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Patent Searching and Data


Title:
NATURAL CLUSTER OR FORMULATION CONTAINING BIXA ORELLANA OIL WITH A STANDARDIZED TOCOTRIENOL CONTENT, DRY MYRCIARIA DUBIA EXTRACT WITH A STANDARDIZED ASCORBIC ACID CONTENT AND SOY GERM WITH A STANDARDIZED ISOFLAVONE CONTENT, METHOD FOR PREPARING SAME AND USE THEREOF FOR THE SUPPORT TREATMENT OF MENOPAUSE SYMPTOMS
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2023/028683
Kind Code:
A1
Abstract:
The natural cluster or formulation containing Bixa orellana oil with a standardized tocotrienol content, dry Myrciaria dubia extract with a standardized ascorbic acid content and soy germ with a standardized isoflavone content for menopause support treatment and action against osteoporosis pertains to the pharmaceutical, phytotherapeutic, food supplement and nutraceutical technical fields. The invention is developed following established scientific techniques, for both production and quality control, using natural raw materials. The cluster is in the form of fine granules and/or a fine powder obtained after the components are systematically mixed and industrially validated. The invention has a release that matches expectations for the form of the product and optimum flow properties. Also described is the method for preparing the natural cluster or formulation.

Inventors:
TAVARES CARVALHO JOSÉ CARLOS (BR)
LOPES DO NASCIMENTO ALINE (BR)
RIBEIRO DA SILVA HEITOR (BR)
ESPINOLA BUSTAMANTE OSVALDO ALEJANDRO (BR)
TAVARES DE LIMA TEIXEIRA DOS SANTOS ABRAHÃO VICTOR (BR)
DA SILVA MONTE ANDREIA THAIS (BR)
FLEXA ROCHA CLARICE (BR)
Application Number:
PCT/BR2022/050350
Publication Date:
March 09, 2023
Filing Date:
September 01, 2022
Export Citation:
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Assignee:
AGMONT CARVALHO E BUSTAMANTE COMERCIO DE PRODUTOS NATURAIS S A (BR)
TAVARES CARVALHO JOSE CARLOS (BR)
International Classes:
A61K31/03; A61K8/67; A61K31/045; A61K31/047; A61K31/05
Foreign References:
BRPI1104203A22014-03-18
Other References:
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Attorney, Agent or Firm:
DANNEMANN, SIEMSEN, BIGLER & IPANEMA MOREIRA (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Formulação ou cluster natural caracterizada por compreender 35 - 45% de óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana, 1 - 5% de lecitina, 1 - 5% de extrato seco de Myrciaria dúbia padronizado em ácido ascórbico e 15 - 25% de gérmen de soja padronizado em isoflavonas, e 20 - 48% de excipientes, em peso em relação ao peso total da formulação ou cluster natural.

2. Formulação ou cluster natural, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizada pelo fato de que o óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana é obtido pelo processo de lixiviação alcalina a partir das sementes e o extrato seco de Myrciaria dúbia é obtido por secagem padrão em Spray Dryer e o gérmen de soja é obtido por prensagem.

3. Formulação ou cluster natural, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada pelo fato de que a lecitina é lecitina de girassol.

4. Formulação ou cluster natural, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que os excipientes são amido de milho, maltodextrina, celulose microcristalina e dióxido de silício.

5. Formulação ou cluster natural, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada por possuir óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana com composição química de referência 1 - 5% de Bixina, 5 - 15% de tocotrienóis como compostos de interesse, extrato seco de Myrciaria dúbia padronizado em ácido ascórbico entre 1 e 4,5%, e o gérmen de soja padronizado em isoflavonas entre 4 e 8%, em que os valores acima são expressos em p/p.

6. Formulação ou cluster natural, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de possuir um pH entre 5,0 e 9,0.

7. Formulação ou cluster natural, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que é usada no tratamento de suporte dos sintomas do climatério e ação sobre a osteoporose.

8. Formulação ou cluster natural, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada por possuir forma final de granulado e/ou pó fino.

9. Formulação ou cluster natural, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato de que pode estar na forma de cápsulas, comprimidos, pó ou qualquer outra forma farmacêutica de liberação controlada ou não.

