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Title:
CUBEBIN, DIBENZYLBUTYROLACTONE LIGNAN, SEMI-SYNTHETIC AND SYNTHETIC DERIVATIVES THEREOF, AND OTHER LIGNANS AND NEOLIGNANS AS VASODILATING AGENTS IN THE THERAPY OF ERECTILE DYSFUNCTION
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2011/075801
Kind Code:
A1
Abstract:
Described and disclosed is the use of cubebin, a dibenzylbutyrolactone lignan, of the semi-synthetic and synthetic derivatives thereof, and of other lignans and neolignans for the treatment of erectile dysfunction.

Inventors:
ALBUQUERQUE SERGIO (BR)
BASTOS JAIRO KENUPP (BR)
CALEFI PAULO SERGIO (BR)
CIUFFI KATIA JORGE (BR)
CUNHA WILSON ROBERTO (BR)
LAURENTIZ ROSANGELA DA SILVA DE (BR)
LUCARINI RODRIGO (BR)
NASSAR EDUARDO JOSE (BR)
SILVA FILHO ADEMAR ALVES DA (BR)
SILVA MARCIO LUIS ANDRADE E (BR)
Application Number:
PCT/BR2009/000433
Publication Date:
June 30, 2011
Filing Date:
December 21, 2009
Export Citation:
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Assignee:
ACEF S A (BR)
ALBUQUERQUE SERGIO (BR)
BASTOS JAIRO KENUPP (BR)
CALEFI PAULO SERGIO (BR)
CIUFFI KATIA JORGE (BR)
CUNHA WILSON ROBERTO (BR)
LAURENTIZ ROSANGELA DA SILVA DE (BR)
LUCARINI RODRIGO (BR)
NASSAR EDUARDO JOSE (BR)
SILVA FILHO ADEMAR ALVES DA (BR)
SILVA MARCIO LUIS ANDRADE E (BR)
International Classes:
A61K31/34; A61K31/36; A61P15/10
Domestic Patent References:
WO2003080600A12003-10-02
WO2006113981A22006-11-02
WO2007009201A22007-01-25
WO2009021347A12009-02-19
Foreign References:
US6469012B12002-10-22
US6362178B12002-03-26
US7182958B12007-02-27
BR0201237A2002-03-25
BRPI0501542A2005-04-28
BRPI0503951A2005-07-15
Other References:
THARAKAN B ET AL.: "Botanical therapies in sexual dysfunction", PHYTOTHERAPY RESEARCH, vol. 19, 2005, pages 457 - 463, XP002576833
ZHANG G ET AL.: "Chemical constituents of Aristolochia constricto Antispasmodic effects of its constituents in guinea-pig ileum an isolation of a diterpeno-lignan hybrid", JOURNAL OF NATURAL PRODUCTS, vol. 71, 2008, pages 1167 - 1172
See also references of EP 2517705A4
Attorney, Agent or Firm:
ADVOCACIA PIETRO ARIBONI S/C (BR)
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Claims:
Reivindicações

1. Processo para a preparação de um medicamento para o tratamento de disfunção erétil, caracterizado por usar a cubebina e seus derivados semi-sintéticos e sintéticos, bem como outras lignanas e neolignanas.

2. Composição medicamentosa destinada ao tratamento de disfunção erétil em mamíferos, caracterizada pelo fato de conter a cubebina, e/ou seus derivados semi-sintéticos e sintéticos, e/ou outras lignanas e neolignanas.

3. Composição medicamentosa, de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por ser administrada via intravenosa, intramuscular, oral, retal e/ou parenteral.

4. Composição medicamentosa, de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por ser administrada em uma quantidade mínima de 20 mg de cubebina e/ou de seus derivados semi-sintéticos e sintéticos, e/ou de outras lignanas e neolignanas por Kg do mamífero.

Description:
Cubebina, lignana dibenzilbutirolactólica, seus derivados semi-sintéticos e sintéticos, bem como outras iignanas e neolignanas como agente vasodilatador na terapia da disfunção erétil

O presente invento se refere ao uso de Iignanas tais como a lignana dibenzilbutirolactólica, seus derivados semi-sintéticos e sintéticos, bem como outras Iignanas e neolignanas, e em especial da cubebina, como agente vasodilatador na terapia da disfunção erétil.

FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO

A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade persistente em se obter e/ou manter uma rigidez peniana adequada a qual permita uma relação sexual satisfatória, sendo esta responsável por significativo e profundo comprometimento da qualidade de vida do homem e de suas parceiras.

Os dados de prevalência da DE na literatura variam de acordo com a classificação do grau da disfunção. Na América Latina estima-se que, aproximadamente, 50% dos homens com 40 anos ou mais sofram de algum grau de DE e que pelo menos 3,5% tenham disfunção completa. Estudos prospectivos indicam cerca de um milhão de casos novos de DE aconteçam a cada ano em homens de 40 a 70 anos de idade no Brasil; nos Estados Unidos (EUA) se computados apenas os casos graves, há de 10 a 20 milhões de homens, porém, considerando também a DE grau leve, este número aumentaria para 30 milhões. No Brasil estima-se cerca de 25 milhões de homens com algum grau de DE, dos quais 11 milhões apresentam DE moderada ou completa.

Os casos de DE são geralmente classificados em quatro diferentes tipos, de acordo com sua etiologia: psicogênicos, vasculogênicos ou orgânicos, neurológicos e endócrinos. Por muitos anos acreditou-se que os fatores psicológicos eram os principais causadores deste distúrbio. Porém, sabe-se hoje que a DE originária de problemas vasculares é responsável por cerca de 75% dos casos relatados, enquanto o hipogonadismo e os fatores psicológicos contribuem com 19 e 14%, respectivamente.

Recentes estudos demonstraram que a prevalência da DE aumenta significadamente com a idade. Determinados graus de DE podem ser observados em 39% dos homens acima de 40 anos e em 67% dos homens acima de 70 anos (Feldman et al., 1994; Ganz, 2005). Embora a DE possua tanto componentes orgânicos quanto psicogênicos, sabe-se que esta disfunção está associada com a aterosclerose, dislipidemias, hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo e obesidade (Feldman et al., 2000). Depois da ejaculação precoce, este é o comprometimento mais comum da função sexual masculina.

Atualmente, a DE é considerada uma importante questão de saúde publica, dada a sua alta prevalência e sua associação com o sofrimento psíquico e com importantes causas de morbimortalidade masculina, tendo em vista a sua representativa prevalência. Projeções para 2025 indicam em torno de 322 milhões de homens no mundo com DE, sendo que as maiores taxas de prevalência deverão ocorrer nos países em desenvolvimento, como os da África, Ásia e América do Sul.

A anatomia geral do pênis é semelhante em todas as espécies de mamíferos. O pênis humano consiste em três seguimentos cilíndricos: os corpos cavernosos pareados localizados na parte dorsal e o corpo esponjoso na parte ventral, o qual circunda a uretra e forma a glande peniana na porção distai. Cada um dos corpos cavernosos é circundado por um tecido fibroso e compacto, a túnica albugínea, a qual é constituída em grande parte de fibras de colágeno, bem como algumas fibras de elastina. O tecido erétil dos corpos cavernosos é composto de múltiplos espaços lacunares interconectados, revestidos por células endoteliais, além das trabéculas, que formam as paredes das lacunas e consistem de bandas espessas de músculo liso e de uma estrutura fibroelástica formada por fibroblastos, colágeno e elastina. Os corpos cavernosos são divididos por um septo perfurado, incompleto no humano, que permite funcionar como uma unidade. A túnica albugínea dos corpos cavernosos apresenta uma espessura de 2-3 mm no estado flácido. A túnica albugínea do corpo esponjoso é menos densa do que os corpos cavernosos e contém mais fibras elásticas. A parte proximal do pênis se encontra ancorada no osso pélvico, sendo esta região denominada crura dos corpos cavernosos, enquanto a parte proximal do corpo esponjoso forma o bulbo peniano. Tanto a crura quanto o bulbo estão conectados aos músculos estriados. O bulbo peniano está circundado pelo músculo bulbocavernoso, ao passo que a crura peniana está circundada pelo músculo isquiocavernoso. A glande peniana apresenta uma aparência de esponja devido a um vasto plexo venoso com um grande número de anastomoses.

A ereção é um evento fisiológico complexo que compreende mecanismos psíquicos, neurais e vasculares, envolve a interação da estimulação neural do músculo liso do corpo cavernoso bem como a liberação neuro-humoral de fatores contráteis e relaxantes do endotélio. São quatro os principais eventos interdependentes que ocorrem durante a ereção: dilatação das artérias e arteríolas pelo aumento do fluxo sanguíneo nas fases diastólica e sistólica; armazenamento de sangue nos espaços sinusóides periféricos reduzindo o efluxo venoso; estiramento da túnica albugínea em sua capacidade, o que oclui as veias emissárias diminuindo o efluxo venoso ao mínimo.

