CAMPO TÉCNICO

[1] A presente patente de invenção trata de dispositivo de travamento e espaçamento de conjuntos de embalagens acondicionadoras de chapas de vidros pianos ou assemelhados transportadas em contêineres onde, notadamente, dito dispositivo é idealizado para, através de simples e fácil instalação, manter o travamento e o espaçamento entre conjuntos de chapas de vidros planos ou placas de material sensível dentro do contêiner, garantindo, assim, a estabilidade dos conjuntos durante o transporte e deslocamento marítimo ou terrestre.

HISTÓRICO DA TÉCNICA

[2] É sabido que, para o transporte de cargas em contêineres, mais particularmente tratando no presente invento de chapas de vidros planos individuais ou placas de material sensível, é necessário que as mesmas sejam devidamente acondicionadas em embalagens adequadas de forma a promover o agrupamento das citadas chapas individuais de vidro. Estas embalagens podem ser do tipo caixas, caixotes ou molduras conhecidas por "A-frames".

[3] Ocorre que, durante o transporte marítimo e terrestre dos contêineres e, também, ao longo das operações de movimentações dos mesmos são previstas as tensões mecânicas como as forças estáticas causadas pelo empilhamento e permanência da carga sobre o piso do contêiner ou, ainda, as forças de aceleração, impacto e vibração geradas pela aceleração e solavancos durante o carregamento, frenagem, desvios, movimentações, levantamentos, abaixamentos e curvas, balanço e movimentação vertical.

[4] Dessarte é indispensável à amarração das ditas embalagens acondicionadoras de chapas de vidro no interior do contêiner para que as mesmas não se movimentem durante o transporte marítimo ou terrestre, sendo que, atualmente, existem diversas maneiras de amarrar a carga em um contêiner padrão que, por sua vez, já prevê pontos de cintagem ao longo dos trilhos longitudinais no piso, no teto e próximo das colunas de canto.

[5} Ditas cintas podem ser confeccionadas por diferentes tipos de materiais que definem maior ou menor resistência, tal como, as cintas mais comuns confeccionadas em nylon disponíveis em uma larga escala de larguras e com diversas capacidades de carga. Ditas cintas apresentam facilidade de uso e, também, protegem a carga contra avarias, sendo que as extremidades livres das ditas cintas confeccionadas em nylon são fixadas em ganchos ou presilhas que, por sua vez, devem encaixar nos anéis do contêiner.

[6] Contudo, para armazenamento de um contêiner com embalagens acondicionadoras de chapas de vidro as placas de vidro é necessário, também, a previsão de uma armação estrutural central (AT) (ver figura 1 do estado da técnica) que viabiliza o travamento total das embalagens e previsão de um vão central longitudinal entre os conjuntos de embalagens acondicionadoras de chapas de vidro.

[7] Dita armação estrutural (AT) é instalada após o carregamento das embalagens de placas de vidro no contêiner, sendo compreendida por um par de travamentos verticais (ti) instalados junto às bordas laterais de cada grupo de embalagens e um travamento superior (t2) instalado junto às bordas longitudinais dos dois conjuntos de embalagens.

[8] Cada travamento vertical (ti) apresenta formato em "H" com pelo menos três travessas de interligação (tia) de um par de colunas (tlb), bem como, prevê uma travessa mais alongada (tlc), a qual pode ser instalada nos batentes das embalagens. As porções extremas superiores do travamento vertical (tl) são fixadas junto às extremidades livres das longarinas (t2a) que formam o travamento superior (t2) que, por sua vez, compreende um par de longarinas interligadas por múltiplas travessas (t2b).

[9} Apesar de muito utilizado, este sistema apresenta, como principal inconveniente, o fato da dita armação estrutural (AT) disponibilizar tempo e mão de obra para instalação, promovendo lentidão no carregamento do contêiner, além de elevar o custo da conteinerização da carga.

[10] Outro inconveniente reside no fato da estrutura confeccionada em madeira, após ser desmontada, não ser reaproveitada.

[11] Outro inconveniente reside no fato de para a instalação da armação (AT) ser necessário que um operador acesse o corredor formado pelos conjuntos de embalagens promovendo risco durante a operação de travamento.

