CAMPO TÉCNICO

O seguinte relatório descritivo para o presente modelo de utilidade se refere ao desenvolvimento de uma régua multifuncional, contendo um setor curvo destinado a servir como transferidor, contando com uma parte retilínea que funciona como régua propriamente dita, tendo em uma das extremidades um dispositivo abridor de envelopes e na outra o encontro com o transferidor; sendo que a parte central da régua conta com uma lente de aumento e a parte superior descreve uma curvatura auxiliar ao traçado de curvas e complementar ao transferidor.

ESTADO DA ARTE

Tecnicamente, uma régua é um artefato retangular, estreito e comprido, dividido em unidades de medida linear, e que serve para efetuar medições. A partir desse conceito básico foi criada uma multiplicidade de modelos diferentes de réguas, onde a possibilidade da medição linear figura como uma das suas atribuições. Ampliando a finalidade inicialmente pelas quais foram criadas, se agregou as réguas outros acessórios que as tornaram muito eficientes, como, por exemplo, um transferidor. Isso pode ser visto no documento US 6,134,795 de HITCHCOCK (2000), além de contar com dois níveis de bolha para determinar a inclinação de uma superfície.

Também são conhecidas as chamadas réguas "T" que permitem desenhar linhas ortogonais, como no caso do documento US 5,193,284 de LIN (1993), e traçar linhas paralelas deslizando a régua por meio de roletes. O traçado de paralelas também conta com outro tipo de régua como no caso do BR 8.101.241 -1 de APALA (2001 ) e no BR 9.101.349-6 de PIRES (1991), sendo que ambos os dispositivos permitem a medição de ângulos e desenhos de figuras geométricas, e a régua de PIRES conta ainda com uma lente.

Outros instrumentos permitem determinar escalas como as conhecidas réguas triangulares, contando com escalas de 1 :50, 1 :100, 1 :125 entre outras.

Também são conhecidas as réguas CN 201.124.689 de HU (2008), onde se associa à régua um compasso; documento CN 201.016.680 de ZHANG (2008), revelando um instrumento multifuncional de medição de ângulos e CN 2.537.246 de QIONG (2003) que revela uma régua multifuncional.

Outros documentos: BR 9.404.195; BR 0.001.433; 9.301.430; US

3,456,353; CN 2.693.489; CN2.306.892 e CN 2.194.824.

Todos esses documentos mostram réguas que contém marcações lineares ou angulares impressas na superfície que fica voltada ao usuário. Essas marcações determinam a precisão e o tipo de uso que se pode dar à régua, permitindo que seja usada como instrumento de desenho, corte de molde, medição de ângulos e outros. Assim, a régua é fabricada por algum meio adequado, como, por exemplo, injeção em um molde, depois disso, se eliminam as rebarbas e falhas e a régua passa para a etapa de pintura, onde são impressos as diversas medições que possa conter: tais como, escalas, ângulos, conversão de símbolos e outras possibilidades; se realiza o controle de qualidade do produto verificando se houve falhas na pintura e nos dispositivos agregados.

Em todos os documentos visitados, duas grandes desvantagens estão sempre presentes:

- Um dos lados da régua contém a numeração e o outro lado é usado para apoiar sobre a superfície de trabalho, por exemplo, uma mesa escolar;

- A impressão da numeração sobre a face superior da régua.

Desvantagens, pois as réguas convencionais têm sempre um lado certo de uso, não são dupla face, e a impressão da numeração acabam se desgastando como o uso, apagando o valor impresso e tornando o instrumento inútil para a atividade para a qual foi criado.

Além dessas desvantagens óbvias, a régua tem como inconveniente a necessidade da pintura, isso encarece o produto, pois, depois de pronto, ou seja, depois de injetado o material plástico, a régua volta ao processo produtivo para ser pintada ou impresso os números.