Durante a ereção, o pênis atua como um capacitor, acumulando sangue sob pressão devido ao relaxamento dos corpos cavernosos. No estado flácido, as arteríola e os sinusóides estão contraídos, principalmente através de mecanismos α adrenérgicos e exercem resistência máxima ao influxo arterial; neste estado, apenas uma pequena percentagem de sangue adentra os corpos cavernosos com propósitos nutricionais. Ao mesmo tempo em que sinusóides estão contraídos, as veias drenam livremente para as veias extra penianas. Assim, durante este estado, a musculatura lisa trabecular dos corpos cavernosos e das artérias cavernosas e helicinais mantém-se em contração permanente. As trabéculas são drenadas pelas vênulas emissárias que comunicam com as veias cavernosas e apresentam pressão de oxigénio de 20 a 40 mmHg quando o pênis encontra-se no estado flácido. Quando o bloqueio da atividade simpática se instala, essas musculaturas relaxam (tumescência) permitindo o influxo arterial e, consequentemente, o aumento progressivo da pressão sanguínea intracavernosa. Apenas o bloqueio da atividade adrenérgica não é suficiente para que seja alcançado o estado de ereção peniana total. Os principais eventos responsáveis pelo estado de ereção são o relaxamento da musculatura lisa cavernosa e das artérias helicinais, quando ocorre então a expansão máxima dos espaços lacunares que terminam por comprimir os plexos venosos sub albugíneos.

Durante a ereção, os músculos lisos de arteríolas e sinusóides relaxam consequentemente reduzindo a resistência periférica. Assim, a dilatação das artérias cavernosas e helicinal levam ao aumento do fluxo sanguíneo nos espaços lacunares e o relaxamento do músculo liso trabecular dilata os espaços. Além de NO, as vias NANC são responsáveis pela liberação de diversos outros mediadores que levam ao relaxamento da musculatura lisa do pênis. Entre eles podemos citar neuropeptídeos, como o peptídeo vasoativo intestinal, peptídeo relacionado ao gene da calcitonina, substância P, purinas, como adenosina trifosfato (ATP); aminoácidos descarboxilados, bem como agentes parácrinos como prostaglandinas, bradicinina e fatores endoteliais. Entre os moduladores anti-eréteis podemos mencionar, além da norepinefrina, o neuropeptídeo Y e agentes parácrinos como tromboxano, histamina, endotelina e angiotensina II.

O mecanismo da ereção peniana é foco de atenção há séculos. Porém, apenas nos últimos 20 anos que a fisiologia e os aspectos moleculares da ereção estão sendo melhor elucidados. O tecido cavernoso do pênis pode ser comparado a uma esponja, composto por uma rede de espaços lacunares intercomunicantes revestidos por endotélio vascular e separados por trabéculas, que contém feixes de músculo liso em um arcabouço de colágeno, elastina e fibroblastos. O arcabouço fibroelástico é na verdade um prolongamento da túnica albugínea que envolve o tecido erétil em toda sua extensão.

As recentes aplicações de sofisticadas técnicas clinicas e cientificas no estudo dos mecanismos centrais (vias cerebrais e espinhais) e locais (músculo liso e endotélio) da ereção peniana levaram a grande avanços no gerenciamento clínico da disfunção erétil. Durante a última década, foi observado um grande avanço no tratamento da DE, o qual se estende desde técnicas cirúrgicas (próteses penianas ou revascularização) até o desenvolvimento recente de uma terapia oral eficaz. A eficácia de agentes administrados por via oral como o sildenafil, tadalafil, vardenafil representa o início de terapias farmacológicas não invasivas no tratamento da DE.

A crescente elucidação das bases fisiológicas e bioquímicas da função erétil, nos últimos anos, possibilitou a evolução das opções de tratamento da DE. As próteses penianas, primeiras opções de tratamento utilizadas que, de forma artificial, fornecem uma ereção rígida, estão sendo reservadas aos casos mais graves de DE, sendo nas demais situações substituídas por agentes farmacológicos planejados para restaurar ou ativar os mecanismos bioquímicos necessários a uma ereção natural. Heaton e colaboradores (2000) classificaram os agentes utilizados no tratamento da disfunção erétil de acordo com seu mecanismo e local de ação.