10. Método para produzir a formulação ou cluster natural, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 9, é caracterizado pelo fato de compreender as seguintes etapas: a) dispersão e homogeneização da lecitina no óleo padronizado de Bixa orellana, onde primeiro deve-se pesar a quantidade de óleo padronizado e adicionar a lecitina; e b) incorporação dos componentes sólidos à mistura óleo/lecitina, em que os ingredientes na forma de pó são pesados separadamente e, ao término da pesagem, são misturados e homogeneizados entre si intensamente para que, somente após este procedimento, sejam misturados ao óleo/lecitina para a obtenção de uma massa compacta, em que o processo de preparação da massa é realizado através da incorporação de pequenas quantidades da mistura em pó sobre a mistura de óleo/lecitina, dando início à mistura de forma lenta.

11. Método, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de que a lecitina é lecitina de girassol.

12. Método, de acordo com a reivindicação 10 ou 11 , caracterizado pelo fato de que a mistura das etapas a) e b) é realizada em uma batedeira planetária.

13. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 a 12, caracterizado pelo fato de que os componentes em pó consistem em gérmen de soja padronizado em isoflavonas, extrato seco de M. dubia padronizado em ácido ascórbico conforme e excipientes.

14. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 a 13, caracterizado pelo fato de que os excipientes são amido de milho, maltodextrina, celulose microcristalina e dióxido de silício.

15. Uso da formulação ou cluster natural, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo fato de ser usada na preparação de um medicamento ou composição farmacêutica, composição fitoterapeutica, um suplemento alimentar ou um nutracêutico para tratamento de suporte dos sintomas do climatério e ação sobre a osteoporose.

Description:
Relatório descritivo para a Patente de Invenção: “FORMULAÇÃO OU CLUSTER NATURAL CONTENDO ÓLEO PADRONIZADO EM TOCOTRIENÓIS DE BIXA ORELLANA, EXTRATO SECO DE MYRCIARIA DUBIA PADRONIZADO EM ÁCIDO ASCÓRBICO E GÉRMEN DE SOJA PADRONIZADO EM ISOFLAVONAS, PROCESSO PARA A PREPARAÇÃO DOS MESMOS E SEU USO PARA TRATAMENTO DE SUPORTE DOS SINTOMAS DO CLIMATÉRIO”

CAMPO DA INVENÇÃO

[001] A presente invenção se refere a uma formulação compreendendo a combinação de três ativos vegetais (óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana (OBo), extrato seco de Myrciaria dubia padronizado em ácido ascórbico (Mdaa) e gérmen de soja padronizado em isoflavonas (GSIf)) para obtenção de um cluster natural para tratamento de suporte dos sintomas do climatério e ação sobre a osteoporose. É ainda descrito o processo para a preparação de referida formulação ou cluster natural.

FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO

[002] A partir da busca em bancos de dados de patentes nacional e internacional, não foi encontrado registro de produto semelhante ou que possa competir com este cluster natural e/ou suas outras formas farmacêuticas.

[003] A presente invenção pode ser aplicada para o desenvolvimento tecnológico de diversas formas farmacêuticas como cápsulas, pós, comprimidos, granulados entre outras, envolvendo a utilização do óleo padronizado em tocotrienóis de B. orellana, o extrato de M. dúbia padronizado em ácido ascórbico e o gérmen de soja padronizado em isoflavonas. [004] O cluster natural objeto desta patente é um granulado constituído pelos ativos lipofílicos do óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana e ativos polares do gérmen de soja padronizado em isoflavonas e do extrato de M. dúbia.

[005] A soja tem recebido cada vez mais atenção de indústrias de alimentos, farmacêuticas e cosméticas, devido aos seus componentes nutritivos, suas atividades nutracêuticas e seus metabólitos ativos, tais como as saponinas, triterpenos, ácidos fenólicos, flavonoides, proteínas, ácidos graxos e isoflavonas.

[006] As isoflavonas da soja são os metabólitos que mais provocam interesse na pesquisa por serem consideradas os principais componentes benéficos do grão, e para se obter o efeito desejado, estabelece-se o consumo de 20 a 100 mg/dia.

