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Patent Searching and Data


Title:
METHOD FOR PRODUCING LIPOPHOBIC BREADING FLOUR AND RESPECTIVE PRODUCT OBTAINED
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2023/212792
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a method for producing lipophobic breading flour, belonging to the foodstuff field, more specifically aimed at a method for producing breading flour with low oil absorption.

Inventors:
VEZZANI MARCO (BR)
Application Number:
PCT/BR2023/050135
Publication Date:
November 09, 2023
Filing Date:
May 03, 2023
Export Citation:
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Assignee:
VEZZANI MARCO (BR)
International Classes:
A21D6/00; A21D2/02; A21D2/36
Domestic Patent References:
WO2019235070A12019-12-12
WO2021095827A12021-05-20
Foreign References:
US7348036B22008-03-25
EP0948904A11999-10-13
BRPI0813628B12019-08-27
JPH06335359A1994-12-06
US6010736A2000-01-04
US9833004B22017-12-05
Other References:
JIA WAN-TING; YANG ZHEN; GUO XIAO-NA; ZHU KE-XUE: "Effect of superheated steam treatment on the lipid stability of whole wheat flour", FOOD CHEMISTRY, ELSEVIER LTD., NL, vol. 363, 9 June 2021 (2021-06-09), NL , XP086722867, ISSN: 0308-8146, DOI: 10.1016/j.foodchem.2021.130333
VAN DEVENTER HENK C., HEIJMANS RUUD M. H.: "DRYING WITH SUPERHEATED STEAM", DRYING TECHNOLOGY., TAYLOR & FRANCIS, PHILADELPHIA, PA., US, vol. 19, no. 8, 31 August 2001 (2001-08-31), US , pages 2033 - 2045, XP093106288, ISSN: 0737-3937, DOI: 10.1081/DRT-100107287
MA YONGSHUAI; XU DAN; SANG SHANGYUAN; JIN YAMEI; XU XUEMING; CUI BO: "Effect of superheated steam treatment on the structural and digestible properties of wheat flour", FOOD HYDROCOLLOIDS, ELSEVIER BV, NL, vol. 112, 106362, 24 September 2020 (2020-09-24), NL , XP086397055, ISSN: 0268-005X, DOI: 10.1016/j.foodhyd.2020.106362
ZHANG NACHUAN; GAO YUQI; TONG LITAO; LI ZAIGUI: "Superheated steam processing improved the qualities of oats flour and noodles", JOURNAL OF CEREAL SCIENCE, ACADEMIC PRESS LTD., GB, vol. 83, 28 July 2018 (2018-07-28), GB , pages 96 - 100, XP085502863, ISSN: 0733-5210, DOI: 10.1016/j.jcs.2018.07.017
Attorney, Agent or Firm:
BRITANIA MARCAS E PATENTES LTDA (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

[1] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA”, caracterizado por ser constituído pelas seguintes etapas: moagem, pesagem, homogeneização e armazenamento em silo dotado de rosca sem fim de farinha de cereal inicial e/ou suas misturas (preferencialmente de trigo e/ou milho e/ou arroz e/ou centeio e/ou cevada e/ou aveia e/ou soja e/ou outro tipo) ; acionamento de rosca sem fim para inserção da farinha de cereal inicial e/ou suas misturas dentro do turbo cozedor centrífugo, simultaneamente a injeção de vapor superaquecido e satura de água a 22 ATE e 200°C, proveniente de uma caldeira, e adição de soluções de ferro, ácido fólico e corante do tipo urucum, de forma que a massa de pão formada seja empurrada ao longo de um trajeto horizontal, em contato com a parede ultra aquecida e rotativa do turbo cozedor centrífugo, submetendo-a a termolização e gelificação superficial e externa dos grãos e microgrãos a temperatura entre 100°C e 200°C e centrifugação entre 500rpm e 1500rpm, por tempo, temperatura e força centrípeta suficiente para compactar os microgrânulos sinterizados e maciços de partículas de morfologias lenticular lisa e planar irregular levemente rugosa, e formar aglomerados onde as partículas planares irregulares encontram-se, geralmente, intersticiais às partículas lenticulares , e contendo vazios intersticiais, até obter farinha com densidade aparente com valor entre 0,7g/cm3 e l,2g/cm3.

