampa com rosca na parte inferior por onde entra o ar através da dita rosca, atravessando orifícios ou tubinhos capilares da placa (C) que possuem dimensão na ordem de frações de milímetros; ao entonar o líquido (L) do recipiente (1) o ar passa pelos tubinhos capilares indo da câmara (B) para a câmara (A), sem que seja necessário a formação de vácuo no fundo do recipiente (1) .

17. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato de serem previstos dois discos, para melhor reter o líquido; proporcionando meios para a perda de carga, que diminui a pressão do líquido ao atravessar o primeiro disco.

18. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato dos furos ou tubinhos capilares estarem localizados no próprio corpo da embalagem sendo dimensionados, tanto na quantidade como no diâmetro, para permitir que o ar entre e não permita que o líquido saia.

19. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato de espaços capilares serem previstos entre as lâminas (B) e (C) e entre a lâmina (C) e a coroa (D) fixa à parede da embalagem. 20. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato de não gotejar ao interromper a descarga ou sucção, quer o recipiente (1) fique na vertical ou fique apoiado em suporte inclinado ou horizontal.

21. O recipiente bipartido de acondicionamento de líquidos, de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato do projeto permitir um gotejamento ao interromper-se a descarga ou sução, quando o recipiente (1) ficar na vertical, podendo ou não quando inclinado ou horizontal .

Description:
RECIPIENTE COM BICO DE DESCARGA DE DIÂMETROS MILIMÉTRICOS, DOTADO DE RESPIRO, ONDE NÃO HÁ FORMAÇÃO DE VÁCUO INICIAL E NEM DURANTE A DESCARGA OU SUCÇÃO E O AR NÃO ATRAVESSA O LÍQUIDO, RESULTANDO UM FLUXO UNIFORME, SEM GOLFADAS, E RECIPIENTE BIPARTIDO

CAMPO DA INVENÇÃO

[001] A presente invenção refere-se a aprimoramentos técnicos e funcionais especialmente criados para melhorar significativamente o uso e o funcionamento de recipientes de líquidos, mais especificamente no escoamento de líquidos nos referidos recipientes. Para tanto, a presente invenção define vários tipos de respiro ou meios comunicantes de entrada de ar adaptável para embalagens de líquidos cujo corpo pode ser rígido, semirrígido, flexível, descartável ou não, entre outros. Tais respiros têm a função de evitar a formação de vácuo no fundo do recipiente no início e durante a descarga de líquido, proporcionando um fluxo uniforme, sem golfadas e permitindo, em alguns casos, o controle desse fluxo.

[002] A neutralização do vácuo é conseguida pelo fato de o mencionado respiro permitir que o ar externo seja conduzido diretamente para o fundo da embalagem, antes do início da descarga ou da sucção do líquido. Adicionalmente, este fluxo de ar não passa pelo líquido que está sendo descarregado, proporcionando assim diferentes efeitos técnicos que resultam em benefícios para o funcionamento do conj unto .

[003] Essas propriedades são conseguidas usando- se o princípio dos vasos comunicantes, que numa variante em que o bocal por onde entra o ar (7) é fechado, consegue-se o equilíbrio hidropneumático de pressões, com a finalidade também de permitir que o ar já esteja no fundo da embalagem antes de sair o líquido, bem como projetos adequados de embalagens, que permitem que o ar entre no fundo da embalagem antes de iniciar a descarga do líquido, consequentemente sem a formação de vácuo no fundo da embalagem.

[004] O batoque e similares montados na entrada do ar (7), permitem realizar outras funções; transporte sem vazamentos, misturar líquidos, misturar líquido e pó etc.

HISTÓRICO DA INVENÇÃO

[005] O princípio dos vasos comunicantes estabelece o seguinte: "os níveis de um líquido em dois ou mais vasos contíguos são iguais desde que às pressões sobre esses níveis forem iguais", conforme mostrado na Figura 1. Em outras palavras, quando tivermos dois vasos com aberturas livres para a atmosfera os dois níveis serão iguais .

[006] Devido a esse princípio, ao se inclinar os vasos comunicantes e mantendo iguais as pressões (geralmente a pressão atmosférica) sobre os níveis dos dois vasos, esses níveis se mantêm fixos e na posição horizontal de modo que o vaso que está na posição superior ficará sem líquido nenhum quando eles estiverem próximo da posição horizontal, conforme a Figura 1E.

[007] A partir da posição horizontal é garantido que o vaso que está na parte superior não terá mais líquido dentro dele e não haverá mais ar junto ao bocal de descarga do vaso inferior, pois ele saiu para a atmosfera para permitir a descarga do líquido. A posição horizontal é atingida antes da posição inclinada (bocal do vaso inferior para baixo) , que é quando se inicia a descarga do liquido do vaso que está na posição inferior. Portanto, ao se iniciar a descarga do liquido do vaso inferior, o ar externo já estará no fundo do vaso inferior, evitando a formação de vácuo inicial ou mesmo durante a descarga. Note-se também que não haverá a possibilidade qualquer porção de liquido fluir pelo vaso superior.

[008] O exposto acima é válido para dois líquidos não miscíveis tendo densidades iguais. Se as densidades forem diferentes haverá uma diferença de nível entre os dois líquidos, que deverá ser levada em conta no projeto da embalagem.

ESTADO DA TÉCNICA

[009] Todos os documentos de patentes do estado da técnica, que seguem, foram analisados e são construtivamente e com configurações diferentes das deste pedido de patente, conforme abaixo demonstrado nas descrições dos respectivos documentos de patentes.

[010] Nas embalagens do estado da técnica a saída do líquido cria um vácuo no fundo da mesma exigindo que o ar externo vá até o fundo da referida embalagem, para preencher esse vácuo, que permite que o fluxo se estabeleça. Normalmente o ar externo entra pelo próprio bocal de descarga do recipiente, atravessando todo o líquido para chegar ao fundo da embalagem. Alguns exemplos podem ser citados, tais como, embalagens de detergente e a maioria dos tipos de mamadeiras. Nestes casos, o fluxo normalmente não é uniforme, ocorrendo respingos e golfadas. Muitas vezes, a embalagem é pressionada para melhorar o fluxo de saída, porém isto acaba frequentemente ocasionando a saída excessiva do produto pelo bico de descarga e a saída do produto pelo orifício de respiro. No caso das mamadeiras tradicionais o nené succiona esse ar, junto com o leite, ocasionando cólicas.

[011] A fim de resolver esses problemas do estado da técnica o documento de patente americano US5570796 de Brown revela uma mamadeira com um respiro. Essa invenção permite que a mamadeira permaneça à pressão atmosférica durante o uso, de modo que um bebé não necessite sugar com força e o ar não é inadvertidamente ingerido. Essa invenção possui algumas variações, mas o conceito comum é que na saída do respiro há uma câmara para conter líquido proveniente do fundo da mamadeira. Ao mesmo tempo a câmara proporciona um espaço para a entrada de ar no topo da mamadeira. A câmara possui ainda um volume maior do que o volume do tubo de respiro, de forma que a câmara nunca é preenchida completamente com o líquido proveniente do fundo da mamadeira.

[012] A Figura 2 mostra duas variantes da mamadeira de Brown do estado da técnica. A Figura 2A mostra o retorno do líquido pelo tubo de respiro que é armazenado na câmara (125) . Uma válvula proporciona a entrada de ar sem o vazamento do líquido.