A utilização de medicação oral para o tratamento da DE é um método relativamente novo. Até pouco mais de uma década, a disponibilidade de agentes orais seguros e eficazes era praticamente imprevisível. Hoje esta terapia esta largamente disponível e novos produtos estão nas fases finais de avaliação pré venda. Inicialmente os fármacos orais eram utilizados empiricamente e sua efetividade era limitada. Recentemente, e através de descobertas fundamentais na fisiologia e farmacologia básica, pôde-se estabelecer o desenvolvimento de compostos seguros e úteis. Enquanto até o inicio dos anos 90 a testosterona poderia ser considerada como o único fármaco com eficácia oral, no presente, diversos agentes orais vêm sendo utilizados com sucesso. Apesar disto, sabe-se que a medicação oral nunca será efetiva em todos os casos onde os mecanismos fisiológicos da ereção peniana estão intactos ou moderadamente afetados por elementos locais ou sistémicos.

Introduzido na terapêutica em 1998, o medicamento mais utilizado no tratamento da DE é o citrato de sildenafil (Viagra ®), descrito na patente US 6.469.012, um inibidor seletivo da isoforma 5 da enzima fosfosdiesterase (PDE 5) e pode ser classificado como um agente condicionador da ereção peniana de ação periférica. Mediante estímulo sexual, sua ação resulta em maior relaxamento da musculatura peniana e, consequentemente, em maior acúmulo de sangue nos sinusóides cavernosos, levando à ereção mais rígida, com uma dose oral recomendada de 50 - 100 mg aproximadamente 1 hora antes do ato sexual. O sildenafil é absorvido rapidamente e as concentrações plasmáticas máximas ocorrem em torno de 60 minutos após uma única dose. A sua meia vida na circulação é de 4 horas. Os efeitos adversos mais comuns são cefaléia, rubor, dispepsia, congestão nasal e distúrbios visuais. Estes efeitos ocorrem porque a PDE5 não esta presente somente no corpo cavernoso, mas também em outros tecidos como leito vascular e trato gastrintestinal. Como o sildenafil aumenta os níveis de GMPc, o produto subsequente da estimulação da via NO-guanilato ciclase, o seu uso é contra indicado para pacientes que apresentem DE utilizando nitratos, pois o efeito vasodilatador pode ser potencializado, causando hipotensão grave. Foram relatados mais de 500 óbitos relacionados ao sildenafil, perfazendo uma taxa de 50 mortes para cada um milhão de prescrição (MITKA, 2000).

O vardenafil é outro inibidor da PDE5, descrito na patente US 6.362.178, comercialmente chamado de Levitra®, sendo dez vezes mais potente do que o sildenafil. O vardenafil é utilizado em doses únicas de 10 ou 20 mg, apresentando concentração plasmática máxima em 0,7 horas e 50% dos pacientes apresentam ereção 30 minutos após a ingestão. Este fármaco possui farmacocinética e efeitos adversos similares ao sildenafil. Os teste de segurança mostram que o vardenfil não afeta a habilidade dos pacientes com doença coronária e a combinação com nitroglicerina mostra alterações mínimas na frequência cardíaca e pressão arterial.

A tadalafila (Cialis®) é outro inibidor seletivo de PDE5, descrito na patente US 7.182.958, recentemente introduzido no mercado. A sua estrutura química é diferente do sildenafil e mostra pouca atividade contra as outras PDE. Os estudos clínicos mostram que os pacientes apresentam ereções 20 minutos após uma única dose oral de 20 mg e 60% ainda apresentavam efeitos 36 horas após a ingestão. Os efeitos adversos são similres aos dos sildenafi e vardenafil, no entanto os pacientes não apresentam rubor. Os estudos para avaliar a interação entre a tadalafila e os nitratos orgânicos encontraram efeitos sinérgicos modestos. Mas assim como o sildenafil e o vardenafil, a tadalafila não deve ser utilizada com nitratos. Hoje já se sabe que os inibidores da PDE5 possuem eficácia reduzida no tratamento da DE com condições onde exista ausência de óxido nítrico (NO) endógeno (como por exemplo, no diabetes), por isso estão sendo desenvolvidos inibidores de PDE5 liberadores de NO.

