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Title:
SYSTEM AND METHOD FOR ELECTROENERGIZING WATER AND AQUEOUS SOLUTIONS FOR USE IN AGRICULTURE AND LIVESTOCK FARMING, ELECTROENERGIZED FLUID AND CORRESPONDING USE
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2022/266728
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a system and a method for electroenergizing water and aqueous solutions (100) for use in agriculture and livestock farming, comprising an electron trap (200), a fluid circuit (300), a control unit (400), an interface (500), and a dispensing device (600), in which the electron trap (200) is provided with a housing (201), at least one cathode (210) with at least one internal electrode (220) arranged inside the housing (201), at least one anode (230) with at least one external electrode (233) arranged between the internal portion and the external portion of the housing (201) in a cutout made therein, in which the external electrode (233) is partially inserted in the housing such that 5% to 80%. preferably 15% to 70%, and preferably 20% to 60% of the volume thereof is arranged inside the housing (201), in which the external electrode (233) has free surfaces and/or surfaces with rounded ends, both upstream and downstream of the flow of a fluid (F) passing through the electron trap (200).

Inventors:
DUVOISIN CHARLES ADRIANO (BR)
BAGGIO FÁBIO EDUARDO (BR)
Application Number:
PCT/BR2021/050267
Publication Date:
December 29, 2022
Filing Date:
June 21, 2021
Export Citation:
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Assignee:
DUVOISIN CHARLES ADRIANO (BR)
BAGGIO FABIO EDUARDO (BR)
International Classes:
C02F1/48; C02F103/02
Domestic Patent References:
WO2020257888A12020-12-30
Foreign References:
US6783687B22004-08-31
US20020070107A12002-06-13
BR9915992A2001-09-04
US9643864B22017-05-09
US4761207A1988-08-02
BR112015011477A22017-07-11
Attorney, Agent or Firm:
TÖGEL, Rafael (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. Sistema para a eletroenergização de água e soluções aquosas, caracterizado pelo fato de compreender:

I. armadilha de elétrons (200),

II. circuito fluídico (300),

III. unidade de controle (400),

IV. interface (500), e

V. dispositivo de dispensação (600), em que a armadilha de elétrons (200) é provida de uma carcaça (201), de pelo menos um cátodo (210) com pelo menos um eletrodo interno (220) disposto no interior da carcaça (201), de pelo menos um ânodo (230) com pelo menos um eletrodo externo (233) disposto entre a parte interna e a parte externa da carcaça (201) em um recorte desta, em que o eletrodo externo (233) permanece parcialmente inserido na carcaça de modo a ter de 5 a 80%, preferencialmente de 15 a 70%, preferencialmente de 20 a 60% de seu volume disposto no interior da carcaça (201), em que o eletrodo externo (233) possui superfícies livres e/ou com extremidades arredondadas, tanto a montante quanto a jusante do fluxo de um fluido (F) que atravessa a armadilha de elétrons (200).

2. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato do eletrodo interno (220) estar disposto a uma distância (d) da parede interna do tubo que equivale a um valor de 0 a 20%, preferencialmente de 1 a 10%, preferencialmente de 2 a 5% do diâmetro (ou medida interna) da carcaça (201).

3. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da armadilha de elétrons (200) formar um módulo autónomo.

4. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da armadilha de elétrons (200) estar posicionada no circuito fluídico (300) em uma posição próxima ao dispositivo de dispensação (600) ou local de utilização do fluido final (FF) ou extremidade do circuito fluídico (300).

5. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da armadilha de elétrons (200) possuir diâmetro interno essencialmente próximo ao diâmetro interno do circuito fluídico (300) nas regiões de interface com este.

6. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da carcaça (201) conter isolamento (234) em suas extremidades.

7. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da armadilha de elétrons (200), unidade de controle (400) e interface (500) formarem um módulo autónomo.

8. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato da armadilha de elétrons (200) ser alimentada por fontes de energia (240, 250) de tensão regulável, preferencialmente de corrente contínua pulsada, comutáveis e ligadas no circuito com um conjunto de chaves ou comutadores (241, 251), em que o circuito compreende ainda um conjunto de diodos (242, 252), promovendo a eletroalcalinização ou eletroacidulação e alterando a tensão superficial do fluido inicial (Fl) para obtenção de um fluido final (FF).

9. Sistema, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de a frequência dos pulsos elétricos ser de 60 Fiz até 1 x 1015 Fiz, preferencialmente entre 60 e 1 kHz.

10. Sistema, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de as fontes de energia elétrica (240, 250) operarem com diferenças de potencial elétrico entre 110 V até 1 GV, preferencialmente entre 50 e 500 kV.

11. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de a seleção, o comando para os valores de tensão e corrente e o controle do tempo de operação das fontes (240, 250) serem funções executadas e comandadas pela unidade de controle (400), que atribui a cada instrução de operação feita através da interface (500) as parametrizações de um protocolo tríplice predeterminado de fonte/tensão-corrente/tempo, armazenado em uma memória e/ou base de dados embarcada ou remota da unidade de controle (400), equivalente a uma ou mais instruções de um consumidor ou usuário do equipamento (500).

12. Método para a eletroenergização de água e soluções aquosas, caracterizado pelo fato de ser executado por um equipamento (100) conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 9, compreendendo as seguintes etapas de método: i. prover um fluido inicial (Fl) por uma bomba de fluidos (310); ii. apresentar no display da interface (500) as opções de energização e condições do fluido (F); iii. apresentar no display da interface (500) as demais opções acessórias referentes ao fluido (F); iv. selecionar pela interface (500) uma ou mais das opções disponíveis; v. processar a informação da seleção e acessar o banco de dados e/ou a memória do equipamento; vi. atribuir à seleção um protocolo tríplice com parametrização correspondente contido do banco de dados e/ou a memória do sistema (100); vii. acionar os componentes do sistema (100) e promover o fluxo do fluido inicial (Fl) através da armadilha de elétrons (200) e dos eletrodos (220, 233) e transformando-o no fluido final (FF), eletroenergizado; e viii. distribuir o fluido final (FF) pela tubulação de passagem e distribuição para agropecuária.

13. Método, de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de o usuário do sistema (100) poder escolher, a intensidade tanto de uma eletroacidulação quanto de uma eletroalcalinização e, assim, o resultado de ionização desejado, por meio da seleção de uma ou mais dentre duas ou mais possibilidades que serão atribuídas pelo processador da unidade de controle (400) ao(s) protocolo(s) tríplice(s) correspondente(s).

14. Fluido eletroenergizado, caracterizado pelo fato de ser um fluido final (FF) obtido através da eletroenergização de um fluido inicial (Fl) através de um sistema (100) conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 11 executando um método conforme definido em qualquer uma das reivindicações 12 a 13.

15. Fluido eletroenergizado, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de possuir pH diferente e tensão superficial igual ou inferior aos valores equivalentes do fluido inicial (Fl).

16. Uso de um fluido eletroenergizado, caracterizado pelo fato de ser de um fluido conforme definido em qualquer uma das reivindicações 14 ou 15 para o abastecimento de sistemas de irrigação bem como para alimentação e hidratação de animais.

Description:
SISTEMA E MÉTODO PARA ELETROENERGIZAÇÃO DE ÁGUA E SOLUÇÕES AQUOSAS PARA AGROPECUÁRIA, FLUIDO ELETROENERGIZADO E USO

CORRESPONDENTES

Campo Técnico

[001] A presente invenção pertence ao campo de sistemas, métodos, dispositivos e materiais para tratamento e purificação de água ou soluções aquosas para uso agropecuário.