[013] A Figura 2B mostra uma outra variação onde a entrada de ar na mamadeira é realizada por meio de um labirinto, ou seja, o líquido escoa para a câmara (225) e a entrada de ar se dá por um segundo tubo (235) , evitando o vazamento do líquido contido na mamadeira. A mamadeira do Brown possui várias limitações, que se não forem respeitadas haverá vazamentos, o que não acontece com a presente invenção. As limitações da mamadeira do Brown são as seguintes: inclinação limitada a 45° (coluna 5, linhas 26 a 30); não permite rotação, ou seja, posição fixa; não permite chacoalhar, pois haverá vazamentos através do labirinto, o transporte sempre deve ser na vertical. Além disso, o liquido do respiro e o ar externo vão em sentido contrário. O liquido fica retido num reservatório na extremidade do respiro, para permitir a entrada do ar (Figuras 2A e 2B) . Ou seja, há formação de vácuo inicial (coluna 4, linhas 13 a 16), destaque para o trecho "o ar somente entra quando o liquido começa a fluir para fora".

[014] Nota-se da análise das Figuras 2A e 2B que, na invenção de Brown, o liquido do respiro e o ar externo se deslocam em sentidos opostos, enquanto que na presente invenção o liquido e o ar se deslocam no mesmo sentido, conforme mostrado nas Figuras 2C e 2D.

[015] Além disso, a presente invenção (Figuras 4A a 4E e Figura 5) difere do documento do Brown uma vez que não necessita da câmara para conter o liquido no topo do recipiente. A câmara da mamadeira de Brown torna a fabricação do objeto mais complexa, o espaço utilizado pela câmara diminui o volume útil do recipiente, além da câmara dificultar a higienização . Por outro lado, a presente invenção proporciona vantajosamente uma forma de evitar a formação de vácuo no fundo do recipiente de forma mais simples e eficiente. Na presente invenção a porção horizontal do conduto de respiro é vantajosamente aumentada e passa a se posicionar no fundo do recipiente, ao invés de ser somente um orifício na lateral do recipiente. Quando o recipiente é inclinado para ser derramado ou sugado, não ocorre o retorno do liquido pelo contudo de respiro.

[016] O documento de patente PI0300664-6 revela um respiro para embalagens de líquidos posicionado de maneira vertical, cuja extremidade inferior está posicionada no bocal (6), na parede lateral da parte do fundo do frasco, enquanto a extremidade superior está posicionada do lado de fora e aproximadamente na altura da tampa do frasco. A referida extremidade superior tem a função de permitir a entrada de ar externo para o fundo do frasco. O ar passa pelo conduto (sem atravessar o líquido) e impede a formação de vácuo no fundo da embalagem. Todavia, o documento de patente brasileiro não revela o prolongamento horizontal do respiro para o interior do frasco que, vantajosamente, evita que o líquido retorne pelo conduto de ar, nem o bocal (6) de entrada do ar com outra configuração (L>>0 - Figura 5), nem a configuração mostrada na Figura 6. Nesse documento brasileiro, como na invenção de Brown, o orifício de entrada de ar é instalado na borda lateral do frasco o que permite o fácil retorno do líquido pelo conduto de respiro, conforme mostrado nas Figuras 3A a 3D.

[017] O pedido atual de patente contempla o caso particular quando o diâmetro do bocal de descarga ou sucção é de frações de milímetros e tem ar represado debaixo dele como no caso das mamadeiras (ar no bico e no pescoço da mamadeira), para evitar o que mostram as Figuras 3A a 3D.

[018] Ao iniciarmos a descarga ou mamada parte do líquido fica retido no final do respiro (6), pelo ar que foi para o fundo da embalagem, podendo retornar, vazando. [019] A mamadeira do Morrone, WO2013033487, é dotada de um recipiente externo e um recipiente interno, adaptado para encaixar no recipiente exterior. Esta invenção é provida por uma passagem de ar entre os recipientes. Quando a mamadeira é invertida o ar se desloca entre as paredes dos recipientes até adentrar em um ponto do recipiente interior. Por outro lado, a presente invenção vantajosamente prevê um conduto que leva o ar da parte exterior para o fundo do recipiente, o que torna mais simples e menos dispendiosa a fabricação do objeto. Uma outra caracteristica dessa invenção do estado da técnica (que também é observada no documento de patente de Brown) é que o ar entra no recipiente depois que o liquido sai. O ar contido entre os dois reservatórios vai para dentro do reservatório interno (30), quando o liquido é seccionado (página 7, linhas 23 e 24 e página 10, linhas 5 a 10), com destaque para o trecho "(···) porque como um vácuo se desenvolve no recipiente interno durante o uso, o ar de fora da garrafa desloca o volume de liquido consumido para equalizar a pressão".

[020] Entretanto, na presente invenção o ar entra antes do liquido sair. Em outras palavras, na presente invenção não ocorre a formação de vácuo inicial durante a descarga ou sucção do liquido. Devido ao principio dos vasos comunicantes , antes mesmo de se iniciar a descarga ou sucção do liquido o ar já está no fundo da embalagem.

[021] O documento de patente US7984818 de Dominick é dotado de um respiro interno vertical ou inclinado com uma boia numa extremidade e labirinto na outra. Ao iniciar a mamada, o interior da mamadeira é pressurizado e o liquido do respiro (1600) vai para o reservatório (1601) na extremidade do respiro (1221) permitindo a entrada de ar (1213) . O ar e o liquido vão em sentidos contrários. Sai primeiro o liquido correspondente à primeira sucção e depois o ar entra (página 3, linhas 2 a 8) . Já a presente invenção vantajosamente é dotada de caracteristicas que permitem que o ar entre primeiro no fundo do recipiente e somente depois o liquido saia em fluxo continuo pelo seu orifício de descarga.

[022] O documento de patente W02009102980 de Sung e Bruce revela mamadeiras que podem ser ventiladas para permitir entrada de ar no recipiente através de uma passagem (41) à medida que o líquido é removido. Um filtro (44) e uma válvula unidirecional (46) podem ser previstos na passagem.

[023] Como pode ser verificado no documento de Sung e Bruce o ar entra depois do líquido sair. Na presente invenção, vantajosamente o ar já está no fundo do recipiente para o líquido sair. Segue um trecho do documento de Sung e Bruce que mostra essa diferença conceituai entre as invenções: "a mamadeira pode ser ventilada para permitir que o ar entre no frasco através de uma passagem (41) à medida que o líquido é removido". Ver também: página 5 linhas 3, 4, 13 e 14 e reivindicação 1, página 13, linha 9.

[024] O documento de patente de US20090071926 de Berkovitch é dotado de conduto vertical, reto, na posição central e com extremidade chanfrada. Nessa invenção, a entrada de ar é prevista na própria tampa e uma válvula unidirecional também é prevista. Nessa invenção, o líquido flui mediante a formação de vácuo, ainda que seja pequeno o vácuo é necessário, como pode ser visto na página 3, parágrafo 35: "(···) liquido para fluir livremente o recipiente sob vácuo mínimo". Outro trecho destacado está na página 3, parágrafo 43: "O sistema de ventilação (215) permite que o ar entre no recipiente (200) para compensar o liquido que sai do recipiente e assim evitar que mais do que um vácuo mínimo se forme dentro do recipiente". Na página 4, parágrafo 51: "A válvula (700) permite que o ar entre no recipiente para evitar que nada além de um vácuo mínimo se forme".

