Campo da invenção

[001] A presente Invenção propõe uma inédita máquina eletromecânica, a qual foi concebida para realizar a extração de calosidades formadas no coxim plantar dos pés de aves de corte - principalmente frangos - já devidamente abatidas e esquartejadas. Sendo que, a presente máquina realiza a extração das calosidades automaticamente, necessitando de colaboradores apenas para alimentá-la com os pés de aves, posicionando-os adequadamente na máquina. Sendo que, a presente máquina torna a operação mais ágil, segura e econômica.

Estado da técnica

[002] Sabe-se que dentre muitas das doenças que podem acometer as aves criadas para consumo humano - sobretudo os frangos - uma delas é a pododermatite, também conhecida como “calo de pé” ou “calo de pata”, a qual se trata de uma lesão no coxim plantar, comum em frangos de corte, criados sobre camas - substrato usado para cobrir o piso dos criatórios - úmidas e compactadas; sendo uma doença ocasionada pelo contato do pé da ave sobre a cama, e sendo que, quanto mais jovem e com maior peso depositado em sua carcaça, maior é a incidência de calos de pés. A ocorrência de pododermatite em aves de criação está associada a uma combinação de fatores inerentes à própria ave e ao ambiente. O aparecimento das lesões tem sido associado: à dieta, à alta densidade de alojamento e a problemas de manejo, principalmente relacionados à qualidade da cama do aviário, como tipo de material e umidade. Sendo que, considerando-se que os pés das aves de corte também são comercializados para consumo, verifica-se que os pés com pododermatite apresentam aspecto pouco atraente para o consumidor, sendo preterido, e muitas vezes descartado, o que torna desejável algum processo industrial que venha viabilizar a extração dos calos dos pés das aves - já abatidas e esquartejadas - mediante o uso de máquinas que possibilitem uma operação ágil e segura.

Objetivos da Invenção

[003] Com o objetivo de solucionar estes inconvenientes foi que se desenvolveu a presente Invenção, a qual propõe uma máquina eletromecânica, cuja função é remover o calo (Pododermatite) do pé da ave por meio de uma raspagem mecanizada. Sendo que, cada pé de ave é posicionado manualmente - por um colaborador - no interior de uma pequena bandeja dotada de abertura no seu fundo. Uma pluralidade dessas bandejas é montada sobre uma corrente, a qual realiza movimento contínuo entre duas rodas dentadas. E assim, cada bandeja transporta horizontalmente um pé até passar por um eixo dentado, contra o qual o referido pé é pressionado por meio de uma extremidade saliente de um êmbolo, fazendo assim com que as calosidades sejam raspadas pelo atrito daquele eixo dentado; e na sequência, o pé cai através de um funil de descarga para uma correia transportadora, donde é retirado para dar continuidade ao seu beneficiamento. A presente máquina proporciona segurança e agilidade, com facilidade de operação e economia, entre outras vantagens.

Descrição dos desenhos

[004] Para melhor compreensão da presente Invenção, é feita em seguida uma descrição detalhada da mesma, fazendo-se referências aos desenhos anexo, onde a:

FIGURA 1 ilustra a máquina em perspectiva montada, incluindo a representação das esteiras transportadoras de entrega e de recepção dos pés de aves;

FIGURA 2 ilustra a máquina em perspectiva explodida;

FIGURA 3 ilustra em perspectiva e separadamente os mecanismos que atuam diretamente na extração dos calos;

FIGURA 4 ilustra a máquina em vista superior;

FIGURA 5 ilustra a máquina em vista lateral; e a FIGURA 6 ilustra a máquina em corte longitudinal, revelando a disposição dos seus elementos internos.

Descrição detalhada da invenção

[005] De acordo com estas ilustrações e seus pormenores, a presente invenção: EXTRATOR DE CALOS DE PÉS DE AVES DE CORTE compreende inicialmente um gabinete (G) paralelepipedal, longilíneo e horizontalizado. Sendo que, no interior do referido gabinete (G) é montado longitudinalmente um par de correntes (Cl) dispostos paralelamente entre si, e que são montadas, cada qual, operativamente entre dois respectivos conjuntos de rodas dentadas (Rl), cujos eixos são dotados de motorização (Ml). Sendo que, no espaço compreendido entre as duas correntes (Cl), ao longo de todo o seu comprimento, é montada entre e sobre a face externa de ambas as correntes (Cl) uma pluralidade de bandejas retangulares (B), alinhadas longitudinal e adjacentemente entre si. Sendo que cada bandeja (B) é dotada de uma abertura circular passante (A) na sua parede do fundo. Por sua vez, a parede superior (1) do gabinete (G) é dotada de uma abertura passante (2) retangular e longitudinal, a qual é posicionada precisamente sobre a região média das correntes (Cl) e respectivas bandejas (B), as quais assim permanecem acessíveis através da referida abertura (2) - um pequeno número de bandejas (B) - e sendo que, na extremidade à jusante da abertura retangular (2) é montada uma boca defletora afunilada (3).