[007] Também apresentam efeitos preventivos para osteoporose, doenças cardiovasculares, alguns cânceres (cólon, mama e próstata), atuam reduzindo sintomas da menopausa, assim como da ansiedade e depressão.

[008] A prevalência de depressão nas mulheres é maior do que nos homens e este dado está relacionado com os hormônios reprodutivos estradiol e progesterona, na etiologia da doença. As agliconas de isoflavonas são as isoflavonas que apresentam maior atividade farmacológica como adjuvante para o tratamento dos sintomas da menopausa.

[009] O consumo regular de isoflavonas possibilita melhor digestibilidade e biotransformação por parte da microbiota intestinal. As isoflavonas fazem parte da alimentação asiática, com maior consumo em quantidade quando comparado com a alimentação ocidental.

[010] Um estudo transversal foi realizado por Yu et al. (2015), em uma comunidade rural do nordeste da China com 1.717 residentes com idade mínima de 65 anos, uma população com consumo regular de soja, com frequência média de 4 vezes na semana, obtendo assim menor chance de estados depressivos em comparação com aqueles de consumo médio de 2 a 3 vezes por semana. Em Hong Kong, Woo et al. (2006) conduziu um estudo transversal com 3.999 idosos e, observou que a ingestão de isoflavonas estava inversamente relacionada ao escore da Escala de Depressão Geriátrica.

[011] O camu-camu [Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh, Myrtaceae], é uma fruteira tipicamente amazônica, encontrada naturalmente às margens dos rios, lagos e igapós, tanto nas águas escuras como nas águas claras. Tem despertado interesse pela sua concentração em ácido ascórbico, apresentando uma variação de 845 a 3133 mg em 100 g de polpa integral. [012] Zhu et al. (2012) observou pela primeira vez que, o ácido ascórbico foi capaz de prevenir a perda de densidade óssea em camundongos que tiveram os seus ovários retirados (o procedimento é conhecido por desencadear o problema), sugerindo que o nutriente possa ajudar a prevenir a osteoporose. A ação conjunta do ácido ascórbico com polifenóis presentes no extrato de M. dúbia, (aproximadamente 1797,0 mg equivalente a ácido gálico - EAG.lOOg -1 ) proporciona efeitos antioxidantes e benéficos frente aos sintomas da menopausa.

OBJETIVOS DA INVENÇÃO

[013] É um primeiro objetivo da presente invenção prover uma formulação ou cluster natural útil no tratamento de suporte dos sintomas do climatério e ação sobre a osteoporose.

[014] É ainda um objetivo descrever um processo ou método para produzir referida formulação ou cluster natural.

DESCRIÇÃO RESUMIDA DA INVENÇÃO

[015] O primeiro objetivo da presente invenção é alcançado por meio de uma formulação ou cluster natural compreendendo de 35 - 45% de óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana, 1 - 5% de lecitina, 1 - 5% de extrato seco de Myrciaria dúbia padronizado em ácido ascórbico e 15 - 25% de gérmen de soja padronizado em isoflavonas, além de 20 - 48% de excipientes.

[016] Referida formulação ou cluster natural sendo usada no tratamento de suporte dos sintomas do climatério e ação sobre a osteoporose.

[017] O segundo objetivo é alcançado por um processo ou método para produzir referida formulação ou cluster natural que compreende as etapas de: a) dispersão e homogeneização da lecitina no óleo padronizado de Bixa orellana, onde primeiro deve-se pesar a quantidade de óleo padronizado e adicionar a lecitina; e b) incorporação dos componentes sólidos à mistura óleo/lecitina, em que os ingredientes na forma de pó são pesados separadamente e, ao término da pesagem, são misturados e homogeneizados entre si intensamente para que, somente após este procedimento, sejam misturados ao óleo/lecitina para a obtenção de uma massa compacta, em que o processo de preparação da massa é realizado através da incorporação de pequenas quantidades da mistura em pó sobre a mistura de óleo/lecitina, dando início à mistura de forma lenta.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[018] Nas figuras 1a, 1 b, 1c, 1d, 1e e 1f pode-se observar o perfil cromatográfico de amostras do ativo (tocotrienóis), obtidos por cromatografia líquida de alta eficiência (UHPLC) acoplado ao detector de UV, em 220 nm (azul), 254 nm (rosa), 300 nm (preto) e 340 nm (bordo) respectivos a 6 lotes do mesmo ativo.