DISCUSSÃO

Assim, devido às considerações pertinentes ao estado da arte anteriormente apresentado é um dos objetivos da presente aplicação de modelo de utilidade, o desenvolvimento de uma régua multifuncional dotada das seguintes características:

- É multifuncional, pois permite apresenta usos, por exemplo: como régua de medição linear convencional, permite a leitura de ângulos; se comportando como um transferidor, possui ponta para abertura de envelopes e cartas, contém uma lente de aumento e serve como auxiliar ao traçado de curvas;

- Não contém numeração impressa na face superior, ou seja, a marcação das diversas medidas é feita mediante perfurações no material que compõe a régua, de tal modo que não ocorre o desgaste com o uso, ou seja, não tem como apagar as marcações da régua, pois estas não são impressas, mas cavadas no material plástico; - A régua é dup!a face, ou seja, não existe um lado específico para uso. A régua pode ser virada que continuará funcionado.

RELAÇÃO DAS FIGURAS

A caracterização do presente documento para patente de modelo de utilidade é feita por meio de desenhos representativos da régua multifuncional, de tal modo que o instrumento possa ser integralmente reproduzido por técnica adequada, permitindo plena caracterização da funcionalidade do objeto pleiteado.

A partir das figuras elaboradas que expressam a melhor forma ou forma preferencial de se realizar o produto ora idealizado, se fundamenta a parte descritiva do relatório, através de uma numeração detalhada e consecutiva, onde esta esclarece aspectos que possam ficar subentendidos pela representação adotada, de modo a determinar claramente a proteção ora pretendida.

Estas figuras são meramente ilustrativas, podendo apresentar variações, desde que não fujam do inicialmente pleiteado.

Neste caso se tem que:

- A FIGURA 1 ilustra uma representação em perspectiva da régua multifuncional proposta;

- A FIGURA 2 mostra a vista ortogonal frontal da régua mostrada na figura 1 ;

- A FIGURA 3 apresenta a vista ortogonal superior da régua e;

- A FIGURA 4 ilustra a vista ortogonal lateral.

DESCRIÇÃO

Uma forma preferencial de construção deste modelo de utilidade aplicado em régua compreende uma lâmina em material plástico adequado (1), contendo um setor circular (2) disposto em uma das extremidades, sendo que dito setor é concordante superiormente a uma curvatura suave (3) que se estende até a ponteira (4) da régua, e a outra extremidade desse (5) setor encontra a parte retilínea (6); sendo que parte superior descrita pela curvatura suave (3) apresenta-se mais espessa (7) afinando em direção a parte retilínea (6), e completando o instrumento junto ao setor circular (2), tem-se uma lente bicôncava (8).

O setor circular (2) apresenta divisões em ângulos desde a extremidade (5) até o ponto de inflexão (9) funcionando como um transferidor; sendo que as indicações dos ângulos são conseguidas por meio de perfurações (12).

A parte retilínea da régua (6) apresenta uma marcação (10) que coincide com a ponto de inflexão (9), funcionando como o ponto zero em uma reta linear com contagem negativa à esquerda e positiva à direita; onde estas marcações também são conseguidas por meio de perfurações maiores (13) indicativas dos centímetros, perfurações menores indicando os milímetros (14) e perfurações intermediárias (15).

A ponteira (4) da régua acompanha o espessamento da parte de curvatura suave até seu afinamento, descrevendo uma curvatura acentuada (11), sendo empregada como abridor de envelopes e cartas.

A parte retilínea (6) e o setor circular (2) apresentam a mesma espessura, havendo modificação dessa espessura junto ao ponto de inflexão (9) e na parte frontal (4 -11 ) que abre envelopes e cartas.

As marcações (12) do transferidor (2) e as marcações (13, 14 e 15) da parte retilínea (6) feitas por orifícios de dimensões diferentes, não apresentam impressões numéricas, de modo que não se apagam com o uso da régua. A régua é dupla face, de modo que não existe uma face preferencial de uso, servindo tanto para quem é destro como para quem é canhoto.

O modelo de utilidade proposto pode ser fabricado em qualquer tipo de material plástico compatível com o seu uso, além de poder receber informes publicitários ou de utilidade pública aplicados sobre as faces.