ANÁLISE DO ESTADO DA TÉCNICA

[12] O requerente atuante na área de logística e embalagens para transporte de chapas de vidros é depositante do documento de n?. PI 0503994-0 que prevê embalagem acondicionadora para transporte de chapas de vidro plano agrupadas em bloco, a qual é compreendida por corpo principal formado a partir de um quadro constituído de canaletás de perfil transversal em 'U', estas formadas por múltiplas camadas de lâminas de papel e revestidas interna e externamente por papel impermeável, sendo a canaleta superior dotada, em seu fundo, de batoques de amarração horizontal e internamente a dita canaleta incorpora calços de EVA, enquanto a canaleta inferior recebe, em seu fundo, pés espaçadores e internamente calços de EVA, sendo as canaletás laterais dotadas nos fundos, na secção inferior, de chapas de reforço que na secção superior detém suportes de amarração de cambará que recebem superiormente fitas de aço ou poliéster, estas fixadas nos extremos inferiores internos da canaletás laterais, provocando um tencionamento da canaleta inferior de encontro as canaletás laterais cujos extremos superiores são fechados por chapas de pinus superiores que possuem as arestas internas arredondadas, enquanto os extremos inferiores das ditas canaietas laterais são fechados por chapas de pinus inferiores e recebem externamente uma luva metálica de reforço, sendo ainda as ditas canaletás laterais dotadas, nos fundos, de batoques de amarração horizontal e internamente de calços de EVA.

[13] Em pesquisa realizada em bancos de dados especializados foram encontrados documentos referentes a meios de travamento e embalagens para transporte de painéis de vidros em contêineres, tal como, o documento de n ^s . PI 9303198-0 que trata de embalagem descartável para "pacotes" de vidros planos, para seu transporte em contentores padrões, compreendendo batentes laterais de madeira apoiados contra as paredes internas do conteiner mediante cunhas, estando os mencionados batentes em posição inclinada com relação às mencionadas paredes, sendo a mencionada inclinação determinada pela inclinação de uma das superfícies planas das mencionadas cunhas onde se apoia o mencionado batente, apoiando-se à outra superfície oposta da mencionada cunha na parede vertical do conteiner, sendo o ângulo de inclinação que forma o mencionado batente com o fundo do container obtuso, estando fixados os mencionados batentes em sua base a tábuas de apoio fixadas ao piso do mencionado conteiner, tendo as mencionadas tábuas na superfície oposta à que se apoia sobre o piso em uma cobertura elástica, estando os "pacotes" de vidro planos localizados um após o outro e aplicados sobre a mencionada coberta elástica, estando os "pacotes" de vidro com seu perímetro à vista e apoiados lateralmente nos mencionados batentes, tendo os batentes em suas superfícies de apoio tiras de feltro ou similar, estando no espaço central em "V" que formam os mencionados "pacotes" apoiados nos mencionados batentes, pelo menos um elemento de retenção horizontal, tendo pelo menos um elemento de retenção longitudinal localizado entre cada uma das bordas extremas dos mencionados "pacotes" e às paredes do container.

[14] O documento de n9. EP1095876 refere-se à embalagem de painel de vidro com fixações sobre a base e paredes laterais. Cada fixação é feita a partir de uma tira de papelão dobrado integral. Cada espaçador tem duas peças distanciadoras que definem um recesso de recepção para o painel.

[15] Apesar dos documentos do estado da técnica apresentarem meios de previsão de vãos centrais para grupos de embalagens acondicionadoras de painéis/chapas de vidro, nenhum documento encontrado ou visualizado na pesquisa revelou-se anterioridade para o presente invento.

OBJETIVOS DA INVENÇÃO

[16] Visando apresentar melhorias ao mercado consumidor, o requerente desenvolveu dispositivo de travamento e espaçamento de conjuntos de embalagens acondicionadoras de chapas de vidros planos ou assemelhados transportadas em contêineres, sendo mencionado dispositivo de travamento e espaçamento é formado por pelo menos um par de idênticos módulos expansores interligados entre si por uma haste centra; cada módulo expansor tem suas bases de apoio ancoradas em pares de suportes de seção em "L" invertido e espelhado, os quais são responsáveis por fixarem-se nas longarinas de apoio, idealizadas para amparo nas bordas longitudinais de cada grupo de embalagens das chapas de vidros planos ou assemelhados.

[17] Cada longarina de apoio é formada por um conjunto de travessas confeccionadas em madeira ou outro material adequado, sendo que as superfícies de contato com as bordas longitudinais dos conjuntos de embalagens são revestidas por uma tira de proteção, por sua vez, confeccionada em espuma vinílica acetinada - EVA.