[019] Na figura 2 pode-se observar as propriedades físico mecânicas da formulação.

[020] Na figura 3 observa-se o espectro na região do infravermelho dos excipientes da formulação, do óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana e da formulação.

[021] Na figura 4 observa-se fotomicrografia da formulação. [022] Na figura 5 observa-se o perfil de dissolução da formulação final obtida expresso em teor de tocotrienóis totais liberados.

[023] Na figura 6 podem ser observadas as atividades biológicas assim como o mecanismo de ação de cada molécula analisada do gérmen de soja (isoflavonas) no servidor CDDI.

[024] Na figura 7 observa-se o docking entre o complexado e as isoflavonas (daidzeína, genisteína e gliciteína).

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[025] Para fins de definição, a não ser que explicitamente expresso ao contrário, todas as porcentagens aqui mencionadas utilizam por base a razão de peso por peso (p/p).

[026] Em uma modalidade, é aqui descrita uma formulação ou um cluster natural contendo 35 - 45% de óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana, 1 - 5% de lecitina, 1 - 5% de extrato seco de Myrciaria dúbia padronizado em ácido ascórbico e 15 - 25% de gérmen de soja padronizado em isoflavonas, e 20 - 48 % de excipientes em peso em relação ao peso total da formulação ou cluster natural.

[027] Em uma modalidade preferida, o óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana é obtido por um processo de lixiviação alcalina a partir das sementes. Um técnico no assunto tem em seu conhecimento de rotina do processo de lixiviação alcalina, o qual já é tradicional do estado da técnica.

[028] Em uma modalidade preferida, o extrato seco de Myrciaria dúbia é obtido por secagem padrão em Spray Dryer. Do mesmo modo que explanado acima, o técnico no assunto é familiar com a técnica de Spray Dryer, a qual já é conhecida pelo estado da técnica.

[029] Em uma modalidade preferida, gérmen de soja obtido por prensagem. Do mesmo modo que explanado acima, o técnico no assunto é familiar com a técnica de prensagem, a qual já é conhecida pelo estado da técnica. [030] Em uma modalidade preferida, os excipientes são amido de milho, maltodextrina, celulose microcristalina e dióxido de silício.

[031] Em uma modalidade preferida a lecitina é lecitina de girassol.

[032] Em uma modalidade preferida, o óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana tem constituição química de referência 1 - 5% de Bixina, 5 - 15% de tocotrienóis como compostos de interesse.

[033] Em uma modalidade preferida, o extrato de extrato seco de Myrciaria dúbia é padronizado em ácido ascórbico entre 1 e 4,5%.

[034] Em uma modalidade preferida, o gérmen de soja é padronizado em isoflavonas entre 4 e 8%.

[035] Em uma modalidade preferida, a formulação ou cluster aqui descrito possui um pH dentro da faixa de 5,0 a 9,0. Em uma modalidade preferida, referido pH está dentro da faixa considerada de “neutralidade”. Apesar de o termo “neutralidade” ser autoexplicativo para um técnico no assunto, para fins de melhor definição, um pH dentro da faixa de neutralidade pode ser entendido como qualquer pH próximo á 7,0, por exemplo, porém sem limitar a presente invenção, pH dentro da faixa de 5,5 a 8,5, ou 6,0 a 8,0. [036] Referida formulação ou cluster natural, em uma modalidade preferida, é apresentado em uma forma final de granulado e/ou pó fino.

[037] Além disso, de forma preferida, a formulação ou cluster natural pode ser apresentado na forma de cápsulas, comprimidos, pó ou qualquer outra forma farmacêutica de liberação controlada ou não.