[2] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por possuir: umidade máxima de 10%; densidade aparente entre 0,7 g/cm3 e 1,2 g/cm3, mais especificamente 0,8 g/cm3; densidade real ou massa especifica entre 1,2 g/cm3 e 1,5 g/cm3; mais especificamente 1,4 g/cm3; porosidade entre 20% e 60%, mais especificamente 40%; área superficial especifica entre 1,0 m3/g e 1,1 m3/g, mais especificamente 1,03 m3/g; faixas granulométricas (% de fração retida em peneira) : peneira ABNT n.° 12 (abertura de l,40mm) : entre 0,1% e 5,0%; peneira ABNT n.° 20 (abertura de 0,85mm) : entre 4,0% e 30,0%; peneira ABNT n.° 45 (abertura de 0,355mm) : entre 56,0% e 90,0%; passante em peneira ABNT n.° 45 (abertura de 0,355mm) : entre 10,0% e 41,0%; indice de forma, cuja esfericidade dos grãos está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,8 e a circularidade está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,7.

[3] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA”, e acordo com a reivindicação 1, caracterizado por os aglomerados formados por partículas lenticulares desagregarem mais facilmente que as partículas planares.

[4] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por os aglomerados formados por partículas lenticulares desagregarem mais facilmente que as partículas planares, promovendo fenômeno de crocância.

[5] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", e acordo com a reivindicação 1, caracterizado por os aglomerados possuírem vazios intersticiais intercomunicáveis promotores de infiltração do óleo durante a fritura, e rápido escorrimento sem absorção de óleo pelas partículas planares e lenticulares de núcleo maciço.

[6] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA" de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por os aglomerados possuírem vazios intersticiais intercomunicáveis promotores de infiltração do óleo durante a fritura, e rápido escorrimento sem absorção de óleo pelas partículas planares e lenticulares de núcleo maciço.

[7] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA”, e acordo com a reivindicação 1, caracterizado por os aglomerados formados por partículas lenticulares e partículas planares possuem índice de forma, onde a esfericidade dos grãos aglomerados está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,8 e a circularidade está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,7.

[8] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por os aglomerados formados por partículas lenticulares e partículas planares possuem índice de forma, onde a esfericidade dos grãos aglomerados está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,8 e a circularidade está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,7.

[9] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", e acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as partículas lenticulares possuem comprimento e/ou diâmetro entre 5 e 50 pm, mais especificamente 10 a 25 pm.

[10] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por as partículas lenticulares possuem comprimento e/ou diâmetro entre 5 e 50 pm, mais especificamente 10 a 25 pm.

[11] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", e acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as partículas planares irregulares possuem comprimento e/ou diâmetro medindo entre 2 e 100 pm, mais especificamente entre 10 e 50 pm.

[12] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA”, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por as partículas planares irregulares possuem comprimento e/ou diâmetro medindo entre 2 e 100 pm, mais especificamente entre 10 e 50 pm.

[13] . "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", e acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as partículas planares irregulares possuem comprimento e/ou diâmetro medindo entre 2 e 100 pm, mais especificamente entre 40 e 100 pm.

[14] . "FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA", de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por as partículas planares irregulares possuem comprimento e/ou diâmetro medindo entre 2 e 100 pm, mais especificamente entre 40 e 100 pm.

Description:
"PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA E RESPECTIVO PRODUTO RESULTANTE".

CAMPO DA INVENÇÃO

[ 1 ] A presente invenção refere-se a um processo para obtenção de farinha de empanamento lipófoba, pertencente ao campo dos alimentos , mais precisamente visando um processo para obtenção de farinha de empanamento com baixa absorção de óleo .

DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA

[2 ] A farinha de empanamento ou farinha de rosca encontra cada vez mais aplicações na moderna indústria alimentícia como revestimento para fritura de alimentos empanados e fritos tais como bi fe a parmegiana, carnes , peixes , camarões e frutos do mar empanados e fritos , amplamente aceitos , não só para uso doméstico , mas também no setor de restaurantes , devido à boa textura e fragrância exclusivas .

[3 ] Empanamento para fritar alimentos são feitos aplicando farinha ou migalhas de pão processadas , atuando como barreira para evitar que a alta temperatura do óleo sej a trans ferida diretamente para os ingredientes , evitar modi ficação das propriedades nutritivas , de sabor, evitar a perda de ingredientes , promover a fritura por tempo reduzido para formar uma camada com uma textura única e promover a absorção de óleo e enri ecimento moderado para produzir um aroma e sabores únicos .

[4 ] 0 recente aumento da consciência sobre a saúde , a rej eição em ingestão excessiva de calorias de gordura e óleo tornou-se uma busca constante , de forma que alimentos com alto teor de gordura, como frituras tendem a ser evitados . A constatação de ocorrência de angina ou infarto do miocárdio à obesidade eleva a preocupação da sociedade com relação a consumo de alimentos ricos em gordura. Portanto, um ponto fraco do ponto de vista nutricional é a resistência ou até a rejeição que a comunidade médica e de técnicos em alimentos fazem a esta prática que requer, na sua terminação, o uso de óleos vegetais de vários tipos, como margarinas ou até gorduras animais como banha, etc.

[5] Soluções técnicas, tais como o uso de forno, "air fryer" e outras maneiras de fritar sem óleo têm sido aplicadas como alternativa, no entanto, a fritura clássica ainda tem grande apelo, devido ao seu menor custo e praticidade. Por esse motivo, quando se fala ainda na fritura clássica por imersão, o meio técnico tem buscado alternativas para aumentar o aspecto saudável de frituras, de forma que o produto se apresente "seco e crocante", evitando, sempre que possível, que a cobertura ou revestimento apresente aspecto mole, gorduroso e encharcado.

[6] Para obter resultados de empanamento com crocância, é comum adquirir farinha de empanamentos do tipo Panko, de origem japonesa, que transmitem justamente esta sensação ao usuário. Esta farinha é obtida pelo processamento industrial de pão na forma de migalhas. A farinha de rosca, processada com adição de açúcar e outros aditivos, é outro tipo de farinha de empanamento vastamente utilizado pelo mercado. Na prática, o açúcar auxilia neste efeito por cristalizar quando submetido à fritura, deixando assim uma sensação de crocância, entretanto, a elevada absorção de óleo ou gorduras durante a fritura é um problema que persiste.

[7] Dessa forma, a capacidade de não-absorção de óleo deveria ser altamente relevante na avaliação da qualidade de uma farinha de empanamento , pois é j ustamente este revestimento externo que condiciona a quantidade de óleo que o alimento empanado e frito transmite aos consumidores . Inf eli zmente, tal propriedade não é uma característica determinante na escolha de uma farinha de empanamento , ou por não existir especi ficação técnica na prática ou na legislação ou regulamentação do setor . Nem é conhecido e aplicado um método padroni zado e reproduzível com facilidade para que esta característica sej a evidenciada, analisada e aplicada .

[ 8 ] Esta situação é muito estranha e di ficilmente compreensível até em função do evidente aumento dos custos de todos os óleos de fritura .

[ 9 ] Pode-se afirmar que reduzir o fator de absorção de óleo é duplamente vantaj oso tanto do ponto de vista da saúde dos consumidores , quanto pela forte e mensurável economia que permite em toda cadeia alimentar das frituras empanadas .

[ 10 ] As sim, quando se enfrenta um tema desta importância e complexidade , sempre é necessário frisar uma análise das existentes tecnologias de empanamento e da origem da absorção de óleo nos alimentos fritos e empanados . É bem simples entender como a característica de se encharcar de óleo durante a fritura depende basicamente de um fato fisico até obvio : a superfície de contato entre o óleo ou gordura liquefeita .