[18] Cada módulo expansor compreende pares de braços espelhados entre si, sendo que cada par de braços tem uma das extremidades livres instaladas num único eixo central movimentador, por sua vez, receptor de uma haste secundária, a qual contempla um membro de recepção de hastes manivelas frontal e traseira e, também, apresenta uma extremidade interligada com a dita haste central.

[19] As extremidades livres opostas de cada par de braços são instaladas em respectivos eixos articuláveis, por sua vez, fixos em bases de apoio de forma que cada braço apresente formato em "V".

[20] Ditas bases de apoio apresentam seção em "C", sendo que uma das bases de apoio é fixada num berço formado por paredes ortogonais de uma sapata onde a parede coplanar da sapata as faces planas dos ditos suportes em "L" prevê um rebaixo central que configura um carne para a montagem de pinos de apoio previstos nos mesmos suportes.

[21] Assim, para o travamento do conjunto de embalagens basta o operário apoiar os suportes em "l" em ambos conjuntos de embalagens e, consequentemente, montar as longarinas nas bordas dos conjuntos de embalagens, enquanto que as sapatas de cada módulo expansor são instaladas nos ditos pinos de apoio previstos nos suportes em "L".

[22] Após a instalação dos módulos expansores basta o operário girar as hastes manivelas frontal e traseira de forma a expandir os braços articuláveis por meio do efeito 'sanfona', estabilizando os conjuntos de embalagens no interior do contêiner. [23] É, portanto, o objetivo principal desta invenção apresentar um dispositivo de travamento e espaçamento que apresentar extrema facilidade de instalação, bem como, facilidade de manipulação, promovendo maior rapidez na liberação do contêiner, cooperando para maior economia da logística de transporte.

[24] É outro objeto' da invenção apresentar um dispositivo de travamento e espaçamento que reduz, consideravelmente, a quantidade de madeira utilizada para a formação do vão central entre os conjuntos de embalagens, de forma a colaborar com o meio ambiente.

[25] Outra vantagem reside no fato do dispositivo promover segurança ao operador, pois não se faz necessário um colaborador para a acessar diretamente o corredor central entre os conjuntos de embalagens para operação de travamento das mesmas.

[26] Outro objetivo desta invenção é apresentar um dispositivo de travamento e espaçamento de reduzida dimensão que permite sua reutilização, reduzindo custos finais.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[27] A complementar a presente descrição de modo a obter uma melhor compreensão das características do presente invento e de acordo com uma preferencial realização prática do mesmo, acompanha a descrição, em anexo, um conjunto de desenhos, onde, de maneira exemplificada, embora não limitativa, se representou seu funcionamento:

A figura 1 representa uma vista em perspectiva da armação estrutural (AT) do estado da técnica para a formação do vão central (VC) entre um par de conjuntos de embalagens;

A figura IA revela uma vista em perspectiva do inovado dispositivo de travamento e espaçamento entre conjuntos de embalagens acondicionadoras de chapas de vidros planos ou assemelhados;

A figura 2 mostra uma vista em perspectiva e em detalhe ampliado da instalação do dispositivo de travamento e espaçamento;

As figuras 2A e 2B revelam vistas em perspectiva explodida do dispositivo de travamento e espaçamento e longarinas; A figura 3 ilustra uma vista em perspectiva explodida dos elementos que compõe um módulo expansores;

As figuras 4 e 4A representam vistas em perspectiva montada do módulo expansor;

As figuras 5 e 5A representam vistas em corte longitudinal do módulo expansor ilustrando o fechamento e abertura; e

A figura 6 ilustra uma vista superior do dispositivo de travamento ilustrando a abertura dos módulos expansores instalados entre um par de conjuntos de embalagens.

DESCRIÇÃO DETALHADA DO OBJETO

[28] Com referência aos desenhos ilustrados, a presente patente de invenção se refere à "DISPOSITIVO DE TRAVAMENTO E ESPAÇAMENTO DE CONJUNTOS DE EMBALAGENS ACONDICIONADORAS DE CHAPAS DE VIDROS PLANOS OU ASSEMELHADOS TRANSPORTADAS EM CONTÊINERES", mais precisamente trata-se de dispositivo de travamento e espaçamento (1) idealizado para a estabilidade de um par de conjuntos de embalagens (CE) acondicionadoras de chapas de vidros planos ou assemelhados do tipo a ser transportadas em contêineres (CN).