[038] Naturalmente, um técnico no assunto possui em seu repertório de conhecimento, resultado do trabalho de rotina, o entendimento de que adaptações podem ser necessárias, em termos de excipientes adicionais, de modo a disponibilizar a formulação ou cluster natural nas diferentes formas descritas acima. De todo modo, referidos ajustes partem de conhecimento disponíveis e corriqueiros para um técnico no assunto, de modo que não exigem maiores detalhamentos na presente invenção. [039] A formulação aqui descrita demonstrou ser eficiente para o tratamento de suporte dos sintomas do climatério e ação sobre a osteoporose.

[040] Como é de conhecimento por um técnico no assunto, o climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase não-reprodutiva, também chamada de pós-menopausa, sendo marcada por uma diminuição progressiva da quantidade de hormônios produzidos. Os sintomas característicos desta fase de transição incluem, por exemplo: ondas de calor repentinas; diminuição do apetite sexual; tonturas e palpitações; insônia e má qualidade de sono; suores noturnos; coceira e secura vaginal; desconforto durante as relações sexuais; perda de elasticidade da pele; diminuição do tamanho dos seios; depressão e irritabilidade; aumento de peso; dor de cabeça e falta de concentração; incontinência urinária ao esforço; e dor nas articulações.

[041] Assim, é aqui ainda descrita a utilização ou uso da referida formulação ou cluster natural para a preparação de um medicamento ou composição farmacêutica, composição fitoterapeutica, um suplemento alimentar ou um nutracêutico para tratamento de suporte dos sintomas do climatério e osteoporose.

[042] Em uma nova concretização, é ainda descrito o método ou processo para produção/obtenção da formulação ou cluster natural contendo OBo, Mdaa e GSIf.

[043] Em uma modalidade preferida, referido método ou processo compreende as etapas: a) dispersão e homogeneização da lecitina no óleo padronizado de Bixa orellana, onde primeiro deve-se pesar a quantidade de óleo padronizado e adicionar a lecitina; b) incorporação dos componentes sólidos à mistura óleo/lecitina; e em que os ingredientes na forma de pó são pesados separadamente e, ao término da pesagem, são misturados e homogeneizados entre si intensamente para que, somente após este procedimento, sejam misturados ao óleo/lecitina para a obtenção de uma massa compacta, em que o processo de preparação da massa é realizado através da incorporação de pequenas quantidades da mistura em pó sobre a mistura de óleo/lecitina, dando início à mistura de forma lenta.

[044] Em uma modalidade preferida, a primeira etapa compreende dispersão e homogeneização da lecitina de girassol no OBo. A mistura é realizada em batedeira planetária e, deve-se pesar a quantidade de óleo (35 a 45%) e então adicionar a lecitina na quantidade requerida (1 a 5%). [045] Após a primeira etapa, a composição do OBo da formulação ou cluster natural desta invenção torna-se diferenciada, pois além de possuir uma determinada quantidade de tocotrienóis em sua composição, proveniente do óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana, agora possui uma maior quantidade de fosfolipídeos que facilitam a formação de partículas que são adsorvidas no material utilizado para produção do granulado final.

[046] Os fosfolipídeos adicionais utilizados na invenção são provenientes da lecitina, preferencialmente, da lecitina de girassol, amplamente utilizada para obtenção de produtos alimentícios e farmacêuticos, e que é tida como um tensoativo natural. Tecnicamente pode ser obtida da gema do ovo e de diversas outras fontes de óleos vegetais, sendo a fonte mais comum a soja (com percentuais de 2% a 3% de lecitina) em virtude de sua maior disponibilidade e propriedades emulsificantes.

[047] As lecitinas em geral, são formadas por uma mescla de fosfolipídios (50%), triglicerídeos (35%) e glicolipídios (10%), carboidratos, pigmentos, carotenoides e outros microcom postos. As propriedades tensoativas das lecitinas são provenientes da estrutura molecular dos fosfolipídios, seus componentes ativos. Estes são formados por uma porção hidrofóbica e uma porção hidrofílica, com propriedades semelhantes ao óleo padronizado em tocotrienóis da invenção. [048] Em uma modalidade preferida, a lecitina utilizada na primeira etapa do presente método ou processo é a lecitina de girassol.

[049] A segunda etapa contempla a incorporação dos componentes sólidos à mistura óleo/lecitina. Estes componentes sólidos são: o gérmen de soja padronizado em isoflavonas e o extrato seco de M. dubia padronizado em ácido ascórbico, conforme já discutido acima, e excipientes.

