CORTE DAS COLHEITADEIRAS

INTRODUÇÃO

[001] A presente patente de Modelo de Utilidade refere-se a um dispositivo que faz a leitura da altura do solo, sendo o mesmo acoplado diretamente na sapata sobre a estrutura da plataforma de corte das colheitadeiras de culturas em geral, proporcionando assim uma leitura das irregularidades concomitante a ação das facas.

CAMPO DE APLICAÇÃO

[002] A presente inovação é aplicada no segmento agroindustrial, em máquinas que não possuem nivelamento automático. Essa solução é utilizada na colheita do trigo em que a plataforma da máquina deve permanecer fixa. Nas outras culturas, como soja e feijão, por exemplo, não há necessidade de travar a plataforma de corte.

ESTADO DA TÉCNICA

[003] O atual estado da técnica antecipa alguns sistemas para realização do controle de altura da plataforma de corte em relação ao solo.

[004] O documento que mais se aproxima do objeto ora pleiteado é o EP0234585 B1 intitulado “COMBINE HARVESTER” - consiste de uma variedade de sapatas de engate no solo, que abrange a plataforma de corte e é dividida em grupos, direito e esquerdo, cada grupo associado a uma chave do sensor de posição. Cada chave transmite para um sistema de controle eietro-bidráulico, um sinal representativo da posição relativa da sapata deslizante mais próxima do solo na metade da plataforma de corte. Os sinais combinados esquerdo e / ou direito são traduzidos para controlar o ajuste vertical da plataforma e a inclinação lateral automaticamente.

[005] No documento acima, as sapatas já vêm instaladas de fábrica e são fixadas numa certa distância, demasiadamente alongada, da plataforma de corte, em uma longarina, de forma que a máquina faz a leitura do terreno após a passagem da faca pela planta e pelo terreno desnivelado. Dessa forma, este sistema copia apenas cerca de 80% das irregularidades do terreno, justamente pela distância do sensor em relação a barra de corte. Este fato causa um corte irregular e atraso na leitura do equipamento em relação ao terreno.

[006] Alguns documentos de patentes também antecipam a regulagem de altura da plataforma de corte em relação ao solo realizada pelo operador por meio de joystick no interior da cabina. Esta forma de controle, além de demandar demasiado tempo, exige muita perícia e habilidade do operador. Outrossim, acaba refletindo numa menor produtividade na colheita.

OBJETIVOS DA INOVAÇÃO

[007] É objetivo do presente modelo, propor um dispositivo para controle de altura, capaz de fazer a leitura do solo, paralela ao corte do trigo;

[008] É objetivo do presente modelo, propor um dispositivo para controle de altura, capaz de realizar um corte regular do trigo;

[009] É objetivo da presente invenção, propor um dispositivo para controle de altura, que não exija operadores altamente treinados;

[010] É objetivo da presente invenção, propor um dispositivo para controle de altura, que seja universal (aplicável a qualquer colheitadeira não automatizada);

[011] É objetivo da presente invenção, propor um dispositivo para controle de altura, de ótima relação custo x benefício.

SUMÁRIO DA INOVAÇÃO

[012] O dispositivo inovado possui o braço articulado, que fica em contato com o solo e passa informação para o sensor de posição, fixado diretamente na sapata de ancoragem do referido dispositivo, que por sua vez é parafusado na plataforma de corte, desse modo fazendo uma leitura do solo concomitante ao corte da planta.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[013] A inovação será, a seguir, descrita em sua forma de realização, sendo que, para melhor entendimento, referências serão feitas aos desenhos anexos, nos quais estão representadas:

FIGURA 1 : Vista em perspectiva do dispositivo para controle de altura acoplado à plataforma de corte das colheitadeiras, em posição de trabalho, ou seja, com o braço articulado travado para colheita de trigo;

FIGURA 2: Vista em perspectiva invertida do dispositivo para controle de altura acoplado à plataforma de corte das colheitadeiras, em posição de trabalho, ou seja, com o braço articulado travado para colheita de trigo;