Introdução

[002] A presente invenção se refere a um sistema e método para tratamento e purificação de água ou soluções aquosas, mais especificamente por meio de eletroenergização da água ou soluções aquosas. A presente invenção também se refere a um fluido eletroenergizado e ao uso deste fluido em aplicações agropecuárias.

Fundamentos da invenção

[003] Os danos causados pela ingestão ou uso de água contaminada ou não tratada são amplamente conhecidos. Do ponto de vista da ingestão por animais, esses danos incluem doenças e sintomas similares aos que ocorrem em seres humanos, como febres, intoxicações botulínicas, além de doenças associadas a parasitas e microrganismos. São comuns também as intoxicações e danos ao aparelho digestório e ao trato intestinal decorrentes da presença de metais pesados e toxinas residuais.

[004] Do ponto de vista do uso na irrigação e cuidados com plantas e vegetais, esses danos incluem desenvolvimento deficitário destes vegetais ou até interrupção do desenvolvimento, alterações em sua aparência, cheiro e sabor e danos ao ecossistema ao qual pertencem. Além disso, a presença de toxinas e de metais pesados pode deixar traços residuais nos vegetais que, ao serem consumidos por animais e seres humanos, podem trazer implicações e doenças como as já citadas.

[005] Diversas soluções na presente área técnica buscam impedir o surgimento e proliferação destes danos e doenças. Estas soluções incluem o uso de filtros físicos, ionização por meio de resinas sintéticas, eletrólise, destilação e oxidação por meio de radiação, dentre outras.

[006] Nota-se, contudo, que o estado da técnica não prevê soluções versáteis e económicas, que tirem proveito das propriedades e vantagens proporcionadas pelas armadilhas de elétrons como agentes de purificação e tratamento de água.

[007] Armadilhas de elétrons permitem, por exemplo, tratamento de água ou de soluções aquosas com remoção e eliminação de sujidades, bactérias e microrganismos, com curto tempo de execução e baixo custo de obtenção, além de permitir a alteração das propriedades físico-químicas dos fluidos, como, por exemplo, alteração do pH e da tensão superficial.

[008] Uma armadilha de elétrons de acordo com a presente invenção, promove a eletroenergização de fluidos de modo controlado, podendo prover tanto a acidulação quanto a alcalinização do fluido em processo, adaptando- se ao tipo de aplicação e ao organismo vivo a que se destina, além de permitir ainda a redução da tensão superficial do fluido, otimizando as condições de fluxo e reduzindo custos com infraestrutura e energia.

Estado da técnica

[009] Soluções conhecidas do estado da técnica para obtenção de redes de grafeno com hidrogénio podem ser verificadas em documentos do estado da técnica tais como o documento patentário estado-unidense WO 2014/153338, intitulado "Método e aparelho para condicionar água doce e salina", que diz respeito a um método e a um aparelho para condicionamento de água em que esta água flui através de uma sonda. A sonda é energizada para excitar a água e a presença de elétrons na água excitada é reduzida para produzir água carregada positivamente a jusante da sonda, o que faz com que as impurezas se dissociem da água. A água excitada pode ser depositada no solo para a produção agrícola. A água excitada também pode ser depositada no solo para remover impurezas do solo na profundidade das raízes de uma colheita plantada, a fim de recuperar o solo para a produção agrícola. A água excitada pode ainda ser usada para descalcificar tubulações, como as usadas em irrigação, trocadores de calor, sistemas de refrigeração etc. Em ainda outra modalidade, a sonda pode ser energizada a uma frequência selecionada para destruir algum tipo de organismo, protegendo, assim, os ecossistemas.

[010] Nota-se, no entanto, que os ensinamentos do documento WO 2014/153338 não oferecem condições para a criação de uma armadilha de elétrons. Seus ensinamentos envolvem valores de tensão baixos e valores de frequência altos, proporcionando uma eletrólise simples. Como consequência óbvia desta solução, a água sofre alteração de temperatura. Além disso, seus ensinamentos dependem do aterramento do fluxo de água, o que impede a formação de uma armadilha de elétrons. Finalmente, é notável que o método e o aparelho providos por WO 2014/153338 oferecem menor versatilidade de aplicações e menores condições de controle por parte de seu usuário.

[011] Outro documento patentário cuja solução pode ser mencionada é o documento US 2002/0168418, intitulado " Método e oporelho poro trotomento de águo poro uso no melhoria da flora intestinal de gado e de aves", que descreve um sistema de tratamento de água para melhorar a flora intestinal de animais e de aves. A água tratada para uso em animais e aves provê água com oxigénio dissolvido aumentado, de modo que, quando a água tratada é ingerida, os animais e aves exibem aumento das bactérias produtoras de ácido lático e diminuem os coliformes no intestino. O aumento do conteúdo de oxigénio molecular no intestino, pelo fornecimento de água tratada contendo um nível mais alto de oxigénio dissolvido às aves, altera o equilíbrio da flora em favor das bactérias benéficas, melhorando assim a saúde e o desempenho das aves. Ao reduzir o número de anaeróbios estritos no intestino das aves em crescimento, o risco de doenças infecciosas e, portanto, a morbidade e mortalidade são reduzidos. Isso permite que as bactérias benéficas proliferem, melhorando assim a digestão e absorção dos nutrientes disponíveis para as aves. O efeito final da melhora nas condições para surgimento das bactérias benéficas, como os Lactobacilli, e da supressão das bactérias patogênicas, como Salmonella, Shigella, Staphylococcus, Escherichia coli, Clostridium e Helicobacter pylori, é maior peso corporal, melhoria da eficiência alimentar e animais saudáveis com menor uso de antibióticos. O sistema inclui um filtro de tratamento de água, um medidor de fluxo que se coordena com uma chave de fluxo e uma célula eletrocatalítica acoplada a uma câmara de retenção que é conectada a uma saída da célula.

[012] Contudo, também em US 2002/016841 não são oferecidas condições para a criação de uma armadilha de elétrons. Nota-se, mais uma vez, aplicação de eletrólise simples e que não proporciona efetiva energização de água. Além disso, a formação de subprodutos passa a ser uma preocupação na implementação deste método, dado o objetivo de prover água com aumento do oxigénio dissolvido. Finalmente, a manipulação da água tratada por este método também demanda custos e preocupações adicionais no seu pós-processamento, além de haver nítida redução do fluxo fluídico por variações de diâmetro das tubulações. Por tudo isso, fica claro que os objetos do documento US 2002/016841 são de complexa instalação, dispendiosos e oferecem pouca praticidade ao seu usuário.

[013] Finalmente, vale mencionar que diversas soluções do estado da técnica podem ser verificadas em outros documentos patentários como US 9,011,700, US 8,157,972, US 6,802,956 e CA 2689646. Nestes documentos, tanto são verificadas tentativas de tratamento de água por eletrólise, quanto soluções que dependem de outros compostos e fluidos na tentativa de purificar, tratar ou energizar a água. No entanto, não podem ser obtidos destes documentos ensinamentos que provejam um método de tratamento e purificação de água através de uma armadilha de elétrons.