[025] Em outro documento de Brown US20110233236 um respiro é previsto para impedir o vácuo dentro de um recipiente invertido e eliminar os componentes encontrados em outras aberturas do recipiente. O respiro utiliza um conduto de ventilação cónico que se prolonga desde o fecho e um duto de ar que se prolonga inferiormente a partir do fecho. O uso de coletores (6) e flanges internos (10) no respiro é uma indicação de que o líquido que está no respiro, não vai totalmente para o fundo da embalagem, podendo vazar ao inclinar-se a embalagem, como pode ser observado no parágrafo 161, "O flange opcional (10), o flange de retenção, é interno ao tubo de ventilação e retém qualquer fluido no tubo de ventilação ou no reservatório (6) enquanto o recipiente está em uso" e no parágrafo 162, " (...) como o reservatório retém qualquer líquido que se mova proximamente para dentro do tubo de ventilação". Se o líquido não sai inteiramente do respiro forçosamente haverá vácuo inicial para remover o que ficou no respiro. No parágrafo 27 é descrito o seguinte: "outro objeto da invenção é proporcionar uma ventilação que forneça ar para o fundo e aspecto superior do recipiente durante a remoção do liquido do recipiente em utilização". Ou seja, o liquido sai para entrada de ar. Na reivindicação 11: "permitindo que o ar atmosférico flua no recipiente para evitar a formação de vácuo dentro do recipiente quando o liquido é retirado" .

[026] O documento de patente US3648903 de Marchant revela uma invenção para líquidos viscosos, que são descarregados pressionando-se um recipiente flexível. Ao se pressionar o recipiente a válvula de retenção (27) fecha os respiros (25) , aumentando a pressão interna no recipiente forçando o líquido a sair pela abertura (23) . Nessa invenção é ensinada uma descarga forçada por pressão no recipiente que é flexível, impedindo a entrada de ar para o interior do recipiente. Na presente invenção o ar não entra para o líquido sair mediante pressão no recipiente. Além disso, na presente invenção o recipiente pode ser rígido, flexível ou semiflexível .

[027] No documento de patente US20110309047 de Dominick o ar e o líquido possuem fluxos em sentidos contrários. Nessa invenção existe vácuo inicial, ou seja, o ar só entra após a saída do líquido. Nessa invenção: duas situações podem ocorrer: (página 4, linhas 1 a 22) : a) o líquido dentro do respiro (1600) pode permanecer aí ou deslocar-se para o reservatório (1601), na extremidade do respiro (1221), pela ação da gravidade ou b) O nené, ao iniciar a mamada, pressuriza o interior da mamadeira e o líquido do respiro (1600) vai para reservatório (1601) na extremidade do respiro (1221) permitindo a entrada de ar (1213) . O ar e o liquido vão em sentidos contrários. Saiu primeiro o liquido correspondente à primeira sucção e depois o ar entrou.

[028] Diversos outros documentos de patente possuem essa caracteristica do liquido sair, criar o vácuo e o ar entrar. Dentre esses documentos pode-se citar: EP0399826, US7959044, US20110079570, US20120280001 , W02008091563, US20070181520, US7959044, USD681838, WO2006118699 e US20100032398 , abaixo analisados:

[029] No resumo do documento EP0399826: "o recipiente (138) tem uma saida de liquido (150) para distribuir o liquido e um orifício de ventilação (53) para repor o líquido dispensado".

[030] No resumo de KR1020080017335 : "(···) um respiradouro (18) numa tampa de topo (16) permite que o ar entre em um vaso de revestimento de líquido à medida que o líquido é removido".

[031] No resumo de US20110079570 : "(···) e o tubo de respiro e o tubo do reservatório para permitir o acesso do ar ao recipiente, quando o líquido está sendo bebido".

[032] No resumo de US20120280001 : "(···) o tubo de ventilação permite que o ar flua para o recipiente para aliviar a pressão de vácuo".

[033] Na página 1, linhas 18 a 25, de W02008091563 : "(···) como é conhecido, um vácuo parcial se desenvolve dentro do recipiente durante a alimentação quando o utilizador retira o líquido do recipiente. Esse vácuo deve ser periodicamente aliviado, tipicamente pela cessação da alimentação e reposicionamento do recipiente para permitir a entrada de ar através do orifício na ponta do bico para restaurar o equilíbrio dentro do recipiente". O documento não revela um respiradouro.

[034] No resumo de US20070181520 : "(···) quando a bebida é retirada do recipiente, o diferencial de pressão resultante faz com que a membrana se dobre para dentro, o que abre os orifícios para permitir a ventilação do ar no recipiente" .

[035] Na coluna 1 linhas 66 e 67 e coluna 2 linhas 1 a 5 do documento US7959044: "À medida que o recipiente é inclinado para fazer com que o fluido saia do bico, o fluido deixa a parte de trás do recipiente, criando assim um espaço vazio crescente. na ausência de um respiradouro, tal como o respiradouro de ar duplo mostrado nos rebordos, o fluido que sai do recipiente criará uma região de vácuo aqui identificada como a região do coletor de vácuo".

[036] No documento USD681838 não existe respiro trata-se de um simples desenho ornamental para mamadeiras convencionais, tendo dois bicos, um em cada extremidade do corpo da mamadeira sem respiro, o ar deve entrar pelo bico como nas mamadeiras convencionais e, portanto, o ar entra depois do líquido sair.

[037] No documento WO2006118699, um respiradouro na tampa permite que o ar entre no recipiente de retenção de líquido quando o líquido é removido.

[038] No documento US20100032398, nenhuma obstrução impede a entrada de ar no recipiente. Consequentemente, a sucção no bico é aliviada no aumento da sucção . [039] Em relação às mamadeiras das Figuras 19, 20, 21, existem igualmente diversos outros documentos do estado da técnica que não revelam o conceito inventivo aqui ensinado. Os documentos do estado da técnica revelam recipientes que utilizam válvula de retenção acionadas por vácuo, por molas, com diafragma, com membranas ou mesmo acionadas manualmente, tal como estas reveladas nos documentos PI0406578-6, GB2532652, US2907485, US3768683, US4311245, US4339046, US4401224, US4723668, US5499729 e US5692627. Essas sofisticadas construções em nada se comparam com a simplicidade do que é proposto na presente invenção. Nos documentos de patente acima é preciso a salda do liquido para o ar entrar, ou seja, cria-se o vácuo antes do ar entrar.

[040] Essas mamadeiras com válvulas de retenção na parte inferior não permitirão aquecer o leite por banho- maria .

[041] De forma vantajosa, nas invenções mostradas nas Figuras 19 e 20 o ar já está no fundo da embalagem pelo simples movimento do recipiente ou mamadeira em direção à descarga ou sucção, pois a válvula de retenção (6) que é do tipo mecânico, ou o disco C se movimentam, permitindo o ar entrar no fundo da embalagem, não havendo criação de vácuo. Embora a presente invenção também tenha a previsão de uma válvula a mesma não é acionada pelos mecanismos acima mencionados .

[042] No documento PI0720391-8 são previstos conjuntos de válvula para ventilação de mamadeiras. De forma vantajosa na Figura 21 da presente invenção não são previstas válvulas de qualquer tipo, anéis de borracha, de elastômero, nem mesmo abas flexíveis para tapar os orifícios e nem mesmo texturização . Na descrição da Figura 21 só é prevista um disco com orifícios capilares que permitem o ar ir para a câmara "A" antes da descarga ou sucção do líquido, sem criar vácuo.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[043] A presente invenção ensina um recipiente de acondicionamento de líquidos dotado de respiro, onde o recipiente pode assumir uma pluralidade de formas podendo ser uma mamadeira ou outros recipientes com orifícios de saída do líquido na ordem de milímetros, sendo o líquido, acondicionado pelo recipiente, dotado de fluidez necessária para o escoamento no interior do recipiente e no conduto. O respiro possui meios comunicantes de entrada de ar adaptável para o recipiente de líquidos cujo corpo pode ser rígido, semirrígido, flexível, descartável ou não, além de compreender ainda um conduto que é dotado de uma abertura superior para a entrada do ar e uma abertura inferior de saída do ar para o fundo do recipiente. O conduto transporta o ar externo para o fundo do recipiente sem contato com o líquido e de acordo com o princípio dos vasos comunicantes, impedindo a formação de vácuo inicial no fundo do recipiente antes do início da descarga ou da sucção do líquido.