[006] Por sua vez, na região à jusante das correntes (Cl), entre o seu segmento superior e o seu segmento inferior, é montada uma estrutura a modo de gaveta (V), na qual é montado operativamente um par de eixos dentados (D), dispostos perpendicularmente em relação à corrente (Cl), mas paralelos horizontalmente entre si, e acoplados operativamente em motorização (M2). Sendo que, nesta mesma região, acima do gabinete (G) é montada uma carenagem (K), no interior da qual é montada uma corrente menor (C2), a qual é disposta operativamente entre duas rodas dentadas (R2), as quais também são acopladas operativamente naquela mesma motorização (M2). Sendo que, ao longo da face externa da referida corrente (C2) é montada uma pluralidade de conjuntos formados por uma base (4) dotada de cavidade cilíndrica, no interior da qual é montado um êmbolo (5) com extremidade externa saliente e de formato semiesférico, e que é montado operativamente na cavidade cilíndrica da referida base (4) por meio de uma mola (6) de compressão; sendo que a posição de cada êmbolo (5) - quando no segmento inferior da corrente menor (C2) - corresponde invariavelmente à posição da abertura (A) de uma bandeja (B), no momento em que a mesma se encontra sob a região da corrente menor (C2), ficando o êmbolo (5) e a abertura (A) alinhados verticalmente entre si. Por fim, à jusante do curso das correntes (Cl) - na extremidade anterior da máquina - é disposta uma abertura que desemboca num funil de descarga (F).

[007] O funcionamento do presente EXTRATOR DE CALOS DE PÉS DE AVES DE CORTE é simples e prático. Sendo que, para a operação da presente máquina, ambos os motores (Ml) e (M2) são acionados, movimentando concomitante e sincronizadamente ambos os conjuntos de correntes (Cl) e (C2), respectivamente; fazendo assim com que as bandejas (B) se movimentem horizontal e linearmente à jusante - no segmento superior das correntes (Cl) - realizando voltas em tomo do circuito das correntes (Cl) ininterruptamente; enquanto que, a corrente menor (C2), tendo seu movimento sincronizado com as correntes (Cl), faz com que a posição de cada êmbolo (5) sempre corresponda à mesma posição da abertura (A) de uma bandeja (B). E nesta condição, destaca-se que, primeiramente, os pés (P) de aves chegam na região posterior da máquina por meio de uma esteira transportadora posterior (El), a qual é dotada de uma caixa receptora/acumuladora (7) a jusante; e assim, um colaborador deve recolher manualmente, um a um, os pés (P) de ave na caixa receptora/acumuladora (7), e depositá-los, um a um, no interior de uma das bandejas (B) com o coxim plantar voltado para baixo e centralizado sobre a abertura (A) da bandeja (B); e nesta posição, o pé (P) é transportado ao longo da abertura (2) do gabinete (G), sendo direcionado sob a boca defletora afunilada (3); e após isso, chegando sobre o primeiro eixo dentado (D), onde um dos êmbolos (5) se posiciona sobre a abertura (A) da bandeja (B), pressionando o coxim plantar do pé (P) contra o primeiro eixo dentado (D), quando ocorre uma primeira etapa de raspagem da calosidade do coxim plantar do pé (P). Na sequência, seguindo o movimento de deslocamento à jusante do segmento superior das correntes (Cl), a bandeja (B) alcança o segundo eixo dentado (D), onde o êmbolo saliente (5) continua a pressionar o coxim plantar do pé (P) contra a abertura (A) da bandeja (B), fazendo com que, novamente, a calosidade seja raspada por este segundo eixo dentado (D), finalizando a raspagem da calosidade; por fim, ao chegar ao ponto mais à jusante do circuito da corrente (Cl), o pé (P) cai através do funil de descarga (F), sendo recebido sobre uma esteira transportadora anterior (E2), donde segue para a próxima etapa da sua manufatura.

[008] Logicamente, o presente EXTRATOR DE CALOS DE PÉS DE AVES DE CORTE pode apresentar variações das suas dimensões, de acordo com necessidades específicas de uso. Podendo também apresentar variação das formas geométricas de seus elementos constituintes, ou ainda, variação dos materiais empregados na sua construção, desde que as características particulares e essenciais à sua realização sejam mantidas.