O presente invento refere-se a um barco portátil que possui uma configuração catamarã. O mesmo consiste basicamente de dois flutuadores infláveis que são unidos por duas barras de ligação as quais possuem chapas de apoio em suas extremidades permitindo sua fixação aos flutuadores. Uma base rígida pode ser fixada entre as duas barras de ligação, formando um deck para o posicionamento do ocupante. O presente invento pode ser utilizado como uma alternativa às pranchas de stand-up paddle, permitindo que o ocupante possa permanecer em pé sobre a base rígida enquanto utiliza um remo para a propulsão da embarcação. Os flutuadores laterais proporcionam uma maior estabilidade, o que facilita o equilíbrio do ocupante. A embarcação possui uma grande eficiência hidrodinâmica, podendo alcançar velocidades equivalentes às pranchas de stand-up convencionais. Além dessas vantagens, a embarcação pode ser desmontada para ocupar um pequeno espaço, proporcionando uma facilidade para transporte e estocagem.

Quilhas removíveis podem ser instaladas na parte inferior traseira de cada um dos flutuadores, ajudando a manter uma trajetória reta, que melhora o desempenho (diminui o zigue zague, permitindo um maior número de remadas antes de alternar o lado).

Pesquisando o atual estado da técnica relacionado ao campo da presente invenção, podemos citar a patente US5189974A, a qual descreve uma embarcação composta por dois caiaques dispostos em uma posição catamarã e unidos por duas barras laterais. Essa embarcação deve ser utilizada preferencialmente por dois ocupantes que ficam posicionados sobre cada um dos caiaques que compõem a embarcação. As patentes US6112692A e US2004112266A1 descrevem uma embarcação composta por um caiaque que possui casco duplo para proporcionar maior estabilidade, analogamente a uma embarcação catamarã. Todas as patentes citadas anteriormente se referem a embarcações que utilizam casco rígido, diferentemente da presente invenção, que utiliza flutuadores infláveis. As patentes US4496325, US4766830, US4782777 e US5042411 descrevem embarcações que utilizam dois flutuadores infláveis, dispostos em uma configuração catamarã, que são unidos por uma estrutura que serve como deck, de forma semelhante ao presente invento. Porém a presente invenção introduz inovações que simplificam a embarcação, reduzindo o custo de produção sem comprometer o desempenho. A embarcação proporciona uma maior facilidade de montagem e capacidade de compactação em relação ao atual estado da técnica.

As configurações preferidas da presente invenção serão agora descritas, somente como exemplo, com referência às figuras em anexo, em que:

A figura 1 é uma vista em perspectiva explodida de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 2 é uma vista em perspectiva de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 3 compõe-se de figuras que ilustram os detalhes do processo de fabricação das barras de ligação de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 4 compõe-se de figuras que ilustram os detalhes do processo de fabricação dos suportes presentes na base rígida de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 5 compõe-se de figuras que ilustram os detalhes da montagem dos suportes da base rígida de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 6 compõe-se de figuras que ilustram o processo de encaixe das barras de ligação na base rígida de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 7 compõe-se de figuras que ilustram o processo de montagem dos flutuadores nas barras de ligação de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 8 compõe-se de figuras que ilustram o princípio de encaixe dos flutuadores nas barras de ligação de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 9 compõe-se de figuras que ilustram a fixação de um bolso no flutuador de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil"; A figura 10 compõe-se de figuras que ilustram os componentes de uma quilha removível de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil";

A figura 11 compõe-se de figuras que ilustram o princípio de instalação de uma quilha removível no flutuador de uma embarcação acordo com a invenção "barco catamarã portátil"; e

A figura 12 é uma vista em perspectiva de uma embarcação de acordo com a invenção "barco catamarã portátil" na configuração montada e com quilhas removíveis instaladas.

A figura 1 mostra uma visão em perspectiva explodida da presente invenção, evidenciando os itens que a compõem. A embarcação é composta por dois flutuadores (1), duas barras de ligação (2) e uma base rígida (3). A base rígida (3) pode apresentar formatos variados, podendo inclusive apresentar assentos, suportes para remo, suportes para o encaixe do mastro de velas de windsurf, suportes para acessórios etc.

A figura 2 mostra uma visão em perspectiva do presente invento

A figura 3 ilustra o processo de fabricação das barras de ligação (2). As barras de ligação (2) são fabricadas através de cinco peças: um tubo (4), duas chapas (5) e dois batentes (6). Primeiramente as extremidades do tubo (4) devem ser conformadas mecanicamente (amassadas). Posteriormente as chapas (5) são unidas por rebites ou solda às extremidades previamente conformadas dos tubos (4). Dois batentes (6) são rebitados ao tubo (4).

A base rígida (3) apresenta quatro suportes (7) fixados na parte inferior da mesma. Os suportes podem ser fabricados a partir de uma chapa que é furada e conformada mecanicamente conforme detalhes da figura 4. Posteriormente os quatro suportes (7) podem ser fixados por parafusos à base rígida (3), conforme ilustra a figura 5.