[050] Em uma modalidade preferida, os excipientes são amido de milho, maltodextrina, celulose microcristalina e dióxido de silício.

[051] Todos os componentes utilizados no presente método ou processo são incorporados já em suas quantidades finais, conforme discutido acima. [052] Os ingredientes, os quais estão tipicamente na forma de pó, são pesados separadamente e colocados em recipientes de tamanho adequado, por exemplo, sacos plásticos. Ao término da pesagem, são intensamente misturados e homogeneizados entre si para que, após este procedimento, sejam adicionados à mistura de óleo/lecitina para a obtenção de uma massa compacta.

[053] O processo de preparação da massa é realizado através da incorporação de pequenas quantidades da mistura em pó na cuba da batedeira planetária contendo a mistura de óleo/lecitina, e dando início à mistura na batedeira, em velocidade baixa. A adição de pó em pequenas quantidades e sob agitação permanente é mantida até a incorporação total dos pós ao óleo/lecitina.

[054] O resultado destas operações culmina na obtenção de uma formulação ou cluster natural em forma de granulado e/ou pó fino, contendo os três princípios ativos de origem vegetal. Vale ressaltar o ineditismo da combinação dos três ativos como proposto na invenção.

[055] Em uma modalidade alternativa, o granulado pode ainda ser processado por métodos conhecidos para que a apresentação final da presente formulação ou cluster natural seja na forma de um pó fino. [056] A utilização de produtos advindos de insumos vegetais sem o controle de qualidade específico é um grave problema que a comunidade em geral enfrenta. Há a necessidade de um controle de qualidade minucioso no que tange às concentrações dos marcadores químicos de interesse para a padronização dos extratos e óleos de OBo, Mdaa e GSIf utilizados, conforme descrito acima, de modo que a credibilidade dos fitoprodutos seja reforçada em relação aos sintéticos, o que consequentemente se traduz como uma nova opção de tratamento de prevenção disponível à população e ao mercado.

[057] Como parte do estudo de pré-formulação, os ativos em questão foram estudados de acordo com os marcadores químicos: tocotrienóis para o óleo de B. orellana, ácido ascórbico para o extrato seco de M. dubia e isoflavonas para o gérmen de soja.

[058] As análises de tocotrienóis e isoflavonas foram realizadas empregando um equipamento de cromatografia líquida de alta eficiência (UHPLC UltiMate 3000, Thermo Fisher Scientific) acoplado ao detector de ultravioleta (UV). Como fase estacionária foi utilizada uma coluna C-18 (250 mm x 4,6 mm x 5 pm) a 30 ± 1 °C e, como fase móvel, a mistura de metanol e água ultrapura (95:5, v/v), com fluxo de 1 ,2 ml/min. A separação dos constituintes das amostras foi monitorada em comprimentos de onda de 220, 254, 300 e 340 nm. Para a determinação de tocotrienóis totais foram utilizados os resultados obtidos em 300 nm e para isoflavonas, aqueles obtidos em 254 nm.

[059] O Ácido ascórbico (vitamina C) foi determinado por titulometria com 2,6 diclorofenolindofenol (DFI) a 0,5% com ácido oxálico (AOAC, 1984).

[060] Foram avaliadas as propriedades físico mecânicas da formulação e todas as análises foram realizadas em triplicata.

[061 ] A fim de determinar as possíveis interações químicas entre os ativos e excipientes, os espectros de FT-IR foram obtidos usando um equipamento IRAffinity (Shimadzu, Japão). Os espectros foram registrados no modo de transmissão entre 4000 a 400 cm -1 com resolução de 0,44 cm -1 . Cada amostra foi comprimida com KBr (1 : 100 p/p) antes da aquisição e o valor de fundo de KBr puro foi adquirido antes das amostras serem analisadas.

[062] A distribuição de tamanho de partícula foi realizada nas amostras utilizando tamises com tamanho de malha de 740 pm, 590 pm, 350 pm, 250 pm, 177 pm, 125 pm e 74 pm (IC, Londres, R.U). Os tamises foram agitados durante 10 min.