[ 11 ] É sabido que os ácidos graxos são produtos pouco tensoativos , isto é , tem reduzida tensão superficial . Consequentemente tendem a ocupar toda superfície exposta ao contato com óleo durante a imersão a quente , que ocorre em torno de 180 ° C .

[ 12 ] Dentre os métodos de produção de farinhas de empanamento no mundo tem-se :

[ 13 ] O primeiro , que é o uso tradicional de pão como base , produzido pelas técnicas mais di ferentes , clássica, antiga e precursora . Grosso modo , ela consiste em aderir em toda a superfície do alimento uma camada uni forme de farinha de pão , também conhecido como farinha de rosca, e, em seguida, fritar por imersão ou grelhar em frigideira untada com um fio de azeite . Embora o procedimento pareça simples , é necessário certo conhecimento dos passos para que o empanado não solte no momento da fritura ou fique com falhas de cobertura . O processo geralmente consiste em passar o alimento temperado e seco na farinha de trigo , em ovos batidos e por último a farinha de rosca, fritando- o , de preferencia, em seguida, em óleo aquecido entre 160 e 180 ° C, e depois colocando-o sobre papel ou grelha . É evidente que todo tipo de pão convencional , incluindo pão de forma, leva consigo a vantagem qualitativa do pão bem fermentado . Porém, esta fermentação cria no interior do pão , uma série de micro e macro cavernas que são perfeitamente visiveis até à olho nu . Evidentemente um produto de baixa tensão superficial como um ácido graxo aquecido , tende a penetrar no interior destas micro cavernas , até ocupar toda a superfície exposta interna e externa de cada grão de farinha de empanamento . Consequentemente é fácil demonstrar que quanto melhor e mais gostoso do ponto de vista organoléptico é um pão tradicional , mais fermentado e consequentemente mais superfície de contato tem, se torna mais encharcado, absorve maior quantidade de óleos de fritura.

[14] 0 segundo tipo de empanamento é realizado utilizando uma técnica de cozimento de farinhas chamada de extrusão, muito utilizada nos EUA, e sinônimo de método de empanamento moderno na Europa e Brasil. Consiste em passar massa do tipo pão por uma trafila em temperatura elevada, oportunamente regulada até atingir o ponto de gelatinização desejado, gerando forte expansão da massa trefilada e temperatura elevada que tende assim formar uma série de tarugos com muitos alvéolos, devido fundamentalmente à expansão da água contida na massa de pão extrudada.

[15] Em relação a característica alveolada ou micro carvernosa de farinhas de empanamento, tem-se como técnica principal a a determinação da densidade aparente dos grãos da farinha de empanamento. Em uma farinha de pão bem fermentada tipo pão de forma, está em torno de 0,4 e 0,5g/cm3. Em uma farinha de pão produzida por extrusão, está em torno de 0,3 e 0,5 g/cm3.

BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO

[16] Mediante a esses e outros diversos aspectos e necessidades do meio técnico, e procurando aplicar a experiência adquirida na prática da fabricação de farinhas para usos especiais, o inventor desenvolveu a presente invenção, idealizando um processo para obtenção de farinha de empanamento lipófoba, que consiste em utilizar um equipamento turbo cozedor centrifugo, capaz de cozinhar e centrifugar farinha de cereal inicial e/ou suas misturas (preferencialmente de trigo, milho, arroz, centeio, cevada, aveia, soja ou outro tipo) devidamente umedecidas e enriquecidas pela adição de ferro, ácido fólico e corante do tipo urucum, submetendo-as a uma forçada centrifugação de forma que a massa de pão é empurrada ao longo de um trajeto horizontal, em contato com uma parede ultra-aquecida .

[17] A força normalmente e inicialmente utilizada para esta operação que é chamada de " termolização" está em torno de 80°C a 100°C.