[29] Segundo a presente invenção, dito dispositivo de travamento e espaçamento (1) compreende pelo menos um par de idênticos módulos expansores (Ml) interligados entre si por uma haste central roscada (H) e providos de eixos de hastes secundárias (hl). Cada haste (hl) de um módulo (Ml) é movimentada por um braço de manivela (VI). O módulo (Ml) possui uma sapata de fixação (SP1) devidamente montada no citado módulo através de um mancai de apoio (5) e respectivos pinos fixos (4), sapata (SP1) esta que desenvolve uma base ampliada (B) dimensionada para se apoiar em um suporte de ancoragem (SG1) por meio de encaixe em ganchos (g) ou assemelhados, por sua , vez, fixado por parafusos na longarina (LG1) pertencente à correspondente borda longitudinal dos conjuntos de embalagens (CE). O módulo (Ml) inclui, ainda, outra sapata de fixação (SP2) montada em outro mancai de apoio (5a) e pinos fixos (4a), disposto na posição oposta e invertida em relação ao dito mancai (5). A sapata de fixação (SP2) escora em outro suporte de ancoragem (SG2), axialmente oposto e invertido em relação ao suporte (SG1) e fixado por parafusos na longarina (LG2) pertencente à correspondente borda longitudinal do outro conjunto de embalagens (CE).

[30] Cada módulo (Ml), visualizado nas figuras 2A, 2B, 3, 4 e 4A, é formado por dois conjuntos de braços articuláveis (2A) e (2B) cujas extremidades livres são instaladas em eixos de rotação (3), comuns aos dois conjuntos, e fixados entre si nos respectivos mancais de apoio (5)/(5a) e pinos fixos (4)/(4a). Os eixos de rotação (3) possuem orifícios roscados (3a) transpassados pela haste roscada (hl) a qual, por sua vez, apresenta uma extremidade em forma de engate (El) para o acoplamento do braço de manivela (VI). A rotação da manivelas (VI) promove o giro das hastes (hl) e, consequentemente o deslocamento dos eixos (3) ao longo desta, permitindo que os conjuntos de braços articuláveis (2A)/(2B) possam desenvolver deslocamentos de abertura (x) ou fechamento em (y) permitindo a estabilidade e fixação dos conjuntos de embalagens (CE). ^'

[31] Numa versão construtiva preferencial, os suportes (SG1)/(SG2) são configurados por peça única (6) de seção em "L" invertido e espelhado configurando uma base plana (6a) apoiada sobre as faces superiores das longarinas (LG1)/(LG2), bem como, a peça (6) prevê parede ortogonal (6b) coplanar as paredes laterais das mesmas longarinas (LG1)/(LG2) onde são instalados os ditos ganchos (g), os quais são acoplados em rebaixo oblongo (bi) praticado nas bases alargadas (B) das sapatas (SP1).

[32] As longarinas de apoio (LG1)/(LG2) são formadas por um conjunto de travessas (8), preferencialmente confeccionadas em madeira ou outro material adequado, sendo que as superfícies (8a) das travessas (8) de contato com as bordas longitudinais dos conjuntos de embalagens (CE) são revestidas por uma tira de proteção (9), preferencialmente confeccionada em espuma vinílica acetinada - EVA.

[33] Para o travamento do conjunto de embalagens (CE) já instaladas no contêiner (CN) basta o operário apoiar cada par de suportes (SG1) e (SG2) nas correspondentes longarinas (LG1) e (LG2) previstas nos conjuntos de embalagens (CE), alinhando-as entre si. Feito isto, é posicionado um módulo (Ml) em cada par de suporte (SG1) e (SG2), de maneira que as sapatas (SP1) e (SP2) sejam apoiadas em cada citado suporte. [34] Após a instalação dos módulos expansores (Ml) basta o operário girar as manivelas (VI) de cada módulo, de forma a expandir os braços articuláveis (2A) e (2B) por meio do efeito 'sanfona', estabilizando os conjuntos de embalagens (CE) no interior do contêiner (CN).

[35] É certo que quando o presente invento for colocado em pratica, poderão ser introduzidas modificações no que se refere a certos detalhes de construção e forma, sem que isso implique afastar-se dos princípios fundamentais que estão claramente substanciados no quadro reivindicatório, ficando assim entendido que a terminologia empregada não teve a finalidade de limitação.