Os suportes (7) são dispostos de maneira a possibilitar que as duas barras de ligação (2) sejam encaixadas através de um simples movimento longitudinal de encaixe, conforme sugerem as setas da figura 6. Quando encaixadas, as barras de ligação (2) ficam dispostas paralelamente e apresentam restrição de todos os movimentos de translação em relação à base rígida (3), com exceção do movimento longitudinal de desencaixe. Os batentes (6) rebitados nas barras de ligação (2) fazem batente com os quatro suportes (7) impedindo o deslocamento lateral da base rígida (3) em relação às barras de ligação (2). Com o encaixe dos flutuadores (1) nas barras de ligação (2), conforme ilustra a figura 7, o movimento de translação longitudinal de desencaixe fica restringido, fixando todos os itens que compõem a presente embarcação, ou seja, os dois flutuadores (1) as duas barras de ligação (2) e a base rígida (3), eliminando qualquer possibilidade de movimento entre eles. A embarcação se transforma em um corpo único.

A figura 8 mostra o detalhe de como as barras de ligação (2) são fixadas aos flutuadores (1). O procedimento de fixar consiste em encaixar as fivelas (8) nos ganchos (9) presentes nas barras de ligação (2). Essa operação deve ser realizada com os flutuadores (1) na condição semi- inflado. Depois de realizado essa operação, os flutuadores (1) devem ser totalmente inflados, fazendo com que, devido à expansão dos mesmos, as cintas (10) permaneçam sempre tracionadas, garantindo a fixação. Para a remoção deve-se proceder de maneira inversa.

A seguir será mostrada uma técnica para instalar uma quilha removível na parte inferior traseira de cada flutuador (1). O flutuador (1) recebe previamente a fixação de um bolso (12), conforme ilustra a figura 9, que fica fixado definitivamente no flutuador (1). O bolso (12) é feito da mesma lona náutica com que são confeccionados os flutuadores (1). Possui preferencialmente um formato retangular e arredondado nas extremidades para minimizar a possibilidade de descolamento. O bolso (12) possui ainda dois furos (13) e é soldado ou colado apenas nas bordas laterais e dianteira (região hachurada), conforme ilustra a figura 9. No momento da fixação do bolso (12) na parte inferior traseira do flutuador (1), os furos (13) são posicionados de maneira alinhada ao eixo longitudinal do flutuador (1) e o bolso (12) deve ser fixado de maneira esticado, ou seja, a área do flutuador (1) que fica escondida atrás do bolso (12) deve ser igual à área do bolso (12). Desta maneira, quando o flutuador (1) é inflado, a região interna do bolso (12) fica pressionada. Essa região interna do bolso (12) assume o formato de uma casca cilíndrica de formato retangular, permitindo que uma chapa com esse formato possa ser instalada.

Conforme ilustra a figura 10, a quilha removível (11) é um corpo único que pode ser fabricado por diferentes processos de fabricação e é composta pela semi-asa (14), que é fixada na região convexa da parte triangular da casca cilíndrica (15). A casca cilíndrica (15) possui uma região de formato retangular, com curvatura e dimensões semelhantes àquela assumida pela região interna do bolso (12) quando o flutuador (1) encontra-se inflado. Dois pinos (16) são fixados na região convexa da casca cilíndrica (15). Esses pinos (16) possuem o mesmo diâmetro dos furos (13) existentes no bolso (12) e altura ligeiramente maior que a espessura da lona do bolso (12). A distância entre os centros dos pinos (16) é igual à distância entre os furos (13), permitindo que os dois pinos (16) sejam encaixados nos dois furos (13).

A figura 11 mostra o procedimento de instalação da quilha removível (11) no flutuador (1). Primeiramente, com o flutuador (1) vazio ou parcialmente inflado, a quilha removível (11) pode ser inserida no bolso (12), conforme sugere a figura 11, até o momento em que os pinos (16) encaixem nos furos (13) do bolso (12), o que irá garantir o correto alinhamento e posicionamento da quilha removível (11). Posteriormente o flutuador (1) pode ser inflado, fazendo com que a região interna do bolso (12) pressione a casca cilíndrica (15) de formato retangular que compõe a quilha removível (11), fixando-a enquanto o flutuador (1) permanecer inflado. O encaixe dos pinos (16) nos furos (13) do bolso (12), além de garantir o correto alinhamento, impede a remoção da quilha removível (11) enquanto o flutuador (1) permanecer inflado. Para a remoção da quilha removível (11) deve-se esvaziar o flutuador (1), fazendo com que a região interna do bolso (12) fique frouxa, permitindo desencaixar os pinos (16) dos furos (13) e remover a quilha removível (11).

A figura 12 mostra uma vista em perspectiva do barco montado e com as quilhas removíveis (11) instaladas.