[18] Para isso, a fim de melhorar as características lipófobas, foi então desenvolvido um tipo de rotor idôneo para rodar em velocidade de até 1500 rpm. Consequentemente a força centrifuga sobre as partículas de pão moido foi dobrada até 200°C, criando assim, maior efeito de compressão e uma densidade aparente ainda maior que pode ser medida em até um valor de l,2g/cm 3 .

[19] Desta forma, se compacta a superfície externa dos grãos que compõem o produto de empanamento, evitando qualquer penetração do óleo de fritura no interior do núcleo.

[20] Outra solução inovadora que foi aplicada consiste em saturar a área interna do turbo cozedor centrifugo destinado ao preparo inicial dos microgrânulos pela alimentação de vapor saturado a 22 ATE obtido de uma caldeira expressamente instalada.

[21] Este vapor aquecido tem a dupla função de gelatinizar a superfície externa de cada grão ou micro grão de pão moido, tornando-a lisa e compacta com melhor sensibilidade a ação de centrifugação acima descrita.

[22] O uso de vapor parcialmente superaquecido tem, portanto, importância decisiva na obtenção da característica lipófoba reivindicada .

[23] Em uma farinha de empanamento produzida pelo processo com equipamento turbo cozedor centrifugo, se obtém as seguintes propriedades: densidade aparente entre 0,7 g/cm 3 e 1,2 g/cm 3 , mais especificamente 0,8 g/cm 3 ; densidade real ou massa especifica entre 1,2 g/cm 3 e 1,5 g/cm 3 ; mais especificamente 1,4 g/cm 3 ; porosidade entre 20% e 60%, mais especificamente 40%; área superficial especifica entre 1,0 m 3 /g e 1,1 m 3 /g, mais especificamente 1,03 m 3 /g. Isto é conseguido através de parâmetros de processo e controle. Outras características relevantes obtidas com o novo processo reduzida umidade no produto final (de no máximo 10%) e as seguintes faixas granulométricas (% de fração retida em peneira) : peneira ABNT n.° 12 (abertura de l,40mm) : entre 0,1% e 5,0%; peneira ABNT n.° 20 (abertura de 0,85mm) : entre 4,0% e 30,0%; peneira ABNT n.° 45 (abertura de 0,355mm) : entre 56,0% e 90,0%; passante em peneira ABNT n.° 45 (abertura de 0,355mm) : entre 10,0% e 41,0%.

[24] Além das propriedades citadas, outras são relevantes e merecem atenção, que é a morfologia da microestrutura e o indice de forma da partícula.

[25] No caso da morfologia da microestrutura tem-se que a baixa absorção de óleo, sem a perda de crocância, é conseguida graças à presença de grãos de estrutura sinterizada e maciça contendo dois tipos morfológicos de partículas: lenticular e planar irregular. A superfície das partículas lenticulares é lisa enquanto a superfície das partículas planares é levemente rugosa. As partículas planares irregulares encontram-se, geralmente, intersticiais às partículas lenticulares.

[26] Outra propriedade importante é que os aglomerados formados por partículas lenticulares desagregam mais facilmente que as partículas planares a mordedura, o que promove a crocância durante o consumo do produto .

[27] Além disso, os aglomerados possuem vazios intersticiais intercomunicáveis, o que promove a infiltração do óleo durante a fritura, mas a sua fácil saída durante o escorrimento. Pelo fato das partículas planares e lenticulares terem núcleo maciço, não ocorre a absorção do óleo.

[28] Já com relação ao índice de forma, a presente invenção prevê que a esfericidade dos grãos está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,8 e a circularidade está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,7. Estas propriedades evidenciam o fácil rolamento entre os grãos de farinha e a facilidade com que ela tem de escorrer o óleo de sua superfície.

[29] A invenção ora proposta é totalmente diferente e inovadora, por promover a obtenção de uma farinha de empenamento que proporciona, em produtos empanados, a redução do consumo de óleo/gordura na fritura, reduzir a sujidade do óleo devido a sua alta densidade, conferir revestimento seco e crocante, um desempenho superior quando o produto é reaquecido em forno convencional e micro-ondas, densidade e granulometria uniforme e versatilidade de produtos e uso. Em embutidos confere textura crocante ao recheio e excelente palatabilidade .