[014] São muitas as vantagens de se utilizar armadilhas de elétrons para as mais diversas aplicações, dentre as quais citamos a economia do consumo energético (em comparação com o uso apenas da eletrólise simples), facilidade de adaptação em vários sistemas práticos, tanto de forma contínua quanto por bateladas, aplicação comercial simples e económica, elevada velocidade de processamento, além de um processo limpo e sustentável.

[015] Desta forma, levando em conta os ensinamentos do estado da técnica, nota-se a clara demanda por um método e sistema para tratamento de água ou soluções aquosas e um equipamento para condução de água tratada que resolva os problemas não superados pelo estado da técnica pertinente.

[016] Assim, a matéria ora divulgada ambiciona solucionar tais problemas por meio de um sistema e um método para tratamento e purificação de água e soluções aquosas por meio de eletroenergização da água e soluções aquosas submetidas a uma armadilha de elétrons; e também por meio de um equipamento para condução e fornecimento desta água tratada para uso agropecuário.

Objetivos da invenção

[017] Um dos objetivos desta invenção é prover um sistema para a eletroenergização de água e soluções aquosas para agropecuária, de acordo com as características da reivindicação 1 do quadro reivindicatório anexo.

[018] Outro objetivo desta invenção é proporcionar um método para a eletroenergização de água e soluções aquosas para agropecuária, de acordo com as características da reivindicação 12 do quadro reivindicatório anexo.

[019] Um outro objetivo desta invenção é proporcionar um fluido eletroenergizado, de acordo com as características da reivindicação 14 do quadro reivindicatório anexo.

[020] Outro objetivo ainda desta invenção é o uso de um fluido eletroenergizado, de acordo com as características da reivindicação 16 do quadro reivindicatório anexo.

[021] Demais características e detalhamentos das características são representados pelas reivindicações dependentes.

Descrição das figuras

[022] Para melhor entendimento e visualização do objeto da presente invenção, a mesma será agora descrita com referência à figura anexa, representando o efeito técnico obtido por meio de modalidades exemplares não limitantes do escopo da presente invenção, em que:

Figura 1: apresenta um diagrama de uma armadilha de elétrons de acordo com a invenção;

Figura 2: apresenta uma vista lateral em corte parcial de um módulo da armadilha de elétrons da invenção;

Figura 2a: apresenta uma frontal parcial de um módulo da armadilha de elétrons da invenção;

Figura 3: apresenta o sistema da invenção aplicado a situações do agronegócio de irrigação de plantas e hidratação de animais, representando o posicionamento de uma armadilha de elétrons no circuito fluídico antes de um dispositivo de dispensação;

Figura 4: apresenta o sistema da invenção aplicado a situações do agronegócio de irrigação de plantas e hidratação de animais, representando o posicionamento de uma ou mais armadilhas de elétrons no circuito fluídico depois de um dispositivo de dispensação;

Figura 5 apresenta o sistema da invenção aplicado a situações do agronegócio de irrigação de plantas e hidratação de animais, representando o posicionamento de uma ou mais armadilhas de elétrons no circuito fluídico antes e depois de um dispositivo de dispensação Figura 6: apresenta o sistema da invenção aplicado a situações do agronegócio de irrigação de plantas, representando o posicionamento de uma armadilha de elétrons no circuito fluídico sem dispositivo de dispensação; e Figura 7: apresenta o sistema da invenção aplicado a situações do agronegócio de irrigação de plantas e hidratação de animais, representando o posicionamento de mais e uma armadilha de elétrons ao longo do circuito fluídico.

Descrição Detalhada da invenção

[023] A descrição detalhada a seguir faz referência aos desenhos anexos nos quais são representadas, a título de ilustração não limitante, modalidades de execução da presente invenção. Essas modalidades são descritas de modo a permitir que um técnico no assunto reproduza seus resultados. Outras modalidades resultantes de mudanças estruturais, hidráulicas, mecânicas, lógicas, elétricas e eletrónicas são possíveis e podem ser realizadas sem que se afastem do espírito e do escopo da presente invenção. A descrição detalhada a seguir não deve, portanto, ser entendida de modo restritivo ou limitante.

[024] Para facilitar a compreensão e organizar o detalhamento da presente invenção, a descrição a seguir será dividida em tópicos de acordo com os objetivos da invenção.

Sistema

[025] Um sistema para a eletroenergização de água e soluções aquosas de acordo com a invenção, ou simplesmente sistema (100), compreende:

I. Armadilha de elétrons (200);

II. Circuito fluídico (300);

1P, Unidade de controle (400);

IV. Interface (500); e

V. Dispositivo de dispensação (600).

[026] Um sistema (100), de acordo com a invenção, compreende a operação direcionada de uma ou mais armadilhas de elétrons (200), modificando um fluido inicial (Fl) por meio do sequestro de elétrons (eletroacidulação) ou acumulação de elétrons (ou eletroalcalinização), controlando a diferença de potencial elétrico e obtendo um fluido final (FF) energizado de modo direcionado e controlado.

[027] Um fluido (F), de acordo com a invenção, é um fluido eletrocondutor de qualquer natureza que pode ser escolhido, mas não se limitando a fluidos do grupo compreendendo água, água mineral, emulsões medicamentosas, medicamentos líquidos ou dissolvidos ou liquefeitos, adubos, fertilizantes, fluidos de hidroponia, coloides, estimulantes, vermífugos, sucos, concentrados, polpas, extratos, emulsões, pomadas, cremes, pastas, géis e afins, podendo ser alcoólicos ou não alcoólicos, com gás ou sem gás. Um fluido (F), de acordo com a invenção, pode também compreender alimentos, desde que tenham fluidez suficiente para sua movimentação em tubulações e que, preferencialmente, sejam bombeáveis.

[028] Um meio fluido (F), de acordo com a invenção, é uma formulação compreendendo um ou mais fluidos de acordo com a invenção e, ainda, podendo compreender fluidos adicionais como conservantes, corantes, estabilizantes, aromatizantes, emulsificadores, adoçantes e demais elementos afins e usualmente utilizados nos fluidos supracitados, especialmente para aplicações do agronegócio. Para fins de facilitação da presente descrição, o termo fluido (F) fará referência preferencial, porém não limitante, a água e/ou a solução aquosa, compreendendo, entretanto, todas as possíveis formas descritas acima.

[029] Uma armadilha de elétrons (200), de acordo com a invenção, é um dispositivo para a eletroenergização de fluidos (F) provido de uma carcaça (201), de pelo menos um cátodo (210) ligado a pelo menos um eletrodo interno (220) disposto no interior da carcaça (201), de peio menos um ânodo (230) ligado a pelo menos um eletrodo externo (233) disposto em um recorte na carcaça (201) e de pelo menos duas fontes de energia (240, 250) ligadas ao circuito compreendendo cátodo (210), eletrodo interno (220), ânodo (230) e eletrodo externo (233), conforme representado especialmente na Figura 1.