FIGURA 3: Vista em perspectiva do dispositivo para controle de altura acoplado à plataforma de corte das colheitadeiras, em posição de trabalho, ou seja, com o braço articulado travado, para colheita de soja;

FIGURA 4: Detalhe da instalação do dispositivo para controle de altura acoplado à plataforma de corte das colheitadeiras; FIGURA 5: Vista esquemática do dispositivo para controle de altura acoplado à plataforma de corte das colheitadeiras, explodido em relação a plataforma de corte; FIGURA 6: Vista em perspectiva de um dispositivo para controle de altura convencional, cuja fixação se dá no terço inicial de uma longarina, portanto distante da plataforma de corte.

DESCRIÇÃO TÉCNICA DETALHADA DA INOVAÇÃO

[014] DISPOSITIVO PARA CONTROLE DE ALTURA ACOPLADO À PLATAFORMA DE CORTE DAS COLHEITADEIRAS, consiste de um dispositivo (1) para controle de altura onde o braço (2) articulador que fica em contato com o solo, e passa a informação para o sensor de posição (3), é pivotado num eixo (4) biapoiado em rolamentos (5), em bucha sede (6), devidamente travado por parafuso (7) em espaçador (8), o que permite um grau de liberdade de movimento radial ao braço (2) articulador, que por estar próximo a plataforma de corte (9), envia os dados para o sensor de posição (3) e este para uma central de controle, perfazendo a leitura de altura concomitante ao corte da planta.

[015] Mais particularmente, o dispositivo (1) para controle de altura é formado por uma sapata (10), substancialmente em “S”, a qual é fixada na estrutura da plataforma de corte (9) por meio de parafusos (não demonstrados) com o objetivo de sustentar um braço (2) articulador que, que devidamente pivotado em um eixo (4), acompanha as irregularidades do solo e envia esses dados para um sensor de posição (3), ligado à extremidade do referido eixo (4), e os encaminha para uma central de controle que ativa, por meio de mecanismos hidráulicos, a plataforma de corte (9) no sentido de acompanhar as irregularidades do solo. A inovação consiste no posicionamento do braço (2) articulador se dar sobre a sapata (10), ou seja, mais próximo à plataforma de corte (9), como já comentado, fixada por meio de parafusos (não demonstrados) diretamente na sua estrutura, tornando assim a leitura das irregularidades do solo paralela ao corte da planta. Neste modelo, o eixo (4) é biapoiado em rolamentos (5) por sua vez posicionados em bucha sede (6) sustentada em um berço (11) e é fixado por anéis de retenção (12), que o mantém na região limítrofe do espaçador (8). Por fim, o eixo (4) transpassa os orifícios das chapas laterais (13) onde sua extremidade, de menor diâmetro, acessa o sensor de posição (3). O eixo (4) biapoiado na bucha sede (6), somado a largura mais avantajada da sapata (10), atribui mais estabilidade e robustez ao conjunto móvel do dispositivo (1) para controle de altura. O eixo se estivesse em balanço, como os dos modelos convencionais, com certeza sofreria com o momento torsor, o que inviabilizaria seu funcionamento ou no mínimo resultaria em erros de leitura. O braço (2) articulador possui esperas (14) para recepção de extensões (15) metálicas em “J” para copiar o solo. Outrossim, um mecanismo de mola (16), ligada a um rasgo (17) no conjunto móvel e a um orifício (18) na sapata (10), atribui o efeito autoretrátil ao braço (2) articulador. Da bucha sede (6) se projetam dois apêndices (19) que ancoram um tubo (20) dotado de eixo (21), mola interna e pino (22) que configuram uma trava (23) para o braço (2) articulador. Quando desacionada, conforme ilustrada nas figuras 1 e 2, o braço (2) articulador fica livre sendo apropriado para a colheita de trigo. Por outro lado, quando a trava (23) está acionada, figura, o braço (2) articulador permanece recolhido sendo apropriado para a colheita de soja.