[30] Assim, a presente patente foi concebida visando obter um processo e respectivo produto com menor número de etapas possível, convenientemente configuradas e arranjadas para permitir que o desempenhe suas funções com eficiência e versatilidade inigualáveis, sem os inconvenientes já mencionados.

[31] Ap resenta-se no presente pedido de patente, um processo para obtenção de farinha de empanamento lipófoba com todas as qualidades estéticas e funcionais, projetado e desenvolvido segundo as mais modernas técnicas, possibilitando dessa maneira a sua mais variada utilização, desde o uso para produção de farinhas de empanamento até seu uso para produção de farinhas de alta densidade para usos especiais, como também no uso industrial em casos diversos.

[32] Sua concepção e modo de operação permite que se obtenha um excelente nivel de funcionalidade, oferecendo um processo flexível, tendo sido criado, principalmente, para obter farinhas e empanamento com o menor fator de absorção de óleo possível.

[33] É de se compreender assim que o processo para obtenção de farinha de empanamento lipófoba ora apresentado é extremamente simples em sua construtividade, sendo, portanto, de fácil exeqüibilidade, porém, são obtidos excelentes resultados práticos e funcionais, oferecendo uma construtividade diferenciada sobre os processos de fabricação de farinha de empanamento conhecidos.

BREVE DESCRIÇÃO DA FIGURA

[34] A seguir, para o adequado entendimento e compreensão de como se constitui o "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA E RESPECTIVO PRODUTO RESULTANTE", que aqui se pleiteia, apresenta-se o desenho ilustrativo em anexo, onde se vê:

[35] A FIG. 1 - Mostra o aspecto microscópico de grãos da farinha lipófoba, vista em microscópio ótico, evidenciando indice de forma pela esfericidade e circularidade da maioria dos grãos aglomerados formados por partículas lenticulares e partículas planares possuem índice de forma, onde a esfericidade dos grãos aglomerados está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,8 e a circularidade está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,7.

[36] A Figura 2 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise da composição morfológica da farinha de empanamento lipófoba, composto de grãos aglomerados, que por sua vez, são compostas de partículas lenticulares maciças maj oritariamente, e partículas planares ou placóides.

[37] A Figura 3 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, numa sequência de ampliação sucessiva até 15.000x, e ilustrando a superfície lisa das partículas lenticulares sinterizadas . Presença de partículas lenticulares com tamanho entre 5 e 10 pm.

[38] A Figura 4 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, numa sequência de ampliação sucessiva até 20.000x. Nota-se a superfície levemente rugosa das partículas planares sinterizadas. Presença de partículas com tamanho entre 40 e 100 pm.

[39] A Figura 5 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, numa sequência de ampliação sucessiva até 22.000x. Nota-se a morfologia irregular das partículas planares sinterizadas intersticiais na segunda imagem, e superfície levemente rugosa destas partículas na imagem de maior ampliação à direita. Partículas lenticulares com tamanho de aproximadamente 25 pm, e partículas planares irregulares entre 25 e > 100 pm. A feição arredondada com fissuras da última imagem foi produzida pelo feixe de elétrons , agressivo ao material nesta ampliação .

[40 ] A Figura 6 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, numa sequência de ampliação sucessiva até 6 . 000x . Nota-se o grau de desagregação promovido pela moagem, onde se pode observar as partículas lenticulares e planares individuali zadas , as quais compõem a partícula aglomerada . Presença de partículas lenticulares com tamanho de aproximadamente 20 pm, e partículas planares irregulares entre 10 e 50 pm .

[41 ] A Figura 7 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moida em almofari z , ilustrando , em detalhe , a superfície de partícula lenticular com partículas planares sinteri zadas ( semi aderidas ) e presença de partículas lenticulares com tamanho de aproximadamente 20 pm, e partículas planares irregulares entre 2 e 15 pm .