[044] O conduto poder ser posicionado de várias maneiras, cuja extremidade inferior está posicionada no interior do recipiente ou na parede do mesmo, enquanto que a abertura superior está posicionada no lado externo do recipiente, aproximadamente na altura, abaixo ou acima da tampa. A porção vertical do respiro pode estar internamente, em várias posições, ou acoplada à parede do recipiente junto à parede interna ou fixada ao corpo do recipiente ou à tampa ou ainda conectado à parede por meio de um pescoço que define o inicio da porção horizontal do conduto que se estende para o centro ou para a parede oposta do recipiente, evitando o retorno do liquido pelo conduto do respiro.

[045] A presente invenção é adicionalmente baseada no equilíbrio hidropneumático . Quando um dos vasos (corpo da embalagem) possuir uma tampa com bico de descarga ou de sucção aberto para atmosfera e o outro (tubo de respiro) fechado, teremos um equilíbrio de pressões entre o ar que está confinado no respiro e o liquido colocado na embalagem, de modo que o liquido não poderá escoar para dentro do respiro. Assim bastará inclinar-se a embalagem para que o ar vá para o fundo dela e quando ela estiver na horizontal dever-se-á abrir o respiro, para iniciar a descarga, não havendo a formação de vácuo inicial e nem durante a descarga. Com um batoque ou microválvula, ou sistema equivalente instalado no respiro, poder-se-á controlar a entrada de ar e consequentemente o fluxo de saída do liquido.

[046] Logo, o sistema hidropneumático é complementar à parte da invenção que se baseia no princípio dos vasos comunicantes . Ou seja, tudo aquilo descrito e explicado para a parte da invenção que foi baseada no princípio dos vasos comunicantes é aplicado ao sistema hidropneumático, acrescentando o batoque, válvula ou equivalente, conforme mostrado nas construções das Figuras BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[047] As Figuras de IA a 1F ilustram o principio dos vasos comunicantes quando os dois vasos são abertos para a atmosfera. A Figura IA ilustra também a diversidade de formas geométricas que podem ter os respiros de acordo com esse principio.

[048] As Figuras 2A e 2B mostram a mamadeira de Brown do estado da técnica. As figuras mostram ainda a direção do fluxo de ar e liquido de acordo com essa invenção de Brown. As Figuras 2C e 2D já mostram uma das soluções da presente invenção com os detalhes da direção do fluxo de ar e do liquido. É mostrado que a direção do fluxo de ar e do liquido que ocorrem na mesma direção.

[049] A Figura 3 do estado da técnica mostra o que pode acontecer quando o bocal de descarga do liquido possui um diâmetro de fração de milímetro (por exemplo mamadeira) e impede que o ar na sua parte superior saia totalmente, indo para o fundo da embalagem. As Figuras 3A e 3B mostram um respiro externo e as Figuras 3C e 3D mostram um respiro interno. As Figuras 3C1 e Figuras 3D1 mostram a saída do respiro inferior circular reto e as

Figuras 3C2 e Figuras 3D1 mostram um respiro inferior chanfrado .

[050] A Figura 4 ilustra o princípio dos vasos comunicantes, com uma realização exemplar do respiro, que evita os problemas apresentados na invenção da Figura 3.

[051] A Figura 5 mostra solução alternativa para o problema apresentado na Figura 3. [052] A Figura 6 mostra ainda uma outra solução alternativa para o problema apresentado na Figura

3.

[053] A Figura 7 mostra o desenho básico da invenção com outra realização do respiro com o duto disposto em várias posição e diferentes angulações.

[054] A Figura 8 mostra a ausência de liquido no conduto (respiro) , após a inclinação da embalagem em três posições A, B e C.

[055] A Figura 9 mostra as posições relativas da parte vertical do respiro. A parte vertical do respiro pode estar internamente, em várias posições, ou acoplada à parede da embalagem (junto à parede interna) ou fixada ao corpo ou à tampa ou ainda conectado à parede por meio de um pescoço. O respiro pode ainda fazer parte da parede da embalagem.

[056] A Figura 10 mostra várias disposições para os respiros internos, entrada de ar na tampa, no corpo da embalagem ou junto ao bico de descarga.

[057] A Figura 11 ilustra várias realizações da invenção com respiros internos removíveis em diversas posições e formatos.

[058] Nas Figuras 11 A e B o bocal da extremidade superior (7) é removível e montado na tampa da embalagem. Por outro lado, nas Figuras 11 C e D o bocal da extremidade superior (7) é removível e montado na parte superior do corpo da embalagem. Na Figura 11E o respiro é removível e montado na aresta lateral do corpo da embalagem.

[059] A Figura 12 mostra condutos de respiro desmontáveis e removíveis. A Figura 12A mostra esse respiro conectado ao fundo da embalagem e a Figura 12B mostra o conduto penetrando a lateral da embalagem na porção inferior .

[060] A Figura 13 mostra os respiros utilizando parte da parede da embalagem.

[061] A Figura 14 ilustra respiros flexíveis, dispostos em formatos diversos.

[062] A Figura 15 mostra a tampa inclinada, com várias posições do bico.

[063] A Figura 16 é uma ilustração que representa o respiro funcionando pelo equilíbrio hidropneumático .

[064] A Figura 17 ilustra um batoque e/ou outros dispositivos, que podem ser montados na entrada de ar (7), para o respiro funcionar pelo equilíbrio hidropneumático ou atender outras funções: controle de fluxo, abrir e fechar automaticamente etc.

[065] A Figura 18A ilustra os mencionados dispositivos: batoque, micro válvulas etc. que podem ser montados na entrada de ar (7) . As demais figuras 18 mostram as várias possibilidades de disposição dos referidos dispositivos .

[066] A Figura 19 mostra um recipiente bipartido, roscado onde o ar está no fundo do recipiente pulmão (B) . Nesse conjunto de figuras o ar passa da câmara (B) para a câmara (A) através da válvula (6) .

[067] A Figura 20 mostra um recipiente bipartido roscado, onde o ar está no fundo da embalagem pulmão (B) . O ar passa da câmara (B) para a câmara (A) devido ao deslocamento da placa (C) . [068] A Figura 21 um recipiente bipartido roscado, onde o ar entra através da rosca, atravessando orifícios ou tubinhos capilares do disco interno (C) . Os tubinhos capilares possuem dimensão na ordem de frações de milímetros. Ao entonar o líquido (L) do recipiente (1), o ar passa pelos orifícios do disco, indo da câmara B para a câmara A, sem que seja necessária a formação de vácuo no fundo do recipiente (1) . No conjunto de Figuras 21-VIII também é previsto um suporte inclinado para o recipiente (D ·

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[069] O objetivo da presente invenção é a construção de respiros para embalagens, onde não há formação de vácuo inicial e nem durante a descarga ou sucção e o ar não atravessa o líquido, proporcionando um fluxo de saída uniforme. Para isso são aplicados os seguintes princípios e propriedades da física e propriedades dos líquidos:

[070] 1) Principio dos vasos comunicantes , de acordo com a Figura 1, considerando mais especificamente quando o bocal de descarga ou sucção (2) possui um diâmetro milimétrico (21) ou frações, exemplo, mamadeiras (Figura 3) . Neste caso é preciso algumas alterações construtivas, para que se possa obter esse princípio totalmente, como veremos adiante: Figuras 2C e 2D a 15.

[071] As Figuras 16 a 18 apresentam uma variante do princípio dos vasos comunicantes onde um dos vasos, ou especificamente a abertura do respiro (7) é fechada por um batoque ou similar, obtendo- um equilíbrio hidropneumático , válido em todas as construções do item 1. [072] 2) Outras construções atendem o objetivo da presente invenção, tal como as Figuras 19 e 20 e o uso da tensão superficial e capilaridade, Figura 21.