[030] A carcaça (201) da armadilha de elétrons (200) é composta por pelo menos uma camada externa (202) de material dielétrico, uma camada intermediária (203) de material condutor elétrico e uma camada interna (204) de material dielétrico. As camadas externa (202) e interna (204) se destinam a isolar a camada intermediária (203) de material condutor elétrico do contato com a superfície, com outros materiais condutores elétricos, ou com o fluído (F) a ser energizado pelo equipamento (100). A carcaça (201) em questão pode ser uma carcaça simples e/ou um tubo e/ou parte da tubulação que levará o fluido (F) a água ou solução aquosa, ou qualquer elemento que seja acoplado a um circuito fluídico (300). A carcaça (201) deve conter isolamento (234) em suas extremidades para evitar o contato elétrico com a tubulação ou qualquer outro componente do circuito fluídico (300) que seja de material condutor e/ou com rigidez dielétrica insuficiente em relação às características da aplicação e que possam, eventualmente, permitir a transmissão de corrente elétrica a partir de uma determinada tensão/corrente, e também evitar o contato com demais objetos condutores e/ou aterrados. De modo geral, os elementos aqui descritos podem também ser maciços e revestidos por camadas isolantes apropriadas, como polímeros, tintas, revestimentos e demais formas adequadas ao isolamento nas condições descritas e demandadas pela invenção.

[031] É de se notar que os materiais condutores elétricos e os materiais dielétricos ou isolantes elétricos são amplamente conhecidos na técnica, incluindo, mas não se limitando a cobre, aço inox, grafite, grafeno, alumínio e afins, no caso dos condutores, e PP, PE, polímeros, compômeros, cerômeros, cerâmicas, vidros, e afins para o caso dos dielétricos.

[032] Â armadilha de elétrons (200) é construída de modo a formar um módulo acondicionado em um invólucro, caixa ou carenagem (101) adequada, podendo ser portátil ou fixa. Esta carenagem pode ser, inclusive, a própria carcaça (201), acondicionando os demais elementos constituintes da armadilha de elétrons (200) em invólucros acoplados à carcaça (201), como pode ser observado em uma forma não limitante na Figura 2.

[033] Por ser modular, a armadilha de elétrons (200) pode ser disposta em qualquer posição ou trecho do circuito fluídico (300), de acordo com a necessidade de cada construção do sistema, como se pode observar especialmente na Figura 3. [034] O eietrodo externo (233) deve estar localizado entre a parte interna e a parte externa do tubo, em um recorte na carcaça (201), permanecendo parcialmente inserido, de modo a ter de 5 a 80%, preferencialmente de 15 a 70%, preferencialmente de 20 a 60% de seu volume disposto no interior da carcaça (201). A posição do recorte deve ser tal que garanta o posicionamento correto do eietrodo externo (233) em relação ao eietrodo inferno (220), sendo esta posição, preferencialmente, diametralmente oposta à do eietrodo interno (220). Além disso, o eietrodo externo (233) possui superfícies livres e/ou com extremidades arredondadas, tanto a montante quanto a jusante do fluxo, o que, juntamente com a sua inserção parcial, incrementa suas características hidrodinâmicas, reduzindo o atrito entre o eietrodo externo e o fluido. É de se notar que a eletroenergização se dá pela passagem do fluido (F) pela armadilha de elétrons (200) onde contacta os eletrodos (220, 233), sendo, portanto, também uma função do tempo de contato, em que algumas soluções da técnica anterior ensinam a redução do diâmetro interno da armadilha de elétrons (200) desta em relação ao diâmetro da tubulação de alimentação. Entretanto, para aplicações que demandam fluxo contínuo (irrigação e afins), reduções de vazão e/ou retenções não são desejadas. A presente invenção provê uma armadilha de elétrons (200) com diâmetro interno essencialmente próximo ao diâmetro interno do circuito fluídico (300) nas regiões de interface com este, o que, em conjunto com as demais características da armadilha de elétrons (200) da invenção, além de garantir a perfeita eletroenergização do fluido (F), não compromete o fluxo.

[035] O eietrodo externo (233) deve estar pintado ou revestido por um material isolante elétrico na porção que se projeta para fora da carcaça (201), nas regiões de contato direto entre o eietrodo externo (233) e a carcaça (201) e, também, na parte voltada para dentro da carcaça (201), podendo esta última, por exemplo, estar sem ou até mesmo com quantidade de material isolante menor do que a do restante do eletrodo externo (233).

[036] A camada interna do tubo (204) também poderá estar sem ou até mesmo com quantidade de material isolante menor do que a da camada externa (202) para facilitar o direcionamento do fluxo dos elétrons na armadilha de elétrons (200). Já a camada externa (202) ou parte externa do tubo ou carcaça (201), deverá estar completamente isolada, evitando fugas de elétrons. O efeito citado remete ao princípio da "garrafa de Leyden".

[037] O cátodo (210) do sistema (100) é composto por uma camada interna (211) de material condutor elétrico e é revestido por uma camada externa (212) de material dielétrico que se destina a isolar a camada interna (211) do contato com a superfície, com outros materiais condutores elétricos, ou com o fluido (F) a ser energizado pela armadilha de elétrons (200) do equipamento. Na modalidade preferencial ilustrada na Figura 1, dito cátodo (210) se encontra ligado a pelo menos um eletrodo interno (220). Os elementos aqui descritos podem também ser maciços e revestidos por camadas isolantes apropriadas, como polímeros, tintas, revestimentos e demais formas adequadas ao isolamento nas condições descritas e demandadas pela invenção.

[038] O eletrodo interno (220), de forma similar ao cátodo (210), é composto por uma camada interna (221) de material condutor elétrico e é revestido por uma camada externa (222) de material dielétrico para seu devido isolamento. O eletrodo interno (220) se encontra disposto no interior da carcaça (201), isolado eletricamente desta, estando a uma distância (d) da parede interna do tubo que equivale a um valor de 0 a 20%, preferencialmente de 1 a 10%, preferencialmente de 2 a 5% do diâmetro (ou medida interna) da carcaça (201). O e!etrodo interno (220) possui superfícies livres e/ou com extremidades arredondadas, tanto a montante quanto a jusante do fluxo, o que incrementa suas características hidrodinâmicas, reduzindo o atrito entre o eletrodo externo e o fluido. Os elementos aqui descritos podem também ser maciços e revestidos por camadas isolantes apropriadas, como polímeros, tintas, revestimentos e demais formas adequadas ao isolamento nas condições descritas e demandadas pela invenção.

[039] O ânodo (230) compreende uma camada interna (231) de material condutor elétrico e é revestido por uma camada externa (232) de material dielétrico que se destina a isolar a camada interna (231) do contato com a superfície ou com o fluido (F) a ser energizado pelo equipamento. O ânodo (230) pode estar ou não em contato elétrico com a carcaça (201) a partir de sua inserção nesta.

[040] Em uma modalidade da invenção, tanto o ânodo (230) ligado ao eletrodo externo (233) quanto o cátodo (210) ligado ao eletrodo interno (220) estão isolados da carcaça (201). Entretanto, também é possível o ânodo (230) e/ou o cátodo (210) estejam em contato elétrico com a carcaça (201), dependendo das necessidades e demandas da aplicação.

[041] Os eletrodos (220, 233) devem ser de material condutor com características adequadas à tensão e corrente elétrica das fontes de energia (240, 250) elétrica e tal que não contamine o fluido (F), sendo, preferencialmente, mas não se limitando a materiais à base de óxidos para aumentar rendimento de eletroenergização, através da função de semicondutores direcionados e controlados. Os materiais podem ser também considerados, mas não se limitando a materiais como aço inoxidável, também poderão ser revestidos por tratamentos da superfície de inox, além de materiais cerâmicos, óxidos de metais, grafenos, fulerenos e demais materiais adequados.