[063] Quantidades da formulação foram colocados em placas de Petri e armazenadas em dessecador a 25°C durante 1 semana. As isotérmicas de absorção de umidade foram determinadas por gravimetria. Neste caso, 1 ,0 g de formulação foi colocado em câmaras fechadas com soluções saturadas de diferentes sais inorgânicos.

[064] Assim, a água destilada (100 % de HR), cloreto de potássio (84%), cloreto de sódio (75%), tiocianato de potássio (47%) e cloreto de cálcio (31 %) e sílica gel ativada a 105 °C durante três horas para HR=0. A amostra foi pesada em intervalos de 12 horas até que o conteúdo de umidade no equilíbrio fosse atingido. A absorção da umidade de equilíbrio (EMS) foi determinada utilizando a expressão:

EMS = (Mi / M) x 100

[065] Onde, Mi é a umidade absorvida no estado de equilíbrio e M é o peso de pó seco. O perfil de absorção de umidade foi obtido e para isto foi feito um gráfico de umidade residual, em porcentagem, versus a umidade relativa. O gráfico foi ajustado usando o método dos mínimos quadrados expressando a relação como uma curva y=mX + a.

[066] Foram obtidas micrografias da superfície da formulação, através de microscópio eletrônico de varredura (MEV), utilizando um microscópio T3030 Plus Tabletop (Hitachi, Japão), operado a 15 kV.

[067] O perfil de dissolução foi baseado no método descrito pela Farmacopeia Brasileira. Foi conduzido em um equipamento de dissolução com seis cubas modelo 299 (Nova Ética, Ltda. São Paulo, Brasil). [068] A solução simulada do suco gástrico que foi usada como líquido de imersão constitui-se de: 16% (massa/volume) de pepsina dissolvida em 0,1 mmol/L de HCI (57633 FIP-U/100g). A mistura de pancreatina-biliar foi preparada por dissolução de 0,4% (massa/volume) de pancreatina e 0,76% (massa/volume) de bile em 0,1 mmol/L de bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ).

[069] Em cada cuba, de 900 mL constou a solução simulada de suco gástrico que foi o meio de dissolução, a velocidade de agitação foi de 75 rpm.

[070] A dissolução foi estabelecida com a quantificação de tocotrienóis e isoflavonas totais e ácido ascórbico liberados no suco digestivo nos tempos de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55 e 60 minutos, retirando- se alíquotas de 5 mL, filtradas em papel filtro (12,5 cm de diâmetro). A verificação do teor de tocotrienóis e isoflavonas totais presentes na fórmula foi determinado pelo método validado por cromatografia gasosa e UHPLC. Ácido ascórbico (vitamina C): determinado por titulometria com 2,6 diclorofenolindofenol (DFI) a 0,5% com ácido oxálico (AOAC, 1984).

[071] A estrutura química dos marcadores ativos moleculares para as atividades farmacológicas estudadas foi confirmada, primeiramente no site PubChem (https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/). Em seguida, as estruturas dos tocotrienóis e do geranilgeraniol foram obtidas pelo software ChemDraw (COUSINS, 2011) e otimizadas no software HyperChem pelo método semiempírico RM1 (NAGAMANI et al., 2018).

[072] Para a realização da predição das atividades dos marcadores ativos moleculares, foi utilizado o servidor PASS (Prediction of Activity Spectra for Substances). Para o estudo dos possíveis alvos biológicos, foi empregado o servidor SEA (similarity ensemble approach), que possuem afinidade com as estruturas submetidas, segundo uma abordagem de similaridade química (WANG et al., 2016).

[073] Cortellis Drug Discovery Intelligence (CDDI) foi utilizado para verificar os estudos existentes acerca dos mecanismos de ação dos marcadores ativos moleculares e os alvos utilizados. Na análise foram incluídos estudos pré-clínicos e clínicos, e dessa forma, essas informações proporcionaram ao estudo uma rapidez, segurança e confiabilidade (SHIH et al., 2018).

[074] Os alvos selecionados foram submetidos ao programa GOLD 2020.1 para investigar os modos de interação e acoplamento entre os marcadores ativos moleculares e os alvos biológicos que possuem atividades dislipidêmicas e anti-inflamatória. Todos os alvos submetidos a ancoragem foram primeiramente validados utilizando como parâmetro os valores de RMSD (Root-Mean-Square Deviation).