[073] Dessa forma, resumidamente, parte da invenção está baseada no principio dos vasos comunicantes , de acordo com a Figura 1; no equilíbrio hidropneumático de pressões, de acordo com a Figura 16 e na construção de embalagens que permitem reproduzir a funcionalidade desses dois respiros, de acordo com as Figuras 19, 20 e 21.

[074] Conforme mostrado na Figura 1, os níveis do líquido em dois ou mais vasos contíguos serão iguais desde que as pressões sobre os esses níveis forem iguais. Conforme mostrado nas Figuras 1B a 1E, ao se inclinar os vasos comunicantes e mantendo as pressões iguais sobre os níveis dois vasos, esses níveis se mantêm fixos e na posição horizontal, de modo que o vaso que está na posição superior ficará sem líquido nenhum quando eles estiverem próximo da posição horizontal, Figura 1E. A partir da posição horizontal é garantido que o vaso que está na parte superior não terá mais líquido dentro dele e não haverá mais ar junto ao bocal de descarga do vaso inferior, pois ele saiu para a atmosfera, para permitir a descarga do líquido, conforme mostrado na Figura 1F.

[075] A posição horizontal é atingida antes da posição inclinada, ou seja, quando o bocal do vaso inferior está voltado para baixo (Figura 1F) , que é quando se inicia a descarga do líquido do vaso que está na posição inferior. Portanto, ao se iniciar a descarga do líquido do vaso inferior, o ar externo já estará no fundo do vaso inferior, evitando a formação de vácuo inicial ou mesmo durante a descarga. Note-se também que não haverá a possibilidade qualquer porção de liquido fluir pelo vaso superior, conforme mostrado nas Figuras 1C a 1E.

[076] O exposto acima é válido também para dois líquidos não miscíveis com densidades iguais. Se as densidades forem diferentes haverá uma diferença de nível entre os dois líquidos, que deverá ser levada em conta no projeto da embalagem.

[077] Após vários testes realizados pelo inventor, com diferentes diâmetros do bocal de saída do líquido da embalagem, diversos diâmetros do respiro, em vários tipos de embalagens e mamadeiras, foram desenvolvidas várias corporificações da invenção. Entretanto, todas as realizações da invenção, estão fundamentadas em ter ar no fundo da embalagem antes da descarga ou da sucção (no caso de mamadeiras) do líquido, a fim de evitar a formação do vácuo inicial e durante a descarga ou sucção. Em outras palavras, o ar externo entra e depois o líquido sai. Nas invenções do estado da técnica ocorre o contrário, primeiro sai uma porção do liquido, há formação do vácuo inicial, para o ar entrar e permitir a saída do restante do líquido.

[078] Os testes realizados revelaram que dependendo do diâmetro do bocal de saída, do diâmetro do respiro e da construção da embalagem ou mamadeira e dependendo ainda da velocidade com que se inclina a embalagem para descarga, o princípio dos vasos comunicantes pode ser afetado. Isso acontece, principalmente, quando o diâmetro do bocal de saída (21) do líquido é muito pequeno (na ordem de grandeza de frações de milímetros- mamadeiras), pois o ar que está na parte superior da embalagem, junto ao bico de descarga ou sucção não sai da embalagem ao se inclinar a mesma. Ou seja, quando se inclina a embalagem, para a descarrega do liquido, o ar aprisionado no bico da mamadeira tende a ir para o fundo da mesma e não para fora da embalagem. Essa caracteristica impede que a totalidade do liquido que está no respiro vá para dentro da embalagem, ou seja, para que o ar do respiro possa ir para o fundo da embalagem. Essa dificuldade é mostrada na Figura 3, com respiro externo e interno. O liquido residual que fica no respiro pode ir para o rosto do bebê quando ele realizar a primeira sucção.

[079] Apesar do exemplo da dinâmica do ar no interior de mamadeiras, o mesmo ocorre para outros tipos de recipientes que possuem furo pequeno e o ar localizado na parte superior da embalagem não sai para a atmosfera imediatamente ao se inclinar o recipiente. Isso pode ocorrer em embalagens de outros produtos, que não permitem a saida total do ar junto ao bico de descarga. Na verdade, esse fenômeno ocorrerá, com já comentado, devido a diversos fatores como o projeto da embalagem, diâmetro dos orifícios e a velocidade da inclinação da embalagem etc.

[080] Após testes realizados, com vários diâmetros do bocal de saída do líquido do recipiente, vários diâmetros do respiro, em vários tipos de mamadeiras, foram desenvolvidos vários tipos de respiro que são aqui revelados .

[081] A Figura 4 mostra o comportamento dos vasos comunicantes , considerando os respiros (4) da solução para evitar o problema mostrado nas Figuras 3A a 3D, ou seja, a extremidade (6) do respiro, do estado da técnica, é obstruída pelo ar que estava abaixo do bico e do pescoço da mamadeira, e que foi para o fundo da mesma. Nesta solução a extremidade (6) é prolongada a fim de permitir que o líquido do respiro (5) possa ir totalmente para o fundo da mamadeira .

[082] A Figura 5 apresenta outra solução para o problema apontado nas Figuras 3A a 3D. O bocal (6) onde o respiro entra no corpo da mamadeira é feito de forma parabólica, onde o diâmetro vertical é muito maior que o diâmetro horizontal, que é igual ao diâmetro do respiro (5), evitando que haja um acúmulo de líquido, como mostrado nas referidas Figuras.

[083] A Figura 6 é mais uma solução para o problema apontado anteriormente . Neste caso, foi desenvolvido um sistema que evita do ar que está no espaço (E) do bico e do pescoço da mamadeira vá para o fundo da mamadeira, ocasionando os problemas apontados nas Figuras 3A a 3D .

[084] Isso se consegue represando o ar acima da placa (P) transversal, pelo líquido, ao inclinar-se a mamadeira (Figura 6C) , obrigando-o a sair para a atmosfera pelo tubinho (5A) .

[085] Note-se que enquanto a mamadeira estiver inclinada, haverá líquido nesse tubinho, devido ao princípio dos vasos comunicantes (corpo da mamadeira (1) e tubinho (5A), conectados pelo espaço E) .

[086] A medida que se inclina a mamadeira o líquido vai ocupando o espaço (E) e expulsando o ar desse espaço para a atmosfera e o liquido vai subindo pelo tubinho (5A) até um nível compatível com o nível do líquido dentro do corpo da mamadeira, devido ao princípio dos vasos comunicantes , como explicamos acima. A medida que se retorna a mamadeira à posição vertical, o líquido do tubinho (5A) retorna rapidamente para dentro da mamadeira, também devido ao princípio dos vasos comunicantes.

[087] Portanto, com a finalidade de aprimorar a construção e configuração e desempenho do respiro de embalagens, com bocal de descarga (ou sucção do líquido) muito pequeno (frações de milímetros), a invenção e suas variações construtivas são aqui apresentadas.