[042] A armadilha de elétrons (200) compreende ainda duas fontes de energia (240, 250), de tensão regulável, preferencialmente de corrente contínua com corrente pulsada, sendo uma fonte positiva (240) para o sequestro de elétrons (eletroacídulação) e uma fonte negativa (250) para a acumulação de elétrons (eletroalcalinização).

[043] As fontes de energia (240, 250) são comutáveis e ligadas no circuito com um conjunto de chaves ou comutadores (241, 251), sendo que o circuito compreende ainda um conjunto de diodos (242, 252) para garantir a direção correta do fluxo da corrente de acordo com a fonte (240, 250) chaveada/selecionada para alimentar a armadilha de elétrons (200) e, assim, evitar correntes reversas durante o processo de eletroenergização possibilitando a ionização completa conforme parametrização. É de se notar que um ou mais dos diodos (242, 252) pode eventualmente ser substituído por dispositivos de centelhamento sem contato ou " spark gaps ", preferencialmente dispostos próximos ao cátodo (210) e ânodo (230).

[044] As condições de eletroenergização são dadas, essencialmente, pelo tipo de fonte (240, 250), pela tensão e corrente aplicadas pela fonte (240, 250) ao circuito e o tempo de funcionamento da armadilha de elétrons (200). A escolha destes três parâmetros é feita de acordo com a escolha do tipo e da intensidade da eletroenergização, dando ao usuário a opção de promover a eletroacídulação ou a eletroalcalinização do fluido inicial (Fl), transformando- o em um fluido fina! (FF) adequado ao uso pretendido.

[045] A seleção da fonte (240, 250), o comando para os valores de tensão e corrente das fontes (240, 250) e o controle do tempo de operação das fontes (240, 250) são funções executadas e comandadas por uma unidade de controle (400), que atribui a cada instrução de operação um protocolo tríplice predeterminado de fonte/teosio-corrente/tempo, de acordo com as instruções do usuário. Cada instrução equivale a uma condição de ionização adequada à aplicação pretendida.

[046] É de se notar que a condição de ionização para o preparo do fluido (F) para ser usado para a irrigação pode diferir do modo de preparo para o uso na hidratação de animais, podendo ainda diferir dentro de uma mesma categoria, por exemplo, um modo de preparo adequado para certos tipos de aves pode ser diferente do modo de preparo adequado para o uso em bovinos, assim como o modo para irrigação de alface pode ser diferente do modo para irrigação de parreiras e assim por diante.

[047] No equipamento de acordo com a invenção, a eletroenergização pode ser utilizada tanto para o sequestro de elétrons (direcionamento positivo - eletroacidulação) com a seleção da fonte positiva (240) quanto para a acumulação de elétrons (direcionamento negativo - eletroalcalinização) com a seleção da fonte negativa (250), possibilitando obter a quantidade exata de íons com as cargas almejadas (direcionamento positivo ou negativo) ou, ainda, promover eventuais ajustes e correções dos níveis de íons do fluido (F) em processo (direcionamento misto ou alternado) para obter um fluido final (FF) com as características desejadas, predeterminadas de acordo com a aplicação e finalidade pretendidas para o fluido (F) e sua energização.

[048] No contexto da presente invenção, o termo "sequestro de elétrons" significa que, no caso do fluido energizado, os íons negativos migram para o polo positivo da corrente elétrica de polaridade constante mergulhada no fluido, provocando um desejado excesso de íons hidrogénio (H + ) ou de cátions e o consequente aumento da acidez do fluido, aqui chamado de eletroacidulação. Â fonte selecionada neste caso é a fonte positiva (240). [049] No contexto da presente invenção, o termo "acumulação de elétrons" significa que, no caso do fluido energizado, os íons positivos migram para o polo negativo da corrente elétrica de polaridade constante mergulhada no fluido, provocando um desejado excesso de íons hidroxila (OH ) ou de ânions e o consequente aumento da alcalinidade do fluido, aqui chamado de eletroalcalinização. Â fonte selecionada neste caso é a fonte negativa (250).

[050] De acordo com a invenção, o usuário poderá escolher a intensidade da eletroacidulação, por meio da seleção de uma ou mais dentre duas ou mais possibilidades que, serão atribuídas pelo processador ao(s) protocolo(s) tríplice(s) correspondente(s).

[051] É de se notar que, independentemente do uso de fonte de energia elétrica de corrente contínua ou de corrente alternada, os testes práticos complementares aos estudos da presente invenção deixam evidente que quanto maior a tensão aplicada, melhor e mais intensa é a harmonização do fluxo de elétrons resultante no interior do fluido. A escolha da intensidade da corrente elétrica acompanha o mesmo raciocínio, ou seja, quanto maior a corrente aplicada mais uniforme é o fluxo de elétrons.

[052] Estas considerações, entretanto, não devem ser entendidas como limitantes das aplicações da presente invenção, uma vez que a escolha dos níveis de tensão e corrente elétricas dependerá do tipo de fluido escolhido, das condições e características do fluido, do contentor ou reservatório pelo qual é contido, de eventuais objetos mergulhados total ou parcialmente no mesmo e demais condições que possam influenciar as características dielétricas do conjunto.

[053] Isto posto, há de se considerar o uso tanto de tensões e correntes baixas quanto o uso de tensões e correntes altas, sendo preferencial o uso de corrente contínua pulsada. Para as fontes geradoras de alta tensão, temos a fonte de Van der Graaf ou fontes triviais, com capacidade de gerar correntes unilaterais pulsadas ou não pulsadas. As tensões elétricas podem variar dentro de uma faixa de 110 V até 1 GV, preferencialmente seguindo a faixa entre 50 e 500 kV. A frequência dos pulsos elétricos poderá ser de 60 Hz até 1 x 10 15 Hz ; estando, preferenciaimente, entre 60 e 1 kHz.

[054] Fontes de energia (240, 250) são fontes de energia elétrica adequadas de acordo com a invenção são fontes de corrente contínua pulsada que devem possibilitar diferenças de potencial elétrico entre 1 kV e 100 GV, preferenciaimente, mas não se limitando a uma faixa entre 10 kV e 10 GV. A escolha da tensão dependerá essencialmente do tipo de fluido (F) a ser energizado, do tempo de energização pretendido e da presença ou não de objetos mergulhados no fluido, além, é claro, das propriedades dielétricas do equipamento e seus componentes e, eventualmente, do recipiente. Os valores aqui citados não devem ser entendidos como limitantes do escopo da invenção, podendo ser maiores ou menores do que o indicado, de acordo com as condições de eletroenergização necessárias.

[055] Fontes de energia elétrica (240, 250) adequadas de acordo com a invenção são fontes de corrente contínua pulsada que devem possibilitar correntes elétricas entre 1 mA e 1 kA, preferenciaimente, mas não se limitando a uma faixa entre 1 m e 100 Â. A escolha da intensidade da corrente elétrica dependerá essencialmente do tipo de fluido (F) a ser energizado, do tempo de energização pretendido e da presença ou não de objetos mergulhados no fluido (F). As fontes de energia elétrica (240, 250) podem ser alimentadas pela rede de energia existente ou por fontes alternativas como painéis solares, torres eólicas etc. Os valores e citações não devem ser entendidos como limitantes do escopo da invenção, podendo ser maiores ou menores do que o indicado, de acordo com as condições de eletroenergização necessárias. [056] O tempo de funcionamento da armadilha de eiétrons (200) varia entre 10ms e 120s, sendo, preferencialmente, mas não se limitando a um valor entre 100ms e 6Gs, sendo o fluxo do fluido uma função direta do tempo equivalente ao protocolo tríplice escolhido pelo consumidor na interface (500).