No mercado, são encontradas formas farmacêuticas de aplicação local (intracavernosa, intrauretral e tópica) e de administração oral. A administração oral é fácil, não-invasiva, facilmente reversível e é tolerada tanto pelo paciente quanto por sua parceira. Assim, os fármacos de administração oral tornaram-se a terapia de primeira escolha para os mais diversos casos de DE, destacando-se entre eles o sildenafil (Viagra). Por outro lado, é de extrema importância o desenvolvimento de fármacos com diferentes mecanismos de ação, que possam beneficiar pacientes até o momento não atendidos pelas terapias atuais. Além disso, diferentes mecanismos de ação podem viabilizar o uso concomitante de dois fármacos, buscando efeito sinérgico e melhor resposta em pacientes não responsivos às terapias isoladas.

Qualquer composto que melhore a atividade sexual tem potencial para ser extremamente proveitoso. Vários produtos naturais que têm sido utilizados por séculos como agentes para melhorar a função sexual masculina estão agora sob investigação. Infelizmente não existe um método uniforme e aceitável para identificar uma substância que melhore a função erétil, no entanto os modelos experimentais in vivo tem reportado esta hipótese (McKAY, 2004).

Os métodos animais atuais não proporcionam um meio acurado para a avaliação da atividade erétil de um novo composto. Os modelos animais baseiam-se somente nas funções sexuais mecânicas ou instintivas dos animais observados. Alem disso, os testes em humanos podem ser de difícil interpretação devido ao grau de subjetividade na auto-avaliação. Apesar das complicações, os estudos controlados e aleatórios são geralmente considerados como a técnica mais precisa (McKAY, 2004).

Muitas razões contribuíram para a introdução das plantas na terapêutica, entre elas o fato erróneo da população acreditar que a origem natural torna o produto menos tóxico do que as drogas sintéticas. Além disso, a indústria farmacêutica passou a entender que as plantas podem ser um bom negócio, uma vez que a população está sempre disposta a utilizar formas alternativas de terapias.

Compostos derivados de plantas são tradicionalmente utilizados em diferentes culturas com o objetivo de melhorar a performance sexual (CICER, et al., 2001). Pesquisa de produtos naturais contribui de forma substancial para a descoberta de fármacos inovadores ou protótipos através da introdução de novas estruturas químicas e/ou mecanismos de ação.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

O objeto da presente invenção poderá ser melhor compreendido a partir da descrição detalhada que segue, na qual também estão reportados os resultados dos testes realizados, os quais são ilustrados através das seguintes figuras:

- As figuras 1a, 1b e 1c ilustram os resultados dos testes em camundongos nos quais foi administrada a cubebina, de acordo com a presente invenção;

- As figuras 2a, 2b e 2c ilustram os resultados dos testes comparativos em camundongos nos quais foi administrada o citrato de sildenafil;

- As figuras 3a, 3b e 3c ilustram os resultados dos testes de controle negativo realizados em camundongos; e

- As figuras 4a, 4b, 4c e 4d ilustram o comportamento dos camundongos após a administração da cubebina, de acordo com a presente invenção.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

Foi ora descoberto, e constitui assim um objeto da presente invenção, o uso de lignanas, em particular da cubebina, como um agente vasodilatador na terapia da disfunção erétil. Em particular, a cubebina esta classificada no CAS pelo número 8423-69-3, e apresenta a seguinte formula:

Η· '

. , . . . . . . . .. .. . .. ntegrante da presente invenção

A cubebina, tal como ora empregada, é um principio ativo extraído preferencialmente, mas não exclusivamente, a partir das sementes de Piper cubeba. Exemplos de processos para a extração da cubebina estão descritos nos pedidos de patente do mesmo inventor, a saber: PI 0201237, depositado em 25/03/2002;

PI 0501542, depositado em 28/04/2005; e PI 0503951 , depositado em 15/07/2005.

Nestas referencias também são descritos os processos para a obtenção/extração da lignana dibenzilbutirolactólica, seus derivados semi-sintéticos e sintéticos, bem como outras lignanas e neolignanas.

Para a comprovação da eficácia da cubebina como um

agente vasodilatador na terapia da disfunção erétil, foram realizados diversos testes laboratoriais a partir de cobaias, os quais estão resumidos abaixo.

A. Selecão dos animais

Foram utilizados 42 camundongos Swiss, adultos com idade entre 18-24 semanas, pesando entre 25 a 35 gramas, oriundos do Biotério da

Universidade de Franca - UNIFRAN, onde foram confinados em gaiolas plásticas com

grade de metal e alimentados com ração padrão (Labina-Purina) e água ad libitum, na temperatura ambiente de 22° C.