[42 ] A Figura 8 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moida em almofari z , numa sequência de ampliação sucessiva até 12 . 000x . Nota-se o grau de desagregação promovido pela moagem, onde se pode observar as partículas lenticulares e planares individuali zadas , as quais compõem a partícula aglomerada . Presença de partículas lenticulares com tamanho de 10 a 20 pm, e partículas planares irregulares entre 2 e 100 pm .

[43 ] A Figura 9 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba moida em almofari z , numa sequência de ampliação sucessiva até 6 . 000x e ilustrando aglomerado de partículas planares irregulares, medindo entre 5 e 100 pm.

[44] A Figura 10 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba moída em almofariz, ilustrando o aglomerado de partículas planares irregulares até 20.000x em detalhe. Presença de aglomerado de partículas planares irregulares, medindo entre 2 e 50 pm.

[45] A Figura 11 - Mostra eletromicrograf ia contendo a análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moída em micronizador, numa sequência de ampliação sucessiva até 12.000x. Nota-se que mesmo em moagem ao micronizador não foi suficiente para dividir as partículas lenticulares em porções menores. As partículas planares também mostraram resistência à micronização . Presença de partículas planares irregulares, medindo entre 2 e 100 pm, e partículas lenticulares medindo entre 5 e 50 pm.

[46] A Figura 12 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba moída em micronizador, numa sequência de ampliação sucessiva até 12.000x. Nota-se o rompimento de algumas partículas lenticulares, apresentando interior maciço. Presença de partículas planares irregulares, medindo entre 5 e 50 pm, e partículas lenticulares medindo entre 5 e 10 pm.

[47] A Figura 13 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moída em micronizador, numa sequência de ampliação sucessiva até 12.000x e ilustrando aglomerado de partículas planares irregulares semi sinterizadas, além de presença de partículas planares irregulares, medindo entre 5 e 50 pm, e partículas lenticulares medindo entre 5 e 50 pm .

[48 ] A Figura 14 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moída em microni zador, numa sequência de ampliação sucessiva até 20 . 000x e ilustrando presença de partículas lenticulares entre 10 e 50 pm . Nota-se que a microni zação rompeu uma partícula lenticular, onde é possível observar parcialmente o interior maciço homogêneo da partícula .

[49 ] A Figura 15 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moída em microni zador, numa sequência de ampliação sucessiva até 12 . 000x e ilustrando presença de partícula lenticular medindo aproximadamente 40 pm . Nota-se que a microni zação rompeu uma partícula lenticular, onde é possível observar o interior sólido homogêneo da partícula .

[50 ] A Figura 16 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moída em microni zador, ilustrando presença de aglomerado de partículas planares irregulares sinteri zadas . Ampliação de até 12 . 000x . As partículas planares irregulares medem entre 2 e 5 pm .

[51 ] A Figura 17 - Mostra eletromicrograf ia contendo análise morfológica da farinha de empanamento lipófoba, moída em microni zador, ilustrando presença de aglomerado de partículas planares irregulares sinteri zadas . Nota-se o aspecto amalgamado das partículas planares na imagem da direita . Ampliação de até

24 . 000x . [52 ] Cabe ressaltar que esta figura é meramente representativa, podendo apresentar variações , desde não fuj am do inicialmente requerido .

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[53 ] De conformidade com o quanto ilustra a figura acima relacionada, o " PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA E RESPECTIVO PRODUTO RESULTANTE" , obj eto da presente patente , caracteri za-se essencialmente por ser constituída de um processo constituído pelas seguintes etapas :

[54 ] - moagem, pesagem, homogenei zação e armazenamento em silo dotado de rosca sem fim de farinha de cereal inicial e/ou suas misturas (preferencialmente de trigo e/ou milho e/ou arroz e/ou centeio e/ou cevada e/ou aveia e/ou soj a e/ou outro tipo ) ;