[057] É especialmente importante salientar que a tensão elétrica aplicada à formulação aquosa inicial nesta etapa deverá ser concomitante com os materiais utilizados na armadilha de eiétrons (200), e tal que supere a rigidez dielétrica dos isolamentos nos locais desejados, para permitir o fluxo e posterior aprisionamento (após a retirada do aterramento) de eiétrons em seu interior, promovendo o aprisionamento de eiétrons no interior do fluido e, assim, a eletroenergização da formulação aquosa.

[058] No caso do direcionamento positivo ou de sequestro de eiétrons, cria-se um diferencial positivo e a consequente acidulação do fluido. Nessa modalidade do processo, a sensibilidade eletrostática do fluido final (FF) se dá entre as cargas positivas do fluido e os eiétrons.

[059] Já no caso do direcionamento negativo ou de acúmulo de eiétrons, cria-se um diferencial negativo e a consequente alcalinização do fluido. Nessa modalidade do processo, a sensibilidade eletrostática do fluido final (FF) se dá entre os eiétrons do fluido e as cargas positivas.

[060] De acordo com a invenção, o usuário poderá, então, escolher a intensidade da eietroacidulação ou eletroalcalinização, por meio da seleção de uma ou mais dentre duas ou mais possibilidades que serão atribuídas pelo processador ao(s) protocolo(s) tríplice(s) correspondente(s). É de se notar ainda que o tamanho (capacidade) do circuito fiuídico (300) e a vazão do fluido (F) também influem na intensidade da ionização resultante do fluido final (FF), uma vez que, quanto maior a tubulação e/ou a vazão, maior a quantidade de elétrons a sequestrar ou a acumular. Além disso, as características construtivas como a espessura e o material utilizado iguaimente influenciam o resultado final, sendo, portanto, os valores de capacidade indicados acima apenas um referencial.

[061] Uma armadilha de eiétrons de acordo com a presente invenção, por possibilitar a eletroenergização de fluidos de modo controlado, podendo prover tanto a acidulação quanto a alcalinização do fluido em processo, adaptando-se ao tipo de aplicação e ao organismo vivo a que se destina, permite ainda a redução da tensão superficial do fluido, otimizando as condições de fluxo e reduzindo custos com infraestrutura e energia. Essa redução deve ser entendida como sendo a diminuição da tensão superficial do fluido (F) em processo até o atingimento de valores de tensão superficial do fluido final (FF) inferiores aos do fluido inicial em condições similares de pressão e temperatura.

[062] O circuito fiuídico (300) da invenção compreende, basicamente, uma tubulação principal que conecta fluidicamente a passagem da água ou solução aquosa da armadilha de elétrons (200) e um ou mais dispositivos de dispensação (600), podendo ainda, eventualmente, compreender uma bomba de fluidos (310) e/ou um dispositivo ou equipamento de climatização (320) para refrigeração e/ou aquecimento do fluido (F) em processo, um pressostato ou acionador por pressão ou similar, além de boias, manómetros, purgadores, válvulas de segurança, válvulas de retorno e demais acessórios e dispositivos usuais para a dispensação de fluidos.

[063] O dispositivo de dispensação (600) pode ser, dentro do circuito fiuídico (300), um distribuidor, uma ramificação, um ponto final, uma conexão fluídica, uma serpentina etc., enquanto um recipiente (RR) pode ser um cocho, um bebedouro, um tanque, um contentor etc. [064] Â utilização da bomba de fluidos (310) não é limitativa quanto ao escopo da presente invenção. A força da gravidade também pode ser utilizada, conforme montagem do sistema (100) e necessidade.

[065] O sistema (100) da invenção pode compreender um ou mais circuitos fluídicos (300), idênticos ou diferentes entre si.

[066] Vale mencionar que a armadilha de elétrons (200) deve estar isolada eletricamente da carenagem (101) e também da estrutura e dos elementos do circuito fluídico (300) por meio, por exemplo, de um isolamento (234) ou outros isoladores.

[067] Como mostra a Figura 2, cada armadilha de elétrons (200) forma um módulo autónomo inserido, por exemplo, em uma carenagem (101) que acondiciona, envolve e protege todos os elementos da armadilha de elétrons (200), à exceção das fontes de energia (240, 250) que podem tanto estar acoplados à carcaça (201) quanto dispostos externamente à carcaça (201), sendo, então, conectadas aos elementos da armadilha de elétrons (200) por meio de uma conexão (260) com um elemento de conexão (261) que pode ser um cabo com tomada ou similar adequado.

[068] Cada módulo pode compreender ainda pelo menos uma unidade de controle (400) e/ou pelo menos uma interface (500), em que os módulos podem ser incorporados em vários trechos do circuito fluídico com ou sem uma ou mais bombas de fluidos (310), assim como pode ser multiplicada a quantidade somente da armadilha de elétrons (200) ou somente da bomba de fluidos (310). A interface (500) também pode estar realizando o monitoramento a distância, estando ela instalada, por exemplo, na sede da fazenda (S) do usuário ou administrador ou, ainda, em outro lugar distante da aplicação. Além disso, poderá também haver, em regime remoto, uma unidade de controle (400) na sede da fazenda (S) do usuário ou administrador ou, ainda, em outro lugar distante da aplicação, possibilitando, assim, acionar o sistema e/ou promover alterações dos parâmetros de energização e/ou de vazão de forma remota.

[069] O posicionamento preferencial (ideai) de uma armadilha de elétrons (200) no circuito fluídico é o mais próximo possível do dispositivo de dispensação (600), podendo estar ligado antes (Figura 3) ou depois (Figura 4) deste ou antes e depois (Figura 5), ou ainda o mais próximo possível do local de utilização do fluido final (FF), caso não haja, por exemplo, um dispositivo de dispensação (600) específico (Figura 6), ou ainda na extremidade do circuito fluídico (300). Deste modo, diminuem-se as perdas elétricas e os efeitos da eletroenergização são mantidos peio maior tempo possível. Além disso, facilita as condições de instalação e reduz os custos com infraestrutura de alimentação das armadilhas de elétrons (200).

[070] Entretanto, é de se notar que o número de módulos de armadilhas de elétrons (200), assim como o comprimento do circuito fluídico (300) e dos dispositivos de dispensação (600), depende das condições de cada aplicação, das condições climáticas e topográficas, distância entre a origem da água e a tubulação para a melhor distribuição de acordo com cada caso (irrigação ou hidratação ou alimentação).

[071] Para os casos em que a água ou solução aquosa for distribuída para trechos maiores de tubulação e/ou distâncias maiores, seja para irrigação ou hidratação ou alimentação de animais ou similar, poderá ser necessário prover mais armadilhas de elétrons (200) ao longo da tubulação, em distâncias (D) que dependerão não apenas das características da armadilha como tensão, corrente, tempo de aplicação, mas também do fluido (F) em si e do próprio circuito fluídico (300), como pode ser observado especialmente na Figura 7. Os principais parâmetros a considerar em relação ao fluido (F) são a densidade, viscosidade e temperatura, sendo determinantes do circuito fluídico (300) características como diâmetro da tubulação, pressão e vazão necessárias ou pretendidas etc.