Após um período de adaptação os animais foram divididos em sete grupos, conforme a Tabela 1 , abaixo:

Tabela 1

Grupo Tipo Administração

Grupo I: controle receberam 0,3 mg/ Kg de citrato de sildenafil diluído

6 camundongos positivo em 0,5 de solução salina (0,9%) intraperitonial

Grupo II: controle receberam 0,5 mL de solução salina (0,9%) 6 camundongos negativo intraperitonial

Grupo III: grupo teste receberam 20 mg/ Kg de cubebina diluído em 0,5 ml

6 camundongos de solução salina (0,9%) intraperitonial

Grupo IV: grupo teste receberam 15 mg/ Kg de cubebina diluído em 0,5 ml

6 camundongos de solução salina (0,9%) intraperitonial

Grupo V: grupo teste receberam 10 mg/ Kg de cubebina diluído em 0,5 ml

6 camundongos de solução salina (0,9%) intraperitonial

Grupo VI: grupo teste receberam 5 mg/ kg de cubebina diluído em 0,5 ml de

6 camundongos solução salina (0,9%) intraperitonial

Grupo VII: grupo teste receberam 2,5 mg/ Kg de cubebina diluído em 0,5 ml

6 camundongos de solução salina (0,9%) intraperitonial

Os animais de todos os grupos foram mantidos nas mesmas condições por 4 horas para posterior avaliação do efeito farmacológico estudado, logo em seguida anestesiados com uma solução de 1 ,5mg de ketamina mais 0,1 mg de xilazina e então eutanasiados, para a retirada do tecido peniano. Cada amostra foi imediatamente estocada em formol 10% para confecção das lâminas histológicas.

B. Resultados

O efeito vasodilatador foi observado no intervalo de 35 a 45 minutos, permanecendo ativo de 120 a 150 minutos para os grupos I e III.

O grupo I, apresentou-se com taquicardia, agitação e tumescência testicular, enquanto que o grupo III, apresentou ereção prolongada, além de ficar lambendo o genital.

Especificamente, o controle estatístico relativo à frequência cardíaca encontra-se resumido no quadro abaixo:

Tabela 2 - Valores estatísticos da frequência cardíaca

Para uma melhor visualização dos resultados obtidos, as figuras 1a e 1b representam uma fotomicrografia demonstrando a ereção peniana no grupo tratado com 20mg de cubebina (Grupo III supra), enquanto que a figura 1c demonstra o corpo cavernoso de um dos camundongos do Grupo III tratado com cubebina. Em particular, na figura 1c observa-se o espaço vascular acentuadamente dilatado e congesto (H.E, 400X). Ademais, as figuras 4a e 4b representam uma fotomicrografia demonstrando ereção obtida a partir do tratamento com cubebina dos elementos do Grupo III supra, enquanto que as figuras 4c e 4d representam fotomicrografias destes mesmos animais ejaculando após o dito tratamento, assim ressaltando o seu efeito vasodilatador e estimulante sexual.

Para uma comparação dos efeitos produzidos de acordo com a cubebina da presente invenção, as figuras 2a e 2b representam uma fotomicrografia demonstrando a ereção peniana no grupo tratado com 0,03 mg citrato de sildenafil (viagra) (Grupo I) e a Figura 2c demonstra o corpo cavernoso de camundongo assim tratado. Na figura 2c observa o espaço vascular acentuadamente dilatado e repleto de eritrócitos (H.E, 400X).

Uma ulterior comparação foi feita a partir de um controle negativo, sendo que as figuras 3a e 3b representam uma fotomicrografia demonstrando a ereção peniana no grupo controle negativo e a Figura 3c demonstra o corpo cavernoso de camundongo pertencente ao dito grupo controle negativo (Grupo II). Na figura 3c observa-se os espaços vasculares visivelmente contraídos e com menor quantidade de sangue (HE, 400X).

A partir do resultado dos testes supra, pode-se observar que o uso da cubebina, tal como apregoado na presente invenção, revela efeitos positivos similares aos das drogas atualmente empregadas para o tratamento da impotência sexual masculina, particularmente do Viagra ministrado ao Grupo III, porém sem apresentar a taquicardia e a agitação inerentes à mesma.