[088] Descrevemos a seguir a invenção e suas variações construtivas, sendo que a invenção compreende: um respiro (4) definido por um sistema de vasos comunicantes representado por um respiro (4), um conduto (5) de diâmetro adequado, que pode ser posicionado de várias maneiras, cuja extremidade inferior (6) está posicionada no interior do recipiente (1) ou na parede deste, enquanto que a extremidade superior (7) está posicionada no lado de fora e aproximadamente na altura, abaixo ou acima da tampa, onde a dita extremidade superior (7) configura a entrada de ar externo por meio do respiro (4) saindo na extremidade inferior (6) no fundo do frasco, sem atravessar o líquido (L) . Assim, a presente invenção proporciona que o líquido do tubo de respiro (4) possa ir para o fundo da embalagem, pela simples inclinação da embalagem (mamadeira etc.), sem atravessar o líquido (L) e impedindo a formação de vácuo inicial no fundo do recipiente (1) antes mesmo do líquido ser descarregado ou sugado (mamadeira) . [089] No presente documento serão apresentadas diversas realizações da invenção, contudo sem limitar o escopo de proteção da invenção que é definido pelas reivindicações do presente documento. Assim, o tubo de respiro (4), tanto a extremidade inferior (6) como a extremidade superior (7) pode ser posicionada de várias maneiras como será agora mostrado.

[090] O respiro (4) pode ter várias configurações (externas e internas) e a sua extremidade inferior (6) deve se localizar em posições intermediárias até o centro da embalagem ou até o lado oposto da entrada (8) do respiro (4) na embalagem, conforme mostrado na Figura 7.

[091] Conforme a aplicação e o formato do tubo de respiro (4), a sua extremidade inferior poderá ter várias formas, permitindo que a embalagem possa ser girada 360°, conforme mostrado nas Figuras 8A e 8B ou mantida na posição vertical invertida a 180° conforme a Figura 8C, sem a possibilidade de vazar o liquido, desde que o ar já esteja no fundo da embalagem, pois não haverá mais liquido no respiro ( 4 ) .

[092] Esta propriedade é excelente para mamadeiras, por exemplo, pois o bebé pode girar a mamadeira e não há limitação de inclinação. O mesmo principio se aplica para outras embalagens que podem ter a extremidade inferior (6) em formato cilíndrico reto ou cónico, coaxiais ao Container entre outras, todas respeitando o espirito da invenção .

[093] Da mesma forma, o respiro (4) pode ter várias posições em relação ao corpo da embalagem, várias alternativas construtivas, várias secções transversais e vários formatos, dentro do mesmo escopo inventivo.

[094] De acordo com a Figuras 9A, 9B e 9C a parte vertical do respiro pode estar internamente, em várias posições, ou acoplada à parede da embalagem (junto à parede interna) ou fixada ao corpo ou à tampa ou ainda conectado à parede por meio de um pescoço. O respiro pode ainda fazer parte da parede da embalagem.

[095] A parte vertical do respiro (4) pode ser acoplada ou não à parede externa ou interna ou conectada a ela por meio de um pescoço, conforme mostrado nas Figuras 9A, 9B e 9C. A parte horizontal do respiro (4) prolongado pode ser acoplada ou não à parede interna ou a externa (bocal na parte inferior da embalagem) . Essa parte pode ser inclinada com relação ao fundo do recipiente (1) .

[096] O respiro (4) poderá ser totalmente interno e ter a abertura da extremidade superior (7) no corpo do recipiente (1) ou na tampa (3), de acordo com a Figura 10A, ou acoplado ao bico (2) de descarga Figura 10B. O respiro (4) pode ser vertical, obliquo, curvo, reto ou com várias outras formas, como mostrado nas Figuras 10A, 10B, 10C e 10D.

[097] O bocal da extremidade inferior (6) pode ter várias posições com relação ao eixo do respiro, conforme pode ser visto na Figura 10D.

[098] O respiro (4) pode ser posicionado ainda de forma totalmente externa à embalagem, conforme mostrado na Figura 9.

[099] Os respiros (4) podem ser removíveis. O bocal da extremidade superior (7) (entrada de ar) pode ser montado na tampa (3) do recipiente (1), conforme Figuras 11A e 11B. Os respiros (4) montados na tampa (3) poderão ser removidos junto com a mesma de acordo com a Figura 11B.

[0100] Numa outra realização da invenção, o bocal da extremidade superior (7), entrada de ar, pode ser montado no corpo da embalagem, de acordo com as Figuras 11C e 11D.

[0101] A Figura 11E mostra um respiro (4) que tem seu conduto (17) encaixando-se no corpo do recipiente (1) . Nessa realização da invenção o recipiente (1) é dotado de um corte (15) na sua parede. O referido corte (15) tem formato de cunha, onde a porção mais externa da parede possui abertura menor que a porção mais interna. O corte

(15) se estende até a porção superior do recipiente configurando um meio de encaixe para uma peça de fechamento

(16) que também tem formato de cunha e se solidariza com a parede proporcionando um meio de encaixe com o recipiente (1) . O referido encaixe é realizado preferivelmente pela porção superior do recipiente (1) proporcionado perfeita vedação às paredes do recipiente (1) . A peça de fechamento (16) é dotada de um conduto (17) que se estende da porção superior do recipiente (1) até a porção inferior do mesmo, a fim de proporcionar a passagem de ar para o fundo do recipiente. Na porção inferior da peça de fechamento (16) o conduto (17) se solidariza com o seu respectivo prolongamento (20) configurando um respiro que se estende em direção ao centro do recipiente (1) .

[0102] Em outra realização da invenção, os respiros (4) são desmontáveis e removíveis, conforme a Figura 12. São exemplificadas duas possibilidades de respiro (4) desmontáveis, como mostrado nas Figuras 12A e 12B. Poder-se-á ter várias configurações de desmontagens, conforme a aplicação.

[0103] Em outra realização da invenção o respiro (4) é constituído utilizando-se parte da parede do recipiente (1) e uma parede interna (12) plana ou curva, conforme mostrado na Figura 13. A referida parede interna (12) configura um conduto (5a) juntamente com a parede do recipiente (1) . Alternativamente, a parede interna (12) poderá ter uma inclinação que permita melhor escoamento dos líquidos, principalmente os mais viscosos. Um orifício (14) pode ser aberto na porção superior do recipiente (1) configurando um respiro (4) .

[0104] Uma outra corporificação da invenção condutos (5) flexíveis de respiro são previstos, conforme a Figura 14. Os condutos (5) flexíveis podem ser fabricados em plástico podendo ter um elemento metálico para que ele se adapte às variedades de formatos de recipientes (1) existentes no mercado. A abertura inferior (6) poderá seguir a posição como dos respiros (4) rígidos ou outros conforme a aplicação, desde que leve o ar para o fundo do recipiente ( 1 ) .

[0105] Como visto, os condutos (5) do respiro (4) podem assumir uma diversidade formas e características . Os condutos (4) podem ser:

a. rígidos (Figuras 7 a 12) ou flexíveis (Figura 14) ;

b. desmontáveis (Figuras 10B e 12);

c. utilizando parte da parede do recipiente (1)

( Figura 13 ); d. podem ser fixos (Figuras 7 a 9) ou removíveis (Figura 10A, 10B, 10D, 11B e 11D) ;

e. uma combinação das características citadas nos itens anteriores.

[0106] Poder-se-ia ainda considerar o uso de respiros (4) telescópicos para instalar em embalagens de várias alturas. Em todos os casos, condutos (5) dos respiros (4), bem como os recipientes (1) podem ser construídos com secções transversais (circular, quadrada, retangular, hexagonal, etc.) .

[0107] A Figura 1 ilustra algumas possibilidades de formatos dos respiros: inclinado, reto, curvo, cónico etc. Outros formatos, que permitam a realização do princípio da invenção, também são possíveis.

[0108] O corpo do recipiente (1) pode também ser bipartidos e roscados de modo a facilitar a limpeza, como no caso das mamadeiras (Figuras 19, 20, e 21) .

[0109] Como o ar entra primeiro e depois sai o líquido, a saída do referido líquido pode ser determinada (adiantada ou retardada) em função da inclinação da tampa (3), ângulo "a" conforme mostrado na Figura 14, e/ou mediante a diferentes posições do bico (2) na tampa (3) do recipiente ( 1 ) .