[072] Isto posto, uma distância (D) entre duas ou mais armadilhas de elétrons (200) depende dos fatores supracitados. Para fins de exemplo não limitante da invenção, quanto mais alta for a vazão e/ou quanto menor for a densidade e/ou quanto menor for a viscosidade do fluido (F), menor será a demanda por mais armadilhas de elétrons (200) e, assim, maior poderá ser a distância (D) entre elas. Essa condição é reforçada em casos de tubulações de menor diâmetro.

[073] Além disso, de modo conhecido do estado da técnica, poderá ser necessário também instalar bombas de fluidos (310) adicionais para manter a pressão e compensar as perdas de pressão que usualmente ocorrem por conta do atrito da água ou solução aquosa com as paredes internas da tubulação.

[074] Um recipiente (RR) ou contentor ou tanque de acordo com a invenção, é qualquer recipiente de material isolante apropriado, capaz de permitir o maior tempo possível de ionização do fluido final (FF) após sua dispensação pelo dispositivo de dispensação (600) antes de ser usado para irrigação ou consumido na hidratação animal, sem correr o risco de provocar o aterramento e consequente fuga de carga. É de se notar que a natureza dielétrica do recipiente em nada altera a condição de disponibilização para consumo imediato do fluido final (FF) ao consumidor.

[075] A carcaça (201) deverá ser, preferencialmente, um tubo cerâmico ou de material isolante similar, com superfície lisa e resistência mecânica e a abrasão. As suas extremidades devem conter isolamento (234) para evitar aterramento e perda de carga, como visto acima. Por ser modular, a armadilha de elétrons (200) poderá ser facilmente acoplada ao circuito fluídico (300) ou até mesmo diretamente nos dispositivos de dispensação (600), que são as tubulações de distribuição, de sistemas de irrigações já existentes, bem como poderá ser desenvolvido para ser conectado à parte final do sistema (100), ou a terminais dos sistemas de irrigação, Também poderá realizar o abastecimento de aiimentadores e bidratadores de animais confinados, semiconfinados. Os aiimentadores e bidratadores em questão devem estar preferencialmente isolados do chão, devendo ser feitos de materiais dielétricos e/ou que não permitam o descarregamento de elétrons do fluido final (FF) que faz a alimentação e hidratação de animais possibilitando a eletroenergização sem a perda de cargas por aterramento,

[076] Perdas de carga em um sistema (100) como o apresentado são conhecidos do estado da técnica. O que diferencia a invenção é o fato de que a quantidade de elétrons a ser fornecida pode ser regulada pelo sistema (100), fazendo com que aumente a produção e crescimento das plantas e acelere o crescimento e aumente o peso significativamente dos animais que consomem esta água ou solução aquosa.

[077] Uma unidade de controle (400), de acordo com a invenção, faz parte de um sistema (100) de acordo com a invenção, sendo dotado de pelo menos um processador, banco de dados, uma interface (500) compreendendo dispositivos de aquisição de informações/instruções e dispositivos de apresentação de informações/instruções e demais dispositivos e/ou equipamentos ligados ao sistema (100) operam em conjunto e podem estar, em grupo ou isoladamente, interligados por uma ou mais redes de comunicação e de dados. Imagens e dados são armazenados como um ou mais sinais elétricos e o processamento destes sinais é feito por um ou mais componentes da unidade de controle (400) e do sistema (100) como um todo. [078] Um processador é, no contexto da invenção, uma unidade central de processamento ou CPU que realiza as instruções de um programa de computador, processando e executando operações aritméticas, lógicas e a entrada e saída de dados, sendo o programa de computador armazenado em meio legível por computador com memória para armazenamento de dados, de conexão com uma ou mais redes de comunicação e de dados e com um ou mais bancos de dados remotos e/ou um ambiente de armazenamento e recuperação de informações, local e/ou centralizado e/ou descentralizado e/ou em nuvem, e dotado também de todos os periféricos usuais do estado da técnica, sendo capaz de trocar informações com o meio eletrónico e físico, interfaces, aplicativos, equipamentos móveis, outros dispositivos de memória etc.

[079] Além disso, um processador de acordo com a invenção pode ser, fazer parte ou estar dividido em um ou mais módulos. O termo módulo, de acordo com a invenção, se refere a um circuito integrado de aplicação específica (ASIC), a um circuito eletrónico, a um processador (compartilhado, dedicado ou grupo de processadores) e a uma memória que executa um ou mais programas de software ou firmware. Se refere ainda a um circuito lógico combinacional e/ou a outros componentes adequados capazes de fornecer as funcionalidades em questão.

[080] Um banco de dados ou base de dados de acordo com a invenção é todo e qualquer conjunto de dados, arquivos, informações, instruções e registros que formam coleções organizadas de dados que se relacionam entre si e que podem ser acessadas, alimentadas e administradas pela unidade de controle (400) da invenção.

[081] O sistema (100) da invenção compreende uma ou mais unidades de controle (400), idênticas ou diferentes entre si. [082] Uma interface (500), no contexto da invenção, compreende um dispositivo de aquisição e um dispositivo de apresentação de informações/instruções, sendo uma interface (500) entre a unidade de controle (400) e os usuários que utilizarão o sistema (100), podendo incluir qualquer dispositivo capaz de processar e armazenar dados e/ou informações e se comunicar com o usuário e também com outros usuários por uma rede de comunicação e de dados, como por exemplo o controle realizado na sede da fazenda (S) do usuário, podendo compreender também sensores físicos, analógicos, digitais e afins, para medição de temperatura, alcalinidade, viscosidade, vazão etc. do fluido (F) para auxiliar no monitoramento e na tomada de decisão para realização ou não de ajustes nos parâmetros das armadilhas de elétrons (200) de acordo com a necessidade apresentada. Sensores luminosos e combinações destes incluindo câmeras e afins compatíveis, além de dispositivos próprios, dedicados ou compartilhados, de apresentação de informações, especialmente displays com ou sem botões ou com ou sem teclado que mostram, por exemplo, as opções de água ou soluções aquosas e de energização da água ou solução aquosa e que podem receber instruções por toque, voz, telemetria e afins para permitir, por exemplo, que o usuário faça a sua escolha e acompanhe a preparação (energização) da água ou solução aquosa.

[083] Os sensores, por exemplo, podem ser sensores configurados para detectar a atividade corporal de um ou mais usuários próximos ao sistema (100), estando operacionalmente e/ou comunicativamente conectados a um ou mais dos componentes da unidade de controle (400).

[084] O dispositivo de aquisição da interface (500) de uma unidade de controle (400) da invenção, que pode ser uma tela com ou sem botões ou com ou sem um teclado, e pode compreender, portanto, qualquer dispositivo capaz de processar e armazenar dados e/ou informações e se comunicar com outros dispositivos, podendo incluir também computadores pessoais, servidores, leitores de códigos, telemetria, biometria, telefones celulares, tablets, laptops, dispositivos inteligentes (por exemplo, relógios inteligentes), para operar o sistema (100), dando-lhe as devidas instruções, Cada dispositivo de aquisição de informações pode incluir uma ou mais memórias que armazenam informações e dados e pode executar um ou mais programas para executar várias funções de preparação (energização) da água ou solução aquosa,

[085] Já o dispositivo de apresentação da interface (500) de uma unidade de controle (400) da invenção, é uma interface (500) entre o sistema (100) da invenção e os consumidores, podendo compreender um conjunto de sinalização visual formado por dispositivos capazes de projetar e/ou emitir e/ou apresentar imagens e luzes e de emitir sinais visuais e sonoros, podendo ainda incluir equipamentos e periféricos como projetores, telas, televisores, monitores, luzes de uma forma geral e demais elementos correspondentes e afins.