[075] Para realização da predição ADME (absorção, distribuição, metabolismo e excreção) foi utilizado o webservidor PreADMET (https://preadmet.bmdrc.kr/) e o web servidor SwissADME (http://www.swissadme.ch). Esses servidores calcularam as propriedades das moléculas de absorção intestinal humana (HIA) e permeabilidade em células derivadas do adenocarcinoma do cólon humano (Caco-2) e células renais caninas Madin-Darby (MDCK). Além disso, determinaram as propriedades de distribuição e metabolismo, como o percentual de ligações a proteínas plasmáticas (%PPB), a penetração da barreira hematoencefálica, (BBB) a permeabilidade da glicoproteína (P-gp) e as possíveis inibições dos citocromos P450, conhecidos como Cyp (DAINA et al., 2017; NUNES et al., 2020).

[076] A predição de propriedades toxicológicas das moléculas foi realizada em dois webservidores. A previsão de toxicidade pelo webservidor PreADMET foi baseada no Teste de Ames (esse método foi utilizado para testar a mutagenicidade dos compostos em cepas da bactéria Salmonella typhimurium) e Carcinogenicidade em roedores, embasado a partir dos dados do NTP (National Toxicology Program) e segundo a FDA resultante de Carcinogenicidade in vivo em camundongos e ratos por 2 anos (RICHA et al., 2017; ZEIGER, 2019). A plataforma ProTox-ll realizou a predição de toxicidade das moléculas em várias classificações: toxicidade aguda, toxicidade em órgãos através da hepatotoxicidade, e, esse servidor determina a nível celular a carcinogenicidade, imunotoxicidade, mutagenicidade e a citotoxicidade (BANERJEE et al„ 2018).

[077] O produto obtido nesta invenção apresenta características ativas em predição in silico tanto para as atividades fármaco-receptor no que diz respeito à sua atividade farmacológica e baixa toxicidade predita.

[078] Foi realizado o docking molecular entre hidroxiesteroide desidrogenase (17 HSD1) complexada com o 17-beta-estradiol, e as isoflavonas presentes na invenção. Essa enzima foi encontrada no site do PDB e apresenta o código ID: 1 IOL. Apresenta uma finalidade importante na biotransformação ou formação de estrogênios, que são ativos em tecidos gonadais e periféricos. A 17-HSD1 converte a estrona em 17p- estradiol que é um estrogênio mais ativo.

[079] Após validar o docking com esse alvo, foi realizado o processo de ancoragem para cada molécula (daidzeína, genisteína e gliciteína) e inclusive o complexado para se comparar os valores do Gold score e as interações entre o sítio de atividade.

[080] Na análise foi possível observar que todas as moléculas submetidas ao docking molecular, apresentaram diversas interações com o alvo biológico e sendo pelo menos uma dessas com aminoácidos de interesse para a resposta biológica. Dentre essas interações possíveis de serem visualizadas nos melhores modelos de poses, e interações eletrostáticas foram observadas, interações de hidrogênio e, hidrofóbicas, Pi e aromáticas.

[081] No docking observou-se que os valores de Gold score das moléculas isoflavonas, daidzeína, genisteína e gliciteína (score: 52.78, 54.33, 50.31 , respectivamente) não foram superiores ao valor de score (60.05) da molécula complexada (17-beta-estradiol). A molécula 17-beta- estradiol interagiu com os aminoácidos Ser142 e Tyr155, que são do sítio de atividade citado acima, em comparação a molécula complexada, a daidzeína interagiu com a Glu282, a genisteína interagiu com a Ser142 e a Glu282 e pôr fim a gliciteína que interagiu com a Tyr155. Os resultados acima comprovam um benefício no tratamento de suporte dos sintomas do climatério.

[082] O cluster natural contendo óleo padronizado em tocotrienóis de Bixa orellana, extrato seco de Myrciaria dubia padronizado em ácido ascórbico e gérmen de soja padronizado em isoflavonas segundo a invenção é adicionalmente explicado por meio das figuras 1 a 7.

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