[0110] Considerando o equilíbrio hidropneumático depressões, se a pressão sobre o líquido em um dos vasos contíguos for maior que a do outro vaso não haverá igualdade dos níveis, pois o líquido não fluirá para o vaso com maior pressão (Figura 16) . Neste caso, se mantivermos um dos vasos fechados, ao se colocar o líquido no outro, o líquido não fluirá para o vaso fechado para igualar os níveis, como no caso dos vasos comunicantes acima descritos da Figura 1. O líquido não fluirá, pois o ar retido no vaso fechado impedirá que isso aconteça, devido ao equilíbrio de pressões que se estabelece, conforme abaixo:

PI = Pa + HJ,

onde: PI é a pressão do ar retido, Pa é a pressão atmosférica, H é a diferença de nível do líquido nos dois vasos e J é o peso específico do líquido. Portanto, PI > Pa.

[0111] Ao se inclinar os vasos contíguos, mantendo o vaso fechado na parte superior (Figura 17A) , não haverá a possibilidade de o líquido fluir para o vaso fechado devido, a diferença de pressões e, ao atingir-se a posição horizontal (Figura 17C) , poder-se-á abrir o vaso fechado permitindo que o ar externo vá para o fundo do vaso que estava aberto (na parte inferior) , sem a necessidade de formação do vácuo inicial ou mesmo durante a descarga. Identicamente ao caso dos vasos comunicantes abertos (pressões iguais nos dois vasos) não haverá possibilidade do líquido fluir pelo vaso superior, o que estava fechado. Assim tem-se que o seguinte mecanismo: o ar entra e o líquido sai.

[0112] Portanto, nos respiros descritos que funcionam de acordo com o princípio dos vasos comunicantes, pode-se acrescentar também na entrada de ar, abertura superior (7), um batoque (9), microválvula de agulha ou dispositivo semelhante de acordo com a Figura 17, com a finalidade de manter a entrada de ar do respiro (4) fechada. Ao se colocar o líquido no recipiente (Figura 17A) não haverá igualdade de níveis, pois o líquido não subirá pelo conduto (5) do respiro (4), devido ao equilíbrio de pressões, ou seja, a pressão que se cria no conduto (5) é maior que a pressão atmosférica.

[0113] Ao se inclinar o recipiente (1) não haverá possibilidade do liquido fluir para o conduto (5) do respiro (4), permanecendo no recipiente (1) . Ao atingir a posição horizontal (Figura 17C) , poder-se-á abrir a entrada de ar externo, manual ou automaticamente, permitindo que o ar vá para o fundo do recipiente (1), não havendo, portanto, formação de vácuo inicial, nem durante a descarga ou sucção. De forma idêntica ao caso da entrada de ar externo totalmente aberta, não haverá possibilidade de vazamento pelo respiro (4) .

[0114] Esta construção possui as mesmas vantagens mencionadas acima (nas modalidades de realização da invenção anteriores), além da possibilidade de permitir movimentos bruscos (chacoalhar) para mistura de líquidos com pós (por exemplo, mistura de leite com achocolatado em pó), bastando para isso fechar a entrada de ar externo. A fim de atingir esses objetivos, o batoque (9) e outros dispositivos semelhantes podem ser instalados ao longo do respiro (4), isto é, do bocal de abertura superior (7) até o início da porção horizontal do conduto (5), conforme mostrado na Figura 18. Diferentes tipos de válvula (11) podem ser instalados no conduto (5) a fim de proporcionar vedação ao mesmo na posição horizontal. Uma agulha (10) que se encaixa numa sede pode vedar a abertura superior (7) e não permitir saída de ar na posição horizontal. Por outro lado, a mesma válvula permite a entrada de ar quando se inclina o recipiente (1) . Os conceitos das realizações da invenção anteriores (respiros, construção, posição etc.) / baseada no principio dos vasos comunicantes, são validos para essa realização.

[0115] Inicialmente podemos preparar a mamadeira para a mamada (ar no fundo dela) utilizando-se o principio dos vasos comunicantes ou o sistema hidropneumático . Ao interromper-se a mamada, é mais prático retomar a mamada utilizando-se o principio dos vasos comunicantes, uma vez que o batoque ou dispositivo equivalente já está aberto, não havendo, portanto, necessidade de se reutilizá-lo, pois seria mais trabalhoso, uma vez que para fechá-lo, a mamadeira teria que ser colocada na posição horizontal. O batoque ou dispositivo equivalente, pode ser utilizado para muitas outras funções da mamadeira: transporte, chacoalhar etc .

[0116] Uma aplicação prática da construção acima seria uma mamadeira térmica, pois podemos utilizar o respiro interno a fim de manter todo o liquido (corpo + respiro) aquecidos.

[0117] Alternativamente, o recipiente das Figuras 8 a 13, 15 e 17 pode ser bipartido (roscado) , conforme a realização da invenção que será agora descrita.

[0118] Em uma outra realização da invenção, o recipiente (1) incorpora o respiro (4) : com o mesmo conceito de se ter ar no fundo do recipiente (1) antes de descarregar o liquido, sem formação de vácuo, quando da entrada do ar. Na Figura 19, o ar já está na câmara B (pulmão) , que é separada da câmara A por uma placa fixa C, tendo abertura inferior (6), onde está instalada uma válvula, que abre e permite o ar passar da câmara B para A ao inclinar-se a embalagem. Não há nenhum comando, para abrir a válvula, somente a inclinação da embalagem irá abrir a válvula, como nas realizações anteriores. A abertura (7), que comunica o ar externo com a câmara B, pode permanecer aberto, ou aberto manualmente ou ainda automaticamente por uma microválvula ou mantem-se aberto um furo ou mais furos capilares, que não permite a passagem do liquido, mas permitem a passagem de ar.

[0119] Em uma outra realização da invenção, é mostrada na Figura 20. Nesse caso a placa C é móvel e ao inclinar-se a embalagem ela se deslocará da sua base permitindo que o ar da câmara B (pulmão) passe para câmara A, através de furos na placa e no apoio desta. Identicamente a abertura (7) proporciona a entrada de ar externo para a câmara B.

[0120] O conjunto das Figuras 21, mostram outra realização da invenção. Nas Figuras 21-1 e -II, o recipiente (1) possui uma tampa com rosca na parte inferior por onde entra o ar, através da rosca, atravessando orifícios ou tubinhos capilares do disco interno C (plano ou cónico etc..) . Os tubinhos capilares possuem dimensão na ordem de frações de milímetros, de acordo com as normas ABNT NBR ISO 7864:2010 e NBR ISO 9626:2003. Ao entornar o líquido (L) do recipiente (1), o ar passa pelos orifícios do disco, indo da câmara B para a câmara A, sem que seja necessária a formação de vácuo no fundo do recipiente (1) .

[0121] Dependendo do diâmetro dos orifícios capilares e da viscosidade do líquido, o recipiente (1) poderá ficar na vertical quando cheia ou quando houver interrupção da descarga ou mamada, sem haver gotejamento através desses orifícios.

[0122] Note-se que o ar externo já estará no fundo da embalagem ou mamadeira, antes da descarga ou sucção, não sendo preciso vácuo para abrir válvulas, remover tampas, abas entre outros para desbloquear os furos para entrada de ar. Os orifícios capilares podem ser entendidos também como tubinhos capilares.

[0123] Em outra realização da invenção, mostrada na Figura 21-III, são previstos dois discos, para melhor reter o líquido, dependendo da aplicação. Assim, há uma perda de carga ao se diminui a pressão do líquido ao atravessar o primeiro disco.