[086] O sistema (100) da invenção compreende uma ou mais interfaces (500), idênticas ou diferentes entre si, que podem estar tanto avizinhadas quanto distantes umas das outras.

[087] Um conjunto de instruções, de acordo com a invenção, é composto por uma ou mais instruções, sequenciais e/ou não sequenciais, únicas e/ou repetidas, relativas à energização de água ou soluções aquosas de acordo com o protocolo tríplice correspondente, sendo que o processador da unidade de controle (400) executa as operações da armadilha de elétrons (200), bomba de fluidos (310) de acordo com as instruções recebidas do consumidor sendo o conjunto de instruções adquirido e/ou transmitido e/ou armazenado por e em um ou mais dos componentes da unidade de controle (400). As instruções podem ser executadas e/ou armazenadas por e no processador, em um dispositivo de apresentação ou de aquisição de informações, podendo também estar armazenadas em um ou mais bancos de dados ou outro meio de armazenagem legível por computador, volátil ou não-volátil.

[088] Uma vez que o usuário acessa o sistema ( 100) por meio da unidade de controle (400), serão apresentadas no display da interface (500) as opções de energização e condições do fluido (F) e demais opções armazenadas na memória da unidade de controle (400), sendo o usuário, então, convidado a selecionar uma ou mais opções. Feita a seleção através da interface (500), a unidade de controle (400) busca em sua memória e/ou base de dados, embarcada ou remota, as parametrizações do protocolo tríplice (fonte de energia positiva ou negativa, valores de tensão, tempo de acionamento) da armadilha de elétrons (200) equivalentes à seleção do usuário, comandando os demais elementos, acionando as fontes de energia (240, 250), a bomba de fluidos (310) e demais elementos do circuito fluídico (300).

[089] Portanto, a seleção da fonte (240, 250), o comando para os valores de tensão e das fontes de energia (240, 250) e o controle do tempo de operação das fontes de energia (240, 250) são funções executadas e comandadas por uma unidade de controle (400), que atribui a cada instrução de operação dada pelo consumidor através da interface (500) um protocolo tríplice predeterminado de fonte/tensão-corrente/tempo (armazenado na memória da unidade de controle (400)), de acordo com as instruções do usuário.

[090] Estando a armadilha de elétrons (200) alimentada por uma das fontes de energia (240, 250), é gerada uma armadilha de elétrons (200) no interior da carcaça (201) por meio de pelo menos um eletrodo interno (220) energizado, ocorrendo a ionização do fluido (F) em processo, sequestrando elétrons deste (fonte positiva (240) - acidulação) ou acumulando elétrons neste (fonte negativa (250) - aicalinização), obtendo-se o fluido final (FF), eletroenergizado.

[091] O efeito técnico novo atingido é o do rápido e estéril aumento ou diminuição direcionados da concentração de elétrons (e-) no fluido, provocando um desequilíbrio direcionado e controlado, escolhido pelo usuário, de cargas elétricas nos átomos das moléculas do fluido, ou seja, o aprisionamento de íons tanto com excesso (ânions) quanto com déficit (cátions) de elétrons (e-), de acordo com a necessidade e tipo de uso pretendido (irrigação, hidratação etc.).

Método

[092] Um método para eletroenergização de fluidos, de acordo com a invenção, é um método executado por um sistema (100) de acordo com a invenção, compreendendo as seguintes etapas de método: i. Prover um fluido inicial (Fl) por uma bomba de fluidos (310) ; ii. Apresentar no display da interface (500) as opções de energização e condições do fluido (F); iii. Apresentar no display da interface (500) as demais opções acessórias referentes ao fluido (F); iv. Selecionar pela interface (500) uma ou mais das opções disponíveis; v. Processar a informação da seleção e acessar o banco de dados e/ou a memória do equipamento; vi. Atribuir à seleção um protocolo tríplice com parametrização correspondente contido do banco de dados e/ou a memória do sistema (100); vii. Acionar os componentes do sistema (100) e promover o fluxo do fluido inicial ( F!) através da armadilha de elétrons (200) e dos eletrodos (220, 233) e transformando-o no fluido final (FF), eletroenergizado; e viii. Distribuir o fluido final (FF) pela tubulação de passagem e distribuição para agropecuária.

[093] É de se notar que o método de acordo com a invenção pode possuir outras etapas acessórias, antes e depois das acima descritas, de acordo com os conhecimentos técnicos e práticas necessárias à operação de um sistema (100). Além disso, algumas etapas podem ser repetidas, individualmente, em grupos, seguindo ou não a mesma sequência.

[094] Por fim, resta claro que o usuário do sistema (100) e método correspondente, de acordo com a invenção, poderá escolher, instantaneamente, a intensidade tanto de uma eletroacidulação quanto de uma eletroalcalinização e, assim, o resultado de ionização desejado, por meio da seleção de uma ou mais dentre duas ou mais possibilidades que serão atribuídas pelo processador da unidade de controle (400) ao(s) protocolo(s) tríplice(s) correspondente(s).

Fluido eletroenergizado

[095] Um fluido eletroenergizado de acordo com a invenção, é um fluido final (FF) obtido através da eletroenergização de um fluido inicial (Fl) através de um sistema (100) executando um método de acordo com a invenção, em que o fluido final (FF) possui pH diferente e tensão superficial igual ou inferior aos valores equivalentes do fluido inicial (Fl).

Uso de um fluido eletroenergizado

[096] O uso de um fluido final (FF) de acordo com a invenção é para o abastecimento de sistemas de irrigação com a possibilidade de autocorreção da acidez do solo e aumento da produção e crescimento das plantações irrigadas, bem como para utilizar para alimentação e hidratação de animais, aumentando assim significativamente o crescimento e o ganho de peso.

Considerações finais

[097] O conjunto de elementos e dispositivos requeridos para a conclusão do sistema ( 100) é de vasto acesso e fácil conhecimento do versado na técnica, não requerendo peças, partes, componentes ou quaisquer outros aparatos de difícil acesso ou de composição sofisticada.

[098] Outra vantagem provida pela presente invenção é o baixo consumo elétrico, dada a própria natureza da construção da presente armadilha de elétrons (200). Isto auxilia na viabilização comercial de um sistema (100) tal como o aqui ensinado, aplicando o método da presente invenção. Â consequência óbvia desta característica é também uma lógica mais sustentável ao objeto da presente invenção quanto ao consumo de água, quando da sua implementação. Em contrapartida, o gasto energético e de recursos em processos de tratamento de água comumente utilizados (incluindo processos com compostos químicos, filtragem por meios físicos ou exposição à radiação) acaba sendo um grande inviabilizador comercial.

Conclusão

[099] Será facilmente compreendido por aqueles versados na técnica que modificações podem ser realizadas na presente invenção sem com isso se afastar dos conceitos expostos na descrição acima. Essas modificações devem ser consideradas como compreendidas pelo escopo da presente invenção. Consequentemente, as concretizações particulares descritas em detalhe anteriormente são somente ilustrativas e exemplares e não limitativas quanto ao escopo da presente invenção, ao qual deve ser dada a plena extensão das reivindicações em anexo e de todos e quaisquer equivalentes da mesma.