[55 ] - acionamento de rosca sem fim para inserção da farinha de cereal inicial e/ou suas misturas dentro do turbo cozedor centri fugo , simultaneamente a inj eção de vapor superaquecido e satura de água a 22 ATE e 200°C, proveniente de uma caldeira, e adição de soluções de ferro , ácido fólico e corante do tipo urucum, de forma que a massa de pão formada sej a empurrada ao longo de um traj eto hori zontal , em contato com a parede ultra aquecida e rotativa do turbo cozedor centri fugo , submetendo-a a termoli zação e geli ficação superficial e externa dos grãos e microgrãos a temperatura entre 100°C e 200°C e centri fugação entre 500rpm e 1500rpm, por tempo , temperatura e força centrípeta suficiente para compactar os microgrânulos sinteri zados e maciços de partículas de morfologia lenticular lisa e planar irregular levemente rugosa, e formar aglomerados onde as partículas planares irregulares encontram-se, geralmente, intersticiais às partículas lenticulares , e contendo vazios intersticiais, até obter farinha com densidade aparente com valor entre 0,7g/cm 3 e l,2g/cm 3 .

[56] Como um modo de realização, o produto possui: umidade máxima de 10%; densidade aparente entre 0,7 g/cm 3 e 1,2 g/cm 3 , mais especificamente 0,8 g/cm 3 ; densidade real ou massa especifica entre 1,2 g/cm 3 e 1,5 g/cm 3 ; mais especificamente 1,4 g/cm 3 ; porosidade entre 20% e 60%, mais especificamente 40%; área superficial especifica entre 1,0 m 3 /g e 1,1 m 3 /g, mais especificamente 1,03 m 3 /g. Isto é conseguido através de parâmetros de processo e controle. Outras características relevantes obtidas com o novo processo reduzida umidade no produto final (de no máximo 10%) e as seguintes faixas granulométricas (% de fração retida em peneira) : peneira ABNT n.° 12 (abertura de l,40mm) : entre 0,1% e 5,0%; peneira ABNT n.° 20 (abertura de 0,85mm) : entre 4,0% e 30,0%; peneira ABNT n.° 45 (abertura de 0,355mm) : entre 56,0% e 90,0%; passante em peneira ABNT n.° 45 (abertura de 0,355mm) : entre 10,0% e 41,0%.

[57] Como outro modo de realização tem-se que os aglomerados formados por partículas lenticulares desagregam mais facilmente que as partículas planares, promovendo fenômeno de crocância.

[58] Como outro modo de realização tem-se que os aglomerados possuem vazios intersticiais intercomunicáveis promotores de infiltração do óleo durante a fritura, e rápido escorrimento sem absorção de óleo pelas partículas planares e lenticulares de núcleo maciço.

[59] Como outro modo de realização tem-se que os aglomerados formados por partículas lenticulares e partículas planares possuem índice de forma, onde a esfericidade dos grãos aglomerados está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,8 e a circularidade está entre 0,5 e 0,9, mais especificamente 0,7.

[60] Como outro modo de realização tem-se que as partículas lenticulares possuem comprimento e/ou diâmetro entre 5 e 50 pm, mais especificamente 10 a 25 pm.

[61] Como outro modo de realização tem-se que as partículas planares irregulares possuem comprimento e/ou diâmetro medindo entre 2 e 100 pm, mais especificamente entre 10 e 50 pm.

[62] Como outro modo de realização tem-se que as partículas planares irregulares possuem comprimento e/ou diâmetro medindo entre 2 e 100 pm, mais especificamente entre 40 e 100 pm.

[63] Pode-se assim, constatar através do exposto que o "PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE EMPANAMENTO LIPÓFOBA E RESPECTIVO PRODUTO RESULTANTE" caracteriza-se como um processo e respetivo produto resultante que apresenta todas as qualidades práticas e de funcionalidade que justificam plenamente o pedido de patente como Privilégio de Invenção.

[64] Obviamente será percebido que enquanto o acima descrito foi descrito por forma de exemplo ilustrativo, todas outras modificações e variações feitas a esta disposição construtiva, na forma que seria aparentemente aos versados na técnica, são considerados dentro do amplo escopo e âmbito deste Privilégio de Invenção, conforme o quadro reivindicatório a seguir.