[0124] As Figuras 21-IV e -V mostram a realização da invenção onde os furos ou tubinhos capilares estarão localizados no próprio corpo da embalagem, sendo dimensionados, tanto na quantidade como no diâmetro para permitir que o ar entre e não permita que o líquido saia.

[0125] A Figura 21 -VI é um exemplo de construção que poderá ser realizada de várias maneiras, cujo disco pode ser removido para limpeza e higiene dos orifícios.

[0126] Na Figura 21-VII é mostrada a realização da invenção em que se usa os espaços capilares entre as lâminas B e C e entre a lâmina C e a coroa D fixa à parede da embalagem.

[0127] A Figura 21-VIII mostra uma base inclinada ou horizontal, para apoiar o recipiente (1) quando se quer evitar o gotejamento através dos orifícios. No caso de o projeto exigir furos com diâmetros que possibilitam um gotejamento, ao interromper-se a descarga ou sucção, o recipiente (1) poderá ou não ficar apoiado sobre um suporte inclinado de um ângulo (a) adequado ao projeto do recipiente e às caracteristicas do liquido (L) . Nesse caso, não haverá gotejamento pelos orifícios capilares, pois a pressão exercida sobre os orifícios é bem menor do que aquela exercida quando ela está na vertical (h e h'<< H) . Na vertical o recipiente (1) poderá ficar determinado tempo, que dependerá do diâmetro e do número de orifícios e do volume da outra câmara. Mesmo nessa hipótese, ao se iniciar a descarga ou sucção de ar externo já estará no fundo da embalagem, não sendo preciso vácuo para abrir válvulas, remover tampas, abas etc., para desbloquear os furos para entrada de ar. Os orifícios capilares podem ser entendidos também, como tubinhos capilares.

[0128] Dessa forma, com as embalagens correspondentes às Figuras 19, 20 e 21 e respectivos respiros obtém-se o objetivo da presente invenção, ou seja, não há formação de vácuo inicial e nem durante a descarga ou sucção e o ar não atravessa o líquido.

[0129] Assim com o que propusemos acima, consegue- se uma série de caracteristicas e vantagens, entre as quais podemos destacar as descritas a seguir.

[0130] Não há formação de vácuo no fundo do recipiente, antes e durante a descarga ou sucção do líquido em qualquer das construções acima descritas.

[0131] Pode ser utilizado para embalagens com aberturas de descarga ou sucção (21) tendo diâmetros infinitesimais .

[0132] O recipiente da Figura 4D pode ser inclinado em qualquer ângulo, até 180° e mantido nessa inclinação, vertical com o bico para baixo, sem que haja qualquer possibilidade de vazamento, pois não existe liquido no respiro, não havendo, portanto, a possibilidade de escoar liquido na face do bebê no caso das mamadeiras, usando-se ou não o batoque.

[0133] Nas Figuras 8A, 8B e 8C, uma vez escoado o liquido do respiro (4) e mantida na posição de sucção, pode ser girada 360° em torno do seu eixo, sem, que haja vazamento de liquido através do respiro (4) . Não é preciso fechar o batoque (9) na entrada de ar, para poder girar, pois um estudo conveniente do corpo da embalagem e do tipo e andamento do respiro (4), permite obter-se essa característica . Esta é outra vantagem para as mamadeiras, pois o bebê pode girar a mamadeira sem qualquer perigo de vazamento no seu rosto.

[0134] A saida do liquido pode ser determinada (adiantada ou retardada) em função da inclinação do recipiente (1) mediante a posições diferentes do bico (" spout") na tampa (3) do recipiente (1) e da inclinação dessa tampa (ângulo "a" na Figura 15) .

[0135] A fim de permitir a esterilização das mamadeiras: a) o corpo do Container pode ser feito em duas partes roscadas, bipartido como nas Figuras 19, 20 e 21, e o diâmetro do bocal do respiro (4) deve ser dimensionado para facilitar a limpeza. O respiro (4) poderá ser rosqueado no corpo do recipiente (1), para removê-lo e efetuar a limpeza mais facilmente (Figura 12) .

[0136] O liquido contido no respiro (4) e o ar vão no mesmo sentido para o fundo do recipiente (1), não necessitando de labirinto onde o liquido possa ser depositado para dar passagem do ar.

[0137] Pode-se controlar o ar de entrada no respiro (4), que consequentemente controla o fluxo de saida do liquido. Para isso vários dispositivos: válvula de agulha, batoque (9), que funcione não só aberto- fechado, mas que também permita a regulagem de sua abertura etc.

[0138] O ar externo vai diretamente para o fundo da embalagem sem entrar em contato com o liquido. No caso das mamadeiras, o ar e o leite são mantidos separados e evita esforço do bebé para a formação do vácuo e evita gases, cólicas gasosas, regurgitação e soluços do bebé, pois não há a mínima possibilidade de uma gota de ar sequer ser absorvida pelo bebé, ou seja, tem-se uma mamadeira 100% anticólica .

[0139] A presente invenção, permite estabelecer um fluxo uniforme, pois ao mesmo tempo em que um volume de líquido é descarregado um volume equivalente de ar externo é encaminhado diretamente para o fundo da embalagem onde só existe ar.

[0140] A presente invenção proporciona um dispositivo mais higiénico, pois não há nenhum perigo de vazamentos no corpo e no fundo da embalagem, bem como pelo orifício de entrada de ar externo, mesmo durante o enchimento ou descarga da embalagem, ou quando se pressiona a mesma como no caso das embalagens flexíveis.

[0141] A presente invenção proporciona um dispositivo mais económico, pois se pode controlar o fluxo do líquido, dimensionando-se adequadamente o respiro (4) por meio do diâmetro do conduto (5), o bico (2) de descarga ou utilizando-se dispositivos para dosar a entrada de ar e, consequentemente, dosar a saida de liquido, o que é ideal para certas embalagens, tais como aquelas de condimentos, óleos comestíveis e outros. Além disso, não há desperdício de líquido.

[0142] A presente invenção define um respiro (4) simples que dispensa complexos dispositivos no fundo, internamente ou no corpo do recipiente, bem como peças intermediárias e outras complicações e sofisticações, dupla embalagem etc., que exigem montagens e desmontagens do conjunto, eliminando-se inclusive o uso de peças descartáveis ou substituição periódica de determinadas peças, bem como cuidados especiais para limpeza.

[0143] Dependendo da aplicação do conjunto, o conduto (5) forma o respiro (4) pode ser localizado internamente ou externamente, bem como fazer parte do recipiente; internamente pode ser colocado em qualquer posição, desde a parte central (coaxial com a embalagem) até junto da parede interna do recipiente (1) .

[0144] O conduto (5) do respiro (4) poderá ter a sua extremidade superior (7), aquela de entrada de ar, localizada externamente ao recipiente (1), no corpo ou na tampa (3) da embalagem da mamadeira.

[0145] Com uma pequena adaptação permite o acoplamento do conduto (5) com um dispositivo para a sucção do líquido de dentro do recipiente (1) .

[0146] No caso das mamadeiras, podem-se acoplar dispositivos existentes no mercado, para o bebé sugar o leite quando sentado no automóvel ou no carrinho de bebé, sem usar as mãos. [0147] A presente invenção permite movimentos bruscos (chacoalhar) , para mistura de líquidos ou líquidos e pós (chocolate etc.) / bastando para isso fechar-se a entrada de ar externo, por meio de um batoque (9), válvula ou dispositivo semelhante. Esses podem ser localizados ao longo do tubo de respiro, isto é, desde a abertura superior (7) até a inferior (6), conforme as Figuras 18A, B, C e D.

[0148] As mamadeiras das Figuras 18, 20 e 21, de construção simples, também não permitem a criação do vácuo inicial, para a entrada de ar, nem durante a sucção.